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Arteterapia para idosos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO.


Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais

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Há diversas formas de envelhecer e os processos de envelhecimento variam em relação a
gênero, etnia, classe social, cultura, entre outros aspectos. As condições de vida, de
trabalho e de recursos são determinantes para a qualidade de vida do envelhecer,
podendo trazer limitações e diferentes graus de vulnerabilidade (CIASCA, 2017).

Envelhecer implica ainda em enfrentar transformações no corpo e na vida social. Muitos


idosos, ao se depararem com estas transformações e com o declínio das aptidões físicas e
cognitivas, sentem-se desolados e fragilizados (GUEDES et al., 2011).

A redução no desempenho físico, na habilidade motora, na capacidade de concentração,


reação e coordenação resultantes do envelhecimento e de algumas doenças advindas
desse processo, gera um processo de desvalorização da autoimagem, apatia, insegurança,
perda da motivação, isolamento social, solidão e baixa autoestima.

Entretanto, este quadro pode ser alterado utilizando durante a intervenção, atividades de
expressões artísticas, que visam a melhora das capacidades motoras, que apoiam a
realização de sua vida cotidiana, enfatizando o bem-estar e a autoimagem (GUEDES et al.,
2011).

Neste contexto de uso de atividades de expressões artísticas para intervenção, temos


como exemplo a Arteterapia, que é definida como a utilização da arte e suas diferentes
expressões como recurso terapêutico. Ela busca desenvolver o autoconhecimento, a
autoestima, o equilíbrio e o desenvolvimento pleno do indivíduo, tendo como objetivo
auxiliar pessoas, por intermédio das diferentes formas de fazer arte, possibilitando a
expressão de seus conflitos e dificuldades, de forma simbólica (SILVA et al., 2020).

Esta técnica se relaciona com o ser humano de forma a possibilitar uma linguagem capaz
de abrir novos canais de comunicação entre o consciente e o inconsciente, funcionando
como uma forma de comunicação com o próprio eu, em que o resultado dessa experiência
capacita o indivíduo a buscar recursos internos mais saudáveis, facilitando a expressão de
sentimentos e determinadas atitudes, além de também resgatar seu o potencial criativo
(SILVA et al., 2020).

Além de uma ferramenta potente, a arteterapia é um recurso utilizado na área da saúde e


procura oferecer a diversidade da arte como linguagem que ultrapassa as barreiras do
paciente. São exemplos a modelagem, o desenho, a pintura, a música, o canto, a dança,
os bordados, colagens, a fotografia, a contação de histórias e quaisquer outros
instrumentos que possam utilizar para que essas manifestações aconteçam (SILVA et al.,
2020).

É utilizada em atendimento individual ou grupal e oferece um espaço onde é possível


compartilhar dificuldades, desejos, sonhos, abrindo horizontes para novas possibilidades,
sendo considerada então como um recurso terapêutico que promove qualidade de vida
(MEDEIROS; SILVA, 2021).

É válido destacar que esta técnica não é um recurso específico da Terapia Ocupacional e é
utilizada na prática por diversos profissionais da saúde. Ainda assim, o processo da
arteterapia se mostra extremamente importante para os idosos, pois proporciona o poder
de escolha do quando, onde, como e o que fazer. Proporciona ainda, uma vivência de

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liberdade. Porém, o profissional deve ter conhecimento das particularidades que envolvem
o envelhecimento bem como compreender as limitações e dificuldades de cada idoso
atendido (SILVA et al., 2020).

A Terapia Ocupacional atua na promoção, prevenção, manutenção e reabilitação de


processos patológicos, possuindo como foco principal a ocupação do indivíduo em suas
diferentes áreas de desempenho. Neste contexto, a arteterapia é um recurso que trabalha
de forma abrangente na reabilitação dos sujeitos.

A terapia por meio da arte é utilizada como recurso com o objetivo de recuperação ou
melhora da saúde e qualidade de vida dos idosos, estando presente na prevenção, no
tratamento e na reabilitação, em casos crônicos ou agudos (SILVA et al., 2020).

A arteterapia pode ser considerada ainda como uma potente ferramenta de estimulação
cognitiva, social e expressiva, de promoção de saúde e qualidade de vida para a
população idosa, possibilitando expressão de suas angústias, necessidades, sonhos e
marcas do passado (SILVA et al., 2020).

Desta forma, podemos concluir que a arteterapia é uma ferramenta muito importante e
que auxilia os terapeutas ocupacionais a alçarem seus objetivos terapêuticos durante a
intervenção com a população idosa.

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Referências
CIASCA, Eliana Cecília. Arteterapia e depressão: efeitos da arteterapia como
terapia complementar no tratamento da depressão em idosos. 2017. 108 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

GUEDES, Maria Heliana Mota; GUEDES, Helisamara Mota; ALMEIDA, Martha Elisa Ferreira.
Efeito da prática de trabalhos manuais sobre a autoimagem de idosos. Revista Brasileira
de Geriatria e Gerontologia, v. 14, n.4, p.731-742, 2011.

MEDEIROS, Monica Tritone; SILVA, Elza Maria Tavares. Benefícios da arteterapia para
idosos: uma revisão de Nise à pandemia. Revista Longeviver, ano III, n. 11, p.22-29,
2021.

SILVA, Vanessa Veloso da; RISSE, Lea Sandra; MACIEL, Priscila Cristina da Silva.
Arteterapia e envelhecimento: uma visão interdisciplinar. In: ISTOE, Rosalee Santos
Crespo; MANHÃES, Fernanda Castro; SOUZA, Carlos Henrique Medeiros de.
Envelhecimento humano, inovação e criatividade: diálogos interdisciplinares.
Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2020. p. 86-96.

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