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HUSSERL:

AS CINCO
LIÇÕES

PROFA. DRA. MARIA


CELESTE DE SOUSA
UMA VIA MÉDIA
 FENÔMENO Penetrado no
pensamento, no LOGOS.

 Filosofia
Nova: rigorosa, radical não
pautada na Realidade, no solo da
experiência comum.
RETORNO ÀS COISAS
MESMAS!
Entre o discurso especulativo da
metafísica e o raciocínio das ciências
positivas...

O Plano da realidade – COISAS


MESMAS!

Perceber os fenômenos dotados de um


sentido.
INTUIÇÃO DAS ESSÊNCIAS

O Fenômeno é logos!

Visão do sentido ideal que atribuímos


ao fato materialmente percebido e que
nos permite identifica-lo.
A ESSÊNCIA...
 Não é a coisa ou a qualidade, mas o
SER da coisa ou da qualidade, isto é,
um puro sensível.
 Múltiplas essências - significações que
o nosso espírito é capaz de produzir.
 Múltiplos objetos que nossa
percepção, nossa memória, nossa
imaginação, nosso pensamento podem
se dar.
AS CINCO LIÇÕES...
POR QUE O MUNDO DOS FENÔMENOS
NÃO É UM MUNDO MERAMENTE
SUBJETIVO?
 O pensamento natural não problematiza
o processo do conhecimento.
 Dúvida sobre a veracidade do
conhecimento.
 A crítica ao conhecimento é a
possibilidade da metafísica.
Primeira Lição: distinção entre o pensamento natural e o filosófico

Quem pergunta pela essência? Ciência ou Filosofia?

 A atitude natural: aceita o mundo como existindo


para ela. Relação entre conhecimento e objeto.

 A atitude filosófica: é iluminada e esclarecida em


suas intenções, à medida em que ela vê a
essência, aquilo que se apresenta como enigma e
que precisa ser desvelado.

 Necessidade da Investigação.
CRÍTICA AO
CONHECIMENTO
1) Como objeto natural: é um fato da natureza,
é vivência de seres orgânicos que conhecem,
é um factum psicológico e pode descrever-se
segundo suas espécies e formas de conexão
e investigar-se nas suas relações genéticas.

2) Como objetalidade: em virtude do sentido


que lhe é imanente, brota uma lógica
normativa e prática como técnica do
pensamento e, sobretudo, do pensamento
científico.
Segunda Lição: crítica radical ao
conhecimento: a entidade é
questionada.

 Questionar a efetividade do conhecimento:


o mundo, a natureza física e psíquica, o
homem e toda entidade.
 É uma dúvida total.
 Suspensão do saber referente à entidade
do ente,
 para encontrar fundamentos seguros para
o conhecimento
 e estabelecer regras para que o
conhecimento seja considerado verdadeiro.
COMO ENCONTRAR UM
SOLO SEGURO?
 Epoché: suspensão de juízo, ou colocar em
parênteses a atitude natural e pôr em questão tudo
o que transcende a percepção.
 Pela epoché o mundo ao redor não é mais
simplesmente existente, mas torna-se fenômeno da
existência.
 É obvio que o mundo é, em si e por si, aquilo que é,
quer nós vivamos ou não, quer o conheçamos ou
não.
 Pela epoché, Husserl busca as evidências apodíticas.
NOVA INTUIÇÃO: A
PERCEPÇÃO
 Eu percepciono, represento, julgo e
raciocíno - Isto ou aquilo. Eu
percepciono ESTRUTURAS
(Perceber-percebido).
 Conhecimento sensorial de
configurações ou de totalidades
dotadas de sentido e não uma soma
de sensações elementares.
VIVÊNCIA CORPORAL...
 Dotada de sentido. O mundo exterior não
é uma coleção de coisas isoladas, mas
estruturas complexas...
 Mundo percebido, logo, qualitativo,
querido, desejado, visado em seu
significado e nós como sujeitos ativos
interagimos com o mundo.
 Verdade intuitiva, clara e distinta: Eu
percebo! – Dado absoluto, intuitivo,
imanente.
HÁ DOIS SENTIDOS PARA O PAR:
IMANÊNCIA E TRANSCENDÊNCIA
 1) Imanente: o que está contido no ato mental
como “ideia”=representação- Empirismo.
 2) transcendente= aquilo que não faz parte do
ato fenomênico, mas que está fora= Idealismo

 Enigma da ciência: Não conceber a


transcendência do objeto, transformando-o
em uma representação imanente como uma
verdade concebida pela consciência
subjetiva..
HUSSERL...
 1) Imanente evidencial: o que é dado
à reflexão com evidência, é um dado
fenomenologizado, ato intencional
(significado, autodoação absoluta);

 2) transcendente: o objeto puro e


simples que é intencionado.
NOVA CIÊNCIA
A verdade resulta da relação
transcendental entre sujeito-objeto.
Numa estrutura formal de Noésis
(Pensamento) e Noema (Significado).

 Cogito ergo cogitationes= penso o


pensamento.
NOVAS TEORIAS...
 Epoqué: suspensão de juízos, por em questão
tudo o que transcende à percepção. Busca-se
a evidência apodítica.

 Redução fenomenológica: dúvida total sobre


a estabilidade ontológica do mundo,
centrando-se na evidência apodítica: Eu
percebo!

 Enigma do conhecimento: Perder o mundo


para ganhar o mundo!
COMO PODEMOS
CONHECER O MUNDO?
 Em lugar do mundo em si surge o
mundo consciente, o mundo reduzido
às vivências.
 Redução dos dados empíricos e
psicológicos.
 Esta tarefa de depuração, de
redução, de epoqué é a tarefa da
Intencionalidade da Consciência.
 Do objeto ao Fenômeno.
Quarta Lição: Ampliação da esfera da
investigação por meio da
Intencionalidade.

Vivências cognitivas - pertence à essência


– têm uma intentio, visam algo, referem-se
de um ou de outro modo, a uma objetalidade.
- refere-se a uma objetalidade, mesmo se a
objetalidade não lhes pertence.
- E o objetal pode aparecer, pode ter, no
aparecer um certo dar-se enquanto que ele,
não obstante, não está como ingrediente no
fenômeno cognitivo, nem é em mais nenhum
sentido uma cogitatio.
REDUZIR...
 Significa transformar todo dado em
Fenômeno Puro = os dados
verdadeiros essenciais, que estão
livres da dúvida, os dados
imanentes, absolutos das
cogitationes: penso, vejo, percebo
fenômenos puros.
 Consciência de alguma coisa:
fenômeno puro!
IMANENTE INTENCIONAL

 O objeto dá-se à consciência sem a


ela pertencer.

 Enigma: Investigar na consciência


um objeto que não é dela.
O UNIVERSAL NÃO TRANSCENDE O
FENÔMENO?

 Não.
 É uma cogitatio;
 Uma autoapresentação absoluta ao puro
olhar.
 Visa-se a essência genérica – à essência
do Fenômeno.
 Não há mais dúvida! Precisa-se investigar
as relações entre as essências.
 Redução Eidética: análise das essências
em cada passo do conhecimento
O FENÔMENO PURO...

A cogitatio reduzida não vale para nós


como absoluto dar-se em si mesmo
por ser uma singularidade, mas porque
se revela precisamente como
autoapresentação absoluta ao puro
olhar, após a redução fenomenológica
ANÁLISE DAS
ESSÊNCIAS...
 EMCADA PASSO, EXPLORAÇÃO DOS
DADOS DE COISAS GENÉRICOS QUE
SE PODEM CONSTITUIR NA
INTUIÇÃO IMEDIATA.

 TODAA INQUIRIÇÃO É, PORTANTO,


APRIORÍSTICA, NÃO NO SENTIDO DA
DEDUÇÃO MATEMÁTICA;
EVIDÊNCIA COMO
AUTOAPRESENTAÇÃO...
 A evidência é o adequado dar-se a si
mesmo.

 É evidência do ser da cogitatio, isto não


é enigma, nem a transcendência;
 É algo inquestionável, pois
objetalidades e estados de coisas
universais surgem em
autoapresentação e estão dados em um
mesmo sentido.
O DADO PURO...
 A redução fenomenológica é o dar-se em si
puro, o que é dado exatamente no sentido em
que é visado. Restrição à esfera da pura
evidência.

 O dado absoluto é algo de último. Só pode


argumentar contra o cético, quem vê
fundamentos, quem justamente conserva
sentido ao ver, ao intuir, à evidência.

 Ater-se ao absoluto dar-se em si mesmo.


QUINTA LIÇÃO: A CONSTITUIÇÃO DA
VIVÊNCIA NO TEMPO
 Da Redução Eidética (Essência) para a
Transcendental (Puro Ser)- Objeto Universal.
 Este é o âmbito da ABSTRAÇÃO clarificando
o Fenômeno Puro – ou a Evidência da
Cogitatio.
 Análise dos fenômenos na constituição do
tempo da consciência universal.

Passagem da Essência para a Existência-


Consciência do Tempo.
VIVÊNCIA NO TEMPO...
 Pergunta: o que é intentado está dado no
sentido autêntico, vê-se e apreende-se no
sentido mais estrito, ou o intentado vai
mais além?
 A constituição da consciência no tempo: a
percepção nos introduz no campo
perceptivo: Intuição originária.
 A redução nos leva ao fenômeno puro. Mas
não estou eu também em plena posse desta
essência, quanto tenho uma fantasia clara?
SER TEMPORAL...
 Não é necessariamente parte do
fenômeno, mas é um SENDO.
 Consciência do dar-se evidente da
essência, da constituição da essência
singular e da consciência da
universalidade,
 apreensão das essências constituídas
pelas variantes próprias da consciência
em seu processo de depuração
(Fenômeno, Eidos, Absoluto).
OS DADOS CATEGORIAIS...
 A retenção constitui o objeto temporal originário
fazendo surgir a palavra: é, não, o mesmo, o outro,
um e vários, ou na forma de predicação e
atribuição, etc.

 Ex: a casa (exterior=transcendente) é percebida


(fenômeno).

 Emerge uma cogitatio no interior da consciência. O


fenômeno casa carrega consigo vários fenômenos
(elementos: peso, cor, etc) são dados evidentes,
mas o que importa é a evidência essencial: a casa.
O SIMBOLICAMENTE
PENSADO...
Tudo o que é percebido, representado,
fingido, fictício e absurdo...
Grandes dificuldades...
 Mas até onde chega a evidência
efetiva chega-se também o dar-se
algo.
 Todo o fenômeno do pensamento
possui sua referência objetiva.
O DAR-SE DA COGITATIO EM SUAS
MODALIDADES...
 A evidência ensina que tudo é necessário no
dar-se da cogitatio:
( recordação; rio fenomenal; a universalidade,
os dados lógicos, o predicado, o estado de
coisas. )
Qualquer dar-se é sempre um dar-se no
fenômeno do conhecimento.

Neles existem vínculos teleológicos e conexões


correspondentes de cumprimento, formação,
verificação e seus opostos.
EVIDÊNCIA PURA...
 Evidência de que o problema
verdadeiramente importante é o da doação
última de sentido por parte do
conhecimento e, portanto, ao mesmo tempo
da objetalidade em geral que só o que é, na
sua correlação com o conhecimento
possível.

 Esse problema se resolve na esfera da


evidência pura, na esfera do dar-se que, por
ser absoluto, é a norma suprema.
TAREFA DA
FENOMENOLOGIA
 Elucidar esse puro reino das essências,
segundo os diversos domínios ou regiões:
 “Natureza” – fenômenos reais ou possíveis.

“Consciência” compreendendo todos os


atos da consciência – sem os quais, como
teremos a dizer, nenhum acesso nos teria
dado às outras regiões
 “Espírito” – compreendendo os fenômenos
que tratam as ciências humanas.
ENFIM, O MÉTODO
RADICAL
1) DERIVADO DE UMA ATITUDE, SEM PRESSUPOSTOS,
PARA PROPORCIONAR AO CONHECIMENTO FILOSÓFICO
AS BASES SÓLIDAS DE UMA CIÊNCIA COM EVIDÊNCIA
APODÍTICA.
2) ANALISA DADOS INERENTES À CONSCIÊNCIA E NÃO
ESPECULA SOBRE COSMOVISÕES, ISTO É, FUNDA-SE
NA ESSÊNCIA DOS FENÔMENOS E NA SUBJETIVIDADE
TRANSCENDENTAL, POIS AS ESSÊNCIAS SÓ EXISTEM
NA CONSCIÊNCIA.
3) É DESCRITIVO CONDUZINDO A RESULTADOS
ESPECÍFICOS E CUMULATIVOS COMO NAS
INVESTIGAÇÕES CIENTÍFICAS.
4) É UM SABER NECESSÁRIO, CONDUZ À CERTEZA. BUSCA
A RAIZ DE TODA ATIVIDADE FILOSÓFICA E CIENTÍFICA.
MÉTODO RADICAL...
1) TEORIA DA EPOQUÉ
2) TEORIA DA REDUÇÃO:
3) REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA
4) REDUÇÃO EIDÉTICA
5) REDUÇÃO TRANSCENDENTAL:
6) NOESE: ATO CONHECEDOR
7) NOEMA: ATO CONHECIDO
8) HYLÉ: MATÉRIA

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