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Fenomenologia

em Edmund
Husserl
O que é um fenômeno?

A princípio, um fenômeno é tudo aquilo


que acontece, tudo aquilo que aparece e
ganha existência;

Acessamos os fenômenos a partir de


conhecimentos prévios, tentanto enquadrá-
los em categorias pré-estabelecidas;

Uma tentativa de reduzir as coisas a um


padrão
Atitude natural ante
fenômenos

1) Cultura;

2) Senso Comum;

3) Conhecimento Científico;
O que é um fenômeno?

Em síntese, tendemos a pensar que um


fenômeno é algo que está fora de nós à
espera de ser descoberto/conhecido e
categorizado;

De onde vem essa noção?


O Sujeito Cartesiano

Contexto de Renée Descartes;

A dúvida hiperbólica;

O sujeito do conhecimento é aquele que


pensa, duvida e se aventura no mundo para
conhecê-lo;
O positivismo de Auguste
Comte

Princípio do Fenomenalismo;

Princípio do Nominalismo;

Essas compreensões tomam-nos como


SUJEITOS do conhecimento de um mundo
EXTERNO a nós. Ou seja: existe o Eu (a
consciência) e o Mundo;
Tensão na filosofia moderna

Essas compreensões inauguraram um


debate extenso na filosofia: idealismo (h) x
realismo;

Ambas as compreensões, entretanto,


partiam da dicotomia SUJEITO X OBJETO;
Franz Brentano: o pai de
Husserl

Para Brentano, não existe algo como um


sujeito em separado;

Sujeito e Objeto só existem em sua


reciprocidade; Todo conhecimento é
conhecimento de algo por alguém;
Edmund Husserl

Husserl insere, então, uma nova noção de


fenômeno: aquilo que aparece para alguém;

Para ele, o mundo não é conhecido fora da


relação que temos com ele
(Intencionalidade)

Husserl se insere na dicotomia idealismo x


realismo afirmando que a verdade não está
nem dentro e nem fora, e sim na relação;
Edmund Husserl

Os fenômenos aparecem sempre numa


perspectiva específica: em primeira pessoa;

São vividos como verdade, indepente de


sua correção científica;

A eles são conferidos sentidos subjetivos;

Exemplo clínico;
É da conformação própria de
certas categorias eidéticas que
suas essências só possam ser
dadas por um lado e,
subseqüentemente, "por vários
lados", jamais, porém, "por todos
os lados"; correlativamente, as
singularizações individuais a elas
correspondentes só podem,
portanto, ser experimentadas e
representadas em intuições
empíricas inadequadas,
"unilaterais".

Edmund Husserl
Exercício fenomenológico

O que é uma bola?;


Exercício fenomenológico

Para o jogador de futebol, instrumento de


trabalho;

Para o fabricante, objeto de lucro;

Para a criança, brinquedo;

Para o trabalhador, produto do trabalho;


Implicações da
Fenomenologia Husserliana

O fenômeno, num primeiro momento,


só se conhece na relação;

Fenômenos são, assim, feixes de


significação sobre "figuras" específicas;

Essa é o caráter da atitude natural;


A atitude (ou método)
fenomenológico

Husserl propõe uma epoché


(suspensão) desses juízos, desses
significados;

Num processo que podemos chamar de


redução eidética e redução
transcendental;

Isto é, poderemos chegar à essência


dos fenômenos;
A atitude (ou método)
fenomenológico

Isso inscreve a fenomenologia


husserliana na esteira de uma crítica ao
positivismo:
fenomenalismo/nominalismo;

A fenomenologia, em Husserl, é um
processo que nos leva à essência;
A atitude (ou método)
fenomenológico
O que é essência para Husserl?;

A essência (universais) não existe


materialmente; o que existe são os fenômenos;

O modo de ser do fenômeno depende da


relação, mas não totalmente;

Apesar de tudo, o fenômeno nunca se


apresenta como queremos; é onde ele se impõe
que podemos conhecer sua essência;

REDUÇÃO EIDÉTICA = SUSPENSÃO DAS


SIGNIFICAÇÕES;
A atitude (ou método)
fenomenológico

Essência é o que se apresenta numa


consciência transcendental pura, independente
das consciências individuais, inclusive daquele
que pensa;

Essência é o modo íntimo de ser do fenômeno,


um outro topos > O TOPOS DO
PENSAMENTO PURO;

A experiência fenomênica (relação) nos dá a


oportunidade de chegar a uma esfera pura
(ideal) de determinação;
Novo exercício: o que é uma
pessoa diagnosticada com
depressão?
Para a psiquiatria biológica, alguém com um
desequilíbrio químico;

Para (algumas) religiões, falta de deus;

Para a TV, louca;

Para o economista, despesa;

Para o senso comum, fraca;

E para o psicólogo?
A fenomenologia de Husserl
e o psicólogo;

Qual é a função do psicólogo?

Em termos fenomenológicos, é conhecer a


essência humana;

A essência humana é possibilidade de ser, um


não-ser que pode vir a ser uma infinidade de
coisas;

Método fenomenológico em psicologia: cada


parte de um lugar (fenomenológico) para um
lugar próprio
A fenomenologia de Husserl
e o psicólogo;

A função do psicólogo não é ir em


busca de um modelo pronto de
ser humano;

É, suspendendo a si,
abandonando atitudes naturais,
ser terra fértil para o ser humano
realizar a si mesmo, chegar à sua
própria essência;
Implicações da
Fenomenologia Husserliana

Exemplos:

Marylin Mason e o Massacre de Columbine;

A função do diagnóstico e a doença entre


parênteses em Basaglia;
O que é fenomenologia?

O que é, finalmente, um fenômeno?

Fenômeno: do grego "Fainestai" - o que aparece


para alguém;

Fenomenologia: Fainestai + Logia (Exercício da


razão)

Fenomelogia: exercício da razão sobre o que


aparece para ela;

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