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Modalidades Didáticas

Reflexão inicial...

Para ensinar matemática a João é


necessário saber matemática e
conhecer a João.
LIBÂNEO
Conceitos:
Evolução Didática é...
Histórica
 reflexão sistemática e busca de alternativas para problemas da
prática pedagógica (MASETTO, 1997).

 é uma ciência cujo objetivo fundamental é ocupar-se das


estratégias de ensino, das questões práticas relativas à
metodologia e das estratégias de aprendizagem. (FRANCO,
Maria Amélia Santoro)

 É a teoria e prática do ensino, é o estudo dos processos de ensino


e aprendizagem referentes a um conteúdo específico. A didática
estuda as condições e os modos do ato de ensinar que favorecem
e tornam eficaz o ato de aprender, dentro de determinados
contextos situacionais, políticos, culturais etc. (LIBÂNEO, 2002,
p. 10)
Didática:
Didática: dimensões
dimensões

Técnica

Didática

Humana Sócio-
política
Dimensão Humana
Compreensão dos valores éticos, das crenças religiosas,
da afetividade, da emocionalidade, da racionalidade;
O homem é tido como um ser “inacabado”;
O aluno é tido como um ser social integrado, com
períodos de desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e
motor.

 Rigorosidade + Afetividade (Paulo Freire)


 Feed-back, respeito ao saber do educando, diálogo, etc...

volta
Dimensão Sócio-Política
Considera o contexto em que alunos e professores estão
inseridos;
a ação pedagógica tem um papel político

 Todo ato educativo é um ato político (Paulo Freire)


Dimensão Sócio-Política

Refletir sobre a citação abaixo no contexto da educação atual....

“... As transformações que estão ocorrendo na produção, no


trabalho, na comunicação e na informação, forçam uma
revisão do papel da escola. A inserção no trabalho e o
exercício da cidadania participativa requer sujeitos
autônomos, criativos, capazes de pensar com sua própria
cabeça. Destaca-se, portanto, o investimento na formação de
sujeitos pensantes (formação do pensar, de atitudes, de
valores, de habilidades) implicando estratégias
interdisciplinares de ensino para desenvolver competências do
pensar e do pensar sobre o pensar” (LIBÂNEO, 2002, p. 37).

volta
Dimensão Técnica
Refere-se ao domínio extensivo do conteúdo a ser
desenvolvido e as formas eficazes de desenvolvê-lo;
Preparação de uma aula, planejamento, provas,
exercícios, etc... (MASETTO, 1997)
As técnicas de ensino podem ter foco:
 No professor
 No aluno
 Na interação
Técnica: aula expositiva
GIL, 2006

Provavelmente o método mais antigo, o mais utilizado


e também o mais controverso (GIL, 2006, p.133);
Fatores que explicam seu amplo uso:
Economia: aplicável a classes amplas (auditórios);
Flexibilidade: de públicos e de recursos;
Versatilidade: se aplicam a quase todas as áreas do
conhecimento;
Rapidez;
Ênfase no conteúdo
 Permite apresentá-lo de forma organizada;
 Permite o controle por parte do professor.
Técnica: aula expositiva
Por outro lado...
Não favorece a recepção de feedback;
Estimula a passividade dos estudantes;
Seu sucesso depende da habilidade do expositor;
Não considera diferenças individuais;
Não favorece o alcance de objetivos cognitivos;
É pouco eficaz no ensino de habilidades motoras.
Técnica: aula expositiva
Modelos:

Clássico: exposição centrada no professor - monólogo


(educação bancária – Paulo Freire);

Concepção pedagógica crítica: a técnica extrapola o


caráter instrumental, assume um caráter transformador,
por intermédio da troca de experiências entre professor e
alunos numa relação dialógica.
Técnica: aula expositiva
Aula expositiva exige planejamento criterioso da aula,
determinando...
seu objetivo;
esquema do assunto;
cálculo do tempo;
uso de linguagem clara e precisa;
utilização de recursos didáticos que mantenham o
interesse do aluno;
ao final da aula uma síntese do assunto estudado.
Técnica: aula expositiva dialogada
O ensino dialógico se contrapõe ao ensino
autoritário.
Ponto de partida
Experiência dos alunos relacionada ao tema de estudo;
Fundamento: somente partindo-se do concreto é possível
chegar a uma compreensão rigorosa da realidade (Freire
e Shor, 1986).

Estimular os alunos a questionar, levantar


problemas, hipóteses.
Pergunta: indagação (estimular a curiosidade dos
alunos).
Técnica: aulas práticas
(laboratórios) VEIGA, 2003b

 Pressupostos teóricos:
1. Professor e aluno como seres humanos, individuais e
sociais ao mesmo tempo, assumem o papel de sujeitos do
processo de ensino-aprendizagem;

2. Relação teoria e prática: Teoria sem ser mera


contemplação, mas como guia da ação. Prática sem ser
mera aplicação da teoria, mas prática vista como a
própria ação guiada e mediada pela teoria. É necessária
uma experiência vivida.

3. Dimensão técnica e dimensão política do processo


educativo: trata-se de dirigir intencionalmente a relação
entre o técnico e o político, da atividade escolar ou
acadêmica , em virtude dos objetivos enunciados.
Técnica: aulas práticas
(laboratórios)
Etapas:
1. Preparação:
 Definição de objetivos;
 Organização do conteúdo e respectivos passos do
processo a ser demonstrado;
 Previsão das atividades dos alunos, sua disposição
participação e agrupamentos;
 Disposição de materiais (anteriormente selecionados) e
verificação de equipamentos;
 Compete aos alunos estudarem os temas antecipadamente
ou assistir a uma aula expositiva em que o professor
explica como se dará o processo.
Técnica: aulas práticas
(laboratórios)
Etapas:
2. A demonstração propriamente dita:
 O professor deve explicitar os objetivos da demonstração;
 Apresentar o roteiro da demonstração (para que os alunos tenham
visão do todo);
 Explicar os mecanismos básicos da demonstração;
 Apresentar informações tecnológicas pertinentes;
 Normas de segurança;
 Fazer a demonstração explicando as etapas, questionando os
alunos, estimulando participação, criticidade, criatividade,
relacionando o novo conhecimento com conhecimentos
anteriores...
Técnica: aulas práticas
(laboratórios)
?
Etapas: CO
2. A demonstração propriamente dita: FO
 Após a demonstração será vez do aluno executar a tarefa,
o que não deverá ser uma mera repetição da
demonstração...

3. Avaliação:
 Deve permear todo o processo. Avaliar tanto a técnica, quanto o
desempenho dos alunos e professor. Costuma-se elaborar ou
pedir relatórios aos alunos sobre os diversos aspectos observados
durante o processo.
Outras técnicas
 Estudo de caso
 Ensino baseado em problemas
 Leituras
 Pesquisas e projetos
 Técnicas baseadas em mídia eletrônica: e-mails, chats, fóruns,
reações a links, vídeos, etc.
 Demonstrações
 Excursões
 Instrução individualizada
 Estudos dirigidos
 Outros...
Dimensão Técnica
Principais problemas na aplicação das técnicas...
 Uso inadequado de técnicas;
 Falta de domínio de recursos tecnológicos por parte dos docentes e
alunos;
 Acesso limitado aos recursos, principalmente por parte de alunos;
 Resistência por parte de alguns docentes

volta
Dimensão Técnica
Objetivos educacionais Técnicas mais utilizadas
Transmitir informações  Aula expositiva
 Instrução programada
Conseguir que os alunos expressem suas  Perguntas e respostas
opiniões  Trabalho em grupo
Aprender a trabalhar em equipe na  Técnica de solução de problemas
solução de problemas  Técnica de projetos
Desenvolver a capacidade analítica  Estudo dirigido
 Trabalho em grupo
Desenvolver a capacidade de verbalização  Perguntas e respostas
 Trabalho em grupo
Formar conceitos  Instrução programada
 Fichas didáticas
Desenvolver a capacidade de compreensão  Estudo dirigido
dos textos
Fonte: Claudino Piletti 2006
Outras dimensões... pesquisa
A pesquisa do professor
o dota de conhecimentos específicos atuais para desenvolver
o processo de ensino-aprendizagem;
Refletir de forma crítica sobre sua prática (pesquisas sobre
sua prática - práxis)

A pesquisa como instrumento de ensino


“Lidar didaticamente com algo é lidar epistemologicamente
com algo” (Libâneo)
o aluno como parte do processo de produção do
conhecimento (Maria Amélia S. Franco, José Carlos
Libâneo) volta
Outras dimensões... Interdisciplinaridade

A escola, como sabemos, é o lugar onde se torna


possível a construção, reconstrução, elaboração,
reelaboração do saber sistematizado. Para
compreender a realidade sob forma de
conhecimento e compreender esta realidade como
um todo, é preciso uma atitude interdisciplinar”
(LIBÂNEO, 2002, p. 75).

- Didática é um tema transversal

volta
Outras dimensões... tecnologia
Gerações: mudanças na forma de aprendizado das
novas gerações
Nativos x imigrantes
Geração Y

volta
Reflexão inicial...
Reflexão inicial

Para ensinar matemática a João é necessário saber


matemática e conhecer a João.

“A frase continua boa, mas hoje em dia, de forma cada vez


mais dramática, é insuficiente instigar o professor a
conhecer João, a conhecer a comunidade, a identificar as
relações de poder no ambiente escolar, a reconhecer as
diferenças. É preciso que , como ponto de partida, como
começo de conversa, recupere o domínio das matérias que
ensina e as habilidades básicas de pensamento e
aprendizagem, para que possa efetivamente ajudar o
crescimento intelectual e afetivo dos alunos” (LIBÂNEO,
2002, p. 65-66-67).
Referências
Reflexão inicial
 BERNARD, R. R. S; SOUZA FILHO, J. C. Simulação Gerencial: Uma Proposta de Introdução
e Adequação do Método aos Cursos de Graduação em Administração e Ciências Contábeis. In:
Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Ciências Contábeis (EnEPQ). Anais...
Recife/PE, 2007.
 CAMBI, F. História da Pedagogia. 2. ed. São Paulo: UNESP, 1999.

 CANDAU, V. M. (org.). Rumo a Uma Nova Didática. 8 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

 CANDAU, V. M. et al. Tecendo a Cidadania: oficinas pedagógicas de direitos humanos.


Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
 CASTANHO, M. E. L M. Da discussão e do debate nasce a rebeldia. In: VEIGA, I. P. A (org.).
Técnicas de ensino: por que não? 13. ed. Campinas, SP: Papiros, 2003.
 COMÊNIO, J.A. Didáctica Magna. 4. ed. Praga: Fundação Calouste Gulbenkian, 1957.

 FAVERO, H. L. O Ensino Superior de Ciências Contábeis no Estado do Paraná: um estudo


de caso. Rio de Janeiro, 1987. Dissertação (Mestrado): Fundação Getúlio Vargas/ISEC, Rio de
Janeiro, 1987.
 FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

 GIL, A. C. Didática do Ensino Superior. São Paulo: Atlas, 2006.


Referências
Reflexão inicial
 IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. As faculdades de ciências contábeis e a formação do
contador. Revista Brasileira de Contabilidade, Rio de Janeiro, n. 56, p. 50-56. 1986.
 LAFFIN, M. De Contador a Professor: a trajetória da docência no ensino superior de
contabilidade. Florianópolis: Imprensa Universitária, 2005.
 LIBÂNEO, J.C. Didática: novos e velhos temas. Goiânia: Edição do Autor, 2002.

 MASETTO, M. Didática: a aula como centro. São Paulo, FTD, 1997.

 MASETTO, M. Professor Universitário: um profissional da Pedagogia na atividade docente.


In: MASETTO, M. (org.). Docência na Universidade. Campinas, SP: Papirus, 1998.
 MOREIRA, A. H. S. Utilização de Role-Playing Games (RPG) no ensino e simulação de
Gerenciamento de Projetos. In: Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Ciências
Contábeis (EnEPQ). Anais... Recife/PE, 2007.
 NOSSA, V. Formação do Corpo Docente dos Cursos de Graduação em Contabilidade no
Brasil: uma análise crítica. Caderno de Estudos, São Paulo, FIPECAFI, n. 21, maio ago.,
1999. Disponível em: <http://www.fucape.br/professor_escolhido.asp?
CodigoProfessor=12&Mostra=ProducaoCientifica>. Acesso em: 30 out. 2005.
 PIMENTA, S.; ANASTASIOU, L. das G. C. Docência em Formação no Ensino Superior.
São Paulo: Cortez, 2002.
Referências
Reflexão inicial
 SLOMSKI, V. Saberes que fundamentam a prática pedagógicas dos professores de Ciências
Contábeis. In: Congresso USP de Contabilidade e Controladoria. 2008. São Paulo/SP. Anais...
São Paulo, 2008. 1 CD-ROM.
 VEIGA, I. P. A. O seminário como técnica de ensino socializado. In: ______(org.). Técnicas
de ensino: por que não? 13. ed. Campinas, SP: Papiros, 2003a.
 VEIGA, I. P. A. Nos laboratórios e oficinas escolares: a demonstração didática. In:
______(org.). Técnicas de ensino: por que não? 13. ed. Campinas, SP: Papiros, 2003b.

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