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SUMÁRIO
A.
(i.) Recapitulação breve dos conceitos da aula anterior: sujeito consciente, ter
experiências mentais, variedade de estados mentais, ser centro de experiências, eventuais
experiências mentais noutros seres (animais, máquinas sofisticadas, outros seres),
diferença entre estados mentais e estados físicos, natureza dos estados mentais, estrutura
dos estados mentais (alguém está no centro das experiências).
(ii.) Assuntos pendentes da folha de aula anterior: moinho de Leibniz, traços distintivos
dos estados mentais, classificações de estados mentais, o ponto de vista dos “mistéricos”
(mysterians), o catálogo da nossa ignorância sobre a mente (localização, tempo).
B.
(i.) Continuação do estudo do capítulo acerca do problema Mente-Corpo.
(ii.) Leitura de trechos: G. Leibniz, sobre o moinho.
(iii.). A questão do dualismo (Raymond Smullyan): temos razões para descartar?
(iv.) Preenchimento do questionário Times Higher Education Supplement (THES) sobre
o Congresso Tucson II.
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O MOINHO DE LEIBNIZ
“(…) temos de confessar que a percepção e o que dela depende é
inexplicável por razões mecânicas, isto é, pelas figuras e pelos movimentos.
E supondo que exista uma máquina cuja estrutura faça pensar, sentir, ter
percepção, poder-se-á concebê-la aumentada e conservando as mesmas
proporções, de modo que se possa entrar nela como num moinho. E posto
isto, não se encontrará nela, visitando-a por dentro, senão peças que se
impelem umas às outras, e nunca como explicar uma percepção”
(“Princípios de Filosofia ou Monadologia”, [1720] in Obras Escolhidas, org.
António Borges Coelho, Lisboa, Livros Horizonte, s. d., § 17, p. 162).
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- É ela aberta e susceptível de alargamento? Qual é precisamente a lista completa
dos nossos estados mentais, e, em complemento, dos estados mentais possíveis (recordar
Curvelo)?
- A mesma linguagem pode descrevê-los a todos com o mesmo grau de precisão?
Uns sim e outros não?
- Sensações e ter consciência de algo (awareness): ocorrência, conteúdo
fenoménico, uma qualidade especial que acompanha uma experiência; ligação a um
centro subjectivo; eventual influência do contexto (dores, cores); surpresa pela existência.
- Estados de não-sensação e ter consciência de algo: estar à disposição e relação
com o sujeito
Perante isto, parece que sabendo pouco, sempre se sabe alguma coisa: pode-se classificar,
reflectir, propor teorias, etc. Tudo isto, contudo, pode ser problemático. Reparemos em
coisas tão fundamentais que, apesar de universais, temos dificuldade em saber alguma
coisa a seu respeito.
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4. Se a Filosofia da Mente tem um objecto no seu próprio nome, onde está, por
exemplo, esse objecto?
Continuação:
– “Onde é que eu estou?”, de Daniel C. Dennett.
- “O cérebro numa galáxia”, Arnold Zuboff.
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CONTEÚDO INTENCIONAL vs. REFERÊNCIA à realidade objectiva
ASPECTO, ASPECTUALIDAE
REPRESENTAÇÃO
CONTEÚDO PROPOSICIONAL
“Oração-que encaixada ou infinitivo de um verbo especificando o conteúdo
proposicional (representacional) do estado intencional” (24)
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PERSPECTIVAS DE PRIMEIRA E TERCEIRA PESSOAS
E PRIVACIDADE DO MENTAL
“Indo um pouco além, como posso me assegurar de que seu comportamento não
é somente uma fachada, que encerra um gélido vazio mental? Você é, talvez, um zumbi
sem mente, ou uma marionete sem consciência controlada por Marte” (27)
PRIVACIDADE DO MENTAL:
TRANSLUCIDEZ (DIAFANEIDADE) e INCORRIGIBILIDADE
“a tese da translucidez, a afirmação de que uma pessoa não pode ser ignorante de
seus próprios estados mentais, ou errada quanto aos tipos de estados mentais que são. O
conhecimento que uma pessoa tem de seus' próprios estados mentais, em contraposição
ao seu conhecimento de outros assuntos, é não só completo, mas incorrigível ou infalível,
isto é, além da possibilidade do erro ou da correção.” (28)
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(i.) Desafio: reflectir sobre as certezas aparentes das pessoas: mente e matéria
- parecem substâncias separadas;
- desconhece-se totalmente como interagem;
- tudo se resume a que parece que estamos perante “um dos ‘mistérios’ da vida”
(p. 19).
“aniquilar completamente a alma ou a mente, mas deixar o corpo a funcionar tal e qual
como antes” (p. 19)
REFLEXÕES
(vii.) Para Smullyan, tudo se limita a isto: “talvez haja algo de ligeiramente errado com
o dualismo”.
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6. Porque se diz que o estado de autoconsciência é necessário para que a racionalidade
seja possível?
7. É possível oferecer uma definição sem problemas do mental que possa ser usada para
distingui-lo do físico?
- Relembrar o que se disse na aula passada sobre as intenções da Mãe Natureza no caso
das feromonas.