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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

VALÉRIA DANZIGER DOS SANTOS FERREIRA

A PSICOPEDAGOGIA E O AUTISMO

BOTELHOS/MG
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

VALÉRIA DANZIGER DOS SANTOS FERREIRA

A PSICOPEDAGOGIA E O AUTISMO

Trabalho de conclusão de
curso apresentado como
requisito parcial à
obtenção do título
especialista em
Psicopedagogia
Institucional, Clínica e
Educação Infantil.

BOTELHOS/MG
2022
A PSICOPEDAGOGIA E O AUTISMO

Valéria Danziger dos Santos Ferreira

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que
o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído,
seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados
resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste
trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de
Serviços).

RESUMO- Este estudo tem como objetivo demonstrar a abordagem de um psicopedagogo na


vida escolar de uma pessoa com autismo, o que também contribuirá para sua vida social.
Aborda os seguintes temas: Autismo e Intervenções Psicopedagógicas. Discutiremos também
o tema do Psicopedagogo, que mostrará mais a fundo onde ele pode atuar, mostrará a
necessidade do surgimento desta profissão, ainda que não regulamentada, de grande
importância na sociedade. Por fim, serão explicados os métodos utilizados pelos
psicopedagogos para identificar as possíveis causas das dificuldades de aprendizagem e
intervir. Ajudar os indivíduos a se tornarem mais independentes e atuarem em suas portas de
entrada, ou seja, os profissionais devem compreender os cenários que os sujeitos utilizam para
adquirir conhecimento e agir para que os indivíduos se desenvolvam o máximo possível.

PALAVRAS-CHAVE: Psicopedagogia. Autismo. Intervenções. Aprendizagem.

____________________________
val.danzigerferreira@gmail.com
INTRODUÇÃO
O autismo é considerado um transtorno do desenvolvimento em que os
sintomas são detectados na infância, geralmente antes dos 3 anos. O autismo
é considerado um distúrbio cerebral que afeta a capacidade de entender, falar
e se comunicar, ou seja, geralmente afeta a forma como uma pessoa interage
com outras pessoas da sociedade. Geralmente este distúrbio ocorre em
meninos e muitas pessoas associam autismo infantil com retardo mental, mas
é importante notar que eles nem sempre se manifestam juntos, então algumas
pessoas com autismo não têm retardo mental e eventualmente desenvolverão
linguagem e inteligência. A causa do autismo permanece desconhecida, no
entanto, acredita-se que vários fatores estejam envolvidos no surgimento do
transtorno. São eles: vírus, intolerância imunológica, toxinas e poluição,
influências genéticas e muito mais.
Este trabalho será centrado no autismo, pois professores e pessoas que
trabalham em ambientes escolares muitas vezes não sabem como lidar com o
autismo e, por falta de conhecimento sobre o autismo, muitas delas estão
sujeitas a tratamento preconceituoso. Portanto, o objetivo deste trabalho é
mostrar como a psicopedagogia pode ajudar as pessoas com autismo a se
integrarem ao ambiente escolar, bem como explicar o autismo e a
psicopedagogia. O autismo varia em gravidade, do mais leve ao mais grave, e
muitas vezes está associado a outras síndromes. É importante ressaltar que,
para o tratamento do autismo, é importante ter acompanhamento médico, que
deve levar em consideração todas as características do paciente e até mesmo
analisar seu histórico familiar.
O acompanhamento médico de crianças com autismo é complexo porque
as crianças com autismo vivem isoladas e os profissionais de saúde têm que
ter muito cuidado para conquistar a confiança dessa criança autista para poder
avançar no tratamento. Como as pessoas com autismo têm dificuldade em se
comunicar, evitam fazer novos amigos e estão sempre isoladas. Eles também
evitam o contato físico frequente. Os psicopedagogos podem trabalhar com
pessoas com autismo nas escolas para ajudá-las a se adaptarem à escola.
AUTISMO
O primeiro estudo sobre o autismo foi realizado pelo psiquiatra Leo
Kanner em 1943, quando estudou o comportamento de um grupo de crianças
que não correspondia aos diferentes comportamentos descritos nos livros de
psiquiatria da época. A pesquisa passou e onze casos foram analisados. Ele
enfatizou "o isolamento social inerente de crianças com autismo", que ele
identificou como tendo dificuldade em se comunicar e manter relações sociais.
Em 1949, ele definiu a condição como autismo em crianças pequenas. Após
vários estudos, ele percebeu que o autismo deveria seguir um caminho
diferente da esquizofrenia infantil. De acordo com Orrú:
Até 1989, dizia-se, estatisticamente, que a síndrome
acometia crianças com idade a cada dez mil nascidas.
Manifestava-se, majoritariamente, em indivíduos do sexo
masculino, sendo a cada quatro casos confirmados três do sexo
masculino e um caso para o feminino (ORRÚ, 2012, p.23)

Cerca de duas a cinco em cada 10.000 crianças são afetadas pelo


autismo, de acordo com Kanner, que observa que os meninos são quatro
vezes mais propensos a nascer com autismo do que as meninas.
Em 1956, Kanner e Eisenberg descobriram que o autismo também pode
seguir o desenvolvimento humano "normal". Kanner e Bleuler, também
psiquiatra, estudam o autismo, mas as diferenças entre eles permitem que
cada um siga sua própria linha em termos do continuum da pesquisa, então
essa divisão cria uma distinção entre autismo, crianças com psicose e
esquizofrenia. Para Bleuler, as pessoas autistas se envolvem ativamente com
sua imaginação, enquanto para Kanner, ele implica falta de imaginação.
A causa do autismo ainda é desconhecida, mas vários distúrbios
genéticos e neurobiológicos têm sido apontados como a causa de alguns dos
sintomas do autismo. Por exemplo, problemas genéticos e metabólicos que
podem ocorrer durante a gravidez.
CARACTERISCAS DO AUTISMO
Os sintomas do autismo podem até ser notados na infância. As crianças
com autismo não usam a reversibilidade lógica e não se envolvem em
excitação psicológica, ou seja, têm dificuldade em compreender o oposto do
processo observado. Eles usam a repetição para refazer algo até que a
memória aconteça. Por isso, é importante que pais e professores estabeleçam
rotinas para que possam absorver as tarefas diárias com mais facilidade.
Quando se trata de comunicação, as pessoas com autismo preferem
permanecer isoladas de sua vida social porque são incapazes de se
comunicar. Geralmente, as pessoas com autismo são extremas quando se
trata de objetos inanimados, ou seja, ou os amam ou os desprezam.
Quando um bebê nasce, é importante estimular sua vida social, ou seja,
certificar-se de que ele não tenha apenas contato limitado com sua família, pois
se o bebê tem autismo e não é estimulado socialmente, pode ser mania,
agressividade, e podem desenvolver-se rituais que podem comprometer o seu
tratamento.
As pessoas com autismo muitas vezes repetem muito rabiscos até
começarem a fazer outro movimento, porque têm dificuldade em se concentrar
e se distrair de alguma coisa. Pessoas com autismo têm comunicação não
verbal limitada, por exemplo, quando precisam satisfazer necessidades como a
fome, usam alguém próximo como ferramenta para conseguir o que querem
puxando o braço dessa pessoa, eles se recusam a sair da rotina.
“N a memorização imediata, os autistas
utilizam pouco a estratégia de codificação
semântica ainda que a codificação acústica seja
relativamente boa” (LEBOYER, 2003, v.4,
p.148).

Pessoas com autismo costumam fazer movimentos incomuns com as


mãos antes de pegar objetos, por exemplo, eles também tendem a andar na
ponta dos pés e, ocasionalmente, pular. Esses movimentos geralmente não
são voluntários.
O autismo pode ser considerado em termos de extremo isolamento e
falta de propósito comunicativo como manifestação, o autismo tem uma forte
tendência a seguir rituais além de movimentos estereotipados. Simplificando, o
autismo é um distúrbio de interação social mais comprometimento da
linguagem consistente com mudanças comportamentais. Algumas condições
associadas ao autismo são infecções pré-natais, como a rubéola congênita. O
autista tem dificuldade em entender o que ouve. Além disso, a maioria deles
apresenta atrasos nas partes motoras e na fala.
Pessoas com autismo evitam contato físico. Em relação à comunicação,
é importante notar que muitas vezes ele se refere a “você” ao falar de si
mesmo, ou seja, eles têm dificuldade em usar o pronome “eu”. As principais
drogas que ajudam a tratar o autismo são: anfetaminas, que ajudam a reduzir o
TDAH e ajudam a melhorar a concentração, e drogas neurobiológicas, que
reduzem os sintomas do autismo.
Devido às dificuldades de comunicação social e busca de isolamento, as
pessoas com autismo não demonstram interesse em conquistar amizades. Eles
mantêm sua rotina e até se chicoteiam quando as coisas mudam de repente
como uma reação à mudança. Eles geralmente têm dificuldade para comer e
dormir.
Os bebês com autismo são calmos, não estendem os braços para pedir
para serem segurados, evitam olhar diretamente para os outros, não aceitam
contato físico e não entram em contato com objetos do ambiente.
O tratamento da criança autista é muito difícil porque a princípio ela fica
isolada e a partir desse momento precisa "se acostumar" com uma nova
"pessoa" (o médico) em sua vida. Ao tratar crianças, é necessário compreender
suas características e seu estilo de vida familiar para que o tratamento seja
paralelo à vida do paciente para que ele não se sinta tão deslocado e o
tratamento tenha mais chances de ser bem-sucedido.

PSICOPEDAGOGIA
A psicopedagogia foi introduzida no Brasil na década de 1970 para
ajudar crianças com dificuldades de aprendizagem. No momento de seu
surgimento, esse campo de atuação estava relacionado à aplicação da
psicologia à pedagogia, mas é importante ressaltar que a psicopedagogia vai
além da intersecção desses dois campos, pois possui um campo de atuação
próprio. Os psicopedagogos devem investigar as possíveis causas das
dificuldades de aprendizagem humana. Muitas vezes, um psicopedagogo não
atua sozinho, pois precisa do apoio de outros profissionais para diagnosticar e
tratar com sucesso um sujeito.
Ela contempla uma abordagem ampla e integrada
do sujeito a fim de compreender o seu aprender em todos
os sentidos, a saber, em relação ao significado de
aprender, à construção da estruturação lógica, a um
aprisionamento do corpo, a uma ressignificação de um
organismo com problemas e outros. (WOLFFENBUTTEL,
2005, p.18)

Um psicopedagogo pode atuar individualmente ou em grupo, podendo


atuar em uma clínica ou instituição. Os profissionais da psicopedagogia que
atuam em ambientes escolares devem ajudar os professores a desenvolver
planos de aula que, quando executados, garantam um ambiente propício ao
aprendizado.
A psicopedagogia se preocupa com o processo de aprendizagem
humana e quando uma pessoa tem dificuldade em aprender o papel de
psicopedagogo, a escola e a família são fundamentais para apoiar esse aluno.
Essa ajuda pode ser feita de diversas formas, como jogos e/ou novos métodos
de ensino específicos para o assunto, ou seja, um psicopedagogo ajudando-o a
encontrar formas alternativas de aprender, ou, dependendo da situação,
ajudando-o a conquistar sua independência usando seu plano de estudos.
O psicopedagogo utiliza ferramentas que o auxiliam no diagnóstico, que
podem ser: provas operatórias de Piaget, mapeamento, imagens, anamnese e
EOCA.
As provas operatórias de Piaget estabelecem parâmetros para o
desenvolvimento do sujeito, portanto, o psicopedagogo deve estar atento ao
problema do atraso do sujeito, pois a partir dessas informações ele descobrirá
Ajuda a descobrir caminhos para tais dificuldades de aprendizagem.
Por meio de imagens, os psicopedagogos podem identificar coisas que
muitos sujeitos não sabem ou não ousam dizer. Além disso, ele pode até
expressar algo que não pode expressar em palavras porque está em seu
subconsciente.
No caso da psicopedagogia, a anamnese é uma entrevista
psicopedagógica com a família do sujeito em que o profissional deve utilizar a
tecnologia para estabelecer uma avaliação do sujeito e descobrir informações
importantes sobre sua vida, incluindo sua rotina escolar, social e familiar. Além
disso, encontrar o histórico médico do sujeito é importante porque tudo isso
ajuda no diagnóstico e tratamento, ou seja, entender o sujeito e o passado de
sua família é muito importante.
A EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem) consiste em
uma ferramenta que sonda problemas de aprendizagem, com isso, um
psicopedagogo poderá traçar o que precisa ser investigado, ou seja, avalia a
aprendizagem do sujeito em uma entrevista.
Um psicopedagogo pode ajudar uma pessoa autista a se concentrar
para que ela possa absorver o que está sendo ensinado. Em geral, os
psicopedagogos procuram a causa das dificuldades de aprendizagem, muitas
vezes com a ajuda de outros profissionais como fonoaudiólogos e psicólogos
para diagnosticar. Após descobrir os motivos dessa dificuldade, passa a buscar
novas formas de facilitar esse processo de ensino e aprendizagem.
Por meio da observação, o psicopedagogo busca no educando o que
mais lhe agrada e escolhe ações que o tornem mais receptivo à aplicação
prática da psicopedagogia como investir no que ele gosta, pois é mais fácil
introduzir novos métodos de aprendizagem a partir de algo que lhe interessa.
Os psicopedagogos devem sempre ter em mente que o processo de
ensino e aprendizagem não é simples, pois os professores precisam entender
as características dos alunos para explorar e alcançar a aprendizagem. É
importante salientar que as dificuldades encontradas frequentemente O
aprendizado de uma pessoa (processo interno) geralmente é "transformado"
por meios externos, como por comportamento diferente do chamado "normal".
Os psicopedagogos podem intervir na aprendizagem humana individualmente
ou mesmo em grupo. Se um grupo está passando por dificuldades de
aprendizagem, pode haver ruído entre professores e alunos, e quando
analisado por psicopedagogos, será determinado se as dificuldades são
realmente grupais ou individuais. No caso de um grupo, ele preparará um plano
para resolver essa dificuldade e facilitar o aprendizado. Dentre as possíveis
causas das dificuldades de aprendizagem em grupo, podemos citar: motoras,
emocionais, sociais etc.
A pesquisa epistemológica de Piaget contribui para o estudo dos
processos de aprendizagem humana. O processo é mais complicado do que
você imagina. Uma maneira de um humano provar que aprendeu é quando ele
é capaz de refazer o que aprendeu de uma maneira diferente. O aprendizado
pode ser dividido em:
• Movimento: Como o nome sugere, são aprendizados envolvendo
habilidades motoras, como cortar, andar, etc.
• Cognitivos: São aprendizados por meio da memória, ou seja, estão
relacionados às habilidades mentais.
• Emoções: Refere-se ao aprendizado que envolve emoções e
sentimentos. Os professores precisam criar um bom ambiente de
aprendizagem, pois quando há algum ruído no processo, é hora de um
psicopedagogo intervir, características e histórico familiar devem ser
analisados.
A psicopedagogia extrai grandes contribuições do estudo dos processos
de aprendizagem humana, desenvolvimento cognitivo e aspectos
psicossociais, pois para encontrar lacunas no programa de aprendizagem de
uma disciplina é preciso saber como é o desenvolvimento normal para
perceber diferenças e contas.

AS INTERVENÇÕES PSICOPEDAGOGICAS
Os psicopedagogos precisam entender as diferentes formas de
desenvolvimento humano para entender onde estão as lacunas e agir sobre
elas. Mesmo um psicopedagogo experiente não pode fazer um diagnóstico
apenas com base em sua experiência, pois todo mundo é um, ou seja, todo
mundo tem suas próprias características. Portanto, mesmo que o
psicopedagogo suspeite que a patologia é a patologia do sujeito, pode se
enganar ao considerar apenas a verdade criada pela história dos casos
anteriores, se o psicopedagogo possui deficiências que não sabe identificar
que o sujeito precisa estar no mesmo tratamento de esfregaço em que
funciona. Em suma, os psicopedagogos precisam conhecer o desenvolvimento
normal para saber o que é “diferente” e orientar sua atuação.

Entendendo o sujeito como ser social, o resgate


das fraturas e do prazer de aprender, na perspectiva da
Psicopedagogia Clínica, objetiva não só contribuir para a
solução dos problemas de aprendizagem, mas colaborar
para a construção de um sujeito pleno, crítico e mais
feliz. (ESCOTT, 2004, p.27).

O psicopedagogo precisa conhecer o programa que o sujeito utiliza para


aprender, ou seja, saber como funciona, por isso é preciso investigá-lo. Através
da percepção sensorial de sensações, o cérebro gera percepções que por sua
vez o ajudam a comparar, interpretar etc. A leitura do mundo externo pode
ocorrer por meio de dois mecanismos: percepção e sentimento. Os órgãos
sensoriais são os órgãos que captam os estímulos, e para isso é necessário
que o psicopedagogo assegure que a porta de entrada não tenha lacunas. O
cérebro tem uma relação diferente com os sentidos, e as informações de outras
“sensações” nem sempre se traduzem em conhecimento. Os mesmos
estímulos podem suscitar diferentes interpretações na pessoa que os recebe e,
portanto, na forma como os estímulos são recebidos, de modo que podemos
concluir que as sensações podem ser as mesmas, mas a percepção depende
de quem os recebe.
As atividades de ensino precisam ser estabelecidas especificamente
para o assunto objeto de pesquisa, mas deve-se ressaltar que cada atividade
tem sua particularidade. A paciência é essencial para os psicopedagogos, pois
muitas vezes o diagnóstico é demorado e o tratamento também, ou seja, os
resultados nem sempre chegam rápidos como a escola e/ou casa espera. A
avaliação do ensino nesta disciplina é realizada através de três áreas:
linguagem, leitura e matemática.
Em termos de linguagem, os psicopedagogos devem avaliar o
vocabulário dos sujeitos com base em parâmetros linguísticos como:
vocabulário intimamente relacionado à leitura, semântica para analisar o
significado das relações das palavras, fonologia responsável pela estrutura
sonora das palavras, reconhecimento sintático de regras usadas na
comunicação Linguística e pragmática da linguagem.
Na leitura, os logogramas são avaliados, analisando se um indivíduo é
capaz de ler imagens, reconhecer letras individuais etc. Se a letra identifica o
objeto é capaz de reconhecer letras. A parte ortográfica é sensível ao volume
de leitura, enquanto a parte fonológica analisa a capacidade do indivíduo de
combinar letras e sons simultaneamente. Ao analisar o tipo de leitura de um
sujeito, é importante verificar se o indivíduo consegue codificar (associar
grafemas a fonemas) e compreender (determinar se o indivíduo compreende o
que está sendo lido).
As avaliações psicopegagógicas não podem se limitar ao conteúdo
escolar, pois precisamos avaliar os objetos de várias maneiras, incluindo o que
eles aprenderam e como assimilaram. Para fazer uma avaliação, os
psicopedagogos precisam realizar testes diretos usando materiais instrucionais.
É importante que os psicopedagogos observem e compreendam a qualidade
do ensino dos professores da disciplina, pois o ensino utilizado interfere no
processo de aprendizagem, o que pode ser um dos principais motivos do não
aprendizado. Também é importante saber como o sujeito lidou com o material
escolar, ou seja, se foi cuidadoso.
O objetivo de uma avaliação psicopedagógica é investigar como o
sujeito aprende, a forma como é utilizado para processar o conhecimento, seja
ele qual for. Identificar o potencial do indivíduo e as formas que ele utiliza para
aprender, além de determinar qual é o melhor guia para acessar o assunto. A
partir dessas análises, os psicopedagogos poderão recomendar intervenções
para profissionais e famílias em ambientes escolares.
O psicopedagogo tende a ser um espelho do objeto que está sendo
tratado, por isso deve estar sempre vigilante para que não se torne um material
didático negativo, mas deve aproveitar essa oportunidade para influenciá-lo de
forma positiva para que ele tenha mais e mais pessoas. Tenha confiança no
profissional e se entregue mais nos momentos de terapia para alcançar o
sucesso mais rápido quando possível.
O processo de aprender não acontece em
linha reta, numa ascensão suave de aquisições
que vão se somando simplesmente umas às
outras; e sim apresenta um traçado acidentado,
definido como “dente de serra”, com picos de
alturas variadas, em que se soma, subtrai-se,
divide-se e multiplica-se. Em alguns momentos o
aprendiz resolve as situações com facilidades;
em outros, surge a dificuldade que mobiliza para
a solução. (BARBOSA, 2001, p. 32).

Todas essas práticas e intervenções o psicopedagogo utiliza nos seus


alunos com autismo e outras dificuldades. Especialmente no autismo o
psicopedagogo tem essas técnicas ao seu favor que o leva ao sucesso na
tentativa de levar ao aluno com autismo a terminar o seu processo de ensino
aprendizagem.
CONCLUSÃO

“Mas o que é realmente o autismo? Essa


pergunta não é tão simples de responder, pois não se
conseguiu uma definição e uma delimitação conseguiu
das terminologias sobre ele. A multiplicidade das
terminologias fenomenológicas e, respectivamente seus
sinônimos demonstram a complexibilidade do problema
e a diversidade dos princípios de esclarecimento
existentes até hoje.” (FACION, José Raimundo).

A psicopedagogia é pouco conhecida, mas é muito importante na


sociedade, principalmente na vida das pessoas com dificuldades de
aprendizagem. Os educadores psicológicos podem trabalhar em escolas,
clínicas e empresas. Na escola, avalia grupos e traça formas de promover a
aprendizagem, ou seja, realiza ações coletivas. Além disso, ajuda os
professores a desenvolver planos de aula que facilitem e possibilitem o
processo de ensino, ele conta com ferramentas que o ajudam a diagnosticar
temas que afetam seu aprendizado.
Os profissionais também trabalham com a família do sujeito autista para
obter seu histórico médico, que é levado em consideração no
diagnóstico/tratamento. O profissional muitas vezes precisa alinhar as
expectativas da família sobre o indivíduo com o que ele pode “entregar”. Na
empresa, tem o compromisso de contribuir para o desenvolvimento profissional
dentro da instituição.
Um profissional que atua em psicopedagogia precisa entender o
desenvolvimento humano normal, pois quando precisa avaliar uma pessoa,
pode descobrir onde estão as lacunas e agir. Como qualquer outra profissão,
ele sempre precisa aprender a se atualizar, pois a cada dia novas condições
são descobertas e novas ferramentas são introduzidas para ajudá-lo. O
psicopedagogo precisa achar a porta de entrada no sujeito, e então trabalhar a
partir dela, ao mesmo tempo em que busca a confiança do sujeito para que o
trabalho realizado alcance o sucesso desejado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão – Psicopedagogia e práticas educativas


na escola e na família. 3 ª edição - 2011. Editora: WAK

PORTO, Olívia. Bases da Psicopedagogia – Diagnóstico e Intervenção nos


problemas de aprendizagem. 5ª edição – 2011 . Editora: WAK

RODRIGUES, Janine Marta Coelho e SPENCER, Eric. A criança Autista – Um


estudo psicopedagogico. Editora: WAK. 2010.

SERRA, Dayse Carla Gênero. Teorias e práticas da psicopedagogia


institucional. IESDE - Curitiba 2009.

KANNER, Leo. Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo disponível em:


http://www.profala.com/artautismo11.htm. Acesso em: 05/10/2011.

KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: Uma visão geral disponível


em: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/7842/autismo-e-
sindrome-de-asperger- uma-visao-geral . Acesso em: 20/12/2011

MESIBOV, Gaby e SHEA, Victoria – Tradução: VATAVUK, Marialice. A Cultura


do Autismo: do Entendimento Teórico à Prática Educacional disponível em:
http://www.profala.com/artautismo5.htm. Acesso em: 15/11/2011.

PORTO, Dirce. Autismo Infantil: Características, possíveis tratamentos


disponível em: http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/autismo-
infantil-caracteristicas-possiveis- tratamentos-2857800.html Acesso em:
20/10/2001.

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