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UC EXISTENCIAL

HUMANISTA
FENOMENOLÓGICA

Profª Fernanda Hott


Principais Filósofos do
Existencialismo –

FENOMENOLOGIA
Edmund Husserl
Edmund Husserl
1859/ 1938
Nasceu em Proznitz, na Morávia
(Tchecoslováquia)
Estudou em Leipzig, Berlim e Viena:
primeiramente matemática.

Anos 1880 – Interesse Filosófico


Brentano: filósofo especialista na
tradição aristotélica e no estudo direto
dos textos gregos quem atraiu Husserl
para a Filosofia
Husserl
Contato com Brentano: começa a admirar
e sentir confiança na Filosofia
Viveu o resto da vida como pensador
dedicado à fundamentação científica da
Filosofia.
Realizou uma obra de natureza
especulativa e prática: para ele a verdade
e a ciência devem sustentar as ânsias
vivenciais e fornecer um rigor científico.
A gênese do método fenomenológico

Para a fenomenologia, todos os conceitos, todos os


termos, devem permanecer de uma certa maneira em
devir.

Trata-se de se ver, cada vez mais nitidamente, cada vez


mais profundamente, descrevendo com toda a fidelidade,
os próprios fenômenos.

“A coisa como ela é” “ O que se mostra”

Direcionar nossa atenção a própria experiência em vez de


aquilo que é experienciado é prestar atenção aos
fenômenos.
A Eidética: ideal de uma filosofia rigorosa

Husserl critica movimentos que ocupavam o centro do


palco filosófico no Séc. XIX.

• O naturalismo - Nos diz que apenas o empírico ou o


físico é real. Tende a naturalizar toda a realidade, para
tornar uma realidade física.

• O Psicologismo – Erro consiste em encarar a lógica


apenas como se fosse uma técnica. Considerando a
ciência mais pelo lado subjetivo do que objetivo. E
portanto atendendo apenas aos caracteres
metodológicos da lógica.
A Eidética: ideal de uma filosofia rigorosa

A priori da correlação – Mundo e Consciência


(não separa consciência da coisa, um polo (EU –
AQUILO) não existe sem o outro). Só é possível
se constituir nessa correlação.
“ Uma teoria do conhecimento que se dedique a estudar a relação
entre o ser e a consciência como é o caso da fenomenologia, deve
ocupar-se daquele ser que corresponde à consciência (o ser ideal) e
não de uma consciência que porventura correspondesse ao ser
existencial” p.62
A Eidética: ideal de uma filosofia rigorosa

Pretende derrubar o pressuposto da Psicologia


Clássica

A consciência seria uma espécie de ‘depósito de


conteúdos’ = objetos do mundo exterior
penetrando e se instalando em nossa consciência,
sob a forma de imagens
Consciência

Não é um vazio
É ativa, livre e sua função é dar sentido
às coisas
Só existe visando algo = está voltada
para os objetos

um objeto é sempre objeto para uma


consciência
Fenômeno
Husserl considera o fenômeno na sua pureza
absoluta como aparecimento em si mesmo, isto é, como a
própria coisa simplesmente enquanto revelada à
consciência. Portanto, esse fenômeno será puro ou
absoluto.

A fenomenologia, no sentido Husserliano, será o estudo


desses fenômenos puros e absolutos, isto é, uma
fenomenologia pura. Pretende descrever com toda
fidelidade, dentro de uma atitude penetrante, os
fenômenos, como meros aparecimentos na consciência.
Intencionalidade da
consciência
Ato da consciência de atribuir um sentido

estabelecer uma nova relação entre o


sujeito e o objeto, o homem e o mundo,
o pensamento e o ser, ambos
inseparavelmente ligados
Intencionalidade da
consciência
Ato da consciência de reconhecimento de que o mundo
não é pura exterioridade e o sujeito não é pura
interioridade. Ou seja, a saída de si para o mundo tem
uma significação para o sujeito.
Consciência é a condição fundamental do conhecimento

Conhecimento: se dá com a experiência de coisas


concretas existentes
Fato: se apresenta à CS
- Captamos uma ideia ou essência (ex.: vemos uma cor,
que é um caso particular da essência cor)
Essências: modos típicos do aparecer dos fenômenos à
CS
Atitude natural x atitude fenomenológica

Atitude natural (não refletida): na vida


cotidiana o mundo existe por si mesmo,
independentemente da nossa presença;
Ignoramos a existência da consciência como
“doadora de sentido” a tudo o que a nós se
apresenta no mundo.
Atitude natural x atitude fenomenológica

l
Atitude fenomenológica: refletir sobre a
vida cotidiana remeter-me à minha vivência
imediata e revelar a existência de minha
consciência.
l
Visualizar mundo e sujeito como
constituintes de uma totalidade ou um
fenômeno, no qual mundo e sujeito revelam-
se, reciprocamente, como significações
Método fenomenológico

l
Utiliza-se a redução fenomenológica
(epoché) para se chegar à essência mesma
das coisas = modos típicos do aparecer dos
fenômenos à CS.
l
Uma mudança de atitude (da natural para
a fenomenológica)
Método fenomenológico

Para se fazer uma redução


fenomenológica é necessário que realizemos
uma suspensão fenomenológica:
Suspender todo e qualquer juízo
(histórico, sócio, cultural) externo à vivência
sobre os objetos que nos cercam.
Ter uma atitude de não afirmar nem
negar nada sobre as coisas.
Método fenomenológico

Suspensão fenomenológica: não é feita


apenas em relação ao mundo, mas também ao
próprio sujeito, deixando aparecer o eu puro, como
expectador imparcial, apto a apreender tudo que a
ele se apresente como fenômeno.

Volta-se apenas para a vivência desse


fenômeno, para se chegar à sua essência (eidos).
Método fenomenológico

Através da atitude de redução fenomenológica: o


mundo objetivo é colocado entre parêntesis (suspensão
fenomenológica) na experiência de reflexão
fenomenológica.

Permanece na consciência somente aquilo que, por


sua evidência, é impossível de ser negado.

A descrição da realidade só é possível a partir e tal


qual se apresenta à observação pura da consciência.
Método fenomenológico

Realiza-se várias reduções nesse processo:


A redução cosmológica (suspensão do juízo se o
objeto é real ou não );

A redução psicológica (suspensão das
características psíquicas do sujeito que capta o
objeto);
A

redução teológica (suspensão da
prescindibilidade da existência de Deus);
A redução eidética ( suspensão da lógica ).

Método fenomenológico

Reflexão fenomenológica: propicia à consciência


atingir seu objetivo = a transcendência dos juízos de toda e
qualquer espécie, voltando-se para o ato de conhecer.

Sujeito e objeto se integram nessa vivência (relação


entre a consciência e o objeto = princípio da intencionalidade
> um fenômeno só se torna inteligível enquanto apreendido
por uma consciência e esta só existe enquanto o apreende).
Psicologia fenomenológica

l
Quando refletimos sobre nossa vivência ou de
nossos semelhantes não descobrimos “essências exatas”,
mas sim “essências inexatas”
l
O eu vive no mundo, mas não se encontra delimitado
àquilo que vivencia no momento atual, podendo dirigir seu
pensamento para o que já vivenciou, assim como para
projeções em relação a coisas que tenha a expectativa de
vir a vivenciar.
Psicologia fenomenológica

O psicólogo, numa atitude natural, irá considerar


estes acontecimentos como fatos, buscando estabelecer
relações entre eles.

O psicólogo pode refletir fenomenologicamente


sobre esses acontecimentos = colocar todos os fatos e
explicações entre parênteses, permitindo a reflexão sobre
a experiência da vivência, chegando ao que lhe é essencial.
Psicologia fenomenológica

Método fenomenológico para compreensão dos


fenômenos psíquicos humanos: trata-se de um
conhecimento que é, ao mesmo tempo, reflexão e
vivência.

Pretende descobrir a significação, no contato


efetivo do psicólogo com a sua própria vivência e com a de
seu semelhante.

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