Psicologia Jurídica
Sobral: “A Psicologia e o Direito parecem
dois mundos condenados a entender-se”
COMPREENDENDO
O COMPORTAMENTO HUMANO:
Uma Visão Evolutiva
→ Povos antigos viam comportamentos
“estranhos” (doenças mentais) como algo
associado à mágica, castigos divinos,
possessões demoníacas
- Observaram que músicas calmas e
caminhadas poderiam acalmar
VISÃO HISTÓRICA:
1)Grego Hipócrates (Antes de Cristo):
= Contra superstições. Já entendia o
cérebro. Ligava quadros mentais a estados
infecciosos, hemorragias e partos.
2)Galeno:
= Via o cérebro no papel controlador de
doenças mentais. Psiquismo influenciando,
além da mente, pelo o físico
3)Idade Média:
= Compreendidos como bruxos, feiticeiros.
Doentes mentais eram mortos ou levados à
reclusão
= Retrocesso da ciência (Inquisição)
4)A partir do século XVI:
Restabelece o caráter científico. Tentativa
de começar agrupar indivíduos de
comportamentos parecidos, classificando
doenças mentais e possibilitando estudo e
tratamentos científicos
→ Doente Mental = Alguém com patologia
orgânica com efeitos psíquicos.
Visão + compreensiva (Inspiração das
máximas da Revolução Francesa)
Philippe Pinel → Quadro removendo
correntes de pacientes no Asilo de Paris
para mulheres insanas.
→ Traz ideia que
acidentes, mudanças, traumas
poderiam justificar o
comportamento dessas pessoas.
DUALIDADE (MENTE X CÉREBRO)
Uma Visão Compreensiva:
● CHARCOT:
* Estudo da Histeria
*Traz ideia de doenças com
caráter ideogênico (emoções guardadas.
Em relação à Histeria: traumas sexuais)
*Hipnose para cura. Nesse
momento conseguiriam falar sobre o
trauma e durante a transe realizar a cura
● FREUD:
*Aluno de Charcot
*Neuróticos sofriam com
memórias de eventos traumáticos
registrados na parte inconsciente de suas
mentes
*Cria Teoria (Conjunto de ideias
para explicar a mente humana) e Técnica
(Psicanálise, 1895 → Tentativa de acessar
o Inconsciente → Talking Cure → Ao falar,
até mesmo da vida atual, seria possível
acessar sentimentos guardados na porção
inconsciente → Associação livre e
interpretação de sonhos, permitindo
acesso ao inconsciente )
 *Atitude mais compreensiva do
doente. Fundamentos básicos das
psicoterapias
*Inconsciente: Principal conceito
de sua doutrina. Porção de difícil acesso,
em que muitas memórias ficam guardadas
e influenciam nossas ações. Se removidas
essas memórias = alívio de sintomas.
*Para Freud nosso comportamento
era influenciado por nossas vivências e
afetos e que muitas vezes ficavam ocultos
na porção inconsciente de nossa mente.
Nada era ao acaso.
NEUROCIÊNCIA: Visão biológica
= Reconhecimento de que a maior parte
do nosso comportamento é herdado
*Excentricidade, compaixão, extroversão,
irritabilidade: características que passam
de geração a geração.
*O bebê não é uma tábula rasa
*Herança Genética (Estudo dos Gêmeos :
Nosso cérebro é mais programados do que
imaginamos)
*Thomas Willis, século XVII: Descrevia o
comportamento e examinava o cérebro
após a morte. (Phineas Gage → Lobo
Frontal -impulsos- atingido e mudança de
comportamento percebida. Comprovação
científica na investigação do cérebro após a
morte)
*Descoberta do neurônio (célula nervosa)
*A partir de 1970: Técnicas de imagens do
cérebro não invasivas (Tomografia,
Ressonância magnéticas, PET, SPECT )
↓ a ela inerentes (Como à vida, nome, honra,
Medem atividade cerebral
NEUROPLASTICIDADE:
* Trauma altera a Neurobiologia →
Estresse contínuo causa danos cerebrais,
diminuindo ramificações dendríticas.
Inclusive, pode facilitar a morte de
neurônios (Morte Neuronal) em córtex pré
frontal = regula comportamentos e
impulsos.
Isso pode causar em crianças (época de
ápice de expansão de ramificações) o
aumento de sentimentos impulsivos e pré
disposições para psicoativos
* Durante o desenvolvimento do ser, o
cérebro e células se desenvolvem,
especialmente na infância
* Especialmente na infância, com nossas
conexões cerebrais ainda em formação, as
situações de estresse mantido podem levar
a atrofia e/ou morte neuronal e modificar
áreas que regulam nosso comportamento
e impulsos
VISÃO ATUAL: BIOPSICOSSOCIAL
- Herança genética (fatores inatos) tem que
interagir/agregar-se com o ambiente
(experiências) para estabelecer nossa
personalidade (Hereditário + Vivência)
(Inato + Experiência)
- PERSONALIDADE: Características,
fundadas numa construção dinâmica, que
marcam a forma de ser de uma pessoa,
individualizando-a das demais. Está em
contínua transformação. Juridicamente = A
aptidão para exercer direitos e contrair
obrigações.
-Não é um direito, mas sim, um
conceito sobre o qual se apoiam os direitos
imagem e integridade física)
- Art. 2: A personalidade civil da
pessoa começa do nascimento com vida;
mas a lei põe a salvo, desde a concepção,
os direitos do nascituro.
- Segundo Papalia, nem mesmo duas - Mãe = Primeira amostra de
crianças gêmeas criadas no mesmo lar têm, humanidade. Essa relação
exatamente, o mesmo ambiente determina o mundo o qual o bebê
vai entrar e o apoio que pode
- Nurture (relacionado com o ambiente,
esperar dos outros
com o que é determinado cultural ou
- Pai = Papel de mostrar à criança
contingencialmente. Algo nutrido ao longo
que existe um mundo cheio de
da vida em sociedade) X Nature (inato;
descobertas além da mãe
determinado biologicamente. Algo natural)
- A obrigação de criar os filhos não é
só dos pais, uma vez que se forma
cidadãos
O COMEÇO DA VIDA - Brincadeira é o maior veículo para
o aprendizado
( Anotações sobre TED e Filme - É fundamental que a criança se
recomendados em aula) sinta enraizada, pertencente a
vida, história e casa
TED:
Professora: “Vivemos uma longa
- “Se quisermos mudar alguma
trajetória, onde partimos de alguns que
coisa, devemos começar mudando
viam os comportamentos humanos como
nosso olhar em relação às
algo inexplicável, mágico, místico até
crianças”
chegarmos na visão científica onde
- Criança: Genética + Interações com
observamos inicialmente uma dicotomia
o meio
entre o biológico e o psicológico, cérebro e
- Desenvolve-se a partir das relações
mente. Por fim, hoje, esta relação já se faz
de amor
claramente, as vivências podendo alterar o
- Enquanto na forma de bebês,
biológico,ou seja, precisa existir uma
possuímos a maior capacidade de
interação entre a herança genética e o
aprendizagem da nossa vida. Bebês
ambiente para estabelecer nossa
estão longe de terem nascidos
personalidade, nosso comportamento.”
como tábulas rasas
- “Quando se presta atenção para o
começo da história, pode-se, então
mudar toda a história” FUNDAMENTOS
FILME: PSICANALÍTICOS
- Os bebês são as melhores Terapia: Não busca, necessariamente,
máquinas de aprender do universo felicidade, mas o encontro com suas
- Crianças com autoestima elevada verdades. Não para mudar a realidade,
estão dispostas a correr riscos, pois porém lidar melhor, podendo fazer
não têm medo de errar. Assim diferente
temos o dever de elevar
autoestimas para que o bebê se
Ideias que fundamentaram a
sinta bem e continue tentando até
ser bem sucedida Psicanálise:
- O aprendizado por meio de
associações começa quando nasce, ↪ Existência das Pulsões
porém há evidências que aprende -
inclusive- no útero
 = Impulsos instintivos que nos levam a
buscar satisfações biológicas com
motivações psíquicas
→ Fonte de excitação que estimula o
organismo a partir de necessidades vitais
interiores e o impele a executar a descarga
dessa excitação para um determinado alvo.
→ São as necessidades biológicas, com
representação psicológica, que necessitam
de imediata descarga
→ Pressões ou necessidades psíquicas e,
ao mesmo tempo, orgânicas (Na fronteira
entre mental e físico) que nos dirigem a
um certo fim
→ Toda pulsão tem uma fonte, uma
finalidade, uma pressão (quantidade de
energia que precisa ser empregada.
Depende da intensidade e da urgência) e
um objeto (as etapas necessárias para
satisfação)
→ Essas pulsões residem em nós em
conflito permanente e não resolvido
→ De forma inata, ao mesmo tempo, de
vida e de morte.
→ O predomínio de um deles determinaria
viver de maneira saudável ou não.
Instintos, impulsos instintivos, aquilo que
impulsiona
- De vida: Levariam ao crescimento,
satisfação positiva, criatividade.
Toda demanda interna nos leva a
buscar o prazer, a criar e a realizar
projetos. Fonte de energia: Libido
(desejo)
- De morte: Angústia com
tendência à autodestruição.
Demanda que nos conduz ao
isolamento, à estagnação, a atos
de destruição e morte. Fonte de
energia específica, porém Freud
não a nomeou
↪ Princípio da Compulsão à Repetição
→ Tendência do psiquismo humano em
repetir situações penosas e
traumatizantes anteriores.
→ Pessoas poderiam repetir situações
penosas e traumatizantes anteriores
→ Postulado a partir da pulsão de morte
→ Aparece nos transtorno de estresse
pós-traumático (Doença psíquica que
acomete pessoas que viveram traumas
terríveis.
- Exemplo: Neuroses de Guerra =
soldados que voltavam de guerras
que não conseguiam deixar as
experiência e imagens para trás)
→ Freud entendia que o comportamento
não era acidental.
- Exemplo: Filhos de pais com
dependência química que
terminam se casando com alguém
também com dependências,
repetindo, sem se dar conta, uma
experiência traumática anterior
↪ Inconsciente Dinâmico
= Ideias / Sentimentos / Pensamentos
encobertos, numa porção inconsciente e
que determinariam grande parte do nosso
comportamento
→ Muitos aspectos normais e patológicos
do comportamento e pensamento são
resultado do que inconscientemente
acontece na mente do indivíduo.
→ Conhecimento não tão racional
→ Semelhante ao iceberg
→ “O ser humano não tem controle nem
da própria casa”
→ Busca pelo acesso do inconsciente
↪ Determinismo Psíquico
= Nossas decisões são significativas, e não
acidentais
→ Ações e decisões podem ter, em parte,
influências inconscientes que o próprio
indivíduo pode ignorar e até negar
conscientemente
→ Nossos processos mentais ocorrem de
forma encadeada, ou seja, nenhum
pensamento, sentimento ou lembrança
acontece isoladamente ou, até mesmo, por
acaso
→ “O EGO não é patrão em sua própria
casa”. O inconsciente nos controla.
→ Nada acontece por acaso
→ Existem elos ocultos que ligam esses
eventos a outros que ocorreram antes
Modelos de Funcionamento do
Aparelho Psíquico:
↳ Teoria do Trauma
→ Partiu do princípio que a neurose
histérica provinha de traumas sexuais da
infância por sedução dos próprios pais
→ Conflito Psíquico resultante de um
trauma sexual realmente acontecido nos
primórdios da infância, sob forma de
algum abuso sexual praticado pelo genitor
e que estava reprimido no inconsciente.
Essas lembranças reprimidas retornavam
sob forma de sintomas.
→ Essas lembranças traumáticas seriam
colocadas na porção inconsciente:
repressão e que viria sob forma de ações
→ Cura: Lembrar o que estava esquecido e
verbalizar os fatos traumáticos e os
sentimentos contidos nessas lembranças
↳ Teoria Topográfica
→ Teoria do trauma insuficiente
- O que era lembrança e o que era
fantasia inconsciente que
provinham de seus desejos
proibidos e ocultos?
→ Relatos das pacientes não traduziam a
verdade de fato, estavam contaminados
pelas fantasias inconscientes que
provinham de seus desejos proibidos e
ocultos
- Freud, ao realizar a auto análise,
conclui: Amor pela mãe e ciúmes
do pai = Complexo de Édipo
(Traumático caso não bem
resolvido)
★ Divisão da Mente em 3 lugares
(“topos” em grego):
1)Consciente:
- Sentimentos e ideias na nossa
mente a todo momento
- Lida com informações as quais
estamos cientes
- Agrega
atenção às
informações
as quais
dirigimos de
maneira
intencional.
 - Ponta do iceberg
2)Pré-Consciente:
- Se fizeres um pequeno esforço, tu
lembras = Porção do inconsciente
que facilmente se torna Consciente
= Memórias acessíveis
- Está ligado ao inconsciente e à
realidade
- Semelhante a um arquivo
- Espécie de peneira/ barreira de
censura do que seleciona o que
pode ou não passar para o
consciente
- Parte do iceberg que está
imediatamente abaixo do nível da
água
3)Inconsciente:
- Reprimidos = Onde ocorrem
processos mentais que nunca
foram conscientes e que não
podem ser acessados pelo
inconsciente, ao menos em
situações excepcionais.
- Doído de acessar.
- Onde estão as informações
excluídas (lembranças traumáticas
por exemplo) do consciente, pois
foram reprimidas ou censuradas.
- Onde estão as Pulsões
- Acesso pelos sonhos (analisar os
sentimentos despertados), atos
falhos ou sintomas (paralisia de
cunho emocional)
- Em vez de só buscar lembranças,
busca fantasias que poderiam estar
guardadas no inconsciente
- Assim, se buscasse no
inconsciente, poderia-se aliviar
- ''Conteúdos mentais censurados
por serem inaceitáveis, sendo,
portanto , recalcados, e não
podendo emergir tão facilmente à
consciência"
- Fundo do iceberg
↳ Teoria Estrutural
→ Em “Além do princípio do prazer”,
elaborou a concepção de um aparelho
psíquico dinâmico = Estrutura em que
elementos têm funções
→ Como Freud entende a estrutura da
personalidade
Personalidade:
❖ São pacientes com conflitos
internos que, muitas vezes,
lidam com tais conflitos
realizando acordos psíquicos
para tentar aliviar a ansiedade
gerada por esses
❖ Nossa mente (psique) tem como
principal meta preservar um
certo nível de equilíbrio interno
que permita minimizar o
desprazer.
Essa atividade é resultado do
relacionamento dos elementos básicos
da psique:
1) ID
→ Inconsciente, instinto, caótico,
desorganizado, desejos contraditórios e
sem forma
→ Conjunto de reações mais primitivas da
personalidade humana, que compreende
os esforços para conseguir satisfação
biológica imediata, sem avaliar
consequências
→ Não se preocupa com lógica, valores ou
ética
→ Estrutura original da personalidade
→ Segue o Princípio do Prazer
→ Fonte energética das pulsões de vida e
de morte
→ Parte obscura, + primitiva e inacessível
de nossa personalidade
→ Conteúdo totalmente inconsciente
Exemplo: “Uma criança mimada que
desconsidera os limites da realidade,
procurando a auto satisfação de forma
egoísta e irracional a todo momento, sem
inibições e não tolerando frustrações"
2) EGO
→ O produto de tudo ( Concilia os esforços
e as demandas do id com as exigências da
realidade, interna ou externa)
→ Parcialmente inconsciente
→ Em maior contato com nossa realidade
externa, buscando equilíbrio e adaptações
dos instintos.
→ Influenciado pelas experiências
externas, mediador entre impulso, externo
e superego = Por ser lógico e racional,
cumpre com a função de lidar com a
realidade, diferentemente do ID (Faz o
meio de campo entre o mundo externo e o
interno)
→ Possui diversos mecanismos de defesa
→ Procura, ao mesmo tempo, atender e
aplacar as exigências do ID, preservando a
saúde, segurança e sanidade da psique
→ Busca o prazer respeitando as limitações
e oportunidades que são postas pela
realidade externa
→ Funciona segundo o Princípio da
Realidade, separando o desejo da fantasia
→ Energia utilizada pelo EGO e extraída do
ID
→ Desenvolve-se a partir do ID na medida
que o bebê vai tomando consciência de sua
própria identidade
→ Para Freud, uma estrutura fraca
3) SUPEREGO
→ Expressão da interiorização das
interdições e exigências da cultura e
moralidade
→ Função essencial, que é a de cuidado e
proteção, mostrando ao EGO o que é
moralmente inaceitável ou perigoso à
integridade da vida.
→ Regras sociais e familiares. Ideia de
quem queremos ser (Superego Tirânico)
→ Influenciador do ego
→ Parcialmente inconsciente
→ Surge a partir do EGO
→ Juiz (consciência moral) das ações e
pensamentos do EGO
→ Onde estão os códigos de conduta
aprendidos no convívio social, as inibições
e os ideias
→ “Ideal do Eu”: Expectativas de
performance
→ Proíbe/limita certos pensamentos ou
atitudes
→ Capacidade de auto avaliação, uma vez
que age independente das pressões do ID e
do EGO
→ O SUPEREGO de uma criança se
desenvolve conforme o SUPEREGO de
seus pais, ou seja, abriga julgamentos,
valores e tradições defendidos durante a
criação
→ Contém os ideais nobres pelos quais
lutamos
→ Gera orgulho e amor próprio por nossos
bons comportamentos, mas também gera
culpa ou inferioridade pelos desaprovados

→ Pode ter julgamentos severos em busca Desenvolvimento Psicológico

da perfeição
→ Pode também se desenvolver nos
sentido da compreensão e da flexibilidade
ao perdoar os outros ou a si mesmo
Antes do Nascimento
↪ Recém nascido é um velho de 9 meses
(diversas experiências)

● Os 3 em desequilíbrio = ↪ Quanto mais precoce maior o dano

desequilíbrio psíquico, gerando
ansiedade
Sobre o exemplo do slide:
Desestruturou-se de tal forma que
perdeu a noção de realidade.
Sentimento de culpa. Conflito entre
proibições do superego rígido e o desejo
sexual (Id). Ego lança mão de
mecanismos de defesa regressivos :
Negação
↪ O ambiente (intra-útero ou, até mesmo,
no imaginário dos pais sob forma de
expectativas) influencia juntamente com a
porção genética
↪ Ambiente intra-uterino é estável =
Momento de extrema simbiose com a mãe.
Portanto, é influenciado pelo físico e
emocional da mãe
↪ Com 4 / 5 meses já possui audição
apurada
↪ Prejuízos podem afetar o futuro
comportamento

Psicanálise ↪ Criança intra-útero reage aos

movimentos, som da voz e batimentos
⇨ Propósito: Fortalecer o EGO para que se cardíacos da mãe
torne mais independente do autoritarismo
do SUPEREGO, senhor de si, com
capacidade de percepção mais apurada e Influências Física Pré-Natais:
ampliada.
Peso da mãe, radiação, rubéola,
⇨ O sujeito é determinado pelo hipertensão, medicamentos, fumo, álcool,
inconsciente, que preside a quase drogas ilícitas…
totalidade de suas ações. A identidade
organiza-se em tomo do Complexo de
Édipo,e a personalidade se desenvolve
mediante as fases do desenvolvimento
oral, anal, genital e fálica.

⇨ Estranha? Sim, porque lida com a

natureza humana e com coisas que se dão
fora da claridade, que mantemos
escondidas de nós mesmos ↳ Síndrome Alcoólica Fetal

⇨ Cura pela fala → Esses cuidados já anunciam o cartão de

visita da relação mãe-bebê quando nascer

Influências Emocionais Pré-Natais:
“Por mecanismos inconscientes o filho já
tem o destino marcado pelos pais”
(No que se refere às expectativas)
↬ Não vem só dos nossos projetos de
infância. Depende de uma série de
questões
↬ Em parte vem da mãe: como foi cuidada,
como se relaciona com os pais, como é a
capacidade de maternagem, como é
relação com o pai da criança, como é o
temor ou satisfação de estar grávida, quais
foram as motivações para engravidar
- Deve-se deixar de ser filho para ser
pai
↬ Outros eventos emocionais podem
influenciar:
> Sentimentos hostis com o feto (parto
doloroso, fisicamente traumático)
> Perturbações no equilíbrio materno
- sintomas depressivos durante a gestação
ou após
> Expectativa dos pais em relação ao filho
> Dados de realidade: pai ausente, filho
não desejado, doença hereditária que traz
angústias familiares, tentativa de aborto,
adoção
Momento de Crise:
↣ De filha para mãe, de menina para
mulher (Transformações físicas + de
papéis)
↣ Desejo de ter um filho é sempre
ambivalente, inclusive em uma gestação
desejada e planejada → Angústias e
medos, mas o importante é o que persiste
e se mantém no pós parto
↣ Bebê imaginário (do projeto de família)
X Bebê real
↣ Relação mãe-feto prelúdio da relação
mãe-bebê após o nascimento que é básica
Papel do Pai
↦ Pais sentem sintomas físicos da
gravidez. Precisa reestruturar-se
- Síndrome de Couvade
↦ Por vezes se sente de lado. Precisa
tolerar o inevitável escanteio (Esposa
vivendo a preocupação materna primária
↦ Perde a condição de filho
↦ Papel de provedor
↦ Busca novas identificações com seu
próprio pai
↦ O desejo do filho é também masculino.
Ambições, ideias, continuidade,
confirmação da masculinidade
→ A discordância entre a expectativa
dos pais e as possibilidade das crianças é
um dos principais fatores de transtornos
emocionais das crianças
DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL
- INFÂNCIA (1 - 3 ANOS DE VIDA)
→ Característica de dependência
acentuada
→ Esse diálogo com a criança, que já
começou antes, vai desabrochando
→ Existe neste momento quase que uma
dupla (díade mãe-bebê) e esse
relacionamento estabelece a capacidade
de “confiança básica”, desenvolvendo
resiliência
Estudos observacionais de crianças
mostram:
↳ Importância das primeiras interações
entre filhos e progenitores no
desenvolvimento da personalidade
↳ René Spitz, em 1945, estudou crianças
em uma creche e um orfanato. Primeiros
estudos a documentar o papel da privação
materna na etiologia dos distúrbios da
infância. Queda no desenvolvimento, baixa
resistência, doença e mortalidade alta.
Experimentos de Harlow
→ Harlow observou em 1963 que, quando
os macacos bebês eram separados de suas
mães, passavam a maior parte do tempo
agarrados a um modelo de pano em vez do
modelo de fio metálico, de onde obtinham
o leite.
⇨ Busca o aconchego e nutrição emocional
muito mais que a nutrição biológica (leite)
→ Macacos tornavam-se medrosos e
quando tinham filhos não possuíam a
menor capacidade de maternagem, ou
seja, estava gravada a experiência do
cuidado inicial
Estudos de Michael Meaney
→ Associam comportamento materno com
efeitos duradouro sobre o comportamento
dos filhos
→ Ratos criados com mais cuidado
materno, tinham durante a fase adulta
maior tolerância ao estresse e maior
habilidade de explorar
→ Provando que o ambiente de mais
cuidado providência alterações no
organismo
Desenvolvimento e Crescimento:
Crescimento: Mensurável.
Exemplo: peso e altura
Desenvolvimento: Complexo e ocorre
durante todo o ciclo. Seria um
desenvolvimento epigenético, dividido
em fases que iriam se somar
↪ Teríamos certos Períodos Críticos ou
Sensíveis para desenvolver certa
habilidade
Períodos Críticos ou Sensíveis: Período
ideal para o desenvolvimento/aquisição
de certa função
↳ Se algumas funções não fossem
adquiridas em determinado momento, isso
nunca mais acontecerá, pelo menos não do
mesmo jeito
Períodos Críticos:
1 ano:
- Período para desenvolver o apego
= confiança.
- Relação íntima de amor do bebê
com seus pais ou cuidadores
- Voltado à habilidade de
estabelecer relações íntimas
 - Pai como parceiro protetor e
cooperativo com a mãe: realça a
capacidade dela se dedicar a
criança
- Estabelece a capacidade para
“confiança básica” a partir de uma
díade mãe-bebê
- Bebê visto como um ser complexo
que interage com adultos
Para Freud, Fase Oral = bebê obtinha
prazer de diversas formas, mas principal
era a boca (nutrir biológica e afetivamente)
= + sensível fonte de prazer na região da
boca. exemplo: adultos + dependentes,
exigentes por não terem desenvolvido essa
fase
- Nasce com temperamento
biologicamente herdado:
irritabilidade, intensidade da
atividade motora, atividade de
sucção e consolabilidade
→ A criança modela tanto quanto é
influenciada pelo cuidadores:
1) Influência do bebê sobre a mãe:
a) Contato olho no olho (30
dias, não ocorre no
autismo ou cegueira)
b) Sorriso social (2 meses, se
confortável, sorri)
c) Choro(chama para perto)
d) Sugar(se suga com
vontade desperta resposta
+)
e) Agarrar-se ao colo
f) Mãe sente-se
reconhecida, especial e
única.
2) Influência do bebê sobre o bebê:
a) PEGAR AO COLO: Criança
usa corpo da mãe para se
acalmar.
b) COMPORTAMENTO DA
MÃE: Satisfaz
necessidades, é atenta e
confiável (Holding).
c) OLHAR DA MÃE: Papel no
nosso próprio valor
(Wright, 1991). Olhar
indiferente=criança sente-
se desinteressante.Voz da
mãe.
d) MÃE CONSEGUE
EXPRESSAR O QUE SENTE.
3) Influência do pai sobre o bebê:
a) Evoluímos da total
dependência até a
autoconfiança emocional e
material do adulto.
b) “Inicialmente o bebê vive
num estado de fusão com
a mãe. Aos poucos, a mãe
(por melhor que possa ser)
vai introduzindo
frustrações que permitem
ao bebê perceber a
realidade. Permanece uma
ligação importante com a
mãe que exige uma
intromissão benéfica do
pai”(Outeiral).
c) O pai se oferece como
modelo para identificação,
é quem apresenta a
criança ao mundo.
2 anos:
- Desenvolve a identidade de gênero
(nascemos organicamente homens
ou mulheres, mas a definição
sexual se dá até até 3 anos de
idade)
- Ligada aos pais, tenta exercitar
autonomia e busca por controle
- Pais devem permitir autonomia
com limites do que é possível
- Caminha, fala, controla esfíncteres
(urina e depois fezes. Fase Anal
para Freud)
- Fase do não, da rebeldia. Pais que
sobrevivem aos ataques ajudam
criança a organizar os estímulos
 - Período crítico para identidade de
gênero: menino e menina tem que
se conscientizar que pertencem a
um sexo
- Percepção corporal, demandas
familiares e sociais (roupas, cortes
de cabelo, atividades, grupos de
amigos…)
- Pais modelos para identificação
3 anos:
→ Desenvolve o senso de individualidade
e autocontrole
→ Período crítico: limites
→ Pais excessivamente autoritários =
criança tenta de forma desorganizada e
rebelde firmar suas vontades
→ Porém, a falta de limites gera
dificuldade de adaptação social
→ Influenciam nos limites: ausência dos
pais, características dos filhos, momento
de vida dos pais
OBS: Figuras de apego: pais, avós,
cuidadores
LIVRO: “O Ciclo da Vida Humana”
→ Durante muito tempo, sustentou-se a
ideia de que o bebê fosse passivo,
desorganizado e que agisse essencialmente
por reflexos
→ HOJE, é visto como um ser complexo e
previsível que interage com os adultos que
o cercam. Ele os modela quase tanto
quanto é influenciado por eles
→ Se a mãe puder se entregar ao seu filho,
compreendendo suas necessidades físicas
e afetivas, desenvolve-se uma maternidade
feliz
→ Já o pai, no quarto mês de vida, é uma
figura essencial para a separação mãe-
bebê, além de ser uma fonte de
identificação masculina
→ Maternidades e paternidades boas
fazem com que a criança supere
dificuldades inerentes ao desenvolvimento,
influenciando sua capacidade de regular
emoções e o cérebro
→ Durante os 3 primeiros anos de vida,
ocorre um aumento muito rápido na
produção de sinapses, permanecendo
inalterado no decorrer da primeira década
de vida
→ O cérebro infantil desenvolve o dobro
das sinapses que vai precisar no futuro.
Portanto, o desenvolvimento cerebral é um
processo de poda
→ Assim, a experiência inicial é muito
importante
→ O Desenvolvimento e o aprendizado se
dá a partir da interação da herança
genética e da criação (cuidado, nutrição,
ensinamentos…)
→ Para Neuroplasticidade Cerebral: o
cérebro tem capacidade de moldar-se de
maneiras diferentes, em resposta à
experiência, sobretudo da primeira década,
mudando e recuperando funções perdidas
→ Experiências precoces de trauma ou
abuso podem interferir no
desenvolvimento, provocando ansiedade,
depressão ou incapacidade de estabelecer
relações saudáveis com os outros
→ Anos iniciais são caracterizados por
oportunidade e armadilhas que ajudam a
formar a arquitetura cerebral, afetando a
forma como o cérebro se desenvolve
→ Os recém-nascidos apresentam
peculiaridades individuais em várias
características de seu comportamento.
Essas diferenças comportamentais são
agrupadas sob o conceito de
temperamento.
→ O temperamento parece ser algo
biologicamente determinado e é bastante
estável durante anos pré-escolares
Winnicott considera o desenvolvimento
um caminho que vai da ilusão à desilusão,
de um ilusão de onipotência que uma mãe
“suficientemente boa” permite que seu
bebê viva em plenitude, adaptando-se às
suas necessidades, mas levando-o de
forma progressiva à descoberta do objeto
materno e de sua dependência dele
→ O desenvolvimento não ocorre de modo
linear, mas sob forma de degraus de
organizadores psíquicos (Spitz, 1965), ou
seja, sinais indicadores de organização
interna
A criança de 1 a 3 anos
Ela é ousada e se aventura, mas ainda
permanece o bebê que gosta de dar e
receber afeição
→ O segundo e o terceiro anos de vida são
caracterizados pela aceleração do
desenvolvimento motos e intelectual
→ Fase Crítica para o estabelecimento da
confiança básica no “eu” e de um senso de
iniciativa
→ No processo de estabelecer fronteiras
entre ela própria e sua mãe, o que
desencadeia reações de ansiedade devido
à “vulnerabilidade” de se perceber
separada dos pais
→ A ousadia da criança depende de terem
o abrigo dos pais por perto
Para Erikson e Erikson, o período da
locomoção é o estágio autonomia X
vergonha e medo
→ Durante o segundo e o terceiro ano a
criança adquire autonomia
- Esse período também
corresponde, segundo a Teoria
Psicanalítica, à Fase Anal, em que o
investimento da libido passa da
zonaral oral para a anal
- Conflitos sobre reter ou ceder e
autocontrole podem ser até uma
luta com os pais
- Desenvolvimentos
neuropsicomotor, cognitivo e
linguístico e no emocional e social
→ A capacidade de caminhar revoluciona o
conceito que tem si
Piaget e Inhelder afirmam que a linguagem
leva à socialização das ações: conduz à
passagem do pensamento individual para o
vasto pensamento coletivo
→ Por volta dos 2 anos, desenvolve um
senso de identidade de gênero, embora a
identidade sexual não seja adquirida até a
adolescência. Com isso, identificam-se com
o pai do mesmo sexo
- Adquire também a individualidade
e a autonomia. Toma consciência
de suas qualidades, estados e
capacidades
- Incorpora no discurso “eu”, “meu”
e usa o própria nome para se
referir a si mesma
- A autoconsciência é acompanhada
por uma melhora na capacidade de
apreciar as percepções e os
sentimentos dos outros
→ À medida que capacidades linguísticas e
cognitivas melhoram e permitem se
comunicar com outros que não são só
familiares e compreender as garantias
parentais, bem como reter
relacionamentos com pais ausentes, tanto
sua ansiedade de separação como
insistência de suas exigências diminuem
→ O ganho mais importante dessa idade é
conciliar o impulso de ser competente e
auto suficiente com a intensa necessidade
de ser querida e protegida por seus pais
 → Segundo a Teoria Vincular, a criança só
poderá ser autônoma e competente se
puder confiar num adulto que a faça se
sentir segura e protegida
Para Mahler, a criança atinge
paulatinamente a fase da “Constância do
Objeto”, na qual é capaz de manter a
representação mental da mãe, por
exemplo, mesmo estando longe dela
→ O termo individuação refere-se às
tentativas do bebê de formar uma
identidade própria única para assumir suas
características individuais
→ Individualização acarreta o
desenvolvimento de uma representação
interior da mãe, uma noção do tempo,
uma capacidade de testar a realidade
Conforme Winnicott, ao final do primeiro
ano, a criança adquiriu um objeto
transicional (pedaço de pano, travesseiro,
cobertor…), ao qual recorrem quando
precisam de consolo, como na hora de
dormir ou em momentos de separação
→ A firmeza dos pais dá à criança a
segurança de que os adultos que ela ama
sabem o que estão fazendo e de que poder
confiar que farão o correto
→ A saúde mental dos pequenos é definida
por um desenvolvimento social e
emocional saudável das capacidade de
regular as emoções, formar relações
íntimas e seguras e de aprender
DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL
- INFÂNCIA (3 - 12 ANOS DE
VIDA)
CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR
3-6 anos: INDIVIDUAÇÃO
→ Não é mais tão dependente. Adquiriu
habilidade da linguagem e tarefas de
socialização
- (controle esfincteriano,vestir-se e
alimentar-se sozinha)
→ Aos 3, já adquiriu a capacidade de
Constância Objetal = afasta-se da mãe e
consegue manter sua figura
→ No final desse período, deve estar
pronta para ingressar na escola
→ Passos para autonomia. Mães tem que
estar ali para serem deixadas. Crianças
devem saber que tem para onde voltar
→ Pai é uma ponte para a realidade
externa, tira o bebê da relação
Teorias Sexuais da Infância
>> Com o amadurecimento, percebem as
diferenças sexuais, gravidez (ao ganhar
irmãos. Visão fantasiosa) e morte
>> Elaboram teorias, mas ainda dentro de
seu pensamento mágico: Gravidez → o
bebê é engolido, nasce pelo ânus ou pelo
umbigo
>> Relação dos pais vista como agressão
(co-leito: dormir no quarto dos pais.
Prejudicial para sexualidade posterior)
Fase Edípica ou Fálica ( 3-6 anos)
Menina → Chamar atenção do pai
Menino → Chamar atenção da mãe
→ Apaixonamento e disputa com o pai do
sexo oposto. Ciúmes da relação do casal
>>> Resolução:
Menino renuncia o amor da mãe e
identifica-se com o pai
→ Ambos sentem-se ameaçados e
culpados

→ Estágio da iniciativa X culpa (Erikson)
- Preocupação de manter a
aprovação dos pais
* A consciência que os pais formam um
casal traz a dor pela exclusão e a aceitação
rancorosa (benéfica) dos seus limites e da
barreira do incesto
Estrutura o Psiquismo
“Pensar é concretizar” → O que pensa
acredita que acontece = Torna essa fase
ameaçadora
Nessa fase gostam de dormir com os pais,
sentar no meio deles ou separar um abraço
EGOCENTRISMO: Estabelece conexões
causais envolvendo sua pessoa. Pode
culpar-se por conflitos familiares
Complexo Fraterno
→ Chegada de irmãos (primeiramente um
perigo)
→ Nova situação afetiva triangular
→ Lidar com rivalidade, ciúme e inveja traz
sofrimento, mas permitirá uma
flexibilidade emocional.
→ Oferecem uma arena para praticar
habilidades, segredos compartilhados e
canal para imitação de modelos
→ Não ter irmãos deixa a criança solitária e
dependente dos caprichos dos pais
→ O favoritismo dos pais envenena o
relacionamento dos irmãos
Resolução do Conflito Edípico
“A RESOLUÇÃO DO CONFLITO EDÍPICO
PERMITE A INTERNALIZAÇÃO DA
AUTORIDADE PATERNA (dos pais),
FAZENDO NASCER A CONSCIÊNCIA, O
SENTIDO DE RESPONSABILIDADE E A CULPA
= SUPEREGO”.
↳ Caminho para socialização
IDADE ESCOLAR/LATÊNCIA
6-12 anos: APRENDIZAGEM
⇒ Momento em que está pronta para
aprender. Capacidade de abstrair e
imaginar, antes eram mais concretos
→ Diferencia fantasia de realidade
↪ Redução da sexualidade observável,
conflitos edípicos menos intensos, que
retorna na fase da adolescência. Energia
canalizada para aprendizagem
Como o Superego é agora parte da
criança, ela diferencia os maus
pensamentos das más ações, pode
controlar melhor seus impulsos. Pode
aceitar figuras de autoridade. Essa nova
organização as tornas calmas e educáveis
→ Estende relacionamentos para além da
casa = Socialização
>>> Processo crescente de separação e
autonomia
A autoestima deriva agora das realizações
(na escola, nos esportes, sociais e de
independência)
Jogos revelam a intenção de domínio de
seu corpo
Tarefa desenvolvimental é a competência
→ Sensação de produtividade X
inferioridade (Erikson)
A estruturação das noções de regras,
valores sociais e conceitos morais é
colocada a prova nas situações
cotidianas de desafio, competição e
aprovação, tanto por parte dos adultos
quanto das outras crianças, modelando-
se a índole e contribuindo decisivamente
na formação do caráter
Resolução da Fase da Latência
• Desenvolvimento de uma relação com o
mundo externo.
• Motivação para a eficiência e
competência.
• Desenvolvimento de valores afetivos,
morais e sociais que levam a
civilização(humanização)
Bullying
= Uso de força física, ameaça ou coerção
para abusar, intimidar ou dominar
agressivamente outras pessoas de forma
frequente e habitual.
● (Não exclusivo da fase escolar,
pode ocorrer na pré-escolar)
1) Agressão física direta: agressões com
tapas, empurrões, pontapés, cuspes,
roubos, estragos de objetos e a submissão
do outro a atividades servis.
2) Agressão verbal direta: xingamentos,
provocações, ameaças, apelidos maldosos,
comentários racistas, ofensivos ou
humilhantes.
3) Agressão indireta: pelo isolamento e
exclusão social dentro do grupo de
convivência, dificultando as relações da
vítima com os pares.
→ Para ser considerada bullying, a
agressão deve ocorrer entre pares e que,
apesar do fenômeno ser caracterizado
como uma agressão, nem toda a agressão
é classificada como bullying.
→ Agressão física ou moral deve
apresentar quatro características: intenção
do autor em ferir o alvo; repetição da
agressão; presença de público espectador;
e concordância do alvo com relação à
ofensa
Puberdade e Adolescência
PUBERDADE
Puber = adulto
→ Conjunto de mudanças corporais
causadas por hormônios e intimamente
ligada ao crescimento físico
→ Dura em média 3 a 5 anos
“Estirão Puberal ou Surto de Crescimento”
-Aumento da massa muscular,
redistribuição das gorduras, início da
atividade dos órgãos de reprodução e
surgimento dos caracteres sexuais
secundários como mamas e pelos.
Meninas
◼ Surto de crescimento inicia entre 10 e 11
anos.
◼ Aspecto de “moças” antes dos meninos
o que dificulta a aproximação de ambos os
sexos.
◼ Menarca (primeira menstruação)
momento crítico: sinal de normalidade,
perplexas com possibilidade de reproduzir,
possibilidade de proximidade com a mãe.
◼ Aceitação das mudanças físicas e da
menstruação depende da estrutura prévia
Meninos
◼ Surto de crescimento inicia entre 12 e 13
anos.
◼ Gonadarca (primeira manifestação) =
crescimento dos testículos.
◼ Em seguida, o crescimento dos pelos
pubianos e depois do pênis.
◼ A idade da espermarca é variável.
◼ Testosterona traz mudança de voz,
estimula glândulas sudoríparas,
crescimento dos pêlos agora axilares,
barba.Acne é um aspecto característico.
* Modificações físicas que trarão
mudanças psíquicas
LUTOS DA PUBERDADE:
“O luto pela perda do corpo infantil inclui
o abandono desse corpo, pois os caracteres
sexuais secundários se impõem, assim
como o novo papel a ser assumido frente
ao sexo oposto e a procriação”
→ Sentimento de estranheza
→ Mudanças rápidas do corpo X psíquicas
mais lentas
→ Luto pelos pais da infância (Relação de
dependência)
- Antes mais protetores e vistos heróis.
Agora há uma desidealização dos pais.
Relação de igual para igual, aceitação de
qualidade e defeitos (mais tarde na
adolescência)
ADOLESCÊNCIA
Adolescere = Crescer
⇨ Desenvolvimento humano com duração
variável. 10-20 anos (OMS). 12-18 (ECA)
⇨ Período de transição, rupturas e crises
= Incrementos de ansiedade
⇨ Processos psicológicos mobilizados para
negociar a mudança das características da
infância para a vida adulta
⇨ Amadurecimento significativo do
cérebro
→ Crença que sabem tudo/fazer em
excesso esconde a insegurança
(Aristóteles).
* Atitude de autossuficiência e
grandiosidade
→ Início fortemente influenciado pelas
manifestações da puberdade
→ Necessitam adquirir uma identidade
própria e para isso passam a contestar o
mundo dos adultos e das regres
Sofre influência da sociedade: duração
mais prolongada nos dias de hoje. Não
aplicado aos mais pobres (mudo do
trabalho, gravidez)
SUBFASE DA ADOLESCÊNCIA:
1) Adolescência Inicial:
- 10-13 (OMS)
- Quebra da onisciência dos pais.
Se meus pais não sabem tudo, quem sabe?
- Recolhimento ao mundo interno
(Devaneios, isolam-se no quartos, diários)
Sentimentos confusionais e depressivos
- Relações de curta duração (mais
preocupado consigo mesmo - ápice do
narcisismo). Experimentos de
autoafirmação e descoberta
2) Adolescência Média:
- 14-16
- Para enfrentar a solidão decorrente da
autonomia crescente e fortalecer sua frágil
identidade = amor e idealização por si
próprio (narcisismo)
- Tentativa de lidar com inseguranças -
álcool e drogas
3) Adolescência Tardia:
- 16-19
- Mais parecidos com os adultos em
compromissos com o trabalho, com outros
(relações duradouras) e na sua integração
interna
Conclui trajetória do narcisismo (amor a si)
ao amor objetal (capacidade de amar o
outro)
ADOLESCÊNCIA DO MENINO:
- Aproximação de figuras masculinas
idealizadas (exemplo: ídolos do esporte)
fortalecem o sentimento de ser masculino
- Quando são superadas as proibições
infantis quanto a masturbação, à
exploração do corpo e aos jogos sexuais e
também quando mais seguros da
identidade masculina é que se inicia a
aproximação ao sexo oposto.
- Lista de ficantes tem objetivo de reforço
da autoestima e do sentimento de
masculinidade
- Reativação das fantasias edípicas faz que
as primeiras escolhas sejam de pessoas
muito semelhantes ou muito diferentes
dos pais
ADOLESCÊNCIA DO MENINA:
- Voltam-se antes e, de modo mais
decisivo, para heterossexualidade
- Comum a atração por rapazes mais
velhos.
- Primeiras relações servem para reafirmar
a feminilidade e muito próximas de seus
objetos originais.
- Evolução do “FICAR”(auto-afirmação e
conhecimento corporal) para
“NAMORO”(sentimento de ternura e posse
sobre o outro).
- Ao final da adolescência, a pessoa amada,
embora ainda se relacione de alguma
forma aos pais na fantasia inconsciente, já
esteja bem distanciada desses e seja
amada também por suas próprias
qualidades e características.
FAMÍLIA:
> Retorno para reabastecimento
(MAHLER) para ver que não houve perda e
uma ruptura real com os pais, que ainda os
têm, embora de uma nova forma
> Pais precisam ter a flexibilidade de
aceitar esse retorno após desprezados.
Precisam lidar com o florescimento da
sexualidade dos filhos, em geral, quando
estão na crise da meia idade
INSEGURANÇA DA ADOLESCÊNCIA:
- Perdeu a graça infantil que parecia
garantir o amor incondicional dos adultos
>> Não é nem criança amada, nem adulto
reconhecido! (conflito)
- Adultos se contradizem: querem que
sejam autônomos e lhe recusam essa
autonomia
- Época de fragilidade de autoestima,
depressão e tentativas de suicídio = Na
busca de reconhecimento podem se
engajar em caminhos tortuosos
PROBLEMAS DA ADOLESCÊNCIA:
- Álcool, drogas, tabaco
- Propensão a acidentes
- Depressão
-Gravidez
CONCLUSÃO DA ADOLESCÊNCIA:
- Consolidação da identidade
- Independização da família (afetivo e
econômico)
- Exercício maduro da sexualidade genital e
da afetividade
- Autodeterminação
- Responsabilidade
ADOLESCENTE e o GRUPO
>>> Recusado pela comunidade dos
adultos, se afasta deles e cria
microssociedades: desde o grupo de
amigos até a gangue.
> Comunidades de estilo
- Exige apenas uma imagem em
comum. Ex: dark, punk,rave
> Grupos onde a senha é uma tatuagem ou
um segredo de responsabilidade coletiva
(roubo, estupro ou assassinato)
> Grupo adolescente é transgressor
(policiais sabem que a partir de 3 eles se
tornam mais perigosos). Culpa
compartilhada.
ATOS DELINQUENTES NA ADOLESCÊNCIA
“ É considerado universal cometer algum
tipo de transgressão dos 12 aos 16 anos,
mentiras, furtos em supermercados, pular
catraca em transportes públicos,
pichações, mesmo para os jovens “mais
comportados”
→ Necessidade de autoafirmação
→ Tenta se impor pela força ou até pela
violência. Buscar reconhecimento no
mundo dos adultos
Cometem crimes em grupos (vários deles
podem ser inculpados e condenados)
→ Tolerar não é uma opção e a repressão
punitiva pode aumentar a dose de rebeldia
- Adolescência não é reduto causal da
criminalidade
>> Como diferenciar o que é normal da
adolescência dos transtornos psiquiátricos?
TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS
- Mentir e matar aula observados no
desenvolvimento normal”
- Diferenciar se são atos isolados e
esporádicos ou desvio esperado na idade
→ Comportamento anti social persistente
faz parte de alguns diagnósticos
psiquiátricos: Transtorno desafiador
opositivo e transtorno de conduta na
infância e adolescência
→ Transtorno de Personalidade Anti Social:
18 anos ou +
DELINQUÊNCIA JUVENIL
- Lar é onde a criança observa/ modela
comportamentos que levam à delinquência
Desenvolvimento saudável da autonomia e
iniciativa permitirão a escolha de seus
novos companheiros e líderes (Erikson)
Definição legal: jovem até 17 anos
julgado e culpado por ofensa que seria
classificada como “crime” se cometida
por um adulto.
>> 90% delitos contra propriedade: roubar
carros, invadir casas e vandalismo
destrutivo. 10% violência pessoal, infrações
com drogas e ofensas sexuais.
- Pico violação da lei: Final adolescência -
25% vai reincidir. 3/4 dos com mais de 3
condenações repetirão delitos em adultos.
VIOLÊNCIA JUVENIL: FATORES DE RISCO
INDIVIDUAIS:
- Sexo masculino 3:1 Sexo feminino.
- Meninos mais sujeitos a síndromes com
hiperatividade(impulsividade) e mais
provável serem aceitos e elogiados ao
exibirem agressão.
- Baixo nível socioeconômico.
- Inteligência: menor QI maior
delinquência. Fracasso educacional, baixa
autoestima e frustração.
RELACIONADOS À FAMÍLIA:
- Histórico de criminalidade de pais e
irmãos.
- Práticas parentais de vínculo fraco,
disciplina rígida e pouca supervisão.
GRUPO:
- Associação com companheiros
delinquentes ou antissociais.
DELINQUÊNCIA JUVENIL
Pequena influência Genética/Efeitos
Ambientais mais importantes:
> Falta de supervisão
> Lares desestruturados
> Tom emocional de hostilidade e
desarmonia
> Ausência de regras.
> Baixo monitoramento do
comportamento e sentimentos da criança.
> Punição inconsistente
> Elogio é irregular
> Conflito = Tensão e brigas contínuas.
ADOLESCÊNCIA E USO DE DROGAS
> Geralmente os primeiros contatos com
álcool e drogas ocorrem na adolescência e
cada vez mais precoce.
> Alguns evoluirão do uso experimental
para padrões mais graves de abuso e
dependência e na adolescência envolve o
uso de múltiplas drogas.
> Uso precoce de álcool e drogas pode
afastar do desenvolvimento normal.
> Abuso de álcool e drogas associado a 50%
dos suicídios entre jovens. Álcool associado
a 90% acidentes automobilísticos dos 16-20 > Aparência de tranquilidade: entre o
anos. tumulto da adolescência e a importante
crise da meia idade
> Na busca de identidade própria, de sua
imagem e papel social fazem escolhas. > Na etapa inicial, as escolhas são
experimentais (amorosas e profissionais) =
> Quanto maior a aceitação de uma nova
“falsos começos”
atividade no grupo em que vivem, mais
fácil a experimentação > Momento de poucos atritos com os pais,
Busca independência emocional e
> Curiosidade, sensação diferente, algo que
socioeconômica da desidealização da fase
possa ser valorizado pelo grupo.
anterior
> O adolescente tem muitas ideias e
> Risco de permanecerem dependentes (ao
energia para colocá-las em prática, porém
sair não terá mesmo padrão de vida)
sua capacidade de pesar riscos, pensar nas
consequências é imatura especialmente se
influenciado por aspectos emocionais e o
VIDA ADULTA:
desejo de prazer imediato.

> Vulneráveis caso tenha acesso fácil e
ambiente que aceite.
> Argumento de cuidados com a saúde
pode ter efeito inverso.
> Ele pode não querer receber um cuidado
especial, sentir-se infantilizado. Pior ainda,
é sentir o descaso dos pais.
> Tentação de desafiar riscos. Drogas
proibidas são mais tentadoras.
>Como toda conduta transgressora é uma
forma de forçar o reconhecimento adulto.
- Assumir seu lugar na sociedade
- Papéis: Profissional, conjugal e parental
- Deixar a casa dos pais = processo de
emancipação psicológica
- Possuidores de um apego seguro
terão maior facilidade nessa transição
- Tendência: transferir seu apego
dos pais a um ou mais companheiros
- Intimidade X Isolamento
>>> Ou estabelece uma relação de
intimidade separada dos pais, ou se isola

Para Erikson, intimidade: “Capacidade de

fundir sua identidade com a de outra
pessoa, sem recear perder algo de você.”
O ADULTO
JOVEM
PROFISSÃO:
> 20-40 anos
-- Escolhida ainda na adolescência e tantas
> Auge do potencial biológico. Riscos à
vezes inscrita no mundo interno a partir
integridade física são invisíveis.
dos cenários da infância
> Momento de sonhos, expectativas do
futura, quando tudo parece possível
DESEMPREGO:
> Um dia se alcançará a estabilidade e as
certezas da vida
-- Adaptação ao trabalho permite um
aumento da autoestima e a inserção no
mundo adulto
- Desemprego relacionado à alcoolismo,
homicídio, violência familiar, suicídio,
conflitos conjugais e doenças mentais
CASAMENTO:
* Maioria casou até 30 anos e se divorciou
em 10. Boa parte dos divorciados casa-se
novamente
* Unidade conjugal propicia intimidade
prolongada e gratifica necessidade
interpessoais
* Impõe sacrifícios e compromisso
* Quem chega mal à vida adulta =
Isolamento
* Escolha conjugal = beleza, inteligência,
temor à solidão, pressão externa
- Elemento mais forte na seleção =
Similaridade (Acasalamento por
ajuste)
- Tende-se a recriar o padrão que
trazemos em nosso modelo interno
de apego
→ Características de um casamento de
sucesso:
“Cada parceiro traz a relação habilidades,
recursos e traços que afetam o sistema de
parceria que surge”
● Após 20 e antes dos 30
● Não coabitaram antes do
casamento
● Pais apresentaram pouca
probabilidade de terem se
divorciado
● Mais religiosos
● Gostam-se e se consideram amigos
● Concordam quanto aos papéis
Bons em ler sinais recíprocos / boa
capacidade de comunicação
SEPARAÇÃO:
> Maior dificuldade do ser humano é lidar
com a separação e a perda
> Difícil aceitar transitoriedade da vida é
tudo que a cerca
> Divórcio = Muitas perdas ao mesmo
tempo
> O que toma a iniciativa é mal visto =
ameaça para outros casamentos inseguros
> Culpa
- Promessa eterna do sonho. Em
relação aos filhos.
> Dúvidas em relação aos filhos
→ Tipos de Separação:
1) Psíquico: reação de luto pela morte
do relacionamento. Força a sair de
uma relação de dependência.
Recuperação estimada em 2 anos.
2) Legal
3) Econômico
4) Comunitário: rede social do casal
divorciado modifica
5) Co-parental: ser pai ou mãe
solteiro
→ Efeitos na vida emocional dos filhos:
> Dificuldade para dormir, saudade do pai
ausente, agressividade com irmãos(até 5
anos)
> Quadro típico de luto, preocupação e
desejo pelo genitor que partiu, declínio do
rendimento escolar (5-8 anos)
> Diminuição rendimento escolar e
relacionamento com colegas, , raiva,
ansiedade, solidão, humilhação, assumir
papel assistencial em relação ao pai mais
dependente (8-12 anos)
> Adolescentes: depressão, transtornos de
conduta, eventual ideação suicida,
sentimentos de raiva, preocupação de
fracassar como os pais em relacionamentos
amorosos.
> Amostra de casais com sérios problemas
psicológicos e de conduta antes, durante e
após a separação
→ Filhos e Separação:
--- Dificuldades se devem mais ao conflito
parental que a separação
- Desajustes maiores nas crianças que
presenciaram brigas → Situação caótica
que rouba o prazer infantil de viver
- Forma de ataque ao ex-cônjuge é sabotar
o convívio com os filhos ou depreciá-los
como pai ou mãe → crianças
desvalorizadas
- Mais do que explicar porque o casamento
não deu certo, é explicar que eles não têm
nenhuma responsabilidade por isso
- Notícia dada firmemente pelo casal evita
fantasias de reconciliação
- Conflito de Lealdade = Criança levada a
tomar o partido de um dos pais. Pode levar
à Síndrome de Alienação Parental (um dos
pais de uma criança a treina para romper
laços afetivos com o outro genitor)
Outros problemas na Separação:
> Parentificação: crianças assumem tarefas
dos adultos na família.Filhos confidentes e
cuidando dos irmãos.
> Triangulação: O filho ou a filha forma um
casal com um dos pais.
> A criança participa da nova organização
familiar.Decidir onde mora,mas ter 2 casas.
> Visitas do pai que mora fora:
regularidade.
> Novos relacionamentos mantidos
separados dos filhos por um tempo.
→ Paternidade e Maternidade:
→→ Segundo papel adquirido no início da
vida adulta
- 9 em cada 10 serão pais
> Senso de propósito
- Responsabilidades definitivas
- Custos econômicos e emocionais
- Abrir mão do papel de filho e filha
- Gratificação de reviver com os filhos cada
etapa de seu desenvolvimento
- Tendem a repetir os conflitos com seus
pais (vivências ficam marcadas. Também é
uma oportunidade de se refletir.)
Por que as pessoas têm filhos?
Causa biológica = Conservar a espécie
- Forma de aceitar a transitoriedade
da vida = continuar vivo através
dos filhos
* Satisfação de capacidade
* Atingir a posição idealizada dos pais
* Aliviar a dor da perda dos pais
* Poder reparar relacionamento com seus
próprios pais
* Projetam nos filhos sua autorrealização
(Perigo se for uma exigência. Compartilhar,
mas não exigir.)
INFERTILIDADE
= Incapacidade para conseguir a gravidez
ou parto de um bebê vivo após um ano de
relações sexuais regulares
>> Continua sendo vista como defeito
vergonhoso e estigma social
→ Rouba do casal o senso que são
participantes da vida. Podem sentir-se
frustrados, incapacitados e até punidos
> confusão de sentimentos
→ 80% dos casais que buscam adoção são
inférteis
ADOÇÃO
→ Instituição com séculos de existência
>>> Mudança jurídica e de conceito:
1) Obtenção de um filho através da lei
(suprir necessidades dos casais
inférteis)
2) Adoção com reais vantagens para
criança
3) Criação jurídica de um laço de
filiação entre duas pessoas
ADOÇÃO-CURIOSIDADES HISTÓRICAS:
• O ato de expor os filhos no Brasil foi
introduzido pelos brancos europeus, pois
o índio não abandonava os próprios filhos.
• Períodos colonial e imperial, crianças
legítimas e ilegítimas eram abandonadas
em diversos locais urbanos, na tentativas
dos pais de se livrarem do filho indesejado,
não amado ou ilegítimo.
• Por séculos o nascimento de filho
ilegítimo era ostensivamente reprovado
• Abortos, infanticídios ou nascimento
clandestino com abandono.
• Foi criado “Roda dos Expostos” (até
1950). Abandono anônimo de bebês.
Aspectos legais:
• Passa a ter os mesmos direitos e
deveres, inclusive hereditários, de um filho
legítimo.
• Quem é adotado recebe o sobrenome do
adotante.
• A adoção é irrevogável, ou seja, a criança
ou o adolescente nunca mais deixará de ser
filho do adotante, nem mesmo com sua
morte.
• Processo que costuma durar meses a
anos (destituição do poder da família de
origem, institucionalização, período de
convivência e a finalização com a ordem
judicial e modificação no assentamento do
registro de nascimento)
• Enquanto aguarda a criança será
colocada sob a guarda de família
cadastrada em programa de acolhimento
familiar. Esse tipo de iniciativa terá
preferência sobre o acolhimento do menor
em abrigos.
• A nova proposta estabelece a redução do
tempo de permanência nessas instituições,
que deverá durar, no máximo, dois anos
QUEM PODE ADOTAR?
• Maiores de 18 anos, qualquer que seja
seu estado civil
• Adotante deve ser 16 anos mais velho do
que o adotado.
• Cônjuge ou concubino pode adotar o
filho do companheiro.
• Adoção conjunta exige que os adotantes
sejam casados no civil ou mantenham
união estável. Não prevê adoção por
homossexuais.
• A adoção por pessoas ou casais
residentes fora do país só será admitida se
não houver brasileiros habilitados no
cadastro nacional de pais adotantes.
Processo de Adoção:
Habilitação legal: Vara Infância e
Juventude entrevista psicólogo e assistente
Aspectos psicológicos:
social. Promotor e juiz decidem se incluída
ou excluída do cadastro nacional virtual. Lidar com situações afetivas desconhecidas
e temidas
• Se mostram que tem condições, dizem
que tipo de criança querem adotar = ficam Mesmo que os pais adotivos estejam
na espera ou se criança apta 1 ano de abertos, remete ao abandono, culpa e à
estágio de convivência e nos com mais morte dos pais
idade, entregam a guarda.
>>> Segredo e negação
Destituído Pátrio Poder → Processo de
Preparação para Adoção: - Efeito devastador desse segredo na
confiança e comunicação familiar
• Procuram cadastro, ordem de - Não se deve mentir nem negar
inscrição. adoção!
- Tentativa de proteger às crianças e
• É autorizado a visita e observado
aos pais de certos estigmas, como
se houve vinculação.
a esterilidade
• Entregue em guarda, estágio de
→ No entanto, o que não pode ser dito
convivência se necessário.
entende-se que é ruim
• Registros civis são eliminados.
> Aceitação da diferença
Nome novo, muda sobrenome, filiação,
avós.Registros antigos guardados em → Consenso na idade para contar: Antes
microfilme. Aos 18 anos tem acesso se da idade escolar, que há convívio
quiser.
- Quem deve contar são os pais
• “Adoção intuitu personae” é
aquela que ocorre quando os próprios pais
biológicos escolhem a pessoa → → O segredo também é um questão
legal = Registros de adoção são lacrados
para proteger as crianças para proteger
Adoção à Brasileira: que ocorra uma intrusão da família
biológica e adotiva
= Registrar como filho legítimo criança
nascida de outra pessoa ---> é crime de
falsidade ideológica, previsto no artigo 242
- Dificuldades dos adotados -
do Código Penal, com pena de reclusão de
2 a 6 anos. > Culpa (traidores dos pais adotivos)
quando curiosos de sua origem
• Intermediários também podem ser
punidos conforme o artigo 237 do Estatuto > Temor ao abandono
da Criança e do Adolescente.
> Problema de identidade, descrevem
• Os pais biológicos podem recorrer à como um “vazio”
Justiça a qualquer momento para reaver o
filho.

• A história de vida e de origem da criança Como os pais adotivos podem facilitar?

desaparece. E no futuro, isto pode gerar
inquietação e problemas para o adotado.
→ Os primeiros a revelar a adoção ao filho
e poder continuar falando depois da
revelação inicial
→ Expressar compreensão a necessidade
do adotado de conhecer seus antecedentes
e as razões pelas quais foi adotado
→ Respeito pela família genética, ajudando
a conservar e valorizar sua própria história
→ Aceitar os sentimentos de ambivalência
e insegurança da criança
ADULTO
INTERMEDIÁRIO E
TARDIO
40 - 60 : Meia idade ou Idade da razão
= Clima do climatério (+ evidente nas
mulheres (menopausa). Por uma queda
hormonal que culmina na perda
reprodutiva. Equivalente de forma oposta à
puberdade)
→ Auge do amadurecimento, da
competência e da criatividade
- REAVALIAR : Metas e satisfação
interior
- Podendo ter picos de separações
- Para os que estão no auge
profissional e com relacionamento
estável = Consolidação dos ganhos
ERIKSON = Etapa da Generatividade
(Capacidade de amadurecimento de
criatividade, podendo orientar a geração
seguinte e também os pais) x Estagnação
(Para quem chega mal à essa fase)
MADURESCÊNCIA
- Em oposição à adolescência
= Trabalho de luto gerado pelo
envelhecimento
→ Trauma pela morte futura
* Micro processos contínuos de
ELABORAÇÃO (REssignificação que
resultam em um novo equilíbrio,
promovendo crescimento e
desenvolvimento
OU
* ALENTECIMENTO (Estancamento) : Altera
autoestima, quase como se o tempo
tivesse parado
* ACELERAÇÃO (Mudança aparente) :
Tentativas de fuga ao passado, buscando
“recuperar” desesperadamente o tempo
perdido
TAREFAS DA MEIA IDADE
- Aceitar o corpo que envelhece e a
limitação do tempo e da morte
pessoal
- Manutenção da intimidade
- Relacionamento com os filhos:
deixar ir, atingir igualdade, cuidado
para não se tornar invejoso
- Reavaliar relacionamentos
- Relação com os pais: inversão de
papéis, morte
- Exercício do poder e posição:
trabalho e papel de instrutor
- Preparação para a velhice
VIDA SEXUAL
→ Sabedoria e experiência, compensação
ao declínio das capacidades físicas e da
atratividade da juventude
→ Mulheres na menopausa (algumas
ansiedade e depressão)
→ Homens devem adaptar-se ao declínio
no funcionamento biológico e vigor físico
→ Perda da capacidade reprodutiva/ Ninho
vazio
CRISE DA MEIA IDADE
- Expressão criada pela psicanalista Elliot
Jacques
- Estado patológico vivenciado por poucos
- Luto pela juventude ultrapassada.
Consciência da inevitabilidade da morte
pode levar a rupturas
Sintomas depressivos (desvalorizar sua
conquistas, desinteressar-se pela vida)
Sintomas eufóricos (mudar seus hábitos,
abandonar trabalho ou casamento,
identificando-se com os mais jovens)
FAMÍLIA
- Reencontro do casal quando os filhos não
mais o foco da atenção
- Síndrome do ninho vazio
- Vitalidade dos filhos X Próprio declínio
- Renunciar a posição de principal objeto
de amor na vida dos filhos (Sogro e sogra)
- Netos = prazer para muitos (substitutos
dos filhos). Sentir-se velho para alguns
APOSENTADORIA
- Trabalho é um organizador psíquico
- Solução mágica que pode ser uma
decepção
- Perda econômica, de posição social e da
autoestima
- Isolamento social e afetivo
- Pode desencadear crise emocionais
IDADE ADULTA TARDIA
→ Início: 60 anos
→ Aumento da expectativa de vida
→ Progressivo envelhecimento da
população : Medicina avançada e crescente
redução das taxas de natalidade
ENVELHECER
“Efeitos adversos da passagem do tempo”
* Alterações físicas que se desenvolvem na
vida adulta, resultando num declínio da
eficiência do funcionamento e terminando
na morte
ERIKSON = Integridade X Desespero
PERDAS
> Proximidade da finitude, pela morte de
familiares e pessoas de sua geração
> Saúde física, da companhia (solidão), do
cônjuge, trabalho, responsabilidade
AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA
- Autoestima e autossuficiência sob risco
permanente
- Importância da segurança econômica,
pessoas apoiadoras, saúde física e psíquica
PRECONCEITOS COM A TERCEIRA
IDADE
→ Idoso não é mais capaz de discernir
sobre a própria vida = comportamento
superprotetor e autoritário dos filhos
(Deve-se avaliar cada caso)
→ Depressão tida como esperada devido
às perdas. Sintomas depressivos não fazem
parte do envelhecimento normal (Depende
da trajetória de cada um)
→ Declínio da saúde mental
→ Vida sexual inativa
SUCESSÃO
* Verificar se o autor do testamento tem
condições de administrar seus bens
* Perícia psiquiátrica/psicológica é
necessária?
* Com quem vive? Como é a relação com
os demais familiares? Acredita que alguém
pode prejudicá-lo? Já fez testamentos
anteriores?
* Não basta saber se quer fazer o
testamento, mas se o desejo é
determinado por motivos psíquicos
normais, tendo preservadas capacidades
de atenção e crítica
INTERDIÇÃO
- Perícia psiquiátrica e/ou psicológicas que
atesta a incapacidade do indivíduo em gerir
sua própria vida necessitando de curador
para representar o interditado nos atos da
vida civil
No novo Código Civil, o portador
MORTE E
TERMINALIDADE DA
VIDA
MORTE
“Discutir o que representa a morte e como
as pessoas encaram sua morte, significa
refletir sobre a nossa própria morte e sobre
como será o nosso morrer”
> Medo. Se o medo fosse constantemente
consciente seríamos incapazes de realizar
nossas atividades normalmente.
> Poder sobre o qual não temos nenhum
controle.
> Desconhecido. Fantasias de caráter
persecutório
> Morte vivida como castigo por supostas
faltas ou má conduta
>>> Lançamos mão de defesas : Medo é
reprimido, somos mais fortes...
> Imagem da morte vivida como
reencontro
> Refazendo antigos laços
> NEGAÇÃO do fato biológico da cessação
da vida
> Se torna aceitável pela criação imaginária
de um mundo novo.
MORTE E LUTO
= TEMOR e NEGAÇÃO
- IMPOTÊNCIA frente a morte
> Aceitação se complica: mortes
prematuras, súbitas, acidentes, violência e
no suicídio.
LUTO = Reações psicológicas daqueles
que sobrevivem a uma perda significativa.
Estado de choque inicial, desespero,
sofrimento, fraqueza, diminuição do
apetite, dificuldade de se concentrar, de
respirar, de falar, alterações no sono,
sonhar ou sentir a presença do falecido,
auto recriminações
Duração: período crítico 2 meses. Pode
durar de 1 a 2 anos.
→ LUTO PATOLÓGICO:
 - Sintomas muito intensos e
duradouros. TRISTEZA com ideação
suicida ou sintomas psicóticos (ex:
crê e age como se a pessoa ainda
estivesse viva. Identificação com o
morto...)
- Risco aumentado em relações
ambivalentes ou dependentes,
quem se crê responsável pela
morte, perda súbita ou trágica...
- Luto pode evoluir para uma
depressão maior que necessita de
intervenção médica
> CULPA ↔ DIFICULDADES com o falecido.
Expressa diretamente (depressão, sintomas
do falecido) ou projetivamente (familiares,
médicos...)
→ → Elisabeth Kübler-Ross publicou em
seu livro Os Cinco Estágios de reação à
morte:
1. Choque e Negação(recusa a acreditar)
2. Raiva (Por que eu?)
3. Barganha (Se for bom, vai melhorar)
4. Depressão (incapaz de manter
esperança, sentimento profundo de perda)
5. Aceitação (capaz de falar no assunto, em
paz, esperando a morte junto a quem
ama.)
MORTE EM NOSSA CULTURA
- Morte é a confirmação de que não somos
onipotentes, o mundo não vai parar
quando deixarmos de existir.
- Morte passa a ser feia e escondida.
- A partir dos anos 50 o quarto do
moribundo passou da casa para o hospital.
Mudou o estilo de morrer.
= Nunca houve tantos recursos à
disposição da medicina como hoje
DILEMA DA ATUALIDADE
> A revolução científica e tecnológica,
iniciada com as primeiras unidades de
terapia intensiva no mundo, resultou em
drogas capazes de manter os tecidos
oxigenados, cirurgias complexas de
revascularização cardíaca, máquinas que
substituem a respiração humana e técnicas
eficazes de ressuscitação.
> Salva diariamente milhares de vidas.
> O direito de morrer com dignidade, sem
ter o sofrimento postergado por uma
mecanização excessiva que não trará a
cura, é um tema cada vez mais recorrente
entre os profissionais da saúde, do direito,
pacientes e seus familiares no Brasil.
- Deve ser utilizada nos momentos
certos e não em momentos em que
isso simplesmente postergar o
sofrimento a partir de uma
mecanização que não vai trazer
cura
LIMITES DO TRATAMENTO
→ Medida ordinária e extraordinária/fútil:
- Medidas ordinárias são mandatórias,
devem ser propostas e trazem potencial
benefício para a pessoa, mesmo com riscos
associados.
- Medidas extraordinárias são
procedimentos terapêuticos que não
podem ser obtidos sem gastos excessivos,
dor ou outro incômodo, ou, se utilizados
em alguns casos, não oferecem uma
possibilidade razoável de benefício
>> Os profissionais de saúde têm a
obrigação de cuidar sempre, mas não de
tratar sem que haja benefícios
MORTE E SEUS DILEMAS
Dilema básico: o ser humano é
proprietário ou guardião da vida?
Se considerado proprietário, pode dispor
da sua própria vida, ou caso seja guardião
deve zelar pela mesma.
Esta última é a perspectiva (guardiões) da
maioria das religiões, pois consideram que
a vida é um dom divino. O ser humano é
responsável pela sua preservação
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
→ INVIOLABILIDADE DO DIREITO À VIDA
Direito de não ter a vida agredida por
qualquer conduta humana de terceiro que
tenha por base uma ação ou omissão
ilegítima.
→ GARANTE DIREITO À VIDA DIGNA
“Ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou degradante"
FUNDAMENTOS DA BIOÉTICA
- RESPEITO À DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA configura valor supremo do
Estado Democrático de Direito Brasileiro e
o fundamento maior da Bioética.
- Direito e a Medicina se pautam nos
mesmos princípios éticos. Junto com os
princípios da Beneficência e da Não
Maleficência, o médico deve respeitar o
princípio da Autonomia, bem como a
decisão do paciente, nas situações que lhe
são permitidas.
- Princípios fundamentais da Bioética =
Declaração Universal sobre Bioética e
Direitos Humanos (19/10/2006 na
Conferência geral da UNESCO)
CÓDIGO ÉTICA MÉDICA
> Capítulo V Art. 41. É vedado ao médico:
Abreviar a vida do paciente, ainda que a
pedido deste ou de seu representante
legal.
> Parágrafo único. Nos casos de doença
incurável e terminal, deve o médico
oferecer todos os cuidados paliativos
disponíveis sem empreender ações
diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou
obstinadas, levando sempre em
consideração a vontade expressa do
paciente ou, na sua impossibilidade, a de
seu representante legal
ORTOTANÁSIA
“A arte de bem morrer”.
> Se refere às atitudes que vão sendo
assumidas na perspectiva do bem estar do
doente, quando todas as possibilidades de
diagnóstico e tratamento de uma
enfermidade grave e incurável foram
sendo vencidas.
> Não é provocar a morte
> “Morte Correta” .Permitir que o processo
de morte siga curso natural na fase
terminal da doença, oferecendo cuidados
paliativos adequados nesse momento.
> > A morte não é uma doença a curar, mas
sim algo que faz parte da vida.
DISTANÁSIA
- Obstinação diagnóstica e terapêutica.
- Origem grega: “Morte difícil e penosa”
- Prolongamento do processo de morte,
por meio de tratamentos (extraordinários)
que apenas tem o objetivo de prolongar a
vida biológica do doente.
- Convicção que a vida é um bem pelo qual
deve se lutar até o limite, não levando em
consideração sua qualidade; desprezo e a
ignorância pela vontade do doente e seus
familiares
- A angústia do médico ou da
família diante do insucesso terapêutico e a
resistência em aceitar a morte do doente
EUTANÁSIA
* Ato de provocar diretamente a morte de
um ser humano, de tal modo que essa
morte advenha rapidamente e sem
sofrimento, seja agindo para este
fim(eutanásia ativa), seja abstendo-se de
agir (eutanásia passiva).
* A intenção daquele que provoca a morte
deve ser livrar aquele que está para morrer
de uma condição insuportável (sofrimentos
intoleráveis ou situação de indignidade e
desamparo extremo provocado pela
doença)
Não se restringe apenas aos casos de
doentes terminais, ex: recém-nascidos com
malformações congênitas, pacientes em
estados vegetativos irreversíveis.
Divide-se em:
ATIVA = aquela em que o evento
morte é resultado de uma ação direta do
médico ex: ministrar doses letais de drogas
ao paciente.
PASSIVA = conduta omissiva, em
que há a supressão ou interrupção dos
cuidados médicos que oferecem um
suporte indispensável à manutenção vital.
A ORTOTANÁSIA NÃO SE CONFUNDE
COM A EUTANÁSIA PASSIVA?
Na Eutanásia Passiva, omitem-se e
suspendemse procedimentos indicados e
proporcionais e que poderiam beneficiar o
paciente, tais como os cuidados paliativos.
Na Ortotanásia (o evento morte já
se iniciou), suspendem-se os
procedimentos considerados
extraordinários e desproporcionais, diante
da morte inevitável e iminente.
Na Ortotanásia a causa do evento
morte já se iniciou e na Eutanásia Passiva a
omissão é que causa o resultado morte.
SUICÍDIO ASSISTIDO
Prática pelo qual se abrevia a vida de um
enfermo incurável (terminal ou não) a seu
pedido e em razão de seu insuportável
sofrimento.
O ato da morte é gerado pela própria
vítima, que é auxiliada por um terceiro
DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE
ou TESTAMENTO VITAL
> O Conselho Federal de Medicina (CFM)
publicou no Diário Oficial da União a
polêmica Resolução 1.995/2012, que
instituiu as Diretivas Antecipadas de
Vontade ou, em outras palavras, o direito
de que os pacientes decidam, prévia e
expressamente, a quais cuidados e
tratamentos querem ser submetidos no
final de suas vidas, quando estiverem
incapacitados de expressar livre e
autonomamente suas vontades.
> Já está em vigor, autoriza que os
pacientes decidam, por exemplo, se serão
submetidos ou não à reanimação em
paradas cardiorrespiratórias; a tratamentos
dolorosos ou extenuantes, sejam cirúrgicos
ou medicamentosos; se farão uso de
respirador artificial, etc.
> Todas as pessoas lúcidas, absolutamente
capazes, em pleno gozo de suas faculdades
mentais, maiores de 18 anos ou
emancipadas, estejam doentes ou não, → Em Medicina: Sintoma (humor
poderão comunicar diretamente ao
depressão), Síndrome ou
médico, registrar uma declaração em
cartório ou nomear um representante para Conjunto de doenças (Reações de
expressar suas diretivas antecipadas de
vontade. ajustamento, Depressão Maior,

> Testamento Vital não tem nenhuma Transtorno bipolar...)

relação com Eutanásia (que é a morte
provocada, reconhecida como crime pelo
Brasil), mas, sim, com a Ortotanásia (que é → Patologia:
a morte natural, supostamente sem - humor patológico
sofrimento)
- alterações comportamentais

- alterações cognitivas

-alterações vegetativas (do próprio corpo

que envolvem memória, sono, apetite,
função sexual)

→ Elevadas taxas de morbidade (envolve

doenças) e mortalidade (maior chance ao
suicídio e outras doenças)

→ Natureza recorrente

→ Sintomatologia Persistente

Classificação - Transtornos do humor

e transtornos depressivos: CID 10

F32 Episódio depressivo.

- Primeiro episódio

F33 Transtorno depressivo recorrente

• leve; com/sem sintomas

somáticos
Transtornos Depressivos
• moderado; com/sem sintomas
DEPRESSÃO somáticos

→ Algumas pessoas utilizam o termo como • grave; com/sem sintomas

um sentimento normal (usado como psicóticos (confusão com a realidade
externa. Exemplo: delírio e alucinação)
sinônimo de tristeza)
32.8 Outros episódios depressivos.
F32. 9 Episódio depressivo, não
especificado.
F33.8 Transtorno depressivo recorrente,
atualmente em remissão.
F33.9 Outros transtornos depressivos
recorrentes, não especificados
Outra classificação que a descrição se
utiliza muito para fins de pesquisa:
DSM - 5
1. Transtorno disruptivo da regulação do
humor.
2. Transtorno depressivo maior.
3. Transtorno depressivo persistente
(distimia).
4. Transtorno disfórico pré-menstrual.
5. Transtorno depressivo por substâncias/
medicamentos.
6. Transtorno depressivo decorrente de
outra condição médica.
7. Outro transtorno depressivo.
8. Transtorno depressivo não especificado.
EPIDEMIOLOGIA
→ Ocorre mais em mulheres,
especialmente entre 20-30 anos até os 40
(diferença entre homens e mulheres
diminui)
→ Ao longo da vida, 17% da população
pode ter um episódio depressivo
→ Menos de 50% recebe tratamento
→ → → Epidemiologia da Depressão
Maior
- Problema de saúde pública
- Antes dos 20 anos, 40% já tiveram
o primeiro episódio
- 2 a 3 vezes mais mulheres em
idade fértil do que homens
- Idade média de início e adultos na
população geral varia em torno de
27 anos
→ → Relação com o suicídio
Cerca de 800.000 suicídios/ano
No mundo, segunda causa de morte entre
15-29 anos
Décima causa de morte geral nos EUA
- 2x mais suicídios que homicídios
nos EUA
→ Causas mais comuns: transtornos
psiquiátricos (Depressão, transtorna
bipolar, esquizofrenia, dependência
alcoólica) >>> Prevenção - Tratamento
Diagnóstico e quadro clínico
Diagnóstico é clínico, avaliando sintomas
físicos e psíquicos
Exames excluem outras causas. Por
exemplo, excluir outras doenças que
causem sintomas semelhantes à depressão
Transtorno Depressivo Maior
HUMOR DEPRIMIDO + PERDA DE
INTERESSE OU PRAZER (dois principais
sintomas = Sintomas Centrais)
=== Cinco ou mais sintomas (havendo,
pelo menos um dos dois principais), por
duas semanas, mudança em relação ao
funcionamento anterior
- Humor deprimido
- ↓ acentuada de interesse ou
prazer.
- ↑↓ do apetite ou peso corporal.
 - Insônia ou hipersonia.
- Agitação ou retardo psicomotor.
- Sentimento de inutilidade, culpa
excessiva ou inapropriada.
- ↓ capacidade de pensar, se
concentrar, ou indecisão.
- Pensamentos recorrentes de
morte, ideação suicida com ou sem
plano ou tentativa de suicídio.
> Causam sofrimento, ou prejuízo
funcional.
> Não se deve ao efeito fisiológico de
substâncias ou a outra condição médica.
> Considerar em caso de resposta a uma
perda. Luto não excluiu diagnóstico de
TDM.
> Não se explica por transtorno psicótico.
> Nunca teve mania/hipomania.
(Bipolaridade - polo oposto)
Curso e Evolução
- Recorrentes em 50% e persistentes em
torno de 20% dos casos
- Ainda que leves sintomas depressivos
crônicos podem causar morbidade e
prejuízo funcional significativos. (Sem
tratamento episódio leve a moderado dura
4-30 semanas, grave 6-8 meses, episódios
tratados duram 3 meses)
- A depressão é potencialmente letal:
* Maior risco de doenças cardiovasculares;
Estudos de Frasure Smith (1990) chance de
morrer ou de ter novo IAM é 3x maior
quando há depressão.
* a depressão é a PRINCIPAL CAUSA DE
SUICÍDIO, estimado em 15% dos pacientes;
* incidência em 5 anos de tentativas de
suicídio:
- 19,9% depressão bipolar
- 9,5% depressão maior
Fisiopatologia (origem) da
Depressão
→ Multifatorial
- Une estresse físico ou emocional com
vulnerabilidade genética
- Desregulação da neurotransmissão
cerebral
- Alterações neuroendócrinas, anatômicas
e autoimunes
Fatores de risco
→ → Riscos para aqueles que tiveram
episódios depressivos:
1) Ambientais
> Uso de substâncias psicoativas
* álcool, drogas, inibidores do apetite
> Alteração dos ritmos biológicos (privação
de sono - observa- se isso no pós parto:
além das mulheres estarem predispostas
pelas alterações hormonais).
> Eventos adversos precoces
- perda parental, percepção de falta
de carinho dos pais, baixo suporte
social e abuso físico e/ou sexual na
infância.
> Na maioria dos deprimidos atuam como
desencadeantes e não representam fatores
causais isoladamente.
> Transtornos depressivos podem ser
desencadeados por fatores psicossociais:
Perda de um emprego, separação (ver se a
depressão não foi a causa)

Diagnóstico Diferencial (outros
diagnósticos)
TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS:
> TRANSTORNO BIPOLAR:
• clinicamente indistinguível, mas de pior
prognóstico;
• cursa com depressões recorrentes, mais
graves, crônicas, de difícil tratamento e
maior risco de suicídio;
• A depressão é mais prevalente e
recorrente, com início em média 10 anos
antes do TDM.
> TRANSTORNOS ANSIOSOS
> TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
> ABUSO OU DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL E
DROGAS
> OUTRAS CONDIÇÕES CLÍNICAS:
CONDIÇÕES MÉDICAS (confundiriam o
diagnóstico)
• doenças endócrinas, neurológicas,
malignas (Tumores frontais, Epilepsia de
lobo temporal, doença de parkinson, hiper
e hipotireoidismo, Ca de Pâncreas e
Pulmão, AIDS, alcoolismo, anemia, LES...)
SECUNDÁRIO AO USO MEDICAMENTOSO
reserpina, corticosteróides e interferon,
anfetamínicos, anti hipertensivos...
Tratamento da depressão
MEDICAÇÃO + ABORDAGENS
PSICOTERAPÊUTICAS
ANTIDEPRESSIVOS: Eficácia comparável
HOSPITALIZAÇÃO SE RISCO
ECT EM CASOS REFRATÁRIOS OU RISCO
SUICIDIO INTENSO.
Mitos
- Depressão não é doença
- Depressão é o mesmo que tristeza
- Se você se esforçar poderá afastar a
depressão somente com sua vontade
- Depressão faz parte do envelhecimento
- Crianças não ficam deprimidas
Implicações legais
→ → Título III-Imputabilidade Penal, artigo
26 CPB: indivíduos que, embora tenham
cometido um crime, não podem ser
responsáveis por ele ou o são
parcialmente. Caso de alguns transtornos
mentais e de menores.
- Implica o conceito de
responsabilidade:
→ Responsabilidade: capacidade de
entender o caráter criminoso do fato e de
determinar-se de acordo com esse
entendimento.
→ Ao imputável será aplicada uma pena e
ao inimputável uma medida de segurança
(periculosidade).
- Não basta diagnosticar apenas a doença
mental, mas avaliar o grau de
incapacitação que essas pessoas
apresentem
- Perito deve avaliar se compromete
capacidade intelectiva (entendimento de
certo e errado) e a volitiva
(vontade/autodeterminação).
- Averiguar se existe nexo causal entre o
estado mental anômalo e o crime
praticado
Violência e depressão maior
> Não se pode afirmar que o transtorno de
humor aumenta o risco para
comportamentos violentos (especialmente
homicídio), exceto nas formas psicóticas.
- Na Depressão Psicótica, o
indivíduo por considerar que algum
familiar vai sofrer para sempre ou
serão condenados, pode planejar o
homicídio deste familiar, seguido
de tentativa de suicídio.
Considerado inimputável.
> Filicídio “altruístico”(poupar filhos de
sofrimentos, não se separar).Alucinações
de comando (ex:vozes dizem para matar o
bebê em caso de psicose puerperal).
> Internação hospitalar, inclusive
involuntária, pode ser necessária.
> Depressão moderada: prejuízo no
entendimento e determinação.
Considerado semi-imputável.
> Muito deprimidos não tem a energia para
atuar de modo impulsivo ou violento, risco
de suicídio se dá quando começam a
melhorar.
Transtorno depressivo maior e
capacidade civil:
> Ideias de menos valia e incapacidade
podem levar a abandono ou demissão de
emprego, pedir separação do cônjuge...
> Interdições judiciais na maioria das vezes
não se fazem necessárias. Em casos
psicóticos podem fazer doações ou
testamentos, estes documentos podem ser
anulados.
> Na depressão de gravidade leve a
moderada, o indivíduo tem plena
capacidade civil.
TRANSTORNOS
PSICÓTICOS
Sintomas Psicóticos
= Grupo de sintomas que são
comuns nas doenças mentais mais graves,
como a esquizofrenia e mania
→ Sintomas clássicos: ALUCINAÇÕES E
DELÍRIOS
- Refletem a confusão do paciente.
- É incapaz de distinguir entre seus próprios
pensamentos e percepções e as
observações do mundo externo
Alucinações
= Percepções experimentadas sem
estímulos externos aos órgãos dos sentidos
- Marca registrada da esquizofrenia, mas
podem surgir em transtornos de humor,
delirium
- Auditivas (vozes), visuais (pessoas),
olfativas e gustativas (gosto e odor ruim),
táteis (insetos sobre a pele)
- Seu significado é passível de
compreensão, como nos sonhos e outros
produtos do inconsciente
=== Anormalidade na percepção
- Falsas percepções que ocorrem na
ausência de um estímulo externo
identificável
Ilusões = percepção errônea de um
estímulo externo
Se tem origem religiosa, dentro do
contexto cultural e não traz prejuízo para o
convívio não é doença
Delírios
- Perturbação do pensamento
Crenças firmemente sustentadas, mas que
não são verdadeiras
- Persecutório (seguido pelo FBI)
- Grandeza (ser Napoleão)
- Somático (coração apodrecendo)
- Referência (vê pessoas rindo e
acredita ser o assunto da conversa
ou motivo das risadas)
- Niilista (crença de estar morto)
- Ciúmes (crença de ser traído)
Psicose
É uma síndrome que afeta de 3 a 5% da
população em algum ponto da vida
Transtorno psicótico devido a condição
médica geral (epilepsia, trauma craniano,
doenças degenerativas como parkinson,
doenças endocrinometabólicas, auto
imunes (LES, esclerose múltipla),doenças
infecciosas (neurosífilis, encefalites, AIDS),
neoplasias
Transtorno psicótico devido a substâncias
psicoativas (inclui medicamentos como
glicocorticóides, anticolinérgicos,
benzodiazepínicos, opióides...)
Esquizofrenia
- Uma das principais formas de transtornos
psicóticos
- Doença grave e incapacitante
- Atinge cerca de 1% da população adulta
- Várias formas de apresentação
- Deterioração do funcionamento
psicossocial. “Defeito esquizofrênico”
- Uso de substâncias e suicídio
- Etiologia (Causa):
- Indivíduo predisposto
geneticamente + fatores ambientais
estressantes = fenótipo típico da
esquizofrenia
- Bases biológicas: atividade
- Neuroimagem: alargamento de
ventrículos e dos sulcos corticais,
hipofrontalidade
- Genético: Risco na população
geral=1%, pais 5%, irmãos e filhos=10%,
gêmeos DZ=10-19% e MZ=35-48%.
● Esquizofrenia - DSMV
> Critério A : 2 dos seguintes sintomas
> Delírios(normalmente bizarros)
> Alucinações(predominantemente
auditivas)
> Desorganização da linguagem
(incoerência, salada de palavras)
> Desorganização grosseira do
comportamento (sai a caminhar sem rumo,
desnudar-se, agressividade) ou
catatonia(rigidez, posturas bizarras)
> Sintomas negativos: Embotamento
afetivo, isolamento, apatia,perda de
interesse…
> Apenas 1 sintoma se delírios bizarros,
vozes que comentam o comportamento ou
pensamento do paciente ou duas vozes
conversando entre si.
● Esquizofrenia - Diagnóstico:
> Critério B : Disfunção social e ocupacional
incluindo relações interpessoais, trabalho,
educação, higiene e situação financeira.
> Critério C : Presença de alguns sinais de
perturbação (isolamento, crenças
estranhas, colecionar objetos sem valor,
discurso muito abstrato, resmungar...)pelo
menos 6 meses e pelo menos 1 mês de
sintomas do critério A.
> Critério D, E: Excluir depressão ou mania,
uso de drogas ou condição médica geral.
Outros transtornos psicóticos
Transtorno delirante
Pelo menos 1 mês de delírios não bizarros,
alucinações relacionadas ao delírio,
funcionamento não é deteriorado
Transtorno Esquizoafetivo
Depressão ou mania com sintomas de
esquizofrenia
Transtorno Psicótico Breve
Sintomas psicóticos que duram menos de 1
mês. Pode ter um estressor como
desencadeante.
Tratamento
Muitas vezes na fase aguda deve ser
hospitalar.
Antipsicóticos típicos: baratos, atua sobre
sintomas positivos, risco de efeito colateral
irreversível e "discinesia tardia”.
Haloperidol, clorpromazina...
Antipsicóticos Atípicos: caros, sintomas
positivos e negativos.Ganho de peso,
aumenta risco diabete,HAS,
cardiopatia.Clozapina, olanzapina,
risperidona, quetiapina...
Eletroconvulsoterapia: Pobre resposta,
agitação, catatonia.
Responsabilidade penal
e capacidade civil nas
psicoses
> Como deve ser avaliada a
responsabilidade penal?
> Qual a capacidade de entendimento?
> Existe nexo causal entre o delito e a
doença?
> Como deve proceder a autoridade
judicial?
- Toda vez que existir uma dúvida
em relação à capacidade de
entendimento de alguém, bem
como uma possibilidade de doença
mental, uma perícia será solicitada.
No caso de doença mental, cabe ao
psiquiatra perito responder uma
série de quesitos que o juiz
determina
→ Os principais transtornos que levam ao
crime:
- transtorno de personalidade anti
social, conhecido na sua forma
mais grave como psicopatia
- transtornos relacionados ao uso de
drogas
* Do ponto de vista jurídico, os transtornos
de personalidade não são vistos como
doença mental, e sim como perturbações
mentais
INIMPUTABILIDADE
- É um termo legal, não psicológico ou
psiquiátrico.
- É uma forma de defesa na qual, a partir
de uma perícia a qual determina uma
doença mental grave em atividade, resulta
na remoção da responsabilidade legal.
Inocente por motivo de inimputabilidade.
- Ligada a um dilema moral, porque a
sociedade acredita que é inapropriado que
pessoas que não sabem o que estão
fazendo, ou que não conseguem controlar
seu comportamento, sejam punidas.
→ Tem seu foco no estado mental de um
indivíduo no momento do ato criminoso.
Logo, não basta de um diagnóstico, é
preciso que naquele momento de
ocorrência do delito esteja sob vigência de
somatologia que compromete, não só o
entendimento, mas a capacidade de se
determinar
- Requer um nível de prejuízo que é mais
específico do que simplesmente sofrer de
uma doença mental.
CLASSIFICAÇÃO COMO IMPUTÁVEL OU
INIMPUTÁVEL
Avaliados 3 quesitos:
↳ ESFERA COGNITIVA: capacidade de
entendimento de certo e errado, permite o
adequado julgamento.
↳ ESFERA VOLITIVA: controle das ações do
indivíduo diante de uma determinada
situação.
↳ NEXO CAUSAL: transtorno mental tenha
sido a causa do prejuízo no entendimento
ou autodeterminação no momento da
infração.
- - - Quem poderia receber
INIMPUTABILIDADE?
>> MENORIDADE (art 27 CP)
>> DOENÇA MENTAL (art 26 CP)
“É isento de pena o agente que por
doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com este
entendimento”
Classificação no âmbito jurídico
➤ DOENÇA MENTAL: Todo transtorno
mental grave que cursa com alteração do
juízo de realidade. Psicoses e demências.
➤ PERTURBAÇÃO DA SAÚDE MENTAL: os
demais transtornos mentais. Entendido
como algo menor. Transtornos de humor,
de ansiedade, de personalidade, de
impulsos.
SEMI-INIMPUTABILIDADE
>> No Brasil existe, ainda, uma
possibilidade de responsabilidade parcial
sobre os atos do sujeito.
>> Pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3.
>> Se for evidenciado que na época da
infração, apresentava reduzida sua
capacidade de entendimento ou
autodeterminação
- O perito fornece o material, porém quem
decide, efetivamente, é o juiz
> Correlação com tentativas de
homicídio(falta de teste de realidade)
> Relação pessoal com a vítima.
> Ocorrem na própria residência.
> Permanecem na cena do crime ou se
entrega às autoridades.

> Homicídio “anormal”, bizarro e

MEDIDA DE SEGURANÇA
incompreensível.
>> Aplicada aos indivíduos que cometeram
> 60% se seguiram a delírios e alucinações.
algum ilícito penal, mas por apresentarem
transtorno mental não podem responder > Adesão ao tratamento fator protetor.
por ele.
> Menos antecedentes criminais quando
> Duração até cessada a PERICULOSIDADE comparados a população carcerária
(probabilidade do indivíduo vir a cometer
> Esquizofrenia paranóide mais associada a
novamente um delito). (de 1 a 3 anos e
homicídio (delírios persecutórios e
depois disso, a cada 1 ano é avaliada a
alucinações de comando)
periculosidade para tentar prever a
reinserção) > + TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
e/ou + ABUSO DE SUBSTÂNCIAS = maior
> PERICULOSIDADE: Sintomatologia
parte que cometem HOMICÍDIOS.
produtiva (persecutória ou de influência);
impulsividade; descontrole e hostilidade; > O transtorno mental é FACILITADOR do
má adesão e resposta ao tratamento. comportamento violento, não gerador de
conduta criminal por si só

Questão a ser respondida pela justiça:

Capacidade Civil nas Psicoses
> Não é apenas se há doença que
possivelmente tenha afetado o poder de - Possibilidade de se autogerir
alguém se determinar.
- Complexo distinguir capaz do incapaz
Avaliação da responsabilidade depende
- Perito deve descrever: Diagnóstico e os
quanto da ação foi determinada:
déficits
1. Pelo Transtorno Psicótico
- Avanços nos tratamentos psiquiátricos =
2. Pela Personalidade prévia Importante evolução do CC de 1916 para
CC de 2002
3. Tipo de motivação

4. Condições socioambientais

CRIME E ESQUIZOFRENIA
Podem praticar ou ser vítimas de atos
criminais e condutas agressivas de
diferentes gravidades.
Código Civil 1916
Loucos de todos os gêneros eram
considerados absolutamente incapazes
para todos os atos da vida civil.
- Bastava a existência de doença mental
grave para que a interdição fosse
decretada
Código Civil de 2002
Artigo 3: prevê declaração de incapacidade
absoluta para indivíduos com enfermidade
mental que não tiverem o necessário
discernimento para a prática dos atos da
vida civil.
Transtornos mentais e de
comportamento decorrentes
do uso de substâncias
psicoativas: ÁLCOOL
O que é droga e substância psicoativa?
Droga = Substância natural ou não, capaz
de modificar sistemas fisiológicos

> Critério biopsicológico: Enfermidade Droga psicotrópica ou substância

mental + prejuízo no
discernimento(elemento cognitivo)
> Podem haver interdições temporárias.
> Após estabilizar a doença a interdição
pode ser revista.
Capacidade Civil e Esquizofrenia
- Predomina a ideia de que não há um
impedimento a priori decorrente da
condição psiquiátrica até que se prove ao
contrário.
- A evolução de quadros de esquizofrenia
pode levar a perdas cognitivas e estas mais
do que as alucinações e delírios podem
prejudicar o discernimento.
- Crises frequentes(má resposta ou má
adesão ao tratamento) podem levar a
interdição permanente como medida
extrema de proteção
psicoativa = age no cérebro modificando
seu funcionamento, trazendo alterações do
comportamento e do psiquismo como
consequência
→ Classificação das substâncias
psicoativas:
1) Depressores: álcool,
benzodiazepínicos (rivotril),
solventes, opióides (morfina)
2) Estimulantes: nicotina, anfetamina,
cocaína, crack, metanfetaminas
3) Perturbadores; ora funcionam
como depressores, ora como
estimulantes. Maconha, LSD
→ Tipos de uso:
> Uso ocasional/experimental: curiosidade,
alívio de tensão. Não há rupturas nas
relações afetivas, profissionais e sociais.

> Abuso ou uso nocivo: implica rupturas,

mas não ainda há importâncias essenciais
Capacidade testamentária
na vida dessa pessoa
- Conheçam o próprio patrimônio e seu
> Dependência
valor, quem seriam seus herdeiros e a
coerência das disposições que está
emitindo.

- Avaliação em vida pode prevenir

Etiologia (qual a causa)
questionamentos de validade em caso de
lavratura de testamento.
→ Multifatorial: há fatores do indivíduo, da
droga e da sociedade
- Indivíduo: distúrbios preexistentes,
genética, personalidade, aspectos
fisiológicos
- Droga: tipo de droga (ação e
eliminação + rápidas são + difíceis
e propriedade de reforço), via de
administração (injetar, inalar),
propriedade de reforço
- Meio: disponibilidade da droga,
ambiente (tolerância. Se os pais
usam é banalizado), educação,
mídia
→ Sistema de gratificação cerebral ou
Circuito de Recompensa
- Envolve as projeções
dopaminérgicas da área tegmental
ventral para o núcleo accumbens
na porção anterior do caudado.
- As vias dopaminérgicas e
glutamatérgicas organizam as
memórias do que se quer repetir
- As vias opióides dão a sensação de
prazer
- Sistema dopaminérgico: sistema
motivacional do cérebro.
“Beber começa como um ato de
vontade, caminha para um hábito e
finalmente afunda na necessidade”
→ Alcoolismo ou Síndrome de
Dependência ao Álcool
→ Em 1951, a OMS admitiu que era um
problema médico
→ Grave problema de saúde pública
→ Um dos transtornos de saúde mental
mais prevalente
→ Doença de caráter crônico (passível de
recaídas) e responsável por prejuízos
clínicos, sociais, trabalhistas, familiares e
econômicos
→ Associada a situações de violência e
acidentes de trânsito
→ → Epidemiologia
- Relacionado a 50% dos casos de
morte em acidentes de trânsito,
50% homicídios e 25% dos
suicídios.
- Homens com diagnóstico de abuso
ou dependência de substância tem
20x mais chance de cometer um
delito(Hodgins 1992)
Beber e avaliação do risco:
> É consenso que não existe consumo de
álcool isento de risco
> Consumo associado a baixo risco:
Homens= 21 unidades álcool/semana.
Mulheres=14 unidades álcool/semana
> É diferente de beber em uma vez só (“em
binge”) (bebedeira)
- Homens = 5 unidade/ocasião
- Mulheres = 4 unidade/ocasião
---- Efeitos influenciados por peso, idade,
velocidade de consumo, alimentação,
número de doses consumidas
Intoxicação:
- Síndrome (conjunto) específica devido à
INGESTÃO (ou a EXPOSIÇÃO) recente de
uma substância
- Essas alterações não se devem a um outro
problema médico geral
--- Intoxicação alcoólica ou Embriaguez:
Sedação, fala pastosa, altera marcha,
apagões, prejudica a capacidade de
julgamento e desinibição, sentimentos de
tristeza e irritabilidade (contribuem para
tentativa de suicídio)
Abstinência:
> Cessação ( ou Redução) do uso de uma
substância que foi intenso e prolongado
Os efeitos são opostos aos efeitos agudos
da substância. Tende a consumir
novamente a substância para alívio dos
sintomas (craving ou fissura)
- Sintomas de abstinência:
- Sudorese
- Tremor
- Náuseas
- Ansiedade
→ Tem como pedir exames que mostrem
que a pessoa está bebendo bastante,
porém que é dependente não
USO NOCIVO DE ÁLCOOL (CID 10)
USO CONTINUADO e INADEQUADO que
resulta em PROBLEMAS OCUPACIONAIS,
ACADÊMICOS, INTERPESSOAIS OU LEGAIS e
em situações potencialmente PERIGOSAS.
Ex: ausências ou fraco desempenho no
trabalho ou escola, brigas e abuso do
cônjuge, dirigir embriagado…
DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL
3 ou mais dos seguintes sintomas (CID 10)
> TOLERÂNCIA ao álcool(necessita + para
obter o mesmo efeito)
> Sintomas de ABSTINÊNCIA (pressão e Fc
elevada, tremores, craving, delirium
tremens, convulsões)
> INCAPACIDADE DE CONTROLAR O USO
DE ÁLCOOL:
a) Quando consome, mais e por
mais tempo.
b) Desejo e esforços mal sucedidos
de parar.
c) Muito tempo para a droga
(obter, usar ou se recuperar).
d) Importantes atividades são
abandonadas ou reduzidas em
virtude do álcool.
e) O uso continua, apesar da
consciência que lhe causa ou piora
problemas.
→ Padrão familiar: 40-60% do risco é
explicado por influências genéticas. Risco
para dependência é 3- 4x maior em
parentes próximos de dependentes.Fatores
ambientais ou interpessoais (atitudes
culturais para com o beber ou embriaguez,
disponibilidade, efeitos sobre transtornos
de humor ou comportamento...).
→ Curso tende a ser crônico.Períodos de
remissões e recaídas.
→ Tratamento é promissor.Indivíduos com
melhor funcionamento=abstinência
superior a 65% em 1 ano. 20% ou mais
adquirem sobriedade a longo prazo,
mesmo sem um tratamento ativo.
Outras Perturbações Mentais induzidas
pelo álcool
> DEPENDÊNCIA E ABUSO de outras
substâncias(usado para atenuar efeitos
destas ou substituí-las).
> INTOXICAÇÃO PATOLÓGICA (doses
pequenas= extrema violência, agitação,
desconfiança e ciúmes)
> DELIRIUM TREMENS (Síndrome de TRANSTORNOS
abstinência grave.+ característico= tremor,
rebaixamento da consciência e alucinações RELACIONADOS A
visuais ex. insetos.Em geral tem condição SUBSTÂNCIAS:
médica associada)
ASPECTOS
> ALUCINOSE ALCOÓLICA ( alucinações
auditivas) PSIQUIÁTRICOS
> S. WERNICKE-KORSAKOFF (deficiência de
FORENSES
tiamina=vitamina B1, alterações oculares,
da marcha e confusão mental. Se
crônica=comprometimento mental, → Importância psiquiátrico forense
alterações de memória)
- Patologias associadas ao consumo

- Efeitos tóxicos diretos

Diagnóstico e Tratamento
- Ação desinibidora de patologia latente
- História, exames laboratoriais, bafômetro,
- Exacerbação de patologias já existentes
testagem toxicológica na urina(6-48h)
- Progressiva desestruturação psicossocial
- Tratamento do abuso/dependência=
do consumidor
buscar abstinência: Alcoólicos Anônimos,
TCC, farmacoterapia (Naltrexone=Revia; - Aumento da possibilidade de cometer
Acamprosato=Campral; delitos
Dissulfiram=Antabuse)
- Propenso de ser vítima de conduta
> Tratamento da abstinência (monitoração, delituosa.
ambiente claro, hidratação, vit. B1,
- Papel relevante nos acidentes de trânsito.
benzodiazepínicos, antipsicótico no
delirium)

> Tratamento de depressão ou ansiedade → Condenação e Penalização ao

abuso de álcool e embriaguez
> Condenação, não necessariamente legal,
na Código de Hamurabi, Bíblia e Alcorão

> Legislação Brasileira: tentativa de

normatização e controle do uso

- Lei antitóxicos (produção, tráfico…)

- Código Penal (imputabilidade)
- Código Civil (capacidade para atos
da vida civil dos dependentes
químicos. Ex: perda do poder
familiar)
- Leis do trabalho (prevê demissão
em embriaguez habitual)
- Código de Trânsito
 - Lei das contravenções penais
(proíbe venda a menores e
doentes)
- ECA (publicidade para público
infanto juvenil)
Artigo 28. Código Penal Brasileiro
Não excluem a imputabilidade penal:
- Emoção ou Paixão
- Embriaguez voluntária ou culposa,
pelo álcool(indivíduos não
dependentes).
Classificação da embriaguez:
> NÃO ACIDENTAL: Voluntária (intenção) e
Culposa (não há intenção).Não exclui
imputabilidade.
> ACIDENTAL: Caso fortuito (desconhece
toxicidade da substância) e Força Maior
(coagido a ingerir. Exemplo: trotes). Exclui
imputabilidade caso embriaguez completa,
se incompleta responde ao crime com
atenuação da pena.
> PATOLÓGICA: pode excluir
imputabilidade ou reduzir pena.
Diagnóstico difícil, com frequência vemos
que a quantidade ingerida foi mais do que
uma “pequena quantidade” e que havia
evidências prévias de uma propensão a
violência.
> PRÉ-ORDENADA: embriaga-se para
cometer o delito. Agravante, pode
aumentar a pena.
ASPECTOS LEGAIS:
> Quando não é dependente e afastado
caso fortuito (desconhecimento) ou força
maior (coagido) (fenômeno inesperado no
primeiro consumo, desenvolvimento
mental retardado ou incompleto ou
doença mental que comprometa o
entendimento e determinação prévia ao
consumo de SPAs)
> O que vale é o Princípio Actio libera in
causa
> Sua ação era livre na causa,
poderia não ter o feito, mas o fez.
> Autor assumiu a
responsabilidade de embriagar-se
> Responsabilizado pelas
consequências de seu comportamento.
> Práticas ilícitas não se justificam
apenas pelo uso de SPAs (substâncias
psicoativas): relações familiares
conflituosas, traços de personalidade,
influências das relações sociais. Fatores
biológicos, psicológicos e sociais
Lei 6368/76-Lei antitóxicos
- Artigo 19 trata da questão da exclusão da
culpabilidade por inimputabilidade.
- Total inimputabilidade caso o agente
esteja privado de capacidade de
entendimento ou autodeterminação do
caráter ilícito do fato, em função de
dependência ou por estar sob efeito de
substância tóxica.
- Redução de pena se a incapacitação for
parcial. Dependência não é
inimputabilidade
- Inimputabilidade → se priva da
capacidade de entendimento ou
autodeterminação do caráter ilícito do
fato.
- Precisa haver nexo causal entre a doença
e o delito
- Artigo 11: Previsto tratamento para
dependentes mesmo que imputáveis.
- Maioria dos periciandos com transtornos Transtornos relacionados ao
por uso de SPAs não tem
comprometimento psicótico. uso de outras Substâncias
Psicoativas

Maconha/Cocaína

Droga:
== Substâncias ou drogas psicoativas são as
que modificam o estado de consciência do
usuário. Desde uma estimulação suave
causada por uma xícara de café até
modificações profundas do funcionamento
psíquico como o LSD e a cocaína.

◼ Se utilizadas de forma abusiva pode

levar a manifestações de dependência.

Etiologia/Vulnerabilidade ao abuso/
dependência:
>> Sensações gratificantes / reforço
negativo

>> Fatores biológicos e psicológicos: Idade

genética, traços de personalidade, grau de
estabilidade emocional e presença de
transtornos mentais

>> Característica de personalidade

(adolescentes): Impulsividade, baixa
tolerância

Complicadores:
=== Quanto mais rápida a ação. mais
rápida a intoxicação,mais rápida a
dependência

Se dura pouco = sintomas de abstinência

iniciam rapidamente e mais forte

- Ex: heroína

CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS
PSICOATIVAS:
◼ DEPRESSORES: álcool,
benzodiazepínicos, opiáceos(morfina,
codeína, heroína), solventes, inalantes.
◼ ESTIMULANTES: cocaína/crack,
anfetamina, nicotina, cafeína.
◼ PERTURBADORAS: Cannabis sativa
◼ ALUCINÓGENOS: LSD
◼ DROGAS DE AÇÃO MISTA:
anfetaminas, ecstasy.
MACONHA
Cannabis Sativa (Marijuana,Haxixe)
= Droga mais consumida no mundo
→ + Consumida no Brasil e também a de
maior acesso
> Fumada e sedativa
> Válvula de escape para problemas,
rebeldia, atitudes autodestrutivas
> Introduz o jovem na subcultura das
drogas
> O Brasil teve seu componente canabidiol
liberado para uso medicinal em epilepsia
refratária. Este canabinóide não gera
dependência, nem efeitos psicotrópicos
→ Intoxicação:
> Começa em minutos e dura 3-4h
- Senso mais aguçado de som, cor, texturas
e gostos. Relaxamento, aumento da
autoconfiança, sentir que tudo fica mais
fácil, pensamentos míticos
- Efeitos indesejados: ansiedade,
taquicardia, ataques de pânico, sensações
depressivas. Psicose (agitação, violência,
delírios persecutórios) semelhante à
esquizofrenia
→ Dependência:
Maconha afeta o sistema de recompensa
cerebral, assemelhando-se, assim, a outras
drogas com potencial de causar
dependência
◼ Estima-se que em torno de 15% dos
usuários que iniciaram o consumo na
adolescência desenvolvem dependência.
→ Uso crônico:
---- Síndrome do uso crônico
(Amotivacional):
- Apatia, diminuição da motivação,
diminuição de memória, da concentração
Reacções de abstinência (duram semanas):
irritabilidade, ansiedade, falta de apetite
◼ Risco de Esquizofrenia, transtornos de
ansiedade e depressão.
◼ Risco de infertilidade, de câncer
pulmonar, faringe e de bexiga além de
doenças obstrutivas pulmonares
→ Associação de Maconha e
Psicose
◼ Estudo prospectivo que envolveu 50.087
recrutas, com seguimento de 27 anos,
mostrando que os usuários pesados de
Cannabis (mais de 50 vezes aos 18 anos)
tiveram um risco três vezes maior de
desenvolver esquizofrenia. O risco parece
ser maior quanto mais precoce é o início de
uso da Cannabis
 → Considerações
>> O uso pode levar alguns indivíduos a
desenvolver sintomas psiquiátricos agudos
e dependência
◼ O uso regular de Cannabis pode levar a
problemas cognitivos, psicossociais e de
saúde em uma parcela de sujeitos
vulneráveis.
◼ As altas taxas de prevalência de uso, o
aumento na flexibilização do consumo da
maconha e a percepção de risco tem
diminuído na população global, o que se
torna um grande desafio à saúde pública,
na tentativa de conter danos.
COCAÍNA
→ Intoxicação:
Efeito euforizante dura 15 a 30 minutos
> Aumento de energia, euforia, diminui
cansaço, sono e apetite → Semelhante ao
estado hipomaníaco
> Ansiedade, irritabilidade, ataques de
pânico, paranóia, grandiosidade, quadros
psicóticos (delírios, alucinações),
julgamento prejudicado
> Taquicardia, pupilas dilatadas e náusea
→ Abstinência:
<<< Depressão (pode ser severa com a
ideação suicida = “crash”), irritabilidade,
fadiga, insônia e depois hipersonia, craving
e anedonia (incapacidade de sentir prazer)
- Pode durar até 10 semanas
> 1 em cada 6 ficará dependente
> Usam outras substâncias (aliviar
abstinência para se manter “alto”)
Tratamento em geral:
◼ Ansiolíticos, antidepressivos,
antipsicóticos para abstinência(pode durar
até 10 semanas).
◼ Hospital se necessário
◼ Triagem urinária: Cocaína 2-4 dias;
Maconha 1-5 dias
◼ Acompanhamento médico e
familiar.Grupos de auto ajuda.
◼ Terapia cognitivo comportamental, que
ensina as pessoas a evitar ou lidar com
situações em que elas podem se sentir
tentadas a usar droga.
◼ Dependência: Cocaína (ex: dissulfiran,
topiramato)
Violência e uso de substâncias
◼ Principais fatores: contato com o
narcotráfico; o perfil socioeconômico
do usuário; e o próprio efeito da droga
sobre o comportamento.
◼ O tipo de substância utilizada e a
presença de transtorno da personalidade
antissocial podem influenciar nas taxas de
criminalidade
◼ Para Guimarães e colaboradores o uso
de crack leva ao roubo, à violência e ao
endividamento com traficantes, pois
constatou-se ser “frequente a presença de
antecedentes criminais em dependentes
de crack, e essa variável estava relacionada
a mais sintomas de ansiedade, de
depressão e a fissura mais intensa”.
◼ O prejuízo cognitivo pelos usuários de
maconha poderia encorajar decisões que
levam ao crime. A presença de sintomas de
abstinência em usuários de maconha com
histórico de agressividade aumentou em
60% o risco de agressão ao parceiro.
Lei 11.343 de agosto de 2006
Medidas de prevenção ao uso indevido
◼ Reinserção social de usuários e
dependentes
◼ Normas para repressão à produção não
autorizada e ao tráfico
◼ Conhecida como Lei de Drogas (LD)
mantém inalterada a orientação dos
critérios de inimputabilidade de drogas
ilícitas.
Aspectos Legais:
Quando não é dependente e afastado caso
fortuito ou força maior → Princípio Actio
libera in causa → autor assumiu a
responsabilidade de embriagar-se →
responsabilizado pelas consequências de
seu comportamento.
◼ Precisa haver nexo causal entre a
doença e o delito.
◼ Dependência não é = inimputabilidade
◼ Inimputabilidade → caso privado da
capacidade de entendimento ou
autodeterminação do caráter ilícito do
fato.
◼ Previsto tratamento para dependentes
mesmo que imputáveis.
TRANSTORNOS DE
PERSONALIDADE
= Não são propriamente doenças, mas
anomalias do desenvolvimento psíquico,
sendo considerados em psiquiatria forense
como perturbação da saúde mental
Personalidade = constituição (hereditário
e condições de gestação e parto) +
vivências infantis
> Jeito peculiar de ser e se relacionar,
estilo peculiar
→ Padrão estável, de longa duração e não
é melhor explicado como manifestação de
outro transtorno mental ou uso de
substâncias
- Prevalência de 10% na população geral
→ → → ETIOLOGIA (causas)
- Genética, problemas no apego,
negligência e maus tratos na
infância, hormonais
→ Esse padrão de comportamento começa
na adolescência ou no início da vida adulta
>> Leva à sofrimento ou prejuízo
> Muitos não sentem ansiedade acerca de
seu comportamento mal adaptativo = não
se consideram doentes (necessita-se outra
fonte de informação)
- Costumam responsabilizar os
outros por seus problemas
- Considerados “difíceis” e seu
tratamento “complicado” ou até
“irrecuperável”
(Tudo depende da gravidade e do tipo do
transtorno)
> Maioria apresenta disfunções em suas
relações interpessoais, sem que venham a
cometer um delito
→ Classificação dos Transtornos de
Personalidade
- Grupo A (excêntrico, estranho)
Paranóide (desconfiança)
Esquizóide (desinteresse pelo contato
social)
Esquizotípico (excentricidade)
- Grupo B (dramático, errático,
impulsivo, emocional)
Anti-social
Aspectos Legais:
Deficiência Intelectual
INTRODUÇÃO
>>> Inteligência: conjunto de habilidades
cognitivas. Habilidade de identificar e
resolver problemas.
>>> Deficiência intelectual: interrupção
do processo de desenvolvimento da
inteligência. Múltiplas causas: alterações
genéticas, anomalias de metabolismo
(teste do pezinho serve para isso),
infecções durante a gravidez ou após
- Inteligência não se desenvolveu
>>> Demências: deterioração de
um nível cognitivo previamente
estabelecido. É o contrário da deficiência
- Deteriora algo previamente
estabelecido
Deficiência é diferente de demência
+ sobre a deficiência
intelectual
> Transtorno não progressivo
> Antigamente intitulado retardo
> Lentidão ou interrupção manifesta-se
antes dos 18 anos
> Compromete o amadurecimento e
aprendizagem
→ Observa-se que os delitos cometidos por
essas pessoas não são bem elaborados e,
normalmente, eles se perdem
- Limitação cognitivas são acompanhadas
por dificuldades motoras e também da fala
> Dificuldade para realizar abstrações
→ → Funcionamento intelectual abaixo da
média no planejamento, raciocínio,
aprendizagem e no pensamento abstrato
> Acomete 1 a 2% da população mundial
>>> Teste psicométrico (Quociente de
inteligência = QI) igual ou abaixo de 70
> Prejuízo no funcionamento adaptativo
= dificuldade intelectual + dificuldade
adaptativa
CLASSIFICAÇÃO:
Ocorre de acordo com a pontuação em um
teste de QI
1) Leve:
- 50 - 69
- Há capacidade de linguagem,
cuidados pessoais e atividades
simples
- Idade mental de 9 - 12 anos
2) Moderado:
- 35 - 49
- Déficit maior
- Comunicação mais simples
- Idade mental 6 - 9 anos
3) Grave:
- 20 - 34
- Compromete a motricidade
- Ausência total ou parcial da
linguagem
- Apoio e supervisão constantes
- Idade mental de 3 - 6 anos
4) Profundo:
- Abaixo de 20
- Ausência de linguagem,
motricidade
- Sem controle esfincteriano
ETIOLOGIA (causa):
<> Maioria das causas não tem cura, mas
ajuda a família a compreender
>>> Anormalidades cromossômicas
(síndrome de down); erros de
metabolismo, autismo, fatores
socioculturais (má saúde física e mental
dos pais, sub estimulação, privação afetiva
e de cuidados
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
a) déficits de comunicação
b) fraca autoestima
c) dependência (altos índices de
vitimização
d) propensão a episódios psicóticos
e) incapacidade para solucionar
conflitos e baixa tolerância à
frustração (teimosia, mentira,
roubo)
- Alguns podem ser dóceis e outros não
f) imaturidade afetiva (dificuldade
em concluir sobre o certo e o
errado)
> Uma vez a deficiência estabelecida, não
tem retorno
ESFERA CRIMINAL:
> Classificada em psiquiatria forense como
desenvolvimento mental retardado ou
incompleto
 → Pouca cautela ao falar (desacato),
sugestionabilidade (podem ser usados
como “laranjas”) e instabilidade emocional
e comportamental
- Roubo, fuga, prostituição, incêncio
voluntário ou reações homicidas
- Reações marcadas pela pobreza
intelectual
>>> Tipos de crimes mais frequentes:
ofensa à integridade física, homícidos,
abuso sexual (voyeurismo é aquele que
espia, invadindo a intimidade do outros e
exibicionismo é expor as genitais) e
provocar incêndios. Maior risco de
reincidência
- Abuso de substâncias
> Muitos precisam ser tutelados
> Retardo mental grave: baixo nível de
delinquência. São inimputáveis.
> Retardo mental moderado e leve:
sugestionáveis, podendo servirem de
laranjas ou levados ao crime. São semi-
imputáveis ou inimputáveis
Quanto + grave o retardo, - chance de cometer
o delitos
ESFERA CIVIL:
→ Interdição (capacidade de reger sua
vida e administrar seus bens).
Nos leves pode receber interdição parcial.
Quando ocorre, tende a ser definitiva.
- anulação de negócio jurídico
- anulação de casamento
- guarda dos filhos
- capacidade para testar
DIREITOS DAS PESSOAS COM DI:
= Igual cidadã, negar trabalho em razão de
sua deficiência, direito À educação pública
e gratuita, direito à material escolar e bolsa
de estudos, atendimento preferencial,
direito ao trabalho (reserva de cargos),
direito a voto(exceto em casos de
interdição total), passe livre de transporte,
isento do serviço militar, e dever de ser
amparado pela família (crime de abandono
de incapaz)
DEMÊNCIAS
> Envolvem doenças que possuem
PERDAS de capacidades cognitivas
<> Pode também ser chamados de
transtornos neurocognitivos
→ Uns dos principais fatores é o AVANÇAR
DA IDADE
<><> Quanto mais passa o tempo, mais
chance de ter
CONCEITO
Quadro neurodegenerativo → Declínio
cognitivo gradual e progressivo →
Deterioração funcional e perda da
independência
= Síndrome marcada por perda progressiva
de memória ( inicia com problema do dia a
dia atinge a memória remota)
● Pelo menos um dos sintomas:
1. AFASIA (perda da capacidade de gerar
palavras ou de compreendê-las)
2. APRAXIA (dificuldade para desempenhar
atos motores)
3. AGNOSIA (dificuldade de reconhecer
lugares, faces de pessoas famosas ou
familiares)
4. DISTÚRBIO DA FUNÇÃO EXECUTIVA
(problemas na organização, planejamento,
idéias...)
> Consciência não está alterada
> Declínio social por um ano ao menos
(declínio da atividade prévia)
>> Domínios cognitivos prejudicados:
- memória
- atenção
- linguagem
- habilidades visoespaciais
- função executiva (planeamento e
executar tarefas)
→ → Demências e suas alterações:
> Disfunção de memória:
Inicia pela recente e vai para remotas.
Pode esquecer compromisso e repetir as
mesmas perguntas
> Alterações de linguagem:
Compreensão e produção. Difícil expressar
um pensamento, usa frases curtas e
estruturas mais simples
> Alteração da função executiva:
Dificuldade para planejar e executar
tarefas com muitos passos
> Dificuldades visoespaciais:
Pode ocorrer de se perder em lugares não
tão habituais
ETIOLOGIA
Dementia (latim) = ausência de mente
> Doença de idosos
> + de 150 causas
<> Demências possivelmente reversívies:
depressão, toxicidade de medicamentos,
deficiência de B12, infecções como sífilis,
HIV, hematoma subdural (queda)
<> Demências não-reversíveis:
Alzheimer, Vascular, formas mistas de DA e
DV, de corpúsculos de Lewy,
Frontotemporal, associada a doença de
Parkinson, Demência alcoólica...
→ Fatores de risco não modificáveis:
A) Idade:
60-64 anos=0,9%
65-69 anos=1,7%
75-79 anos=6%
85-89 anos=18,3%
90-94 anos=29,9%
B) Fatores genéticos
→ Fatores de risco modificáveis:
↑ isolamento social, baixa escolaridade,
tabagismo, dieta inapropriada, depressão
↓ reserva cognitiva e resiliência cerebral,
habilidade do cérebro de engajar redes
alternativas e desenvolver estratégias para
substituir as funções das regiões afetadas
 DEFINIÇÃO E ◼ Pode levar à inimputabilidade penal
(nexo causal), a incapacidade civil ou
CATEGORIZAÇÃO: invalidez para o trabalho.
> DSM-V: Transtornos Neurocognitivos
◼ Chama atenção que as transgressões
inclui TNC leve, TNC maior(Demência deve
surpreendem quem o conhece, sem
haver prejuízo funcional) e Delirium
antecedentes criminais.
> Relato do paciente, informante ou
◼ Assédio sexual, condutas abusivas e
observação clínica
exibicionismo.
- Testagem cognitiva
◼ Delírios especialmente de ciúmes ou de
- Exclusão de delirium (quadro de alteração prejuízo.
nível de consciência e atenção, quadro
◼ Podem ser vítimas de todo tipo de
súbito)
violência.
- Exames de neuroimagem, laboratoriais,
dependendo do quadro exame do LCR
AVALIAÇÃO PERICIAL CIVIL:
Anteriormente capacidade determinada
Demência de Alzheimer apenas pela presença de um diagnóstico.
- 60 - 80% das demências Vida independente, gestão financeira,
- Perda de neurônios colinérgicos consentimento para tratamento,
capacidade testamentária, direção veicular,
- Cognição e atividades diárias = consentimento sexual.
tratamento com anticolinesterásicos
melhoraram um pouco no início e depois
retardam o declínio do desempenho DILEMA a SOLUCIONAR:
- Diagnóstico definitivo só após a morte ◼ Por meio de avaliações específicas
respeitar a autonomia dos sujeitos capazes
>> Sintomas psicológicos e de
de tomar decisões esclarecidas e a
comportamento:
proteção daqueles com comprometimento
- Início: depressão, ansiedade, cognitivo, que requerem supervisão ou
insônia, retraimento mesmo intervenção direta, quando se
- Vai se sentindo perseguido (perde fizerem necessárias.
coisas, pode deduzir que foi
roubado), irritabilidade, agitação,
perambular sem destino, apatia,
perda de apetite
- Fase mais tardia: delírios,
agressividade
- Sintomas costumam flutuar

ASPECTOS LEGAIS:
 - Meninas e mulheres são as vítimas mais
frequentes.

- Em geral ocorre dentro de suas próprias

casas.

- Com ou sem características incestuosas.

- Vítimas buscam os serviços de saúde com

sintomas incongruentes e um PESADO
SEGREDO A REVELAR.

<><> Conceitos <><>

OMS adotou termo abuso sexual desde
1999 referindo-se à violência sexual contra
crianças.

OFENSA SEXUAL termo geral para

O CUIDADO ÀS nomear delitos de natureza sexual, desde

VÍTIMAS DE aproximação, assédio, exibicionismo,

obscenidade escrita ou oral, pornografia,

OFENSA SEXUAL indução a prostituição, manipulação até a

violação e consumação do ato sexual com
cópula e/ou coito anal, em que uma das
>>> O uso sem consentimento de uma
partes não compreende completamente, é
pessoa para suprir as necessidades de
incapaz de consentir, ou para a qual em
outra é um desvio da sexualidade
função de seu desenvolvimento não está
humana, que pode se manifestar sob as
preparada, ou que viole as leis ou tabus da
formas de incesto (relações familiarees),
sociedade.
abuso, assédio e estupro
- Relação de ofensa implica em
> O PERPETRADOR, ou abusador, vale-se da
ASSIMETRIA DE PODER entre os
posição de superioridade, tornando a
envolvidos.
vítima incapaz de expressar anuência ou
defesa em razão de fragilidade física ou
psíquica
- VIOLAÇÃO OU TRANSGRESSÃO de
→ → RECIPROCIDADE e CONSENSO são as direitos com fins de DOMINAÇÃO,
características fundamentais da EXPLORAÇÃO e OPRESSÃO que se
sexualidade humana formal efetiva na passividade e no
silêncio.

— AMEAÇAS E CHANTAGENS são

<><> Impacto da violência sexual <><>
frequentes elementos de convencimento
- 12 milhões de pessoas no mundo/ano na sedução e no incesto.

- No Brasil 1 ofensa sexual a crianças e > INCESTO é a ofensa sexual intrafamiliar.

adolescentes a cada 8 minutos. Promiscuidade primitiva, sem seleção
sexual, baseando o sexo apenas no
- Pode ocorrer com ou sem violência. instinto.

<> Ofensores <>
Família com comportamento incestuoso
mostram tendência ao ISOLAMENTO.
Pode haver USO DE ÁLCOOL associado.
>>> Os ofensores tendem a ser rígidos,
extremamente POSSESSIVOS, PROTETORES
e ZELOSOS das crianças e adolescentes
ofendidas, causando SURPRESA A
REVELAÇÃO DO ABUSO e dúvida na
veracidade do relato das vítimas.
— Pai tendência a pedofilia, regredido,
encara seu papel de protetor de forma
sexual. Relação incestuosa é a única forma
de afeto. Comportamento sedutor e
insinuante especialmente com a faixa
etária eleita na ofensa sexual.
DESQUALIFICAM A VÍTIMA e chegam a
acusar de promiscuidade e sedução.
NEGAM A OFENSA, temem a revelação e
suas consequências.
AMEAÇAM A INTEGRIDADE FÍSICA,
EMOCIONAL E ECONÔMICA DA VÍTIMA E
SUA FAMÍLIA.
Geralmente TAMBÉM FOI VÍTIMA de algum
tipo de abuso.
--Mulheres abusadoras(3-5%). Mães
simbióticas, comportamento mais sádico,
função de professoras de adolescentes.
Incesto mais raro e patológico.
>>> Perfil variável
- Abusadores chamados Oportunos,
Regressivos ou Situacionais: preferem
parceiros sexuais adultos, mas escolheram
crianças porque estavam disponíveis ou
eram mais vulneráveis.
Estima-se que 2-10% dos que praticaram
atos de natureza sexual com crianças sejam
realmente pedófilos.
Abusadores oportunistas: períodos de
estresse, poucas vítimas e em geral
familiares.
Abusadores pedófilos: atos sexuais com
crianças de tenra idade, abusos mais
frequentes, muitas vítimas, maioria
extrafamiliar.
- Incesto entre pais e filhos acredita-se
maior parte oportunistas em vez de
pedófilos.
> Violência sexual e Doença mental <
- Prática de violência sexual não é
sinônimo de doença mental, mas existem
pessoas que apresentam complicações
psiquiátricas graves e cometem violência
sexual e são divididos em 3 grupos:
1. Psicóticos
2. Transtorno de Personalidade
antissocial
3. Parafílicos
— Deficientes mentais, demenciados e
alcoolistas também se envolvem
eventualmente em tais delitos.
<> PEDOFILIA <>
> Na linguagem psiquiátrica as
PERVERSÕES são chamadas de
PARAFILIAS.
> Transtornos sexuais caracterizados por
fantasias, anseios sexuais ou
comportamentos recorrentes, intensos e
sexualmente excitantes, em geral
envolvendo objetos não humanos,
sofrimento ou humilhação, próprio e de
parceiras, ou crianças, ou outras pessoas
sem o seu consentimento, ocorrendo
durante um período mínimo de 6 meses.
> Pedofilia é uma parafilia com preferência
sexual por crianças. Começa em geral na
adolescência ou meia idade, crônica.
> Raramente buscam auxílio
> Imputabilidade é mantida para os
pedófilos (não perdem o juízo de
realidade) na maior parte dos países,
excetuando-se os casos de alguma
comorbidade com psicose ou retardo
mental.
> Presença de fantasias, desejos ou
práticas sexuais com crianças, em geral
menores de 13 anos (pré-púberes).
> Para o diagnóstico é necessário que
tenha pelo menos 16 anos e seja pelo
menos 5 anos mais velho que a criança.
> Ato isolado praticado por um
adolescente não é suficiente para o
diagnóstico.
> Pode ocorrer atração sexual exclusiva
com crianças, mas às vezes em menor
intensidade atração por adultos.
> A maioria dos pedófilos são homens,
adultos, tímidos, impulsivos, pouca
capacidade de socialização e dificuldade de
atrair parceiros da mesma idade.
→ → Causas e tratamentos:
- Causas desconhecidas
- História de abuso sexual na infância do
agressor hoje discutida como fator de risco
importante.
- A maioria das crianças que sofrem abuso
não se torna infratora quando adulta.
- QI mais baixo
- Distúrbios nas redes pré-frontais
- Tratamento compulsório
- Psicoterapia, medicamentos que
diminuem desejo sexual (antidepressivos)
nos casos leves, em alguns países europeus
hormônios que inibem a testosterona
(chamada erroneamente de castração
química) diminui o impulso sexual,
possibilitando maior autocontrole e
menores taxas de reincidência.
<><> Crianças vítimas <><>
- Podem não reconhecer como violência
- Irritabilidade e impulsividade
- Atitudes sexuais impróprias para a idade
(conhecimento sobre atividades e práticas
sexuais), masturbação frequente e /ou
compulsiva independente do ambiente,
desvio frequente de brincadeiras para
possibilitar contatos íntimos, manipulação
de genitais, repetição de atitudes do
ofensor.
- Infecções urinárias de repetição
- Distúrbios nutricionais
- Distúrbios do sono
- Não parecem vítimas, são pessoas
comuns, especialmente as crianças
pequenas, pois percebem os contatos
sexuais incestuosos como formas de amor
e carinho, enquanto adolescentes
começam a perceber que há algo estranho
ou errado.
<> Legislação brasileira <>
- Estatuto da criança e do adolescente
(ECA)
> Obrigatoriedade de notificação dos casos
ou suspeitas de abuso aos conselhos
tutelares.
> Afastamento do autor de violência sexual
da moradia comum.
> Proibição do uso de crianças e
adolescentes em produtos relacionados a
pornografia.

> Criminalização de pessoas que

submeterem à exploração sexual.

> Agravamento das penas do código penal

para os crimes de maus tratos, estupro e
outras violações sexuais quando cometidos
contra crianças menores de 14 anos.

- Art 5º Nenhuma criança ou adolescente

será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na
forma da lei qualquer atentado, por ação
ou omissão aos seus direitos
fundamentais(BRASIL, 1990ª)