Você está na página 1de 5

TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

RESOLUÇÃO CFP 06/2019 - ORIENTAÇÕES SOBRE ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS


ESCRITOS PRODUZIDOS PELA (O) PSICÓLOGA (O) NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

DECLARAÇÃO RELATÓRIO PSICOLÓGICO

PSICOLÓGICO
Consiste em um documento escrito que tem por Consiste em um documento que, por meio de uma
finalidade registrar, de forma objetiva e sucinta, exposição escrita, descritiva e circunstanciada,
informações sobre a prestação de serviço realizado ou considera os condicionantes históricos e sociais da
em realização, abrangendo as seguinte informações: pessoa, grupo ou instituição atendida, podendo
também ter caráter informativo. Visa a comunicar a
Comparecimento da pessoa atendida e seu atuação profissional da (o) psicóloga (o) em diferentes
acompanhante; Acompanhamento psicológico realizado processos de trabalho já desenvolvidos ou em
ou em realização; Informações sobre tempo de desenvolvimento, podendo gerar orientações,
acompanhamento, dias e horários. recomendações, encaminhamentos e intervenções
É vedado o registro de sintomas, situações ou pertinentes à situação descrita no documento, não
estados psicológicos na Declaração. tendo como finalidade produzir diagnóstico
psicológico.

Atestado PsicolÓgico O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor


técnico-científico, devendo conter narrativa detalhada
e didática, com precisão e harmonia. A linguagem
Consiste em um documento que certifica, com
utilizada deve ser acessível e compreensível à (ao)
fundamento em um diagnóstico psicológico, uma
destinatária (o).
determinada situação, estado ou funcionamento.
O relatório psicológico não corresponde à descrição
O atestado presta-se também a comunicar o
literal das sessões, atendimento ou acolhimento
diagnóstico de condições mentais que incapacitem a
realizado, salvo quando tal descrição se justifique
pessoa atendida, com fins de: Justificar faltas e
tecnicamente. Este deve explicitar a demanda, os
impedimentos; Justificar estar apto ou não para
procedimentos e o raciocínio técnico-científico da (o)
atividades específicas; Solicitar afastamento e/ou
profissional, bem como suas conclusões e/ou
dispensa, subsidiada na afirmação atestada do fato.
recomendações.
O atestado psicológico resulta de uma avaliação
psicológica.
RELATÓRIO MULTIPROFISSIONAL
É responsabilidade da (o) psicóloga (o) atestar
somente o que foi verificado no processo de avaliação PSICOLÓGICO
O relatório multiprofissional é resultante da atuação
e que esteja dentro do âmbito de sua competência da (o) psicóloga (o) em contexto multiprofissional,
profissional. podendo ser produzido em conjunto com profissionais
de outras áreas, preservando-se a autonomia e a ética
REGISTROS profissional dos envolvidos. Esta modalidade de
A (o) psicóloga (o) de guardar os registros em seus documento contempla a atuação em equipes
PSICOLÓGICO multiprofissionais e permite a elaboração conjunta, a
arquivos profissionais, pelo prazo estipulado nesta
resolução, 5 ANOS. responsabilidade compartilhada e referenciais
interdisciplinares, resguardando-se a autonomia das
demais categorias profissionais e do contexto de cada PARECER PSICOLÓGICO
serviço/equipe multiprofissional.
O parecer psicológico é um pronunciamento por
A (o) psicóloga (o) deve observar as mesmas escrito, que tem como finalidade apresentar uma
características do relatório psicológico. As informações análise técnica, respondendo a uma questão-problema
para o cumprimento dos objetivos da atuação do campo psicológico ou a documentos psicológicos
multiprofissional devem ser registradas no relatório, questionados.
em conformidade com o que institui o Código de Ética
Profissional do Psicólogo em relação ao sigilo. É um documento em que a(o) parecerista emite o seu
ponto de vista fundamentado cientificamente sobre
uma questão solicitada que está relacionada ao
LAUDO PSICOLÓGICO âmbito da Psicologia e, portanto, não é decorrente de
avaliação ou intervenção psicológica realizada pela
O laudo psicológico é o resultado de um processo de parecerista. O parecer pode ser unicamente teórico,
avaliação psicológica, com finalidade de subsidiar fruto do conhecimento científico da profissional acerca
decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a de um tema (questão específica ou ampla).
demanda. Apresenta informações técnicas e científicas A construção do parecer precisa ser bem
dos fenômenos psicológicos, considerando os fundamentada, de forma que as contestações ou
condicionantes históricos e sociais da pessoa, grupo ou ratificações apontadas no documento analisado
instituição atendida. fiquem explícitas.
O laudo psicológico é uma peça de natureza e valor O parecer psicológico visa a dirimir dúvidas de uma
técnico-científico. Deve conter narrativa detalhada e questão-problema ou documento psicológico que estão
didática, com precisão e harmonia, tornando-se interferindo na decisão do solicitante, sendo, portanto,
acessível e compreensível ao destinatário. uma resposta a uma consulta.
O laudo psicológico deve apresentar os procedimentos A elaboração de parecer psicológico exige, da(o)
e conclusões gerados pelo processo de avaliação psicóloga(o), conhecimento específico e competência
psicológica, limitando-se a fornecer as informações no assunto.
necessárias e relacionadas à demanda e relatar: o
encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o O resultado do parecer psicológico pode ser indicativo
prognóstico, a hipótese diagnóstica, a evolução do ou conclusivo.
caso, orientação e/ou sugestão de projeto terapêutico.
O parecer psicológico não é um documento resultante
Nos casos em que a(o) psicóloga(o) atue em equipes do processo de avaliação psicológica ou de
multiprofissionais, e havendo solicitação de um intervenção psicológica.
documento decorrente da avaliação, o laudo
psicológico ou informações decorrentes da avaliação
psicológica poderão compor um documento único. É ENTREVISTA DEVOLUTIVA
indispensável que a(o) psicóloga(o) registre
informações necessárias ao cumprimento dos objetivos Para entrega do relatório e laudo psicológico, é dever
da atuação multiprofissional, resguardando o caráter da(o) psicóloga(o) realizar ao menos uma entrevista
do documento como registro e a forma de avaliação devolutiva à pessoa, grupo, instituição atendida ou
em equipe. Deve-se considerar o sigilo profissional na responsáveis legais. Na impossibilidade desta se
elaboração do laudo psicológico em conjunto com realizar, a(o) psicóloga(o) deve explicitar suas razões.
equipe multiprofissional. Nos demais documentos produzidos com base nesta
resolução, é recomendado à(ao) psicóloga(o), sempre
que solicitado, realizar a entrevista devolutiva.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO TRÂNSITO
ESTRUTURA ESTÁTICA ATUAÇAO DO PSICOLÓGO NO
TRANSITO
O homem, o veículo e a via.
Em 8 de junho de 1953 foi aprovada uma resolução
ESTRUTURA dinÂMICA pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) que
tornou obrigatório o exame psicotécnico para todos os
Motoristas; ciclistas; policiais rodoviários; profissionais
candidatos à profissão de motorista.
que decidem sobre a regulamentação do trânsito;
fluxo; sinais; zonas de estacionamento; etc. Resolução nº80/98 – as áreas de concentração de
características psicológicas para serem avaliadas
SEGURANÇA NO TRÂNSITO seriam:
VIA VEÍCULO HOMEM
Áreas percepto-reacional e motoras, que seriam
avaliadas por meio de técnicas psicológicas permitindo
AquisiÇAo da habilidade de aferir os seguintes itens: atenção, percepção, tomada
dirigir de decisão, motricidade e reação, cognição e nível
Cognitiva – o sujeito tentaria entender a função dos mental.
controles do carro e as suas respostas. Área de equilíbrio psíquico, que seria avaliada por
Intermediária ou associativa – espera do feedback meio de entrevistas e observação durante os exames,
dado pelo instrutor de trânsito em relação às as quais iriam verificar a ansiedade e a excitabilidade,
estratégias e destrezas utilizadas pelo motorista. a ausência de quadro reconhecidamente patológico, o
controle adequado da agressividade e a impulsividade
Autonomia – a tarefa de dirigir seria realizada em um que poderiam afetar a segurança do trânsito.
nível alto de habilidade e com um esforço mínimo.
Habilidades específicas e complementares, como a
Psicologia aplicada ao atenção concentrada, a rapidez de raciocínio, as
relações espaciais, desde que necessário ao
TRÂNSITO
aprofundamento da avaliação psicológica.
“uma área da psicologia que estuda, através de
métodos científicos válidos, os comportamentos CRITICAS
humanos no trânsito e os fatores e processos externos, Falta de padronização de instrumentos utilizados;
conscientes e inconscientes, que os provocam ou os Falta de continuidade da avaliação.
alteram”. – Rozestraten (1988)
Não existe nem no Brasil e nem no exterior uma
A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO definição clara sobre o perfil necessário para
exercer a função de motorista, as pesquisas
parecem concordar na importância do construto
OBJETIVOS: Investigar os motivos causadores dos AT; da atenção para tal atividade.
Propor possíveis intervenções para os problemas de
trânsito; Pesquisar as características de personalidade ATENÇAO
que pudessem gerar acidentes.

Atenção explícita: processo consciente, como a


fixação visual intencional num foco de atenção.
Atenção implícita: processos não conscientes, tais
como a atenção a estímulos que não constituem um
estímulo visual-alvo e que estariam na periferia do capacidade é feita de forma visual. Ou seja,
campo visual. independentemente do tipo de atenção avaliada
(concentrada, sustentada, dividida, por exemplo), a
A visão direciona a atenção, tanto que a maior parte maior parte das pesquisas são centradas na atenção
das pesquisas que se propõem a avaliar tal visual.

Aspectos Éticos associados A avaliaÇAo psicolÓgica e


ao laudo psicolÓgico
OS ASPECTOS ÉTICOS E DE DIREITOS HUMANOS DEVEM SER CENTRAIS NO PROCESSO DA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E DEVEM SUBORDINAR TODOS OS OUTROS, INCLUSIVE OS
TÉCNICOS

6 padrOes norteadores para a A QUEM DE DIREITO


formaÇAo e atuaÇAo do psicÓlogo
Competência; Integridade; Responsabilidade científica A quem o psicólogo deve prestar informações antes e
e profissional; Respeito pela dignidade das pessoas; depois da prestação de serviço:
Preocupação com o bem-estar do outro e;
Responsabilidade social. O adulto; A criança e o adolescente; Terceira pessoa:
“guarda natural” e “guarda de fato”; Empresa ou
PrincIpios fundamentais do instituição: tem o direito a informações, porém apenas
sobre o que for necessário para o caso.
CÓdigo de Ética
Profissional do PsicÓlogo AVALIAÇÃO PSICOLOGICA POR
MANDATO
Assumir responsabilidades profissionais somente por
atividades para as quais esteja capacitado pessoal, Obtenção de CNH (Carteira Nacional de Habilitação);
teórica e tecnicamente; Processos seletivos; Concursos públicos; Perícias
psicológicas; Outros.
Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que por
motivos justificáveis, não puderem ser continuados É dever do psicólogo fornecer devolutiva por escrito;
pelo profissional que os assumiu inicialmente,
fornecendo ao seu substituto as informações Só será admitido o uso de testes psicológicos
necessárias à continuidade do trabalho; favoráveis no SATEPSI

Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços GUARDA DO MATERIAL SIGILOSO


psicológicos, informações concernentes ao trabalho a Deve-se guardar em local de acesso restrito pelo prazo
ser realizado e ao seu objetivo profissional; mínimo de 5 anos; Em caso de interrupção do
trabalho do psicólogo, este deverá zelar pelo destino
de seus arquivos confidenciais; Em caso de demissão,
lacrar o material para repassar ao seu substituto; Em
caso de extinção do serviço de Psicologia,
informar ao Conselho Regional de Psicologia, o qual
providenciará a destinação dos arquivos confidenciais.
VEDADO AO PSICOLOGO

Induzir a convicções pessoais (políticas, filosóficas,


morais, ideológicas, religiosas, entre outras);

Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos


e técnicas, adulterar resultados ou fazer falsas
declarações. Fazer falsas declarações é crime!;

Emitir documentos sem fundamentação e qualidade


ténico-científica;

Permitir que vínculos pessoais possam afetar a


qualidade do trabalho a ser realizado;

Expor pessoas, grupos ou organizações com os


resultados de serviços psicológicos em meios de
comunicação.

RELACIONAMENTO COM OUTROS


PROFISSIONAIS
Deve-se compartilhar somente informações relevantes
para qualificar o serviço prestado, sempre lembrando o
caráter confidencial, a responsabilidade e preservar o
sigilo;

Sempre respeitar o sigilo!

Você também pode gostar