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SOBRE HUSSERL

Dúvida e cógito em Husserl e descartes

Em descates, dúvida e cógito caracterizam os pressupostos necessários à promoção de idéias


claras e distintas vinculadas ao âmbito da intuição. Em Husserl, no entanto, Dúvida e cogito
tornam-se pressupostos para as análises das intenciolidades consciência. Na fenomenologia do
neocartesiano, a dúvida não se apresenta de maneira hiperbólica, isto é, pondo em questão a
existência do mundo – duvidada por descartes. Frente a isto, o cógito não torna-se elemento
de auto afirmação existencial- assim como em descartes – mas o âmbito no qual se encontra o
caminho para a verdadeira atividade filósofica. É a partir do cógito e de seu cogitare, cujas
características se dão nas intencionalidades, isto é, na intenção de algo, que a fenomenologia
se envereda – encontra sua tarefa.

Mundo em Husserl e Heidegger.

Para Husserl, o mundo é aquilo que se apresenta as intencionalidades da consciência. Só há


mundo na medida em que há consciência dotada de intencionalidades. Desta forma, é a
consciência que efetua imagens e representações do mundo, ou melhor, que recebe
impressões do mundo externo. Para Heidegger, Mundo não é, antes, aquilo que se apresenta a
consciência, mas parte do nosso próprio ser, por isso, ser-no-mundo. O mundo, antes de
qualquer postura teórico cientifica, se apresenta enquanto um intenso sistema de relações
práticas estruturado sobre uma complexa dimensão significativa; tudo isto sempre em virtude
das próprias possibilidades que o ente humano sempre é.

Fenomenologia de Husserl.

Contra as polêmicas psicologistas de seu tempo, a fenomenologia de Husserl tem como


palavra de ordem o dito: voltemos as próprias coisas. Busca-se, nesse caso, a construção de
uma filosofia fundamentada sobre dados indubitáveis, ou melhor, sobre evidências estáveis.
Fenomenologia, nesse sentido, é o estudo dos fenômenos puros.

Fenomnologia como ciência das essências.

Partindo de dados indubitáveis ou evidências estávies em virtude da fundamentação do prédio


de sua ‘nova filosofia’, a filosofia fenomenológica busca descrever os modos típicos das coisas
que se apresentam à consciência. Nesse sentido, a fenomenologia não é a ciência dos fatos,
mas a ciência das essências. Diferente dos conhecimentos que se fundam nas intuições que
buscam apreender fatos particulares, o conhecimento da fenomenologia tem como tarefa a
apreensão de universais. Mediante o desinteresse e do distanciamento de opiniões pre-
concebidas, o fenomenologo torna, como objeto de seu estudo, a essência das coisas.
Fenomenologia, portanto, não é senão, ciência que pretende ser estável, e isto é, ciência das
essências, que analisa e descreve as essências.

Redução fenomenológica ou epóche.

Para o desdobramento da fenomenologia de Husserl, da fenomenologia que busca, de


maneira rigorosa, a essência das coisas, é necessário, de antemão, que o sujeito se liberte das
opiniões e se torne, por assim dizer, um espectador ‘desinteressado’. Assim temos a ver com a
epoché. Epoché diz sobre suspensão de juízo sobre tudo aquilo que nos dizem sobre um
determinado fenômeno, como por exemplo, doutrinas filosóficas, as ciências e, em geral,
crenças que compõem nossas atitudes naturais. Tudo isso e tudo que dela se origina deve ser
posto entre parênteses. Nessa redução fenomenológica, o que resta, segundo Husserl, é
somente a consciência (subjetividade), o cogito com suas cogitata, onde tudo o que se
apresenta se apresenta de maneira absolutamente evidente.

Intencionalidade da consciência.

Para Husserl, a consciência é sempre consciência de algo. Toda atividade da consciência, seja
percebendo, recordando ou até mesmo imaginando, é sempre uma atividade
intencionalmente voltada para algo. A consciência, nesse sentido, é sempre intencional.
Nossos atos conscientes possuem a característica de sempre se referirem a objetos, pois,
como se vê, sempre fazem objetos aparecerem. A intencionalidade é, portanto, não somente
aquilo que distingue o sujeito do objeto, mas aquilo que caracteriza a consciência de maneira
significativa.

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