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FUNDAMENTOS DE

NEUROCIÊNCIAS

Janaína Farias de Melo


INTERDISCIPLINARIDADE E
NEUROCIÊNCIAS

Neurociências

Pedagogia Psicologia
INTERDISCIPLINARIDADE E
NEUROCIÊNCIAS
• Neurociências – Funcionamento do sistema nervoso;
• Psicologia (Cognitiva) – Estudo do comportamento humano;
• Pedagogia – Educação e aprendizagem.

• Psicologia e Neurociências => Neuropsicologia


• Psicologia e Pedagogia => Psicologia Educacional
• Neurociências e Pedagogia => Pedagogia Educacional
INTERDISCIPLINARIDADE E
NEUROCIÊNCIAS

Pedagogia
Psicologia

Neurociências

Neuroeducação
Neuroeducação
• Definição: área do conhecimento humano que abrange a integração
entre neurociências e educação

• Função: tem como objetivo o desenvolvimento de melhores estratégias


de ensino-aprendizagem e o desenvolvimento das potencialidades do
ser humano.
Neuroeducação
Área de Estudos:
1. Organização anatômica e funcional do Sistema Nervoso (SN);
2. Funções Cognitivas e como estas se relacionam com os processos de
aprendizagem;
3. Emoção e suas relações com os processos cognitivos e de
aprendizagem;
4. Principais transtornos e dificuldades de aprendizagem.
Neuroeducação
Área de Estudos:
5. Resultado das práticas pedagógicas no funcionamento cerebral e na
cognição;
6. Desenvolvimento de tecnologias para aprimorar os processos de
aprendizagem e reabilitação.
Neuroeducação
• Os educadores necessitam conhecer sobre os fundamentos
neurocientíficos e suas implicações nos processos de ensino-
aprendizagem, pois eles trabalham com o cérebro e contribuem para a
organização do Sistema Nervoso do aprendente, isso quer dizer, que os
comportamentos que ele apresentará ao decorrer de sua vida serão
influenciados pelos processos de aprendizagem;

• Além disso, podem também compreender e saber intervir naquilo que


tiver algum compromentimento no processo de aprendizagem.
O QUE É APRENDIZAGEM?
• É o “[...] processo de aquisição de novas informações que vão ser
retidas na memória [...] através do qual nos tornamos capazes de
orientar o comportamento e o pensamento” (LENT, 2001, p. 594).
O QUE É APRENDIZAGEM?
• Com a aprendizagem adquirimos conhecimento sobre o mundo com o
qual nos relacionamos direta ou indiretamente;
• A memória codifica, armazena e posteriormente evoca esse
conhecimento;
• Como adquirimos esse conhecimento sobre o mundo?
*Habilidades motoras
*Linguagem
Onde ocorre a aprendizagem?
NEUROBIOLOGIA DA
APRENDIZAGEM

• O Sistema nervoso se encarrega de


estabelecer comunicação com o mundo
ao redor e também com as partes internas
do organismo;

• Sistema Nervoso Central (SNC);

• Sistema Nervoso Periférico (SNP).

• Encéfalo e Medula Espinhal – SNC.


NEUROBIOLOGIA DA APRENDIZAGEM
• Encéfalo ≠ Cérebro ≠ Crânio;

• O principal órgão do SNC é o Cérebro;

• O SNP é formado por nervos que ligam o SNC a todas as outras partes
do corpo.
CÉREBRO

PONTE

BULBO
CEREBELO

MEDULA
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
CÉREBRO
• É dividido em dois hemisférios: direito e esquerdo, unidos pelo Corpo
Caloso;

• Camada mais externa do Cérebro → Córtex Cerebral;

• Em cada hemisfério há áreas delimitadas chamadas de Lobos


Cerebrais.
CÉREBRO
LOBOS CEREBRAIS
• Os lobos cerebrais coordenam funções específicas, mas não isoladas;
• Lobo Frontal – coordena motricidade, pensamento, julgamento,
expressão da fala (Broca);
• Lobo Parietal – coordena sensações, percepção, funções
visuoespaciais;
• Lobo Temporal – coordena audição, compreensão da fala (Wernicke),
memória e emoção;
• Lobo Occipital – coordena a visão.
LOBOS CEREBRAIS
MEDULA ESPINHAL
• Medula ≠ Coluna Vertebral;

• É responsável por transmitir informações vindas do corpo para o


encéfalo (vias aferentes) e do encéfalo para o corpo (vias eferentes);

• Comanda respostas reflexas.


MEDULA ESPINHAL
COMO OCORRE O FUNCIONAMENTO
DO CÉREBRO?
NEURÔNIOS
• Principal célula do Sistema Nervoso;

• Estrutura dos neurônios : Dendritos, Corpo celular ou Soma, Axônio e


Botões terminais.

• Estão distribuídos por todo o corpo.

• Responsável pela transmissão das informações nervosas em todo o


nosso corpo.

• Informações transmitidas através das sinapses.


NEURÔNIOS
CÉLULAS GLIAIS

• Astrócitos;

• Oligodendrócitos;

• Micróglia;

• células de Schwann.
CÉLULAS GLIAIS
CÉLULAS GLIAIS

• São muito mais numerosas que os neurônios;

• Dão suporte/sustentação e nutrem os neurônios;

• Direcionam o posicionamento dos neurônios e promovem o crescimento dos


dendritos e axônios;

• Formam a bainha de mielina;

• Fagocitam detritos;

• Participam na transmissão dos sinais nervosos.


CÉLULAS GLIAIS
DESENVOLVIMENTO DO SN
• O SN inicia seu desenvolvimento nas primeiras semanas de vida embrionária;

• As primeiras fases do desenvolvimento do SN são fundamentais para que se


estabeleçam posteriormente as funções que as diversas estruturas irão
desempenhar;

• Erros por problemas genéticos ou interferências ambientais que ocorrem nessa


fase poderão ter como consequência distúrbios ou incapacidades por toda a
vida.
VITAMINA B9 – ÁCIDO FÓLICO
• Também conhecido como folacina, ácido pteroil-Lglutâmico;

• É uma vitamina hidrossolúvel e uma substância essencial para a nossa


saúde, especialmente em idade fértil, para a gravidez e para o
desenvolvimento do feto.
DESENVOLVIMENTO DO SN
• Cérebros são imaturos no nascimento, sendo o SN extremamente
plástico nos primeiros anos de vida;

• A estimulação ambiental é extremamente importante para o


desenvolvimento do SN, mas é preciso levar em conta parâmetros
usuais e padrão cronológico;

• A aprendizagem se traduz pela formação e consolidação das ligações


entre as células nervosas.
DESENVOLVIMENTO
DO SN
• Genética

• Epigenética

• Ambiente
EPIGENÉTICA
• O debate iniciou-se na década de 1940. Em exemplo do poder da epigenética é
a epidemia de obesidade das crianças norte-americanas. Todos sabem dos
péssimos hábitos alimentares dos estadunidenses, famosos pelo elevado
consumo de fast-food. Contudo, estudos apontam que talvez o problema não
seja apenas nutricional, mas também ligado à epigenética. Acredita-se que,
especialmente, os hábitos alimentares das gestantes durante o primeiro
trimestre gestacional, podem impactar significativamente no metabolismo do
filho. Isso resulta da ligação de alguns compostos a determinados genes,
impedindo sua expressão. Estudos apontam que alguns compostos como
tabaco e alguns alimentos apresentam a capacidade de impossibilitar a
expressão de genes.
• Fontes:
http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/estudo_descobre_mecanismo_de_heranc
a_epi genetica_induzido_por_estresse.html
HISTÓRIA DA NEUROCIÊNCIA

• 1810 - Franz Gall;

• Livro - “Anatomia e Fisiologia do Sistema Nervoso em Geral e do


Cérebro em Especial”;

• Surgimento da “ciência do cérebro”;

• Frenologia – áreas funcionais isoladas.


HISTÓRIA DA NEUROCIÊNCIA
• Jean Pierre Flourens – Teoria dos Campos Agregados:
- Cérebro funciona sem especializações, mas de forma total;

• Século XIX:
- Holistas X Localizacionistas.
HISTÓRIA DA NEUROCIÊNCIA
• 1981 – Paul Broca:
- Localizou pela primeira vez uma função mental complexa em uma
região do córtex. Centro motor da linguagem – Área de Broca (hemisfério
esquerdo).

• Século XIX:
- Aumento do interesse pelo estudo das estruturas cerebrais, em
especial, o neurônio;

• 1906 - Golgi e Ramóm y Cajal:


- Estudaram a estrutura do neurônio;
- Prêmio Nobel de Fisiologia.
HISTÓRIA DA NEUROCIÊNCIA
• 1873 - Carl Wernicke:
- Centro do entendimento da fala (Área de Wernicke);

• Outros estudos de caso:


- Desenvolvimento da ideia de sistemas funcionais integrados para
explicar o funcionamento cerebral;

• Início do século XX:


- Arquitetura do neurônio individual estava estabelecida.
HISTÓRIA DA NEUROCIÊNCIA

Alexander R. Luria
HISTÓRIA DA NEUROCIÊNCIA
• Nasceu em 1902, na Rússia;
• Formou-se em Ciências Sociais e Medicina;
• Estudou psicanálise e foi responsável pela tradução de algumas obras
de Freud para o russo;
• Considerado um dos fundadores da Neuropsicologia;
• Compreendia o cérebro como um sistema biológico aberto, em
constante interação com o meio físico e social em que o sujeito está
inserido.
COMPORTAMENTO HUMANO
• Início do século XIX - os fenômenos psicológicos podiam ser
descritos, discutidos mas não podiam ser estudados
experimentalmente;

• 1879 - Wilhelm Wundt fundou o 1º laboratório experimental que


serviu de base para a construção da primeira corrente da Psicologia, o
ESTRUTURALISMO;

Buscava entender a estrutura(os elementos) da mente e suas percepções


analisando seus componentes através da INTROSPECÇÃO.
COMPORTAMENTO HUMANO
• William James:
- Critica ao estruturalismo;
- Desenvolvimento do FUNCIONALISMO

Estudava o modo como a mente funciona e


não seus elementos. Seus objetos de estudo
eram a mente e o comportamento, como
funcionam, se relacionam e como favorecem
a adaptação do indivíduo ao meio (o que as
pessoas fazem e porque fazem).
COMPORTAMENTO HUMANO
• Início do século XX - Ivan Pavlov:
- CONDICIONAMENTO CLÁSSICO;
- Início a psicologia experimental;

• J.B.Watson – fundação do BEHAVIORISMO


- A psicologia deveria concentrar-se na manipulação empírica de
estímulos ambientais e respostas observáveis se quisesse ser uma
ciência;

• B.F.Skinner – fundou o Behaviorismo radical e desenvolveu conceitos,


como os de comportamento operante, comportamentos abertos e
encobertos.
COMPORTAMENTO HUMANO
• Psicologia Cognitiva:
- Estudo dos processos cognitivos ( percepção, atenção, memória...)
- Método experimental (teste, técnicas, estudos de caso);

• 1924- Vygotsky, Luria e Leontiev criam uma nova psicologia – a


psicologia Histórico-Cultural;

• Reaproximação entre psicologia e medicina.


COMPORTAMENTO HUMANO
• Década de 90:
- Surgimento do campo da Neurociência Cognitiva;
- Cérebro possibilita a mente através de atividades cognitivas como o
pensamento, a linguagem e a memória;
• Século XX:

-Conceitos psicológicos se somam aos das neurociências.

NEUROPSICOLOGIA
NEUROIMAGEM MODERNA
• 1972 - Advento da TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA;
- Estrutural – constituição física e morfológica do cérebro;
- Funcional – atividade neuronal.
NEUROIMAGEM ESTRUTURAL
NEUROIMAGEM FUNCIONAL
LÚRIA – UNIDADES FUNCIONAIS

UNIDADE RECEPTORA
LÚRIA – UNIDADES FUNCIONAIS

UNIDADE EXECUTORA
LOBOS CEREBRAIS
SENTIDOS
Visão

Cinestesia Audição

Temperatura Olfato

Dor Paladar

Pressão Tato
FUNÇÕES PSICOLÓGICAS

Atenção Percepção

Memória Linguagem

Funções
Praxias
Executivas
ATENÇÃO
ATENÇÃO
• Boa parte das informações captadas não são processadas;
• Economia e incapacidade de processar todos os estímulos;
• Mecanismos de seleção – Atenção;
• Está na origem da ação e do conhecimento;
• A condição básica para se fazer uso da atenção é a vigília porque põe o
cérebro em condições de tratar a informação.
ATENÇÃO

• Estruturas encefálicas envolvidas:

- Tronco encefálico → mantém o estado de alerta;

- Tálamo → filtra os estímulos que vem do SNP para o córtex


cerebral, evitando sobrecarga do cérebro;

- Córtex cerebral → busca pelos estímulos (lobo parietal) e responde


por dirigir e manter a atenção (lobo frontal).
ATENÇÃO
ATENÇÃO
• Orientações:
- De baixo para cima → atenção reflexa (estímulos periféricos) –
neurônios do córtex Parietal, circuito orientador;

- De cima para baixo → atenção voluntária (a necessidade, a escolha


pessoal determina o foco) – neurônios do córtex Frontal, circuito
executivo.
ATENÇÃO

• Tipos de atenção:

- Seletiva → filtra os estímulos que nos interessam;

- Dividida → envolve a habilidade de responder a mais de uma tarefa ao


mesmo tempo ou a vários elementos dentro de uma mesma tarefa.
Geralmente uma das tarefas é automática;

- Alternada → envolve flexibilidade mental e habilidade para mudar o


foco da atenção de um estímulo para outro.
ATENÇÃO

• Flutuante → prontidão para mudar de foco quando necessário. Ligada


à proteção, sobrevivência;

• Sustentada (concentrada) → capacidade de manter a atenção em


determinado foco por um período maior de tempo, neutralizando ou
bloqueando a interferência de outros estímulos do meio (externo ou
interno).
TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/
Hiperatividade)

Cérebro com TDAH Cérebro sem TDAH


ESTRATÉGIAS PARA ESTÍMULO DA
ATENÇÃO
• Exposição prévia do tema para criar expectativas adequadas;
• Ambiente em que os alunos tenham papel ativo e não sejam meros
expectadores;
• Uso da interatividade;
• Apresentação e supervisão de metas a serem atingidas (desafios);
• Minimizar distratores no ambiente;
• Humor, música, uso adequado da voz....
PERCEPÇÃO
PERCEPÇÃO

• Integração das impressões sensoriais em informações com significado;

• Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das


informações recebidas;

• Depende dos órgãos dos sentidos, da atenção e da memória.


PERCEPÇÃO

• Conhecimento de mundo = percepção de mundo;

• Representação como um desdobramento da percepção;

• Representação é apresentação de um objeto através de outro (imagem


mental, desenho, fala, escrita);

• Liberta a criança da experiência imediata;

• Distúrbios da percepção → Agnosias.


MEMÓRIA
MEMÓRIA

Sistema complexo que envolve registrar, estocar e recuperar


informações ou experiências.
MEMÓRIA DE TRABALHO

• Informações são mantidas e manipuladas na consciência pelo tempo


necessário;

• Algumas informações já arquivadas podem ser trazidas à tona, de


acordo com a necessidade;

• Memória sensorial (imediata) e sistema de repetição (capacidade


limitada).
MEMÓRIA DE TRABALHO
• O que atrapalha?
- Excesso de informação, de estímulo, o estresse dificultam a
memória de trabalho.

• O que favorece?
- Limitar e selecionar as informações;
- Disciplina (local e horário de trabalho ou estudo);
- Lembrar que informações significativas são melhor processadas;
- Higiene mental (repouso, lazer).
LOBO PRÉ FRONTAL

Região de amadurecimento tardio e também é sensível


ao envelhecimento.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
• Mantém as informações de forma mais prolongada ou permanente no
cérebro;
• Otimiza a aprendizagem;

IMPORTANTE!

Aprendizagem ≠ memória
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
• Para uma informação se fixar de forma definitiva (registro) no cérebro
é necessário um trabalho diferente;
• Repetição, elaboração e consolidação:
• Repetição: explorar várias vezes o assunto e sob diversos enfoques;
• Elaboração: associação com outros conceitos. Quanto mais complexa
a elaboração mais forte será o registro. Quanto menos complexa mais
fraco será o registro (decorar).
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

• Repetição e elaboração determinam a força do registro;

• Consolidação: reter a informação por longo tempo;

• Ocorrem alterações biológicas nas ligações entre os neurônios;

OBS: Evidências apontam que o fenômeno


da consolidação ocorre durante o sono.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
• Hipocampo: estrutura responsável pela consolidação das informações.
• As informações estejam nele, mas precisam dele.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

• O registro é fragmentado;

• Cada aspecto da informação é arquivado em sistemas e locais


diferentes, em rede;

• A lembrança ativa toda a rede consolidada e a memória de trabalho


filtra o que é necessário ou não naquele momento.
RECORDAÇÃO

A recordação é uma reconstituição, toda vez. Pesquisas mostram que


essas reconstituições são inconstantes pois são sensíveis ao tempo, ao
estado mental e a outras interferências. Assim ela é mais frágil do que
gostaríamos de admitir.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
• Declarativa ou Explícita: envolve mecanismos conscientes do
recordar. Envolve dois subsistemas:

1.Memória episódica – nossa vida pessoal, nossa biografia.


2.Memória semântica – das coisas, dos fatos históricos.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
• Não declarativa ou Implícita:
- Independe da consciência;
- A memória de procedimentos é a mais importante (andar de
bicicleta, pentear cabelos, escrever, tocar um instrumento...)
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

• Como recuperar o que foi armazenado?

• Envolve córtex pré-frontal;

• A recuperação será mais eficiente se a informação foi bem consolidada;

• Através de pistas, sinais;

• Quando solicitada pela memória de trabalho.


ESQUECIMENTO
• Seleção;

• Desuso;

• Patologia → Amnésias.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

• Os conhecimentos da neuropsicologia e da neurobiologia não trazem


uma receita para a construção de uma estratégia infalível a ser
utilizada na escola. Contudo, sabemos que as estratégias eficientes
serão aquelas que atentem para os princípios do funcionamento do
cérebro.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
• Estratégias:
1. criar estratégias para que o assunto seja visto mais de uma vez e
em diferentes contextos.
2. promover intervalos e descanso para favorecer a consolidação e
preparar o cérebro para novas associações.
3. períodos menores de estudos são melhores que aulas longas.
4. usar canais variados ( verbal, escrito, manual, virtual,
pictórico...).
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
• Estratégias:
5. para atividades práticas – repetição.
6. estudo em grupo favorece a repetição e a elaboração,
principalmente se for seguida de apresentação aos colegas.
7. elaboração de texto escrito (produção textual).
LINGUAGEM
LINGUAGEM
• Sistemas de símbolos que possibilita a comunicação entre os seres;
• O desenvolvimento da linguagem ilustra a interação de todos os
aspectos do desenvolvimento;
• A linguagem está ligada a maturação cerebral e ao meio ambiente
(estimulação);
• A comunicação humana pode ser realizada através da fala, da escrita e
do próprio corpo (gestos).
LINGUAGEM
• Surgiu há mais de 5 mil anos na Suméria, representando diretamente
objetos ou ideias.
LINGUAGEM
• A linguagem falada é muito mais antiga tem centenas de milhares de
anos → já era observada em hominídeos que antecederam a espécie
humana;
• A linguagem falada é tão antiga que deixou marcas no nosso cérebro e
criou circuitos especializados para o seu processamento. Na maioria
das pessoas esses circuitos estão localizados no hemisfério esquerdo;
• Desde o século XIX se conhecem duas regiões ligadas a linguagem
verbal: área de Broca e área de Wernicke.
LINGUAGEM
LINGUAGEM
• A linguagem escrita não dispõe de um aparato neurobiológico pré-
estabelecido, precisa ser ensinada, exercitada;
• Pesquisas revelam que a leitura envolve três centros corticais e
diversas teorias tentam explicar o funcionamento dessas áreas;
• A mais aceita atualmente é o modelo da dupla via.
• O aprendiz usa inicialmente o sistema fonológico para decodificar
palavras novas ou irregulares, mas com o aumento da habilidade
começa a reconhecer padrões ortográficos e passa a processá-los
utilizando a segunda via, da percepção global.
LINGUAGEM
• Ler envolve conhecimento dos símbolos da escrita e correspondência
dos símbolos com o som;
• Pesquisas mostram que o melhor indicador para o aprendizado da
leitura é a habilidade de lidar com fonemas;
• A habilidade de ler tem início antes dos anos escolares;
• Nos primeiros anos de vida a interação com as pessoas molda a
percepção dos fonemas da língua nativa.
• Essa interação é importante para a linguagem falada e é a base para a
leitura futura;
LINGUAGEM
• Parece ser essencial que as crianças aprendam a pronunciar as palavras
corretamente, respeitando a fase do desenvolvimento em que se
encontram, logicamente;
• A compreensão linguística vem antes da fala e da escrita, propriamente
ditas;
• Após essas aquisições a organização básica da linguagem se completa
por volta dos 5-6 anos;
• A partir daí começa a etapa de aperfeiçoamento da comunicação oral e
escrita.
LINGUAGEM
• Distúrbios da linguagem:

- Podem estar relacionados com as diversas formas de


comunicação. Ex.: afasias, dislexia, disgrafias...
LINGUAGEM
• Estratégias:
1.estimular os alunos a contarem episódios interessantes.
2.fazerem resumos de filmes, livros justificando a escolha.
3.criarem frases ou pequenas histórias que incluam determinadas
palavras pré – estabelecidas.
4. estimular a leitura em voz alta.
5. falar corretamente com os alunos.
PRAXIA E VISUOCONSTRUÇÃO
PRAXIA E VISUOCONSTRUÇÃO
• Praxia:
Capacidade de executar movimentos ou gestos de maneira precisa,
intencional, coordenada e organizada com vistas à obtenção de um fim
ou resultado específico. Exemplo: vestir-se.
• Visuoconstrução:
Capacidade de realizar atividades formativas ou construtivas.
Também chamada de praxia construtiva. Integra atividade perceptiva,
planejamento e resposta motora. Exemplo : construir uma maquete
tridimensional.
PRAXIA E VISUOCONSTRUÇÃO
• Evolução da função motora:
- Ato motor reflexo;
- Ato motor voluntário;
- Ato motor automático;

Distúrbios da motricidade → Apraxias


FUNÇÕES EXECUTIVAS
• Conjunto de habilidades e capacidades que nos permitem executar
ações necessárias para atingir um objetivo;
• Inclui identificação de metas, planejamento e execução de
comportamentos, monitoramento do próprio desempenho e capacidade
para mudar a estratégia;
• Tudo isso respeitando as normas sociais.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
• Região pré-frontal;
• Alcançam sua plenitude no inicio da vida adulta;
• Tem surtos de desenvolvimentos ( 0-2 anos; 7-9 anos e 16-19 anos);
• Tem ligação com outras regiões corticais e sub-corticais;
• O ambiente é fundamental para o desenvolvimento dessas funções.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

Se os adultos não estão disponíveis, a escola não está preparada, os


meios de comunicação não se preocupam em promover
desenvolvimento para a vida em sociedade, o cenário é preocupante.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
• Estratégias:
1. ajudar os alunos no planejamento de tarefas (tempo, recursos...);
2. ajudar a separar ideias/ações fundamentais das irrelevantes;
3. monitorar a realização da atividade e dar feedback aos alunos;
4. refletir sobre o trabalho realizado;
5. refletir sobre limites e potencialidades do aluno;
6. refletir sobre os erros e pensar de que outra maneira poderia dar
certo (flexibilidade).
FUNÇÕES EXECUTIVAS
• Favorece:
- Flexibilidade de pensamento;
- Meta-aprendizagem;
- Gerenciamento de recursos;
- Resiliência;
- Compreensão e aceitação das regras sociais;
- Independência para a aprendizagem.
EMOÇÕES
EMOÇÕES
• São fenômenos que revelam algo importante e se expressam através de
alterações fisiológicas e mentais mobilizando funções como a atenção
e a percepção;
• Funcionam como sinal interno (individual) e externo (de outros);
• Tem valor de sobrevivência por isso foram mantidas ao longo da
evolução da nossa espécie, no entanto, a nossa sociedade “moderna” a
encara como resíduos, como algo que atrapalha a razão.
EMOÇÕES
• A neurociência tem mostrado que os processos cognitivos e os
emocionais estão profundamente entrelaçados;

• As emoções são importantes para que o comportamento mais


adequado seja selecionado;

• A ausência de emoções nos torna androides, robôs.


EMOÇÕES
• As emoções geram respostas periféricas externas ( inquietação,
sudorese, alteração da expressão facial...) e internas (frio na barriga,
nó na garganta...);

• Sentimentos (medo, desânimo, euforia, raiva...);

• Geralmente identificamos a emoção que estamos sentindo (espécie


humana).
EMOÇÕES
• Caminho neurológico das emoções:

1ª via estímulos → regiões corticais → amígdal;

2ª via estímulos → amígdalas → regiões corticais.


EMOÇÕES
• As emoções, em si, não são boas ou más, nós as significamos assim. A
forma como lidamos com elas é que faz a diferença na nossa vida, nos
nossos relacionamentos;
• Ao longo da vida aprendemos a entender e administrar as emoções
(funções executivas);
• Podem facilitar ou prejudicar a consolidação do aprendizado pela
estreita relação entre amígdala e hipocampo.
EMOÇÕES
• Estratégias:
1. estar atento às emoções dos alunos e às próprias;
2. a escola precisa ser uma experiência boa;
3. momentos de humor e descontração em sala de aula;
4. uso de artes, música associadas ao conteúdo;
5. fazer os alunos sentirem-se reconhecidos no esforço, no êxito.
EMOÇÕES
• Estratégias:
6. evitar estresse e ansiedade;
7. ajudar na promoção do autoconhecimento emocional (entender
e expressar adequadamente as emoções);
8. experiências marcantes, significativas, agradáveis facilitam o
aprendizado e sua consolidação;
9. reforçar ações que levaram ao desenvolvimento aumentará a
chance de continuarem se esforçando.

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