Psicologia Experimental Quadrimestre suplementar 2022-2
(breve) história da
(Breve) história da
psicologia experimental
Psicologia experimental
Prof. Marcelo Salvador Caetano
Apresentação da disciplina
Segundo a Brittanica Coscise Encyclopedia a psicologia
experimental é uma “abordagem ou tipo da psicologia dedicado à
utilização de princípios e procedimentos empíricos no estudo de
fenômenos psicológicos. O psicólogo experimental procura executar
testes sob condições controladas com o objetivo de encontrar um efeito
ou lei desconhecido, examinar ou estabelecer uma hipótese, ou de
ilustrar uma lei conhecida. As áreas de estudo que se baseiam em maior
parte no método experimental incluem sensação e percepção,
aprendizagem e memória, motivação e psicologia fisiológica. Métodos
experimentais também são usados em psicologia da criança, psicologia
clínica, psicologia educacional e psicologia social”.
Algumas outras definições que podemos citar são:
Segundo a MSN Encarta: “Estudo da mente por meio de
experimento. A área da psicologia que estuda os mecanismos basais da
mente, por exemplo, percepção, pensamento, aprendizagem e memória,
muitas vezes usando experimentos com indivíduos em situações
controladas”. E segundo a Collins English Dictionary é “o estudo
científico do comportamento individual do homem e outros animais,
especialmente da percepção, aprendizagem, memória, funções motoras
e pensamento”.
Como conclusão, podemos dizer que a psicologia
experimental é o estudo dos processos mentais e do comportamento por
métodos experimentais.
Mas lembre-se que:
▪ Processos mentais não são necessariamente conscientes
e não se limitam a processos cognitivos;
▪ Psicologia experimental investiga tanto humanos como
outros animais;
▪ “Comportamento” pode ser aberto (=”visível” a um
observador externo) ou encoberto (=”invisível” a um
observado externo). De certa maneira, a definição é
tautológica: processos mentais são um tipo
comportamento.
Psicologia experimental como:
Parte dos manuais e cursos de psicologia experimental se
concentram em aspectos metodológicos:
Aula 1
▪ Como planejar e realizar experimentos em humanos ou
animais;
▪ Como sondar estados mentais internos por métodos de
experimentação comportamental;
▪ Como descrever e analisar dados empíricos.
Outros recursos de psicologia experimental se concentram em
achados obtidos com estes métodos:
Psicologia cognitiva experimental
▪ Sensação, percepção, atenção;
▪ Aprendizagem, memória;
▪ Representação de conhecimento, resolução de
problemas, linguagem, tomada de decisão, outros
processos superiores.
Psicologia social experimental
▪ Processos interativos: ex. obediência, colaboração;
▪ Processos de grupos: ex. conformismo.
Psicologia experimental da motivação e da emoção
Psicologia cognitiva aplicada
▪ Investigação de problemas em contextos
específicos: ex. questões de fatores humanos.
Bibliografia
▪ Psicologia experimental: psicologia para compreender a
pesquisa em psicologia. Kantowitz, Barry H. 8ª edição,
2006.
▪ Princípios básicos de análise do comportamento.
Moreira, Márcio B. 2ª edição, 2019.
▪ Métodos de pesquisa em ciências do comportamento.
Cozby, Paul C. 7ª edição, 2009.
▪ Psicologia experimental: manual teórico e pratico de
analise do comportamento. Lombardi-Platet, Vera L. V.
de 4ª edição, 2003.
▪ Como a mente funciona. Pinker, Steven. 2008.
▪ Neurociência cognitiva. Gazzaniga, Michael S. 2006.
Contatos
Docentes:
Prof. Dr. Marcelo Caetano
marcelo.caetano@ufabc.edu.br
 Prof. Dr. Fabio Theoto Rocha
fabio.theoto@ufabc.edu.br
Monitores (alunos de pós-graduação)
Tatiana Cavallari: tatiana.cavallari@ufabc.edu.br
Renan Paschoalino: renan.paschoalino@ufabc.edu.br
Avaliações
▪ Relatórios das atividades em aula prática 35%;
 A maioria dos relatórios práticos (sextas-feiras)
serão desenvolvidos em sala de aula, porém estarão
abertos para serem entregues no Moodle até
segunda-feira.
▪ Projeto experimental em grupo 35%;
 Até 24/06: Folha de rosto do projeto e alocação dos
tutores;
 29/07: Apresentação preliminar (oral e Moodle);
 17/08: Entregue do projeto final escrito (Moodle);
 19/08: Apresentação e defesa da proposta (oral)
▪ Prova final 30%;
 17/08;
 Sub: 24/08.
▪ Participação em experimento (Bônus) até 15/08.
Uma (breve) história da Psicoexp
Filósofos já pensavam sobre funções cognitivas desde a
antiguidade. Em uma visão história das diferentes escolas filosóficas que
se debruçaram sobre diferentes tipos de problemas, temos algumas
divisões interessantes no contexto da psicologia experimental, para
justificar como chegamos aonde estamos.
Conseguimos eleger uma única questão central que até hoje
se faz presente, que faz com que cientistas do mundo inteiro para tentar
responder que é a questão da separação mente e corpo.
Atualmente vemos essa questão da seguinte forma. Como, de
fato, a minha atividade neural, minha atividade cerebral, via a
experiencia que eu tenho sobre o mundo. Ou seja, eu estou olhando
para o colega ao meu lado e enxergo o blusão que ele está vestindo na
cor verde. Onde está a cor verde? Está na blusa dele? A blusa dele não
ter cor. A ‘cor verde’ está na minha interpretação do que eu estou vendo.
O verde não existe ‘inerentemente’. O verde não é uma característica
inerente daquilo que estamos vendo. A cor está na minha cabeça, através
das interpretações que eu faço do mundo. Por exemplo, se eu tiver
alguma disfunção na cabeça, posso enxergar outra cor. Essa é uma
pergunta muito antiga. Como que o padrão da atividade neural
específico de quando eu vejo o blusão do meu amigo vira a minha
experiencia visual?
Esse questionamento deu origem a algumas escolas na
filosofia. Vamos citar alguns deles agora.
Separação mente e corpo (dualismo)
René Descartes é um filosofo antigo da escola do
racionalismo. Defendia as ideias de que existem duas modalidades que
são inerentemente diferentes, que é a mente e o corpo. É impossível
juntá-las, e por isso elas devem ser estudadas como duas áreas distintas.
Tem coisas que podemos aprender com o corpo, mas também há coisas
que já vem na alma, que não aprendemos.
E como é comum na história da ciência, desde muito tempo
atrás, sempre temos a oposição, que no caso é John Locke e David
Hume, ambos pertencentes à escola do empiricismo. A antítese à tese
de Descartes era de que tudo que somos, é aprendido. Não nascemos
sabendo das coisas como acreditava René Descartes, nascemos como
uma lousa em branco, uma tabula rasa.
Então temos a tese (Descartes), a antítese (Locke e Hume) e
normalmente o resultado disso normalmente é uma síntese, isso porque
normalmente ambos estão corretos e errados.
Essa briga entre as escolas fez diferença na psicologia porque
como podemos estudar experimentalmente a alma? É importante para
a psicologia experimental entender como essa questão funciona. Mas
como fazemos isso? É aí que entra a segunda briga histórica importante
para a psicologia: Estruturalismo X Funcionalismo.
Wilhelm Wundt, que é considerado um dos pais da psicologia
experimental, pertencia à escola do estruturalismo. Da mesma forma
que na química conseguimos entender um determinado composto ao
decompô-lo, olhando os elementos que o formaram, ele acreditava que
podíamos fazer a mesma coisa com fenômenos psicológicos. Acreditava
que a nossa percepção de cor, por exemplo, era uma parte do todo e
que deveríamos ser capazes de, ao olhar o processo psicológico,
identificar quais são essas partes de forma que seria possível estudar
essas diferentes partes de maneira individual.
Essa visão ia contra as ideias do funcionalismo, onde William
James dizia que o todo é diferente do conjunto das pequenas partes. E
que a psicologia como método, perde tempo tentando destrinchar esses
mecanismos e achar seus átomos, suas partes estruturais, quando na
verdade ela deveria estar olhando para a função. E como função,
poderíamos até pensar em um aspecto evolutivo, uma vez que esse
psicólogo foi muito influenciado por Charles Darwin. Por que somos
capazes de observar coisas?
Definindo o método como você define a sua abordagem, é
necessário estudar o assunto de uma forma diferente.
Mudanças no método de investigação
Avançando mais na linha do tempo, passamos a ter mudanças
significativas no método de estudo. Tanto Descartes como Wundt,
acreditavam na introspecção como forma de se obter conhecimento
sobre as coisas.
Descartes, por exemplo, acreditava na introspecção por si, ou
seja, pensando é a forma como entendemos as coisas. Quando
observamos o mundo com os olhos somos enganados, porque o mundo
nos engana o tempo todo. A única coisa que não me engana é o meu
próprio pensamento, essa é a ideia de Descartes,
Já para Wundt, a introspecção era até importante, mas não é
qualquer uma, deve ser uma introspecção treinada. Consigo treinar uma
pessoa a relatar o que ela está sentindo de forma acurada, não podemos
confiar em qualquer relato. Mesmo assim, ambos defendem a
introspecção. E então os cientistas das ciências sólidas, ou seja, da física
e da química, olhavam isso com desdém, porque isso não era ciência.
Ciência deve ser feita no laboratório, com controles.
Portanto, até o momento, a psicologia era a ciência que
ninguém levava muito a sério, porque era meio ‘vudu’. Porém ocorreu
uma mudança nesse pensamento. Assim, os filhos dos orientadores
psicólogos ‘vudus’ se espelharam nas ciências sólidas para tentar
aprender coisas sobre a mente e o corpo e a usar métodos mais
controlados, mais científicos. Onde podemos citar:
Helmholtz e ‘a velocidade dos impulsos neurais’, foi quem
teve brilhantes ideias de como medir a velocidade do impulso neural.
Weber com ‘os pesos de Weber’, que estudava percepção usando
método reprodutíveis, observáveis, mais científicos, tentando explicar
como percebemos as coisas. Descrevendo leis da percepção. E Pavlov
com ‘os cães de Pavlov’ que acreditava que aprendemos as coisas através
de associações entre estímulos do mundo, no qual chamamos
atualmente de condicionamento clássico.
Associacionismo
Dando mais um passo próximo aos dias atuais, no século
passado, temos Edward Thorndike (1874-1949) que propôs a primeira
teoria organizada de aprendizagem na psicologia. Falando rapidamente
sobre seu experimento, ele usava gatos como sujeito de pesquisa e os
colocava naquilo que ele chamava de ‘caixa problema’, onde ele pegava
um gato com fome e sede (igual quando ficamos na hora do almoço,
não era uma privação extrema), colocava o gato dentro dessa caixa e do
lado de fora deixava um prato de comida que serviria de incentivo para
o gato tentar sair da caixa. Dependia unicamente do gato se ele
conseguiria sair ou não da caixa, ele tinha que descobrir o mecanismo
que abria a porta da caixa. Existem diferentes versões dessa caixa, alguns
o animal devia puxar uma corda, outras era um fecho que ele precisa
dar um tapinha para o lado. Assim, uma vez com o gato colocado dentro
da caixa, Thorndike começava a cronometrar, medindo quanto tempo o
gato demorava para sair da caixa, em função das suas tentativas.
Como podemos ver no gráfico abaixo, ele observou que, no
geral, o desempenho do gato para sair da caixa seguia uma curva
parecida com uma exponencial. No começo os gatos demoravam mais
tempo para sair da caixa, mas chegava um momento que assim que o
gato era colocado dentro da caixa, ele imediatamente saia da caixa pelo
mecanismo.
Sua teoria explicativa, para nós atualmente, parece algo óbvio,
mas na época ninguém tinha estudado isso de maneira controlada e
descrito de forma clara. Ele descreveu que aquelas ações que se
aproximam no tempo, de algo satisfatório, algo compensador, que no
caso do gato é o prato de comida, são fortalecidas, ou seja, tendem a
acontecer com maior frequência.
Os organismos, por natureza, são exploradores. Ninguém
ensina um animal a explorar o local onde ele se encontra, é algo
genético, todos os animais fazem isso. O gato, com fome, explora mais
ainda porque temos um fator motivacional.
O gato vai ficar explorando a caixa, vai arranhar, morder etc.
e por acidente, ele vai esbarrar na corda do mecanismo e a porta vai
abrir. Pelo acaso. Thorndike defende que o gato vai começar a tender a
fazer o que ele acabou de fazer, que foi seguido de algo satisfatório. Se
ele estava no canto esquerdo da caixa, quando jogarmos o gato pela
segunda vez, ele vai permanecer muito mais tempo explorando o lado
esquerdo da caixa, de tal forma que temos uma aproximação sucessiva,
a cada tentativa o gato fica mais e mais específico ao que ele fez,
consegue discriminar cada vez melhor a ação que faz com que ele atinja
o prato de comida.
Assim temos uma aprendizagem gradual, por aproximação,
por intermédio da lei do efeito.
Situação S → resposta A → Satisfação ⇨ Fortalecimento S-A;
Situação S → resposta B → Desconforto ⇨ Enfraquecimento S-B.
Behaviorismo
John Watson (1913)
- “Processos mentais, por não serem observáveis, não constituem objeto legitimo de estudo.
Psicologia experimental deve se restringir ao estudo da associação estímulo-resposta
observável”;
Skinner (1904-1990):
- Não só aprendizagem passiva, mas todo comportamento pode ser explicado com associações
de reposta ao ambiente (sem referência à ‘satisfação’);
- Desenvolveu diversos “esquemas de reforçamento” (tarefas, tipos de treinamento);
- Análise aplicada a ‘funções cognitivas’: linguagem, resolução de problemas.
Essa próxima escola é vigente no Brasil até nos dias de hoje.
Nessa época que se falava de conceitos mentais como memória e
percepção, surgiu um grupo de pesquisadores liderados por Watson que
acreditavam que a psicologia perdia tempo quando ela estuda memória.
Isso porque memória é um termo abstrato que ninguém consegue
definir direito e isso é verdade até hoje. Podemos definir ‘memória’ de
n maneiras diferentes. O psicólogo deve estudar aquilo que é observável,
como o comportamento. Watson definiu o comportamento como objeto
de estudo da psicologia, que seja observável.
Um dos famosos experimentos de Watson são com bebês, em
relação a um reflexo muito forte que os bebês possuem quando nascem,
que ao colocarmos alguma coisa na palma da mão deles, eles seguram
com muita força de maneira que é possível levantar essa criança apenas
ela se mantendo agarrada, apenas com o reflexo palmar da criança.
Ele propôs alguns experimentos para mostrar que até açguns
conceitos que acreditamos ser subjetivos, como emoção, é tudo
aprendizagem. Ele é filho de John Locke, da tábula rasa.
Dizia que aprendemos a ter medo, não nascemos com medo
das coisas. E provou isso realizando um experimento que iremos discutir
mais para frente, onde ele ensinou um bebê a ter medo de algo que ele
não tinha antes.
O maior expoente dessa escola do behaviorismo é Skinner
que sistematizou, ou seja, escreveu de forma muito precisa, as ideias do
que é essa ciência do comportamento, o behaviorismo e desenvolveu
muito daquilo que sabemos hoje como as regras do comportamento, que
é o que um psicólogo faz na consulta, que é o que faremos com o ratinho
Sniffy. Hoje conhecemos como “esquemas de reforçamento”, ou seja, Psicologia experimental na neurociência
ele operacionalizou o que precisamos fazer para um individuo fazer o Hoje em dia temos um avanço quase que exponencial das
que eu quero, ou seja, se eu fizer X observo o comportamento Y, se fizer tecnologias. Atualmente temos a capacidade de olhar o funcionamento
D observo A. de um cérebro com uma máquina de ressonância magnética funcional
Ele fez uma análise aplicada ao que ele chamou de “funções enquanto o individuo realiza uma tarefa cognitiva sem a necessidade de
cognitivas” e que ele repudiava, como a linguagem – na história da abrir a cabeça da pessoa. Coisa impensável a anos atras. Mas isso
psicologia tivemos uma briga entre o Skinner e Chomsky quanto à também trouxe muito mais questões que estão em aberto até hoje.
explicação de como somos capazes de falar. Chomsky defende que Conseguimos manipular o funcionamento cerebral de um
temos uma gramática universal, que ele é um aparato que somos capazes organismo com eles vivos. Conseguimos transformar o animal em uma
de desenvolver não importa a cultura onde crescemos, temos uma pré- marionete.
disposição à linguagem que ele observou. Já Skinner acredita que seja Será que estamos vivendo uma nova mudança de paradigma?
possível ensinar o que você quiser usando os métodos dele. Hoje em dia as ideias estão muito misturadas. Esses métodos
Enfim, o behaviorismo é a escola que rejeita tudo que é tecnológicos novos são atraentes, mas o que não podemos esquecer é a
cognitivo, tudo que é termo mal definido. O que observamos é o base. Sem um bom experimento, não adianta fazer optogenética, porque
comportamento, o observável. seu resultado vai ser ruim. Se você não fizer um experimento muito bem
Pergunta: Skinner rejeita o comportamento encoberto? Ele controlado, se não souber medir o comportamento da maneira correta
não é observável. você não saberá medir qual o correlato neural daquele comportamento.
Não, ele aceita como comportamento, apenas precisamos ter Não faz sentido querer medir um correlato neural de um
maneiras de acessar o que está encoberto. Como acessamos? comportamento que você não sabe medir direito.
Observando. Então por exemplo, a minha crença sobre o mundo está Assim o papel hoje da psicologia experimental, dentro da
encoberta. Se vamos ao psicólogo, temos frustações que o psicólogo não neurociência, é garantir uma base firme e sólida que vai permitir que
sabe quais são. Ele precise fazer com que eu relate ao que é observável, todo o resto do seu experimento possa ser interpretável, ou seja, que
ou seja, algo que chega à orelha dele, de maneira apurada, o que vai você não jogue fora todo o seu projeto. Porque se você desenvolver um
representar o que estou pensado. Então o comportamento encoberto é projeto com a parte experimental errada, e provavelmente você só vai
um comportamento para Skinner, mas que não é possível de ser descobrir que estava errado na hora da publicação, quando um
acessado, por exemplo, por EEG, acessamos através do próprio especialista em desenho experimental ver que está errado, não tem como
comportamento, que é observável. voltar atrás. Não há tecnologia que corrija esse viés. Você terá que jogar
seu projeto no lixo e refazer.
A revolução cognitiva Por isso a psicologia experimental é tão importante.
No mundo o behaviorismo foi a escola dominante na
psicologia até a década de 50, sendo forte no Brasil até nos dias de hoje,
que usam análise do comportamento para fazer grandes descobertas.
Mas nessa época, quando começou a se desenvolver os
computadores, o mundo passou por uma mudança de paradigma na
psicologia. Isso porque algumas coisas que antes eram difíceis de serem
estudadas com métodos objetivos e quantitativos passaram a ser
possíveis, com o advento de equipamentos modernos e computadores
que podiam fazer cálculos que antes não eram possíveis de serem feitos.
Como surgimento dos computadores também surgiu uma
analogia poderosa. A ideia de que o nosso cérebro é um processador de
informações, assim como um computador, ou seja, veio a ideia do ser
humano como um processador de informação.
Como processamos? O que é memória? No computador,
damos um input que possui uma regra, um código para realizarmos a
codificação do input para o disco rígido, onde isso vai ficar registrado.
Depois temos outra regra para fazer a decodificação desse input quando
queremos resgatar essa informação. E a analogia é: se funciona assim
com o computador, talvez possa funcionar assim com o nosso cérebro.
Isso deu surgimento ao paradigma da psicologia cognitiva,
que é a revolução cognitiva, onde passamos a olhar para a caixa preta,
que antes acreditava ser uma perda de tempo estudar. Passou a
desenvolver modelos cognitivos e matemáticos do comportamento.
Como principais pensadores temos:
▪ Ciência da computação: Alan Turing;
▪ Ciência da informação: Shannon