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21/08/2023, 10:03 Jogos Cognitivos no atendimento psicopedagógico

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Usando Jogos Cognitivos em Atendimentos
Psicopedagógicos

Inez Kwiecinski 11 de fevereiro de 2016


  

-“Sai desse celular guri!”

Com a inclusão digital hoje essa frase é comum nas casas de todo Brasil.
Diversas vezes mães e pais dizem isso a seus filhos que costumam ficar jogando
o dia todo, “joguinhos” de todos os tipos.

A questão é que os jogos são recursos que inferem na estruturação cognitiva do


sujeito favorecendo a construção de raciocínios no processo de intervenção
junto a crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, onde o enfoque

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é a análise dos procedimentos e a resolução de situação-problemas, o


registro de jogadas que possibilitam a utilização de diferentes sistemas
simbólicos, permitindo a reflexão de como os mesmos se estruturam.

O psicopedagogo pode aproveitar este benefício dos jogos e utilizá-los em


sua intervenção, é importante aproveitar a oportunidade para usar alguns
momentos da hora do jogo e transformá-los em situações problemas, onde a
criança deverá solucioná-los, de maneira que envolva a análise de suas ações.

Em muitos casos, essas atitudes colaboram para a melhora do desempenho do


paciente e é a partir dessas ações que a criança vai aos poucos percebendo que
algumas de suas atitudes são inadequadas e desta forma irá construir outros
esquemas de ação, superiores aos adotados anteriormente.

O que na vida real passa despercebida pela criança, torna-se evidente numa
ação dentro do jogo, pois ele cria situações que a criança libera suas emoções
que em outras situações ela conseguiria esconder.

Jogos cognitivos são um conjunto de jogos variados que trabalham aspectos


cognitivos, propondo a intersecção entre os conceitos de jogos, diversão e
cognição. Desse modo, parte-se do reconhecimento da contribuição que os
jogos oferecem ao desenvolvimento humano e coloca-se ênfase nos aspectos
cognitivos. A cognição entendida nesse contexto como “a aquisição, o
armazenamento, a transformação e aplicação do conhecimento” (Matlin, 2004),
o que envolve uma diversidade de processos mentais, como memória,
percepção, raciocínio, linguagem e resolução de problemas.

Nesse sentido, as habilidades cognitivas podem ser entendidas como as


capacidades que tornam o sujeito competente e lhe permite interagir
simbolicamente com o meio. As habilidades cognitivas permitem, por exemplo,
discriminar objetos, identificar e classificar conceitos, levantar problemas, aplicar
regras e resolver problemas, e propiciam a construção e a estruturação contínua
dos processos mentais (Gatti, 1997).

A inserção do uso dos jogos cognitivos eletrônicos oferece duas contribuições


expressivas ao processo de ensino e aprendizagem, pois ao mesmo tempo em
que propõe o exercício de habilidades cognitivas que são fundamentais ao
processo de aprendizagem e no contexto de sala de aula, contribui para a
inserção e uso de tecnologias da informação e comunicação.

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As habilidades cognitivas permitem, por exemplo, discriminar objetos,


identificar e classificar conceitos, levantar problemas, aplicar regras e
resolver problemas, e propiciam a construção e a estruturação
contínua dos processos mentais.

Desse modo, a sua inserção reforça a importância de trabalhar conteúdos de


aprendizagem procedimentais e atitudinais no contexto escolar, resguardando a
formação mais integral e globalizadora do aluno.

Jogos Cognitivos no atendimento


psicopedagógico
Os jogos cognitivos são um excelente recurso para o
atendimento psicopedagógico, porém é preciso preservar a ludicidade,
usando-o como instrumento de vinculação afetiva e cognitiva com a
aprendizagem. Torna-se necessário então que o psicopedagogo faça
intervenções de caráter subjetivo, de forma que o indivíduo vá se percebendo e
construindo a sua forma de aprender.

A literatura descreve vários tipos de jogos como: jogos de faz de conta que
envolvem a representação de papéis e situações imaginárias; brincadeiras de
movimento que implicam o domínio do corpo por meio de atividades físicas e
movimentos corporais; jogos de lógica baseados em regras, desafios e
pensamento, jogos de roda que envolvem um grupo, músicas e movimentos,
entre outros. Todos esses e outros tipos de jogos, envolvem peculiaridades e
características próprias.

Kishomoto descreve que é difícil conceituar o que é jogo, enquanto categoria


que dê conta dos diversos tipos e características, o que é reforçado por
Huizinga, segundo o qual o jogo “é função de vida, mas não é passível de
definição exata em termos lógicos, biológicos ou estéticos”. Os jogos cognitivos
apresentam características comuns aos jogos, porém recebem essa
denominação por envolverem mais fortemente habilidades cognitivas. Em um
jogo como a Hora do Rush, por exemplo, no qual o jogador precisa movimentar
vários carros para tirar um específico, trabalha-se fortemente com a capacidade
de planejamento e a resolução de problemas.

Conheça agora os três principais tipos de jogos cognitivos:

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01. Jogos de Desafio


Muitos jogos que podemos classificar como cognitivos não foram desenvolvidos
com o objetivo de trabalhar essas habilidades, mas podem ser considerados
como tal por seus desafios e dinâmicas.

Nesse sentido, os jogos de desafio apresentam problemas que mobilizam o


jogador a pensar, levantar hipóteses, experimentar, planejar, testar, realizar
cálculos. Desse modo, contribuem com o desenvolvimento do raciocínio lógico, a
percepção visual, a atenção e a concentração. Como exemplo desse tipo de jogo,
temos a Torre de Hanói, que nos permite avaliar as funções executivas como:
atenção, controle inibitório, flexibilidade mental, planejamento e solução de
problemas e memória de trabalho por exemplo. Outro bom exemplo é o Tangram
(https://psicoenvolver.com.br/trabalhando-com-o-tangram/), que utiliza da
experimentação e percepção visual para criar as mais diversas formas.

02. Jogos de Tabuleiro


Os jogos de tabuleiro, por sua vez, apresentam diversos formatos e objetivos, de
modo geral, envolvem a participação de pelo menos dois jogadores, o exercício
de estratégia e raciocínio lógico para vencer o adversário ou resolver o desafio
apresentado, como exemplo, temos o jogo de xadrez, damas, pentagrama, jogo
da velha, jenga-wood, halma, troca chinesa, e reverse entre outros.

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03. Jogos Eletrônicos


Estes propõem desafios que exigem o exercício de aspectos cognitivos como
memória, raciocínio lógico, cálculo, criatividade, resolução de problemas e
atenção, por exemplo. Esses jogos pautam-se na intersecção entre o lúdico e
a diversão presente nos jogos eletrônicos e o desenvolvimento cognitivo. Ao
fazermos uso da ludicidade no exercício das funções cognitivas contribuímos
com a motivação e maior envolvimento dos sujeitos.

Esses jogos podem ter diferentes formatos como jogos de desafios, tabuleiro e
digitais. Os jogos cognitivos digitais ou eletrônicos propõem desafios que exigem
o exercício de aspectos cognitivos, por meio da interação com o computador.
Esses jogos podem ser apresentados em diferentes formatos, de modo geral, são
jogos simples e apresentam níveis de dificuldade crescentes e podem, também,
reproduzir os jogos de tabuleiro ou desafio, utilizando o meio digital.

Recurso indispensável do Psicopedagogo


Concluindo, o psicopedagogo se utiliza dos jogos como grandes aliados,
visando a conscientização das pessoas de suas potencialidades, procurando
resgatar seus processos internos de apreensão da realidade nos aspectos

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cognitivo, afetivo-emocional, e dos conteúdos, motivados em busca de uma


aprendizagem prazerosa.

Os jogos são recursos indispensáveis, tanto na avaliação, como na intervenção


psicopedagógica, pois favorecem os processos de aprendizagem e o
desenvolvimento cognitivo do indivíduo.

Não devemos esquecer que na intervenção psicopedagógica, ao se propor um


jogo é preciso ficar claro o porquê de jogar, o que jogar, para quem, com
quais recursos, de que modo jogar, quando e durante quanto tempo jogar, e
qual a continuidade desta atividade ao final de seu desenvolvimento. Essa
intervenção pode apresentar um caráter preventivo ou curativo, na qual o
caráter preventivo vai estimular o sujeito a agir, elaborando previamente
estratégias para a solução de problemas; enquanto que o caráter curativo é
direcionado para pessoas que apresentam algum tipo de dificuldade na
aprendizagem. Nesse caso é preciso identificar essa dificuldade e criar condições
favoráveis para superação.

Aprendemos neste artigo que os jogos cognitivos, utilizados tanto na avaliação


como na intervenção psicopedagógica, contribuem positivamente para a
estimulação da criatividade, das funções executivas e resolução de situações-
problemas, pois a criança é capaz de superar seus desafios, aprender com
facilidade e querer continuar aprendendo.

Portanto, o uso dos jogos torna-se fundamental tanto para realizar o diagnóstico
de uma criança com transtorno ou dificuldade de aprendizagem, assim como
utilizá-los como ferramentas durante as suas intervenções terapêuticas.

E você? O que você acha de usar jogos cognitivos nos atendimentos


psicopedagógicos?

Adoraria ler sua opinião nos comentários.

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