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Laudo Psicológico
1. Identificação:
Autores: Anna Rosa Colaço Solak
Cristy Andrzejewski
Evandro Fellippe Carneiro
Gabriele Tracz Bianco
Yanka Paim Forte
Interessado: Escola Municipal Leonor Castellano
Assunto: Avaliação psicológica
● Genitor: Carlos Roberto Paiva, 45 anos.
● Genitora: Rosana de Souza Paiva, 40 anos.
● Criança: Evelyn de Souza Paiva, 12 anos e três meses, nascida em 18/06/2006.
Lateralidade: Destra.
2. Descrição da demanda:
A infante foi encaminhada à avaliação psicológica pela instituição de ensino que frequenta,
em decorrência das seguintes queixas: histórico de reprovação escolar, lentidão na cópia e
execução de atividades e, consequente atraso nas disciplinas escolares.
3. Procedimentos:
Procedeu-se a realização de entrevista 1 com os genitores e a aplicação individual de testes
com a criança. As abordagens iniciais tiveram o objetivo de conhecer a situação atual da
família, bem como de estabelecer o enquadre, incluindo o modo de formulação do
trabalho, o objetivo, a frequência dos encontros, o lugar, os horários e o papel que cabe a
cada um (ARZENO, 1995) 2.
Os instrumentos psicométricos utilizados na avaliação foram:
● a Escala Wechsler de Inteligência para Crianças - WISC IV, que
1
“... pode-se destacar como características da entrevista: não ser totalmente previsível e, portanto, não completamente planejável como
o questionário, por exemplo; mas, mesmo assim, não se trata de conversa comum, por ter sempre objetivos específicos de natureza
profissional. Existe sempre o interesse do entrevistador em obter: ou determinadas informações do entrevistado, quando tratar-se de
coleta de dados, ou, mudanças comportamentais do cliente, quando tratar-se de intervenção. O próprio fato de não ser completamente
planejável torna-a uma atividade complexa que, por isso, exige a adoção de métodos apropriados ao alcance de seus objetivos.”
SILVAREs, E.F.M. & GONGORA, M.A.N. (2006). Psicologia clínica comportamental: a inserção da entrevista com adultos e
crianças. São Paulo: Edicon, p. 25.
2
ARZENO, M.E.G. (1995). Psicodiagnóstico clínico: novas contribuições. Porto Alegre: Artmed.
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resguardados por todos que tenham o acesso legal.
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3
MACEDO, M. M. F; MOTA, M. E. da; METTRAU, M. B. WISC-IV: Evidências de Validade para Grupos Especiais de Superdotados
WISC-IV. Psicol. pesq., Juiz de Fora , v. 11, n. 1, p. 1-2, jun. 2017.
4
FERREIRA, R. B., FEIL, C. F., NUNES, M. L. T. O teste gestáltico visomotor de Bender na avaliação clínica de crianças. Psico-USF, v.
14, n. 2, 2009.
5
CRUZ, V.L. P.,TONI, P.M., OLIVEIRA, D.M. As funções executivas na Figura Complexa de Rey: Relação entre planejamento e
memória das fases do teste. Boletim de Psicologia – São Paulo, vol. LXI, nº134, 2011. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/bolpsi/v61n134/v61n134a03.pdf. Acesso em 17/11/2018.
6
RUEDA, F. J. M. Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção (BPA). 1° ed, São Paulo: Vetor, 2013.
7
CAMBRAIA, S.V. TESTE AC. 4ª Ed Bras. Vetor Editora: São Paulo. 2009.
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8
ALVES, C. B.; Esteves, C. O teste palográfico na avaliação da personalidade. São Paulo. Vetor. 2009
9
SILVA, Marlene Alves da. Estudo sobre a dimensionalidade do R-1: teste não verbal de inteligência. Bol. psicol, São Paulo , v. 64, n.
140, p. 91-103, jun. 2014 . Disponível em<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-
59432014000100008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 17 nov. 2018.
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parto vaginal, com Apgar 8 e 10. Informou ainda que a amamentação aconteceu até
Evelyn completar 1 ano e 6 meses de vida e que a criança interrompeu o aleitamento por
conta própria. Quanto à rotina da filha, informa que passa a maior parte do tempo
organizando suas coisas, como o armário e brinquedos, que estão sempre impecáveis.
Menciona um episódio que uma amiga da escola foi dormir no final de semana em sua
casa e trocou de lugar um dos livros de pintura da menina, esta rapidamente demonstrou
irritação, pois não suporta ver desorganização e mudanças em sua rotina. Mãe ressalta
que desenhar é uma das atividades que mais desperta interesse em Evelyn.
Acerca de questões relativas ao desenvolvimento, a mãe historiou que a filha engatinhou
aos 8 meses, passou a andar aos 12 meses e, vocalizou frases ao completar 2 anos de
idade. Os genitores negaram qualquer tratamento medicamentoso, necessidade de
internamento e/ou doença durante a vida da filha. Segundo a genitora, a rotina de sono e
alimentação é “tranquila”. Complementou que a criança respeita regras e limites impostos
pelos pais, referentes à hora de dormir e se alimentar, além de outras no tocante a
questões escolares e tempo de uso em aparelhos tecnológicos, como tablet, celular e
computador.
No que se refere ao contexto escolar de Evelyn, Rosana discorreu que a infante aprecia ir
para a escola e que a mesma possui muitos amigos. Arbitrariamente, apontou dificuldades
no desempenho escolar da filha, as quais foram observadas por professores, segundo
relatório escolar. De acordo com o relato materno, o referido documento, alega que Evelyn
apresenta lentidão para copiar a matéria do quadro ou mesmo a matéria ditada, o que
também reflete no atraso referente aos demais alunos e nas notas abaixo da média. Ainda,
os genitores referiram que a infante necessita de maior tempo para realizar as atividades
em sala, o que não é possível em todas as tarefas, comprometendo seu desenvolvimento
acadêmico. Carlos citou que a filha se destaca em Matemática, no entanto nas demais
disciplinas tem dificuldade.
Por fim, os pais relataram que a filha apresenta comportamento adequado na maioria das
circunstâncias.
Aplicação do WISC IV com Evelyn – 18/09/18
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A Escala Wechsler de Inteligência para Crianças – (WISC IV), indicou que Evelyn possui
capacidade elevada no Índice de Memória Operacional (IMO), a qual é definida como a
habilidade de armazenar e manipular a informação por um período de tempo, ou seja, diz
respeito ao armazenamento temporário da informação para o desempenho em tarefas
cognitivas (GIANGIACOMO E NAVAS, 2008)10. Também, evidenciou-se escore elevado no
Índice de Compreensão Verbal (ICV). Alternativamente, o teste apontou desempenho
abaixo da média no Índice de Organização Perceptual (IOP), que diz respeito as
operações mentais de raciocínio diante de situações novas que dependem de seu
raciocínio e conhecimentos adquiridos11 e no Índice Velocidade de Processamento (IVP) 12,
que indica a capacidade que o indivíduo tem em manter o foco atencional ao realizar
rapidamente tarefas.
Observação dos comportamentos da criança durante a testagem WISC IV
Durante as atividades de Organização Perceptual e Velocidade de Processamento
observou-se que Evelyn direcionava sua atenção focada na elaboração fidedigna das
formas, ou seja, buscava alcançar a precisão das figuras reais. Assim, em um período de
tempo mais curto demonstrava pouca efetividade no âmbito de quantidade, em oposição,
no âmbito de qualidade atingiu maestria. Evidencia-se que a criança possivelmente não
atingiu boa média na execução da atividade, devido focar majoritariamente na qualidade
do que estava realizando, demonstrando por vezes intensa preocupação quanto à cópia
exata das formas. Nos testes referentes à aritmética demonstrou rapidez de raciocínio e
agilidade nas respostas, obtendo escore alto, corroborando com o relato do pai, durante
entrevista. Durante a aplicação do subteste “Semelhanças”, foi necessário inquirir Evelyn
uma vez, ocasião em que a avalianda deu duas respostas para uma mesma pergunta, no
entanto quando inquirida, optou pela resposta correta, atingindo escore dentro da média.
10
GIANGIACOMO, Micheli Cristina Paludeto Belaz; NAVAS, Ana Luiza Gomes Pinto. A influência da memória operacional nas
habilidades de compreensão de leitura em escolares de 4ª série. Rev. soc. bras. fonoaudiol., São Paulo , v. 13, n. 1, p. 69-74, Mar.
2008
11
MACEDO M.; MOTA, M.; METTRAU, M. WISC- IV: Evidências de validade para grupos especiais de seperdotados WISC-IV. Psicol.
Pesq. Juiz de Fora, v. 11, n. 1, p. 1-2, jun. 2017
12
EL HAJJ, S., BUENO, V., ZANINOTTO, A., DE LUCIA, M., SCAFF. (2014). Avaliação da velocidade de processamento em uma
amostra de crianças de 7 a 10 anos com e sem hipótese diagnóstica de TDAH.Psicologia Hospitalar, 12(1), 69-85.
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5. Conclusão
Conforme relato dos genitores, Evelyn possui dificuldades quanto à execução de tarefas
que necessitam de um tempo delimitado.
A partir da análise dos resultados obtidos com o primeiro teste aplicado - WISC IV -, pode-
se observar que a infante alcançou desempenho dentro do esperado para sua idade
relacionado à memória operacional e compreensão verbal. Quanto às atividades de
Organização perceptual e velocidade de processamento mostrou-se com escore abaixo do
recomendado.
Tais informações se confirmaram com os demais testes utilizados, percebendo-se que nas
atividades em que Evelyn precisou se atentar a detalhes (Bender e Figuras de Rey), a
avalianda desempenhou um tempo maior do que nas atividades que exigiam suas
habilidades relacionadas à memória operacional e atenção (R1, BPA e AC). Quanto a sua
capacidade de adaptação, o teste Palográfico visou que a avalianda pode se adaptar de
maneira rápida, podendo ser exposta a atividades que não são do seu cotidiano.
Desta forma, para melhor aproveitamento da infante na escola, sugere-se como
encaminhamento a assistência psicoterapêutica e psicopedagógica, para promoção de
atividades que auxiliem na melhora das dificuldades escolares juntamente a investigação
clínica de possíveis fatores emocionais que estejam interferindo no desenvolvimento
acadêmico de Evelyn.
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