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FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

Isabel Simone da Silva Pereira Lopes

RESUMO CIENTÍFICO DA RESOLUÇÃO CFP 06/2019

CAICÓ-RN
2022
Isabel Simone da Silva Pereira Lopes

RESUMO CIENTÍFICO DA RESOLUÇÃO CFP 06/2019

Trabalho apresentado ao Curso de


Bacharelado em Psicologia, da Faculdade
Católica Santa Teresinha – FCST, para
obtenção parcial de nota. Do componente
curricular Avaliação Psicológica.

Professor: Esp. Ismael Victor Araújo de


Oliveira.

CAICÓ-RN
2022
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CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Seção I
Princípios Fundamentais na Elaboração de Documentos Psicológicos

Art. 4º O documento psicológico é um instrumento de comunicação escrita que


deve ser realizado mediante solicitação ou ser resultado de um processo de
avaliação psicológica

Princípios Técnicos

Art. 5º Os documentos devem conter dados fidedignos que validam a


construção do pensamento psicológico e a finalidade a que se destina.

1. Deve ser considerada a natureza dinâmica não cristalizada do objeto de


estudo.
2. O psicólogo deve se basear no artigo 1° do Código de Ética Profissional para
produzir documentos psicológicos.
3. Os documentos psicológicos devem ser elaborados de forma impessoal, sendo
escritos na 3ª pessoa.
4. É dever do psicólogo elaborar documentos psicológicos sempre que
solicitados ou quando finalizando um processo de avaliação psicológica.

Princípios da Linguagem Técnica

Art. 6.º O documento psicológico é uma ferramenta de comunicação que tem como
finalidade de relatar o atendimento prestado pelo psicólogo.

Princípios Éticos

Art. 7.º Na preparação de documento psicológico, o psicólogo respaldará a


comunicação de acordo com o Código de Ética Profissional do Psicólogo, como
também outras Resoluções essenciais.

Seção II
Modalidades de Documentos

Art. 8.º Compõe as especificidades de documentos psicológicos:


1. Declaração
2. Atestado Psicológico
3. Relatório (pode ser psicológico ou multiprofissional)
4. Laudo
5. Parecer Psicológico
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SEÇÃO III
CONCEITO, FINALIDADE E ESTRUTURA
DECLARAÇÃO – Conceitos e finalidades
Art. 9º Tem por objetivo informar/declarar de forma sucinta informações sobre a
prestação do serviço prestado. Muito utilizada para declarar que o paciente ou
acompanhante estava em atendimento psicológico. Nunca deve fornecer estados
emocionais e psíquicos ou qualquer outra informação sobre a pessoa atendida pode
ser escrita em formato de texto corrido ou em itens e precisa abranger as seguintes
informações:
I - Comparecimento da pessoa atendida e seu(sua) acompanhante;
II - Acompanhamento psicológico realizado ou em realização;
III - Informações sobre tempo de acompanhamento, dias e horários;

ATESTADO PSICOLÓGICO – Conceito e finalidades


Art. 10 Visa atestar/certificar tal condição psicológica do paciente, justificando se
ele está apto ou não para determinadas atividades, como por exemplo: porte de
arma, divisão de guarda, assumir cargo público, justificar faltas e impedimentos,
solicitar afastamento ou doença. As informações devem estar descritas em texto
corrido, separada apenas por pontuação, sem parágrafos, evitando possíveis
alterações. Em casos que seja necessária a utilização de parágrafos, deve-se
preencher esses espaços com traços.

RELATÓRIO PSICOLÓGICO – Conceito e finalidades


Art. 11 É um documento que, através de uma exposição escrita e descritiva,
considera os fatores históricos e sociais do indivíduo, grupo ou instituição atendida,
podendo ter caráter informativo. Tem por objetivo comunicar a atuação do
profissional já desenvolvido ou em desenvolvimento, podendo gerar
encaminhamentos e intervenções conforme as informações descritas no documento.
Não tem a finalidade de produzir diagnóstico psicológico, tem um valor técnico-
científico, deve estar escrito de forma acessível, didática e compreensível há quem
se destina, sempre respeitando o Código de Ética Profissional do Psicólogo.
O documento deve explicitar os procedimentos, as demandas e o raciocínio técnico-
psicológico do profissional. Deve estar escrito em formato de itens ou de texto
corrido e deve conter:
I - Identificação;
II - Descrição da demanda;
III - Procedimento;
IV - Análise;
V - Conclusão.
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I - Identificação: nome; data de nascimento; idade; escolaridade; situação de


ocupação, lateralidade (se é destro ou canhoto); finalidade; nome do solicitante
(quem solicitou o relatório); dados do encaminhamento; local; período da avaliação.
II - Descrição da Demanda: deve apresentar as informações referentes a demanda e
ao propósito da avaliação.
III - Procedimento: deve informar a quantidade, modalidade e tempo de cada
sessão, os recursos técnico-científicos utilizados, especificando o referencial teórico
metodológico que fundamenta suas análises, interpretações e conclusões.
IV - Análise: exposição descritiva, metódica, objetiva e coerente com os dados
colhidos e as situações relacionadas a demanda em sua complexidade
considerando a sua natureza dinâmica, não definitiva do seu objeto de estudo. Não
deve utilizar suposições e nem descrever literalmente as sessões.
V - Conclusão: indicam-se os encaminhamentos e intervenções, diagnóstico,
evolução do caso, orientação ou sugestão do processo terapêutico.
O relatório é muito utilizado na finalização de uma avaliação psicológica,
acompanhamento neuropsicológico, casos judiciais, entre outros.

Relatório Multiprofissional – Conceito e finalidade

Art. 12 O relatório multiprofissional consiste em um documento que é produzido


quando os psicólogos atuam em contexto em que há uma demanda
multiprofissional, ocasião em que o relatório pode ser produzido em conjunto com
outros profissionais, havendo consenso e ausência de impedimentos ético-
profissionais.

LAUDO – Conceitos e finalidades

Art. 13 É resultado de um processo de avaliação psicológica, com a finalidade de


mediar decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda. Apresenta
informações técnicas e científicos dos fenômenos psicológicos, considerando os
fatores históricos e sociais do indivíduo, do grupo ou da instituição atendida. Assim
como o relatório, deve conter uma narrativa detalhada e didática, acessível e
compreensível ao destinatário. Sua estrutura é composta por:
I - Identificação;
II - Descrição da demanda;
III - Procedimento;
IV - Análise;
V - Conclusão; VI -
Referências;
Na elaboração de laudos, é obrigatório utilizar referências bibliográficas e fontes
científicos, preferencialmente em nota de rodapé.
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PARECER PSICOLÓGICO – Conceito e finalidade

Art. 14 Visa esclarecer e trazer conclusões sobre determinada “questão psicológica”


do paciente, com a finalidade de fornecer respostas que podem estar interferindo em
alguma decisão. Exige, do psicólogo, conhecimento específico e competência no
assunto, o seu resultado pode ser indicativo ou conclusivo.
O parecer psicológico não é um documento resultante do processo de avaliação ou
intervenção psicológica. Deve-se fazer a análise do problema apresentado,
destacando os aspectos relevantes, levando em consideração o fundamento
referencial teórico científico.
Sua estrutura consiste em:
I - Identificação;
II - Descrição da demanda;
III - Procedimento;
IV - Análise;
V - Conclusão;
VI - Referências
Diferença entre parecer e atestado psicológico: o atestado utiliza instrumentos,
enquanto o parecer apresenta resposta a uma solicitação, sendo objetivo.
- Diferença entre laudo e relatório: o relatório é resultado de um processo, do que
está sendo feito, como está sendo feito, já o laudo também é resultado de um
processo, mas de um processo investigativo que visa diagnóstico.
- Os documentos escritos e todo o material que os fundamentos, deverão ser
guardados pelo prazo mínimo de 5 anos. Esse prazo poderá ser ampliado nos casos
previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específico em que
seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo.
- Em caso de extinção de ser viço psicológico, o destino dos documentos deverá
seguir as orientações definidas no Código de Ética do Psicólogo.

Seção IV

Guarda dos Documentos e Condições de Guarda

Art. 15 Os documentos escritos, digitados e os demais materiais que serviram de


suporte dos serviços psicológicos deverão ser preservados por um período mínimo
de 05 (cinco) anos, conforme a Resolução CPF nº 01/2009 ou outras que venham
substitui-la.

Seção V

Destino e Envio de Documentos


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Art. 16 Aponta que os documentos produzidos pelo psicólogo devem ser entregues
diretamente ao solicitante da prestação do serviço psicológico, ou responsável legal
em uma entrevista devolutiva. Nisso, especifica-se que é obrigatório que a (o)
psicóloga (o) mantenha protocolo de entrega de documentos, com assinatura do
solicitante comprovando que ele efetivamente recebeu o documento solicitado, e
que se responsabiliza pelo uso e sigilo das informações contidas no documento.

Seção VI
Prazo de Validade do Conteúdo dos Documentos

Art.17: diz que que o prazo de validade do conteúdo dos documentos escritos,
decorrentes da prestação de serviços psicológicos, devem ser parte integrante do
documento. Orientando que a validade indicada deverá considerar a normatização
vigente na área em que atua o psicólogo, bem como a natureza dinâmica do
trabalho realizado, e a necessidade de atualização contínua das informações.
Neste item o psicólogo pode considerar, por exemplo, uma validade a partir de um
prognóstico favorável levando em consideração a efetivação do encaminhamento
sugerido. Da mesma forma com um prognóstico desfavorável caso não haja
intervenção sugerida, podendo assim recomendar nova avaliação em um tempo
cronológico determinado pelo resultado do raciocínio psicológico do profissional que
resultou no prognóstico. Estas orientações devem ser consideradas para os
seguintes documentos: Atestado Psicológico, Laudo Psicológico e Relatório
Psicológico

Seção VII

Entrevista Devolutiva

Art. 18 Se trata de um posicionamento ético, é feita pelo psicólogo, uma entrevista.


Se refere ao feedback dos resultados do relatório e laudo psicológico, bem como a
necessidade de encaminhamento a pessoa, grupo, instituição atendida ou
responsáveis legais.
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REFERÊNCIA:

Conselho Federal de Psicologia. (2019). Resolução nº 06, de 29 de março de 2019.


Institui regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o)
psicóloga(o) no exercício profissional e revoga a Resolução CFP nº 15/1996, a
Resolução CFP nº 07/2003 e a Resolução CFP nº 04/2019.

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