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Prof. Me. LUCIANO BARBOSA DE
QUEIROZ
Atenção e
Consciência
Sternberg (2008)
• “[A atenção] é a tomada de posse pela mente, de
forma vívida e nítida, de um entre o que parecem
Conceitos
ser vários objetos ou linhas de pensamento
possíveis. (...) Implica afastar-se de algumas coisas
para lidar de forma efetiva com outras”
William James (Princípios de Psicologia, 1890)
Conceitos
Sternberg (2008)
Sternberg (2008)
Conceitos
consciente o ambiente;
• 2) Ajudar a relacionarmos nosso passado
com o nosso presente: sentido de
continuidade da experiência;
• 3) Ajuda a controlar e planejar nossas ações
futuras;
Sternberg (2008)
Dúvidas?
• Algumas informações podem estar fora da
consciência, mas disponíveis;
• Elas ficam disponíveis no nível pré-
consciente da consciência;
• Vamos supor que eu pergunte agora a você:
Processamento
Como é o seu quarto?
• Você saberá responder mesmo que não
Sternberg (2008)
Processamento pré-consciente
Sternberg (2008)
Processamento pré-consciente
Sternberg (2008)
Processamento pré-consciente
• A percepção pré-consciente também tem sido observada em pessoas que têm lesões em algumas
áreas do córtex visual;
• Visão cega: traços de capacidade perceptiva visual em áreas cegas;
• Parece que ocorre algum processamento visual, mesmo quando os participantes não têm consciência
das sensações visuais;
• Não conseguem apresentar comportamento voluntário, como tentar pegar um copo de água que
esteja na região cega, mesmo quando estão com sede;
Sternberg (2008)
• Parece que sentimos, percebemos
e mesmo respondemos a muitos
estímulos que nunca entram em
Dúvida nossa consciência. Entretanto, a
pergunta é: quais processos
requerem ou não a consciência?
Sternberg (2008)
Processos
automáticos e
processos
controlados
Sternberg (2008)
Processos controlados e processos
automáticos
Sternberg (2008)
Processos automáticos e processos
controlados
Sternberg (2008)
Processos automáticos e processos controlados
Sternberg (2008)
• Teoria do exemplo (instance theory), de Logan
(1988):
Processos • Continuação:
automáticos
• Quanto mais soluções antigas houver na memória,
mais chances teremos de resolver o problema por
meio da memória e mais rápido seremos capazes
e processos de resolver o problema;
• P. ex. Uma pessoa que aprendeu agora sobre
controlados funções já sabe fazer operações básicas
automaticamente;
Sternberg (2008)
Processos automáticos e
processos controlados
Detalhe: os efeitos da
A prática posterior faz
prática sobre o
cada vez menos
processo de
diferença no processo
automatização são
de automatização;
maiores no início;
Sternberg (2008)
Processos automáticos
• Em geral, comandam tarefas específicas e bem praticadas;
• A maioria comanda tarefas relativamente fáceis;
• Requerem pouco esforço ou controle consciente;
• Raramente estão sujeitos a controle consciente;
• Podem, inclusive, levar a consequências desagradáveis ou mesmo risco de vida;
Sternberg (2008)
Processos controlados
Sternberg (2008)
Exemplos de • Quando pintamos a nossa casa de
outra cor, toda hora prestamos
habituação atenção nela;
• Já reparou que logo nos
“acostumamos” à nova cor? Nós nos
habituamos a ela?
• Mas se mudarmos novamente a cor,
voltamos a prestar atenção!
Sternberg (2008)
Habituação e adaptação
Sternberg (2008)
• Fatores que influenciam a habituação:
• 1) Variação interna dos estímulos;
Sternberg (2008)
Exemplos de • Já reparou que trabalhadores de indústrias
não sentem os cheiros de lá? Mas nós,
adaptação quando passamos perto delas, sentimos?
• Já ouviu falar de “cheiro de loja”? Pois bem,
sensorial os olfatos dos trabalhadores logo se
adaptam a esse cheiro;
• Já reparou que trabalhadores que todos os
dias cozinham os mesmos pratos passam a
não sentir mais o cheiro deles?
• É que o olfato deles se adaptou ao estímulo;
Sternberg (2008)
Habituação e • A habituação não demanda qualquer esforço
consciente e requer poucos recursos de
atenção;
adaptação • Apesar de seu uso desprezível de recursos,
ela proporciona muito apoio aos processos
da atenção, permitindo-nos desviar com
facilidade nossa atenção dos estímulos
conhecidos e relativamente estáveis,
direcionando-os a estímulos novos e
instáveis;
• Sem a habituação, nosso sistema de atenção
sofreria uma demanda muito maior;
Sternberg (2008)
Atenção
Sternberg (2008)
Vamos falar agora das funções da atenção
Atenção
Sternberg (2008)
Detecção de sinais
Sternberg (2008)
Vigilância
Sternberg (2008)
Vigilância
• A vigilância parece se deteriorar após algum tempo;
• Em participantes de pesquisa, isso se deveu à incerteza quanto ao
que observavam;
• Eles acabavam cometendo falhas para não darem alarmes falsos;
• A fadiga afeta a vigilância;
• Os processos de atenção que comandam a detecção de sinais são
muito influenciados pela expectativa;
• Já pensou na importância da vigilância no nosso dia a dia?
Sternberg (2008)
Busca
• Enquanto a vigilância envolve esperar passivamente que um sinal apareça, a busca envolve
procurar um alvo de forma ativa e habilidosa;
• A busca se refere a uma varredura do ambiente para encontrar características específicas;
• Assim como na vigilância, podemos responder com alarmes falsos;
• A busca é dificultada por fatores de distração;
• Fatores de distração: estímulos que não são alvo e que desviam a nossa atenção dos
estímulos-alvo;
• O número de alvos e de fatores de distração afeta a dificuldade das tarefas;
Sternberg (2008)
Busca
• Busca de características: simplesmente varremos o
ambiente em busca daquela característica ou aquelas
características;
• Busca conjunta: procuramos uma combinação específica
(conjunção) de características (p. ex. diferença entre T e L)
Sternberg (2008)
Atenção seletiva e
dividida
Sternberg (2008)
Sternberg (2008)
Atenção seletiva e dividida
Sternberg (2008)
Sternberg
(2008)
Teorias da
Atenção
Seletiva
Teorias de
atenção • Há vários modelos de atenção seletivos;
baseadas recebidas?
• 2) Se há esse “filtro”, onde ocorre esse filtro no
gargalo
Sternberg (2008)
Modelo de Broadbent
Sternberg (2008)
Modelo de • O mecanismo de filtragem simplesmente
atenua (diminui a força) dos estímulos
atenuação sensoriais;
• Para estímulos muito potentes, os efeitos
Treisman de sinais.
Sternberg (2008)
Modelo de atenuação de Treisman
• Atenção seletiva envolve três etapas;
• 1) Analisamos, antes da atenção, as propriedades físicas de um estímulo (p. ex. volume
e tom):
• Se sim: sinal adiante;
• Se não: passamos versão enfraquecida do estímulo;
• 2) Analisamos se o estímulo tem um padrão (p. ex. fala, música):
• Se sim: sinal adiante;
• Se não: passamos versão enfraquecida do estímulo;
• 3) Concentramos a atenção aos estímulos que chegam a ela;
Sternberg (2008)
A filtragem ocorre após a análise
sensorial e, portanto, após
alguma análise perceptual e
Modelo do
conceitual de dados recebidos; filtro
posterior de
Se a informação não gera alguma
percepção, as pessoas a
Deutsch e
descartarão no mecanismo de
filtragem;
Deutsch
Sternberg (2008)
A atenção é flexível;
Teoria A seleção de uma mensagem pode ocorrer em qualquer
Multimodal momento do processamento da informação;
Sternberg (2008)
Etapa 1: O indivíduo constrói representações sensoriais;
Sternberg (2008)
Teorias dos recursos • Teorias recentes se afastaram da ideia de
filtragem/bloqueio ou atenuação de sinais;
de atenção • Aproximam-se da ideia de alocação de recursos limitados
de atenção;
• As pessoas distribuem esses recursos de acordo com as
tarefas;
• Detalhe: as pessoas são muito melhores em dividir a sua
atenção quando as tarefas envolvem modalidades
sensoriais distintas (p. ex. ler e ouvir música);
Sternberg (2008)
Considerações
adicionais
Sternberg (2008)
Variáveis de tarefa, situação e pessoa
Sternberg (2008)
• O efeito Stroop demonstra a dificuldade
psicológica de prestar atenção à cor da tinta e
tentar ignorar a palavra que está impressa com a
tinta daquela cor;
Efeito • 1ª explicação: ler já é um processo automático, não
estando prontamente sujeito ao seu controle
Stroop consciente (explicação cognitiva);
• 2ª explicação: a saída de uma resposta ocorre
quando os caminhos para a produção da resposta
são ativados suficientemente (explicação
neurocognitiva);
Sternberg (2008)
Atenção
Dividida
Sternberg (2008)
• Algumas vezes, o sistema de atenção deve
desempenhar duas ou mais tarefas
diferentes ao mesmo tempo;
• Neisser e Becklein (1975):
Sternberg (2008)
Atenção
Dividida
• Spelke, Hirst e Neisser (1976):
• O desempenho dos participantes foi
inicialmente ruim, mas, com a prática,
melhorou;
• Com o tempo, o desempenho dos
participantes em ambas as tarefas atingiu
os mesmos níveis que os participantes
haviam demonstrado anteriormente para
cada tarefa isolada;
Sternberg (2008)
Atenção Dividida
• Pashler (1994):
• Tarefas extremamente simples que demandam respostas
rápidas;
• Duas tarefas rápidas sobrepostas: lentificação da resposta
a uma tarefa ou a ambas;
• A segunda tarefa começa em seguida ao início da
primeira: a velocidade de desempenho diminui;
Sternberg (2008)
Já parou para
pensar o quanto a
atenção dividida é
importante na
direção de um
automóvel?
Sternberg (2008)
Consciência
de processos
mentais
complexos
Sternberg (2008)
Os pesquisadores não acreditam que
as pessoas tenham acesso consciente
a processos mentais muito simples;
Consciência
de processos Até onde estamos conscientes de
nossos processos mentais complexos?
mentais
complexos Ericsson e Simon (1984): as pessoas
têm acesso muito bom a seus
processos mentais complexos;
Sternberg (2008)
Nisbett e Wilson (1977): o acesso
das pessoas as seus processos
mentais complexos não é muito
bom;
Consciência
As pessoas podem pensar que
de processos sabem como resolvem problemas
complexos, mas seus pensamentos
mentais são, muitas vezes, equivocados;
complexos
O acesso consciente das pessoas a
seus processos de pensamento e
mesmo o controle que elas têm
sobre eles são bastante reduzidos;
Sternberg (2008)
• Para nos adaptarmos às mudanças que acontecem
no ambiente, precisamos prestar atenção às
mudanças, precisamos ser sensíveis a elas para
agirmos de forma eficaz;
• Nem sempre a realidade é assim...
Cegueira às • Em um estudo, um estranho pede informação à
pessoa;
mudanças • Dois trabalhadores passam com uma porta de
madeira entre os dois e o estranho é substituído
por outro;
• Apenas 50% das pessoas notaram a mudança!
Sternberg (2008)
Cegueira às • Duas imagens são mostradas ao
participante da pesquisa: uma após a
Sternberg (2008)
• A maioria das pessoas acham natural o processo
de atenção em seu dia a dia;
• Mas saiba que prestar atenção pode não ser
assim tão fácil;
Transtorno de Déficit de • É o caso de quem é diagnosticado com TDAH,
um transtorno em que as pessoas têm
Atenção/Hiperatividade dificuldade de prestar atenção;
• Descrito pela primeira vez em 1845, o TDAH,
muitas vezes, começa a se apresentar em
crianças na pré-escola ou nos anos iniciais do
ensino fundamental;
Sternberg (2008)
• Ninguém sabe ao certo o que causa;
• Pode ser uma condição, em parte, herdada;
• Há evidência de que tenha aumentado nos últimos
Transtorno de Déficit de anos, mas nada conclusivo;
Atenção/Hiperatividade
• Três características básicas: desatenção,
hiperatividade e impulsividade;
Sternberg (2008)
Transtorno de Déficit
de
Atenção/Hiperatividade
Sternberg (2008)
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade
• Predominantemente desatento:
• 1) É facilmente distraído por coisas irrelevantes;
• 2) Costuma não prestar atenção aos detalhes;
• 3) É susceptível a cometer erros no trabalho por falta de cuidado;
• 4) Deixa de ler instruções por completo ou com cuidado;
• 5) Tendem a esquecer ou perder coisas importantes para as tarefas (p.
ex. lápis, caneta, borracha);
• 6) Tendem a pular de uma tarefa incompleta para outra;
Sternberg (2008)
Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade
• Tratamento: psicoterapia e medicação;
• Medicação mais comum: metilfenidato (Ritalina, Concerta
etc.) e dimesilato de lisdexanfetamina (Venvanse);
Sternberg (2008)
Abordagens
neurocientíficas
à atenção e à
consciência
Sternberg (2008)
Abordagens neurocientíficas à atenção e à
consciência
Sternberg (2008)
Sistemas de • Posner (1995):
• Sistema de atenção (rede de atenção) anterior no lobo
Atenção frontal;
• Ativado cada vez mais durante tarefas que requerem
consciência (p. ex. prestar atenção ao significado das
palavras);
• Atenção para a ação (p. ex. escolher o caminho a
seguir);
• Sistema de atenção posterior no lobo parietal;
• Ativado durante tarefas envolvendo atenção visual-
espacial (p. ex. busca visual e vigilância);
Sternberg (2008)
Sistemas de Atenção
• Os efeitos atencionais dependem da tarefa específica e da área do cérebro que está
sendo investigada;
• Para mapear essas áreas do cérebro envolvidas na execução das tarefas, usa-se, cada vez
mais, PET: tomografia por emissão de pósitrons;
• Os neuropsicólogos cognitivos já aprenderam muito sobre os processos de atenção no
cérebro estudando pessoas com déficits relacionados;
• P. ex. déficits gerais de atenção já foram relacionados a lesões no lobo frontal e nos
gânglios basais (ou gânglios da base);
• P. ex. déficits de atenção visuais foram relacionados ao córtex parietal posterior e ao
tálamo, bem como a áreas do mesencéfalo relacionadas aos movimentos dos olhos;
Sternberg (2008)
Uma abordagem psicofarmacológica
• Avaliação das mudanças de consciência e de atenção associadas a determinadas substâncias
químicas:
• P. ex. substâncias depressoras, substâncias estimulantes e substâncias perturbadoras do sistema
nervoso central;
• Também há estudos sobre os aspectos fisiológicos dos processos de atenção a um nível global de
análise:
• P. ex. como a excitação geral do organismo;
• Importância da formação reticular para a excitação geral;
Sternberg (2008)
• Anthony Marcel (1983a): propôs um modelo para
descrever de que forma as sensações e os
processos cognitivos que ocorrem fora da nossa
consciência podem influenciar nossas percepções e
cognições conscientes;
Sternberg (2008)
Resumo
Sternberg (2008)
Atenção e consciência
Sternberg (2008)
Atenção e • Uma função principal envolvida na
atenção é a identificação de objetos e
Sternberg (2008)
• Quais são as teorias sobre atenção?
• Teorias do “filtro” ou gargalo: As informações
são seletivamente bloqueadas ou atenuadas
ao passarem de um nível de processamento a
outro;
• Teorias dos recursos de atenção: As pessoas
Atenção e têm uma quantidade limitada de recursos de
atenção que elas alocam de acordo com os
consciência requisitos percebidos das tarefas;
• Atenção e Sistema Nervoso:
• Os processos de atenção podem ser resultado
de uma ativação aumentada em algumas áreas
do cérebro, de atividade inibida em outras
áreas ou, talvez, de alguma combinação de
ativação e inibição;
Sternberg (2008)
Muito obrigado!
Prof. Me. LUCIANO BARBOSA DE QUEIROZ
E-mail: prof.lucianoqueiroz@gmail.com