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Psicologia Cognitiva

Prof. Dr. Cesar Galera


Porque estudar o Pensamento?

• Curiosidade intelectual

Processos do pensamento, os processos cognitivos, básicos são o


alicerce da nossa vida inteligente.

• Implicações para outras áreas e implicações práticas

A psicologia cognitiva é uma ciência básica, e fornece os


fundamentos para outras áreas da psicologia.
Os resultados dos estudos da Psicologia Cognitiva tem implicações
práticas para muitas áreas da psicologia: Clínica, Escolar, Organizacional,
Social, Ergonomia, Economia, etc.

A Psicologia Cognitiva é parte das Ciências Cognitivas


Antecedentes

Racionalismo x empirismo

Platão: - O mundo sensível como reflexo da ideia


- A reminiscência: o conhecimento é inato
conhecer é recordar

Aristóteles: a idéia como reflexo do mundo


“nada está no pensamento que não tenha estado antes
nos órgãos dos sentidos”
De Anima “Ora, é evidente que perceber e pensar não são
o mesmo: de um participam todos os animais, enquanto do
outro participam poucos.” p 110.

- “... o pensamento é impossível sem uma imagem...”


Antecedentes - Idade média
Agostinho de Hipona – Confissões - Livro X (97 AD)
"Venho agora aos campos e às vastas habitações da memória, onde se acham os
tesouros de imagens sem conta, imagens de toda a espécie, para lá levadas pelos sentidos
(...). Aí se guardam distintamente e segundo cada género todas as coisas que lá se
introduziram pela entrada que lhes é própria, ...pelos olhos,,, pelos ouvidos ... pela entrada
do nariz ... pela da boca...Tudo nela entra, cada coisa por sua entrada, e tudo ali se
armazena“
...
“...não são as próprias coisas que entram, mas sim as imagens das coisas, percebidas pelos
sentidos que ali estão à disposição do pensamento que as recorda”
...
“As imagens (dos objetos) são recolhidas com espantosa rapidez e dispostas, por assim
dizer, em células admiráveis, donde admiravelmente são tiradas pela lembrança”
...
"Se algo me desaparece da vista, mas nunca da memória, ... guardamos dentro a sua
imagem e procuramo-lo até que ele seja restituído ao nosso olhar. E em sendo achado, é
pela sua imagem, que levamos dentro, que somos capazes de o reconhecer.
Antecedentes - Idade média
Tomas de Aquino O sexto (§) discute-se assim. ― Parece que a
memória não está na parte intelectiva da alma.
1225 - 1274
“Uma distinção entre memória e raciocínio”
1.― Pois, Agostinho diz que à parte superior da alma
pertencem aquelas coisas que não são comuns aos
homens e aos animais.
Ora, a memória é comum a uns e a outros, pois,
o mesmo autor diz, que os animais podem sentir,
pelos sentidos do corpo, as coisas corpóreas, e
mandá-las à memória.
Logo, a memória não pertence à parte
intelectiva da alma.

2.Demais. ― A memória guarda as coisas pretéritas.


Mas pretérito se refere a um tempo determinado.
Logo, a memória é cognoscitiva das causas, num
determinado tempo, o que é conhecê-las local e
atualmente. Ora, isto não é próprio do intelecto, mas
do sentido. Logo, a memória não está na parte
intelectiva, mas só na sensitiva.
Antecedentes Idade Moderna

Descartes (1596 – 1650):


Ceticismo metodológico
Conhecimento inato: res cogitans / res divina / res extensa.

John Locke (1632 – 1704) - An Essay Concerning Human Understanding


(1690)
- A origem de todo o conhecimento é a experiência: “Nada está no
pensamento que não tenha estado antes nos órgão s dos sentidos”
- Tabula rasa

O inato x aprendido
O Problema de William de Molyneux :
- o que podemos saber de forma inata?
- as ideias de diferentes sentidos são intercambiáveis?
- http://plato.stanford.edu/entries/molyneux-problem /

“... Suppose a Man born blind, and now adult, and taught
by his touch to distinguish between a Cube, and a Sphere of the
same metal, and nighly of the same bigness, so as to tell, when he
felt one and t’other; which is the Cube, which the Sphere.
Suppose then the Cube and Sphere placed on a Table, and the
Blind Man to be made to see. Quaere, Whether by his sight,
before he touch’d them, he could now distinguish, and tell, which
is the Globe, which the Cube….”
7 July 1688
William de Molyneux :
- o que podemos saber de forma inata?
- as idéias de diferentes sentidos são intercambiáveis?

- William Cheselden (1688–1752)

( -“A primeira vista” (Val Kilmer e Mira Sorvino )


– Oliver Sachs
(
- Projeto Prakash (Pawan Sinha, Nature, vol 44, 18 may 2006)
Antecedentes Idade Contemporânea
Psicologia Alemã

Helmholtz (1821-1894): 1849 –


o fim do vitalismo

F.C. Donders (1869) –


A duração dos processos mentais
Psicologia Alemã

Helmholtz (1821-1894): 1849 –


o fim do vitalismo

F.C. Donders (1869) –


A duração dos processos mentais
Psicologia Europeia

• Hermann Ebbinghaus (1850-1909)


• Alfred Binet (1857 -1911)
• Lev Vygotsky (1896-1934)
• K.J.W. Craik (1914-1945)
• Frederic Bartlett (1886-1969)
• Jean Piaget (1896 - 1980)
Psicologia Americana
Willian James (1842-1910):“Princípios de Psicologia”
O fluxo da Consciência/A emoção/ O habito/A vontade

J. Watson (1878 -1958)


B.F. Skinner (1904 -1990) A psicologia é o estudo do
comportamento/resposta.
S.S. Stevens (1906 – 1973)

•N.Chomsky:
“Definir a psicologia como a ciência do
comportamento é como definir a física como a
ciência da leitura do medidor.
Cenário do surgimento da Psicologia Cognitiva
2 a Guerra mundial: Avanços tecnológicos (radar, complexidade do
equipamentos, etc)

K.J.W. Craik (1914-1945) – Modelos mentais: a mente


utiliza “modelos em escala reduzida” para antecipar os
acontecimentos do ambiente.
http://pec.sagepub.com/content/12/3/233.full.pdf+html
Alan Turing (1912 – 1954): o pensamento artificial

Enigma x Colossus

Máquina de Turing

Teste de Turing
(
(
Von Newman (1903-1957)

1945 - EDVAC (electronic discrete variable


automatic computer)
Donald Broadbent (1958).
(1958) Perception and communication .
• Simposio Hixon (1948)
“Mecanismos cerebrais do comportamento”

Nascimento das Ciência Cognitiva

1 – O problema das relações entre mente e cérebro.


2 – A natureza da representação mental.
3 – Neurociência, psicologia e filosofia da mente.
4 – Psicologia evolucionária: seu estatuto científico
e implicações filosóficas.
H. Garner – A nova ciência da mente:

Ciência cognitiva compreende:

Inteligência artificial;
Atenção;
Aprendizagem
Desenvolvimento; Psicologia
Memória; Cognitiva
Percepção e ação;
Mente inconsciente;
Linguagem/linguistica
• U. Neisser (1967):
• Cognitive Psychology.
“A informação e suas vicissitudes”
• “O papel da psicologia cognitiva é
proporcionar uma descrição detalhada das
propriedades e capacidades do sistema,
apresentando modelos de seus componentes
funcionais e a forma como se relacionam”
» Repovs e Baddeley, 2006
• ANDERSON, J.R. Psicologia Cognitiva e suas
implicações, RJ, LTC 2002

• ANDERSON, M. C., EYSENCK, M.W & BADDELEY, A.


Memória. ArtMed, 2011

• STERNBERG, R.J. Psicologia Cognitiva.Trad. M.R.B. ArtMed,


2009 (5ª Ed)

• MATLIN, M.W. Psicologia Cognitiva. Trad. E. Machado, RJ,


LTC, 2004.

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