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Pós-Graduação “lato sensu” | Cognição e Conhecimento

Prof. Tomas Drunkenmolle

COGNIÇÃO E CONHECIMENTO

Pós-Graduação “lato sensu”


Prof. Tomas Drunkenmolle
Pós-Graduação “lato sensu” | Cognição e Conhecimento
Prof. Tomas Drunkenmolle

Unidade I
ATENÇÃO E CONSCIÊNCIA

Qual é a diferença entre atenção e consciência, ou não existe diferença entre ambas?

Enquanto a atenção abrange toda a informação que uma pessoa está manipulando,
a consciência compreende apenas a variação mais restrita da informação que ela está
consciente de manipular. A atenção possibilita utilizar criteriosamente nossos recursos
cognitivos ativos limitados (limites de memória de trabalho, por exemplo), para responder
rápida e corretamente aos estímulos que interessam e para lembrar a informação
importante.

O conhecimento consciente nos permite monitorar nossas interações com o ambiente,


relacionar nossas experiências passadas e presentes e, desse modo, perceber um
encadeamento contínuo de experiência e planejar e controlar futuras ações.

Podemos processar ativamente a informação, mesmo se não estivermos conscientes


de fazer isso?

Podemos processar ativamente a informação no nível pré-consciente, sem estarmos


conscientes de fazer isso. Por exemplo, a percepção subliminar ocorre abaixo do limiar do
conhecimento consciente. A percepção subliminar e alguns casos ilustrativos de intuição
podem ser considerados exemplos de uma classe mais ampla de fenômenos, conhecida
como priming, na qual um dado estímulo aumenta a probabilidade de que um estímulo
subsequente relacionado seja imediatamente processado.
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Em comparação, no fenômeno ponta-da-lingua, outro exemplo de processamento


pré-consciente, a evocação da informação desejada a partir da memória não ocorre, a
despeito de uma capacidade para evocar informações relacionadas. Os psicólogos
cognitivos também observam diferenças na atenção consciente versus pré-consciente,
distinguindo o processamento controlado do automático, na execução da tarefa.

Os processos controlados são relativamente lentos, de natureza sequencial,


voluntários (ou seja, exigindo esforço) e sob controle consciente. Os processos automáticos
são relativamente rápidos, de natureza paralela e, na maior parte, fora do controle
consciente. Parece que há, realmente, um continuum de processamentos, desde os
processos completamente automáticos até os processos completamente controlados. Um
par de processos automáticos que apoiam nosso sistema atentivo é a habituação e a
desabituação, que afetam nossas respostas aos estímulos conhecidos versus estímulos
novos.

Quais são algumas das funções da atenção?

As pessoas usam a atenção seletiva para seguir a pista de uma mensagem e


simultaneamente ignorar outras. A atenção seletiva auditiva (como no problema do coquetel)
pode ser observada solicitando-lhes que espionem a informação apresentada dicoticamente.
A atenção seletiva visual pode ser verificada em tarefas que envolvem o efeito Stroop. Os
psicólogos cognitivos também estudam outros fenômenos de atenção. Por exemplo, a
vigilância refere-se à capacidade da pessoa para sintonizar um campo de estimulação
durante um período prolongado, geralmente com o estímulo a ser detectado ocorrendo
apenas raramente.

Enquanto a vigilância envolve passivamente a espera pela ocorrência de um evento, a


sondagem compreende a procura ativa de um estímulo. Os processos atentivos também
estão envolvidos durante a atenção dividida, quando as pessoas tentam manipular mais de
uma tarefa de uma só vez; geralmente é mais fácil manejar a realização simultânea de mais
uma tarefa automatizada do que a execução simultânea de mais de uma tarefa controlada.
Entretanto, com a prática, parece que elas se tornam capazes de manipular mais de uma
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tarefa controlada ao mesmo tempo, mesmo engajando-se em tarefas que exijam


compreensão e tomada de decisões.

Como os psicólogos cognitivos explicam o que observem sobre o processo de


atenção?

Algumas teorias de atenção envolvem um filtro ou gargalo de garrafa atentivo, de


acordo com o qual a informação e bloqueada ou atenuada seletivamente, quando ela passa
de um nível de processamento ao seguinte. Das teorias do gargalo da garrafa, algumas
sugerem que o mecanismo bloqueador ou atenuador do sinal ocorre logo após a sensação e
antes de qualquer processamento perceptivo; outros propõem um mecanismo tardio, pelo
menos após haver ocorrido algum processamento perceptivo.

As teorias dos recursos de atenção oferecem um meio alternativo para explicar a


atenção; segundo essas teorias, as pessoas têm uma quantidade fixa de recursos atentivos
(possivelmente modulados pelas modalidades sensoriais) que elas distribuem de acordo
com as exigências observadoras da tarefa. As teorias dos recursos e as do gargalo da
garrafa podem realmente ser complementares. Alem dessas teorias gerais da atenção,
algumas teorias especificas para a tarefa (teoria da integração de características, por
exemplo) tentam explicar especialmente os fenômenos de sondagem.

O que os psicólogos cognitivos aprenderam sobre a atenção, estudando o cérebro


humano?

As primeiras pesquisas neuropsicológicas levaram à descoberta dos detectores de


características e os trabalhos subsequentes exploraram outros aspectos da detecção de
características, bem como os processos de integração que podem estar envolvidos na
sondagem visual. Além disso, ampla pesquisa sobre os processos cerebrais atentivos
parece sugerir que o sistema atentivo envolve principalmente duas regiões corticais, como
também o tálamo e algumas outras estruturas subcorticais; o sistema atentivo também
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governa vários processos específicos que ocorrem em muitas áreas cerebrais,


particularmente no córtex cerebral.

Os processos atentivos podem resultar do aumento da ativação em algumas áreas


cerebrais, da atividade inibida em outras áreas do cérebro ou, talvez, de alguma
combinação de ativação e inibição. Os estudos sobre a capacidade responsiva e estímulos
específicos mostram que, mesmo quando uma pessoa esta concentrada em uma tarefa
básica e não está consciente do processamento de outros estímulos, seu cérebro responde
automaticamente aos estímulos desviantes raros.

Utilizando várias abordagens ao estudo cerebral, os pesquisadores veem obtendo


insights sobre os diversos aspectos cerebrais, e, também, são capazes de usar operações
convergentes para começar a explicar alguns dos fenômenos que eles observam.

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