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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

A Avaliação Psicológica é uma das diver- Segundo o Conselho Federal de Psico-


sas atuações do Psicólogo. O início desta prá- logia, Avaliação Psicológica é definida como
tica se deu entre o fim do século XIX e início “um processo estruturado de investigação de
do século XX, marcada pelos primeiros usos fenômenos psicológicos, composto de méto-
dos testes psicológicos. Na primeira metade dos, técnicas e instrumentos, com o objetivo
do século XX, o psicólogo foi uma espécie de de prover informações à tomada de decisão,
testólogo, ou seja, sua prática era marcada no âmbito individual, grupal ou institucional,
pelo uso de testes psicológicos, principalmen- com base em demandas, condições e finalida-
te relacionado à empresas, indústria e serviço des específicas.”
militar.
A Avaliação Psicológica é reconhecida
Por isso, até os dias atuais, essa fama como uma especialidade da Psicologia se-
ainda permaneceu no senso comum. O que gundo a Resolução Nº 18, de 05 de setembro
colabora a ideia de que uma avaliação psico- de 2019. Junto com as demais especialidades
lógica depende exclusivamente do teste psi- que são:
cológico, como única ferramenta. Entretanto,
esta informação não é verdadeira.

ESPECIALIDADES
a serem concedidas

I - Psicologia Escolar/Educacional;

II - Psicologia Organizacional e do Trabalho;

III - Psicologia de Trânsito;

IV - Psicologia Jurídica;

V - Psicologia do Esporte;

VI - Psicologia Clínica;

VII - Psicologia Hospitalar;

VIII - Psicopedagogia;

IX - Psicomotricidade;

X - Psicologia Social;

XI - Neuropsicologia;

XII - Psicologia em Saúde;

XIII - Avaliação Psicológica.

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Os principais contextos da Avaliação Psicológica são:
clínico (psicodiagnóstico), jurídico, organizacional, trânsito,
porte de armas de fogo, aptidão para concurso público,
aptidão para trabalhos de risco, escolar, neuropsicológico,
orientação profissional, cirurgias irreversíveis, entre ou-
tros.

O processo de Avaliação Psicológica busca respon-


der uma pergunta ou esclarecer alguns fatos psicológicos
(investigação) e leva a tomada de alguma decisão, como
por exemplo: hipóteses diagnósticas, encaminhamentos,
guarda de crianças, adoção, assumir um trabalho, entre
muitas outras.

O Psicólogo utiliza diversas estratégias na Avaliação


Psicológica, com objetivos definidos. Estas estratégias
abrangem entrevistas, testes psicológicos e outros instru-
mentos como desenho e a observação. A testagem é de
grande contribuição, porém, é apenas uma das etapas do
processo.

A duração, número de sessões e formato da Avalia-


ção Psicológica depende muito do contexto em questão.
Alguns processos podem ser mais rápidos e pontuais, com
dois encontros, por exemplo, e outros podendo envolver
7 ou mais encontros. Esta é uma decisão que o psicólogo
deve tomar, estando atento e advertido sobre questões
éticas e sobre as informações técnicas vigentes para cada
contexto de Avaliação Psicológica.

O Psicólogo (a) deve estar atento aos cuidados com


o ambiente da avaliação psicológica (ruídos, iluminação,
temperatura, ergonomia), assim como ao sigilo das infor-
mações envolvidas e demais cuidados éticos.

O início do processo de Avaliação Psicológica, geral-


mente, acontece pela entrevista. Podendo ser de anamne-
se, estruturada, semiestruturada ou livre de estruturação.
Entretanto, a entrevista estruturada, de características
mais rígidas, tem menor aceitação entre os profissionais e
sendo menos indicada por seu caráter mais inflexível.

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Os testes psicológicos, em geral, também são de livre
escolha do profissional, desde que o construto avaliado e
o objetivo do instrumento, estejam de acordo com o que
é investigado na Avaliação Psicológica que se pretende,
devidamente fundamentados na literatura científica psi-
cológica e nas normativas vigentes do Conselho Federal
de Psicologia (CFP). Assim como, estar devidamente atu-
alizado e autorizado dentro das regras do órgão respon-
sável que é o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
(SATEPSI).

Entre os testes psicológicos podemos destacar algu-


mas categorias: escalas, inventários, questionários e mé-
todos projetivos/expressivos. Ou podemos classificar tam-
bém como psicométricos, projetivos/expressivos. Que se
diferenciam principalmente por uma interpretação mais
qualitativa ou quantitativa das informações.

Os testes psicométricos, geralmente escalas, forne-


cem ao psicólogo informações de escores numéricos, uma
classificação, utilizando a comparação com uma popula-
ção específica utilizada como estudo na normatização do
instrumento. Já os testes projetivos exigem uma interpre-
tação maior por parte do profissional, no sentido clínico e
de observação. Considerando que são passíveis da proje-
ção de aspectos psicológicos por arte do avaliado.

Podemos exemplificar alguns desses instrumentos.


Exemplos populares de testes psicométricos: BFP – Bate-
ria Fatorial de Personalidade, IFP II - Inventário Fatorial de
Personalidade, BPA – Bateria Psicológica de Avaliação da
Atenção, BDI-II - Inventário de depressão de Beck e muitos
outros instrumentos. Exemplos populares de testes pro-
jetivos/expressivos: HTP – Técnica Projetiva de Desenho,
Teste Palográfico, R-PAS - Sistema de Avaliação por Perfor-
mance no Rorschach, entre outros.

Outro fator importante que deve ser considerado no


momento da escolha do instrumento é a idade do pacien-
te. Tanto a Avaliação Psicológica infantil quanto a adulta
possuem diversas particularidades em relação aos instru-
mentos. Sempre deve ser observado a idade do avaliado,
se está de acordo com o público alvo do teste psicológico.
Por exemplo: um inventário com idade mínima de 17 anos
não deve ser respondido por uma criança de 12 anos.

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Sobre o caminho para a conclusão da avaliação, a
psicóloga e o psicólogo devem basear sua decisão, obri-
gatoriamente, em métodos e/ou técnicas e/ou instrumen-
tos psicológicos reconhecidos cientificamente para uso
na prática profissional da psicóloga e do psicólogo (fontes
fundamentais de informação), podendo, a depender do
contexto, recorrer a procedimentos e recursos auxiliares
(fontes complementares de informação).

FONTES DE INFORMAÇÃO
Consideram-se fontes de informação:

I - Fontes fundamentais II - Fontes complementares


a) Testes psicológicos aprovados pelo CFP a) Técnicas e instrumentos não psicológi-
para uso profissional da psicóloga e do psi- cos que possuam respaldo da literatura
cólogo e/ou; científica da área e que respeitem o Códi-
go de Ética e as garantias da legislação da
b) Entrevistas psicológicas, anamnese e/
profissão;
ou;
b) Documentos técnicos, tais como proto-
c) Protocolos ou registros de observação
colos ou relatórios de equipes multiprofis-
de comportamentos obtidos individual-
sionais.
mente ou por meio de processo grupal e/
ou técnicas de grupo.

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Segundo a Resolução Nº 6, de 29 de ao avaliado e/ou familiares, dependendo
março de 2019, os documentos resultantes do contexto da avaliação.
de um processo de Avaliação Psicológica
Frequentemente surgem novos ins-
devem ser o Atestado Psicológico e o Lau-
trumentos, ou instrumentos são atualiza-
do Psicológico. Os demais documentos que
dos, assim como mudanças nas resolu-
o psicólogo e a psicóloga podem produzir,
ções vigentes, novas avaliações de caráter
condizem com outras práticas.
obrigatório no nosso cotidiano social, no-
Ao redigir o documento psicológico, o vas bibliografias que exigem a atualização
psicólogo (a) deve expressar-se de maneira do profissional. Por isso, a importância da
precisa, expondo o raciocínio psicológico constante formação dos profissionais da
resultante da sua atuação profissional. Este psicologia, que nunca encerram seus estu-
documento será a conclusão após a análise dos.
dos dados obtidos em todas as estratégias
E, como ressalta o Código de Ética do
utilizadas. Além do documento escrito, faz
Psicólogo (a), o profissional deve aceitar
parte do encerramento do processo, reali-
apenas demandas de trabalho em que se
zar uma entrevista devolutiva, onde os re-
sinta preparado para atuar em com conhe-
sultados são apresentados e esclarecidos
cimento suficiente.

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REFERÊNCIAS

RESOLUÇÃO Nº 18, DE 05 DE SETEMBRO DE 2019, acesso em https://atosofi-


ciais.com.br/cfp/resolucao-do-exercicio-profissional-n-18-2019-reconhece-
-a-avaliacao-psicologica-como-especialidade-da-psicologia-e-altera-a-resolu-
cao-cfp-no-13-de-14-de-setembro-de-2007-que-institui-a-consolidacao-das-
-resolucoes-relativas-ao-titulo-profissional-de-especialista-em-psicologia?ori-
gin=instituicao&q=18/2019

RESOLUÇÃO CFP 06/2019, acesso em: https://site.cfp.org.br/wp-content/uplo-


ads/2019/09/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFP-n-06-2019-comentada.pdf

https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Resolu%C3%A7%C3%A3o-
-CFP-n-06-2019-comentada.pdf

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