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ESTAGIO EM PSICOLOGIA CLÍNICA - FICHAMENTO 1

NOME: Aléxia Alexandra Tomadon Nunes


PROFESSORA: Thais Serafim dos Santos

1. Existência e Liberdade: uma introdução à Filosofia de Sartre – Paulo


Perdigão
Parte I: A individualidade
Capítulos 1, 2 e 3 (O para-si, O conhecimento e A temporalidade – p. 35 a 85)
Página Citação direta Comentário pessoal
32 Como Husserl, Sartre, em primeiro lugar, O ser humano já tem um
suprimiu todos os conceitos de antemão conceito estabelecido
dados como “verdades estabelecidas” sobre as coisas, e esse
sobre as coisas. É preciso “voltar às conceito, é superficial, o
próprias coisas”, ou seja, descrever os qual não se chega a
fatos em sua essência. Quando os essência dessas coisas
filósofos falam cm “tempo”, “consciência”, para compreende-la mas
“ imaginação ” , “trabalho”, etc., se deduz de uma forma
pressupõem já o pleno entendimento mais vaga.
dessas essências, mas o importante é
justamente saber o que elas são.
Seguindo de perto esse princípio, a Para Sartre não há
33 filosofia sartriana não nos diz “como a porquês da existência das
vida deve ser vivida”, nem pergunta “por coisas, mas expressa o
que o homem existe” : limita-se a que as coisas são.
descrever o que a vida é, que tipo de Ser
o homem é.
O Ser aparece como algo que está aí, O Ser não tem uma razão
37 sem que saibamos po r que, algo ou necessidade pra existir,
cujo existir só podemos entender como apenas existe.
absoluta contingência.
Quando o Em-si se rompe para Quando a consciência se
39 converter-se em Para-si, ocorre não a desenvolve é que se torna
destruição, mas a “ aparição” mesma do possível a percepção da
mundo: a consciência faz com que o existência do mundo e de

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mundo surja diante dela como existente. si.
42 Quando imaginamos, nossa consciência A imaginação é a não
preenche-se apenas desse Nada que a percepção de um objeto
atravessa. Na verdade, ela não se acha fora dela, ou seja, a
frente a nenhum objeto fora dela, porque consciência se dirige a um
esse objeto é a própria “consciência da nada, pois não há
imagem” se manifestando. Ela percepção fora dela.
se dirige, sim, a um Nada que é ela
mesma.
51 Além disso, o Para-Si, sendo uma O conhecer esta ligado a
“presença a” e capaz de negações, consciência, desse modo,
acha-se habilitado a ficar presente àquilo para conhecer, preciso
que ele não é. Conhecer alguma coisa é manifestar o Em Si ao
esta r presente àquilo que não se é. Para Si, ou seja, ao que
não é, ao nada.
52 Na verdade, não é através da Não é o fato de observar o
observação prática do mundo que mundo que ele existe, mas
se faz a revelação desse mundo para o de tornar-se
nós - como supunha Kant - porque é conscientemente existente
a que se pode observar.
própria revelação do mundo (como
caráter fundamental do Para-Si) que faz
possível qualquer observação prática
53 Sendo a consciência sempre um dos Para estabelecer uma
polos da relação de conhecimento, verdade sobre a
somente outra consciência, uma observação das coisas,
testemunha, poderia com parar o deveria se ter outra
conhecimento que temos do objeto com consciência que compara-
o próprio objeto, para verificar se há ou se a observação com o
não um nexo essencial entre eles. Para fato, porém, isso não tem
saber se o meu conhecimento da cor como acontecer, já que a
verde é verdadeiro, teria de verificar a observação de uma
adequação entre a minha consciência do consciência e diferente de

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ESTAGIO EM PSICOLOGIA CLÍNICA - FICHAMENTO 1
NOME: Aléxia Alexandra Tomadon Nunes
PROFESSORA: Thais Serafim dos Santos

verde e o “verde em si” , o que é outra.


impraticável.
55 A consciência cognoscente apresenta-se A consciente irreflexiva
de dois modos: como consciência não necessita da
irreflexiva, voltada para as coisas (sejam consciência reflexiva para
reais ou imaginárias), e como existir, pois se pensa nas
consciência reflexiva, aquela que toma coisas sem refletir sobre
consciência de si, isto é, faz da elas, já a reflexiva,
consciência irreflexiva o seu objeto de necessita da irreflexiva
conhecimento. A consciência irreflexiva é para existir, já que para
a que eu reflita sobre algo,
mais comum, pois dela fazemos uso preciso primeiro ter
quase permanentemente, pensando nisso consciência da existência
ou naquilo. Já a consciência reflexiva só desse algo.
aparece quando fazemos uma reflexão
sobre os nossos próprios pensamentos.
57 O cogito pré-reflexivo é a consciência que Esse terceiro modo de ser
tenho de ser consciência, mas de uma da consciência é que nos
maneira não-posicional. Ou seja, aqui o possibilita de ter
cogito não visa a consciência como consciência de nossa
objeto de conhecimento, não coloca a consciência. Desse modo,
consciência como existente no mundo, a consciência não é um
não posiciona o “penso” como objeto. objeto, mas algo mais
Se o fizesse, não saberíamos que aquilo pessoal, íntimo do Em Si.
de que somos conscientes é a nossa
própria consciência - ou seja, algo mais
intimamente relacionado conosco do que
os demais objetos que conhecemos.

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