Você está na página 1de 10

FILOSOFIA DA MENTE

Aula de 15 de Fevereiro de 2023

SUMÁRIO
(i.) Uma filosofia do genitivo que dá que pensar: a Filosofia da Mente. Apresentação da
UC de Filosofia da Mente: objectivos da sua criação, edições anteriores, desafios
intelectuais que lhes estão associados.
(ii.) O objecto evanescente da Filosofia da Mente. De que falamos quando falamos da
mente? Qual é o referente da palavra?
(iii.) Agarrar a perplexidade do objecto mental: “Eles São Feitos de Carne”, de Terry
Bisson.
(iv.) A longa lista do que não sabemos sobre a mente: espaço, tempo, função, posição na
evolução, sentido.
(v.) As ferramentas de auxílio fundamental: manual introdutório (K. T. Maslin,
Introdução à Filosofia da Mente, 2.ª edição) e antologia (Miguens, Pinto & Couto, orgs.,
Filosofia da Mente: Uma Antologia).
(vi.) Marcação da primeira frequência (29 de Março) e da segunda (31 de Maio).
(vii.) Início do estudo do capítulo acerca do problema Mente-Corpo.

CONCEITOS MAIS IMPORTANTES


Experiência – Estados mentais – mente e corpo –classificação de estados mentais –
características comuns aos estados mentais - qualia – ser acerca de algo (intencionalidade)
– consciência – conatus – subjectividade -

1. O facto óbvio
“Porque forneci a você esse pequeno fragmento de minha história de vida?
A razão é lembrar-lhe do facto muito óbvio de que na qualidade de um ser
humano eu sou um sujeito consciente que tem experiências, e sou possuidor
de uma variedade de estados mentais - ouvir, ver, sentir uma dor ou
desconforto, ver nos olhos da mente, lembrar, pensar e questionar para
mencionar alguns casos de estados mentais, seleccionados a partir de uma
longa lista de possibilidades. Eu sou o centro de um universo de experiências

1
- e você também é. Animais, pássaros, peixes, insectos e possivelmente até
moluscos têm vida mental, não obstante quão subdesenvolvidas e
rudimentares algumas dessas mentes possam ser.” (12)

UMA REFLEXÃO QUE SE IMPÕE DE IMEDIATO:


- O que significa este facto que parece indesmentível a respeito dos seres humanos
(não conhecemos seres humanos sem algum tipo de estado mental)?

(ii.) Uma comparação importante: estados mentais e estados físicos

“Obviamente, há muitas coisas que ainda não conhecemos sobre a derradeira


natureza da realidade física, mas parece razoável dizer que temos uma
melhor apreensão do que está acontecendo quando se trata de uma ocorrência
física que de estados mentais.” (12)

(iii.) A questão da natureza dos estados mentais

“Em primeiro lugar, qual é a natureza da mente, dos estados mentais e dos
eventos em geral? Qual é, fazendo uma colocação mais imponente, o modo
de ser deles? Isso é o que os filósofos chamam de a questão ontológica a
respeito do status da mente. […] Ao perguntar qual é a ontologia dos estados
mentais, os filósofos querem saber do que eles consistem, o que realmente
os constitui. São eles em última instância de natureza física, à semelhança
dos processos envolvidos, por exemplo, na fotossíntese, ou são eles
totalmente de carácter imaterial, nada tendo em comum com o mundo físico,
como as almas e os espíritos são tradicionalmente concebidos? De modo
alternativo, deveria o dilema, físico ou não-físico, que parece se impor a nós
aqui, ser rejeitado em favor de outras abordagens da natureza da mente?” (13)

(iv.) Alguém está no centro das experiências

2
“Em segundo lugar, as experiências devem existir como sendo experiências
de alguém ou de algum ser. A ideia de que poderia haver experiências soltas
e separadas flutuando por aí, como se fossem sem ligação a algum ou outro
sujeito, não parece fazer sentido, embora essa questão seja controvertida”
(13)

(v.) Fenómenos mentais e fenómenos físicos: como se relacionam?


“Podem os fenómenos mentais existir independentemente dos fenómenos
físicos, ou dependem destes para a sua existência? Se estados físicos de facto
fazem com que estados mentais surjam, como pode isto ocorrer, uma vez que
o mental e o físico parecem ser tão distintos um do outro?”

(vi.) O moinho de Leibniz: uma lição simples mas de alcance vasto


“A máquina que Leibniz tinha em mente era, certamente, o cérebro. O que
os cientistas modernos encontram quando investigam seu funcionamento são
eventos físicos electroquímicos, os equivalentes das “partes que empurram e
movem umas às outras” de Leibniz. Mas se a neurologia não pode ser
invocada para explicar a percepção e a consciência, o que pode?” (14)

O MOINHO DE LEIBNIZ
“(…) temos de confessar que a percepção e o que dela depende é
inexplicável por razões mecânicas, isto é, pelas figuras e pelos movimentos.
E supondo que exista uma máquina cuja estrutura faça pensar, sentir, ter
percepção, poder-se-á concebê-la aumentada e conservando as mesmas
proporções, de modo que se possa entrar nela como num moinho. E posto
isto, não se encontrará nela, visitando-a por dentro, senão peças que se
impelem umas às outras, e nunca como explicar uma percepção”
(“Princípios de Filosofia ou Monadologia”, [1720] in Obras Escolhidas, org.
António Borges Coelho, Lisboa, Livros Horizonte, s. d., § 17, p. 162).

3
(vii.) Algumas questões sobre os estados mentais
“Os tipos de questões que devem ser tratadas nesta seção, bem como nas próximas, são
os seguintes:
1. Quais são os traços distintivos dos estados mentais?
2. Todos os fenómenos mentais são semelhantes, ou há diferenças cruciais entre eles?
3. É possível detalhar os traços essenciais de vários tipos de estados mentais?” (16)

(viii.) Algumas classificações de estados mentais


“Classifiquei os estados mentais sob seis categorias:
Sensações - dores, dores persistentes, cócegas, vibração, formigamento.
Cognições - acreditar, saber, compreender, conceber, pensar, raciocinar.
Emoções - medo, ciúme, inveja, raiva, pesar, indignação, desfrutar.
Percepções - ver, ouvir, degustar, cheirar, tocar.
Estados de quase-percepção - sonhar, imaginar, ver na imaginação, alucinar,
ver pós-imagens.
Estados conativos - agir, tentar, querer, intencionar, desejar.” (17)

ALGUMAS EXPLORAÇÕES ACERCA DESTA CLASSIFICAÇÃO:

- É ela aberta e susceptível de alargamento? Qual é precisamente a lista completa


dos nossos estados mentais, e, em complemento, dos estados mentais possíveis?
- A mesma linguagem pode descrevê-los a todos com o mesmo grau de precisão?
Uns sim e outros não?
- Sensações e ter consciência de algo (awareness): ocorrência, conteúdo
fenoménico, uma qualidade especial que acompanha uma experiência; ligação a um
centro subjectivo; eventual influência do contexto (dores, cores); surpresa pela existência.
- Estados de não-sensação e ter consciência de algo: estar à disposição e relação
com o sujeito

“Isto é a que me refiro ao dizer que crenças e conhecimento são disposicionais,


em vez de, como no caso das sensações, ocorrentes.” (19)

4
“dores e outras sensações existem somente quando você tem
realmente consciência delas. No caso de crenças e intenções, bem como de
outros estados de não-sensação, a imposição é mais fraca. Para que crenças
e intenções sejam verdadeiramente atribuídas a uma pessoa, é suficiente que
ela seja potencialmente objecto de consciência.” (19)

“facto de as emoções, à semelhança de crenças e intenções, serem de carácter


disposicional.” (19)

(ix.) PERGUNTAS SIMPLES PARA SE TER UMA NOÇÃO DO QUÃO POUCO


SE SABE ACERCA DA MENTE

Perante isto, parece que sabendo pouco, sempre se sabe alguma coisa: pode-se classificar,
reflectir, propor teorias, etc. Tudo isto, contudo, pode ser problemático. Reparemos em
coisas tão fundamentais que, apesar de universais, temos dificuldade em saber alguma
coisa a seu respeito.

- Um início intuitivo com pequenos textos (a): uma fantasia literária que ajuda a
compreender intuitivamente o que está em causa – “Eles são feitos de carne”, de
Terry Bisson (ver abaixo).

(x.) Se a Filosofia da Mente tem um objecto no seu próprio nome, onde está, por
exemplo, esse objecto?
As questões de localização são as mais simples de todas. Questões sobre a relação,
sobre a natureza e sobre a razão última são, em comparação, muito complicadas. Saber
onde está o objecto que queremos estudar é o mais simples possível. Mas há surpresas!
A tradição da localização das funções cerebrais; o papel do coração e do fígado;
as vísceras; a glândula pineal cartesiana, a localização para os materialistas é, obviamente,
diferente para os espiritualistas ou dualistas.

5
– “Where Am I?”, de Daniel C. Dennett (reeditado, por exemplo, em The Mind’s
I: Phantasies and Reflections on the Self and Soul, referência dada abaixo).

- Um início intuitivo com pequenos textos: o desespero e infelicidade do dualista


– “Um dualista desafortunado”, de Raymond M. Smullyan (tradução na
Antologia U. Porto, referências dadas abaixo).

(xi.) Indicação dos livros de estudo que são recomendados, e um breve comentário:

- MASLIN, K. T. (2009). Introdução à Filosofia da Mente, 2.ª edição. Trad.


Fernando José F. da Rocha. Porto Alegre RS: Artmed, 304 pp.

Em complemento pontual, alguns textos poderão vir das seguintes antologias:

- Sofia Miguens; João Alberto Pinto; e Diana Couto, orgs., Filosofia da Mente:
Uma Antologia (Porto: U. Porto Press, 2019).

- Daniel C. Dennett e Douglas Hofstadter, eds., The Mind’s I: Phantasies and


Reflections on Self and Soul; e

- David Chalmers, ed., Philosophy of Mind: Classical and Contemporary


Readings.

(xii.) Uma palavra sobre o programa (enviado em anexo), a avaliação do trabalho


do estudante ao longo do semestre.

(xiii.) ANEXO: Um texto simples, provocador e inspirador

ELES SÃO FEITOS DE CARNE


Terry Bisson, Omni, 1991

ELES SÃO FEITOS DE CARNE.


– Carne?
– CARNE. ELES SÃO FEITOS DE CARNE.

6
– Carne?
– NÃO HÁ NENHUMA DÚVIDA SOBRE ISSO. NÓS CAPTURÁMOS
VÁRIOS DELES EM DIFERENTES PARTES DO PLANETA, LEVÁMO-LOS A
BORDO DAS NOSSAS NAVES DE RECONHECIMENTO, E SONDÁMO-LOS ATÉ
AO TUTANO. ELES SÃO FEITOS TOTALMENTE DE CARNE.
– Isso é impossível. E o que dizer dos sinais de rádio? E as mensagens para as
estrelas?
– ELES USAM AS ONDAS DE RÁDIO PARA FALAR, MAS OS SINAIS
NÃO VÊM DELES. OS SINAIS VÊM DE MÁQUINAS.
– Então, quem fez as máquinas? São esses com quem nós queremos entrar em
contacto.
– ELES FIZERAM AS MÁQUINAS. ISSO É O QUE EU ESTOU A TENTAR
DIZER-TE. A CARNE FEZ AS MÁQUINAS.
– Isso é ridículo. Como pode a carne fazer uma máquina? Você está-me a pedir
para acreditar em carne senciente.
– EU NÃO LHE ESTOU A PEDIR NADA, EU ESTOU A DIZER-LHE. ESSAS
CRIATURAS SÃO A ÚNICA RAÇA SENCIENTE NESSE SECTOR E ELAS SÃO
FEITAS DE CARNE.
– Talvez eles sejam como os Orfolei. Você sabe, uma inteligência à base de
carbono que passa por um estágio de carne.
– NÃ. ELES NASCEM CARNE E MORREM CARNE. ESTUDÁMO-LOS
DURANTE MUITOS DOS SEUS CICLOS DE VIDA, O QUE NÃO DEMOROU
MUITO. VOCÊ TEM ALGUMA IDEIA DE QUAL É O CICLO DE VIDA DA
CARNE?
– Poupe-me. Ok, talvez eles sejam apenas carne em parte. Você sabe, como os
Weddilei. Uma cabeça de carne com um cérebro de plasma de electrões dentro.
– NÃO. NÓS PENSÁMOS NISSO, UMA VEZ QUE ELES TÊM CABEÇAS DE
CARNE, COMO OS WEDDILEI. MAS EU JÁ LHE DISSE, NÓS ENFIÁMOS-LHES
SONDAS. ELES SÃO CARNE ATÉ AO TUTANO.
– Sem cérebro?
– OH, É CLARO QUE TÊM CÉREBRO. TUDO SE RESUME A QUE O
CÉREBRO É FEITO DE CARNE! ISSO É O QUE EU TENHO ESTADO A TENTAR
DIZER-LHE.
– Então… o que é que faz o pensamento?

7
– VOCÊ NÃO ESTÁ A ENTENDER, POIS NÃO? VOCÊ ESTÁ A RECUSAR-
SE A ENFRENTAR O QUE EU ESTOU A DIZER-LHE. O CÉREBRO FAZ O
PENSAMENTO. A CARNE.
– Carne pensante! Você está a pedir-me que acredite em carne pensante!
– SIM, CARNE PENSANTE! CARNE CONSCIENTE! CARNE QUE AMA.
CARNE QUE SONHA. A CARNE É TUDO QUANTO EXISTE! VOCÊ ESTÁ
COMEÇANDO A TER UMA IDEIA OU TENHO QUE COMEÇAR TUDO DE
NOVO?
– Oh meu Deus. Você está então a falar a sério. Eles são feitos de carne.
– OBRIGADO. FINALMENTE. SIM. ELES SÃO REALMENTE FEITOS DE
CARNE. E ESTÃO A TENTAR ENTRAR EM CONTACTO COM A GENTE HÁ
QUASE UMA CENTENA DOS SEUS ANOS.
– Oh meu Deus. O que é que esta carne tem então em mente?
– EM PRIMEIRO LUGAR ELES QUEREM FALAR COM A GENTE. ENTÃO
EU IMAGINO QUE QUEREM EXPLORAR O UNIVERSO, CONTACTAR COM
OUTROS SERES SENCIENTES, TROCAR IDEIAS E INFORMAÇÕES. O
HABITUAL.
– É suposto que falemos então com a carne.
– ESSA É A IDEIA. ESSA É A MENSAGEM QUE ELES ESTÃO A MANDAR
POR RÁDIO. “OLÁ. ESTÁ AÍ ALGUÉM? ESTÁ ALGUÉM EM CASA?” ESSE TIPO
DE COISAS.
– Eles falam realmente, por conseguinte. Eles usam palavras, ideias, conceitos?
– OH, SIM. SÓ QUE ELES FAZEM ISSO COM CARNE.
– Pensei que você tivesse acabado de me dizer que eles usam o rádio.
– SIM, DE FACTO, MAS O QUE É QUE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ NO
RÁDIO? SONS DA CARNE. RECORDA-SE DE QUE QUANDO BATE OU ABANA
A CARNE ELA FAZ UM BARULHO? ELES FALAM A BATER COM A SUA
CARNE UMA NA OUTRA. ELES PODEM ATÉ MESMO CANTAR SE
ESGUICHAREM AR ATRAVÉS DA SUA CARNE.
– Oh meu Deus. Carne que canta. Isto já é demais. Então, o que é que você
aconselha?
– OFICIALMENTE OU OFICIOSAMENTE?
– Ambos.

8
– OFICIALMENTE, É-NOS EXIGIDO QUE ENTREMOS EM CONTACTO,
QUE DÊMOS AS BOAS VINDAS E FAÇAMOS O REGISTO DE TODAS AS RAÇAS
SENCIENTES OU SERES MÚLTIPLOS NESTE QUADRANTE DO UNIVERSO,
SEM PRECONCEITO, MEDO OU FAVOR. OFICIOSAMENTE, ACONSELHO A
QUE SE APAGUEM OS REGISTOS E QUE SE ESQUEÇA TODO ESTE ASSUNTO.
– Estava à espera que você dissesse isso.
– PARECE EXCESSIVO, MAS HÁ LIMITES. SERÁ QUE NÓS REALMENTE
QUEREMOS ESTABELECER CONTACTO COM CARNE?
– Concordo a cem por cento. O que há para dizer? “Olá, carne. Como está?” Mas
será que isso funciona? De quantos planetas estamos a falar?
– APENAS UM. ELES PODEM VIAJAR PARA OUTROS PLANETAS EM
CONTENTORES ESPECIAIS PARA CARNE, MAS NÃO CONSEGUEM VIVER
DENTRO DELES. E, SENDO CARNE, SÓ CONSEGUEM VIAJAR ATRAVÉS DO
ESPAÇO C. O QUE OS LIMITA À VELOCIDADE DA LUZ E FAZ COM QUE A
POSSIBILIDADE DE ELES ALGUMA VEZ ESTABELECEREM CONTACTO SEJA
BASTANTE REDUZIDA. INFINITESIMAL, DE FACTO.
– Então, nós temos apenas de fingir que não está ninguém em casa no Universo.
– É PRECISAMENTE ISSO.
– É cruel. Mas você mesmo disse, quem é que quer conhecer carne? E o que dizer
dos que estiveram a bordo das nossas naves, os que foram sondados? Você tem a certeza
de que eles não se irão lembrar?
– ELES SERÃO CONSIDERADOS MALUCOS SE O FIZEREM. NÓS
ENTRÁMOS DENTRO DAS CABEÇAS DELES E SUAVIZÁMOS A CARNE DELES
DE MODO QUE NÓS SOMOS APENAS UM SONHO PARA ELES.
– Um sonho para a carne! Como é estranhamente apropriado que sejamos apenas
um sonho para a carne.
– E NÓS MARCÁMOS TODO ESSE SECTOR COMO DESOCUPADO.
– Excelente. De acordo, oficialmente e oficiosamente. Caso encerrado. Mais
algum outro? Há alguém interessante nesse lado da galáxia?
– SIM, UMA INTELIGÊNCIA DE AGREGADOS DE NÚCLEOS DE
HIDROGÉNIO QUE É BASTANTE TÍMIDA, MAS SIMPÁTICA, NUMA ESTRELA
DA CLASSE NOVE NA REGIÃO G445. ESTABELECEU CONTACTO HÁ DUAS
ROTAÇÕES GALÁCTICAS, E QUER REATAR A AMIZADE.
– Esse tipo de seres acaba sempre por voltar.

9
– E PORQUE NÃO? IMAGINE-SE O QUÃO INSUPORTÁVEL, O QUÃO
INCONCEBIVELMENTE FRIO SERIA O UNIVERSO SE SE ESTIVESSE
TOTALMENTE SÓ…
(Trad. de Manuel Curado)

Linhas de reflexão sobre o Texto.

- O primeiro embaraço: nós somos esses seres que causam perplexidades aos
extraterrestres do conto.
- Generalizar a perplexidade: está em causa a questão substantiva acerca da
natureza última da mente; mas não só: o problema das outras mentes em toda o seu
esplendor (as mentes dos humanos uns para os outros, as mentes dos extraterrestres, o
paladar a tentar compreender o ouvido e vice-versa, um homem a tentar compreender
uma mulher e vice-versa, um jovem a tentar compreender um velho e vice-versa, um
polvo a ser estudado por humanos, vice-versa neste caso?, uma parte do sistema humano
completo (a razão) a tentar compreender outra parte (estar acordado, sentir alguma coisa),
debates infindáveis sobre a alegada dor infligida aos animais, etc.).
O ponto de vista dos “mysterians” (v.g. Colin McGinn).

(xiv.) Sugestões complementares

Ver as seguintes adaptações vídeo do texto “They’re made out of meat”:

https://www.youtube.com/watch?v=7tScAyNaRdQ
e
https://www.youtube.com/watch?v=v-9t9BIBLKw
e
https://www.youtube.com/watch?v=X0yRsQK9vG0
e
https://www.youtube.com/watch?v=hduM0mFLBmQ
e
https://www.youtube.com/watch?v=qWCgI7a2ohk

10

Você também pode gostar