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ATIVIDADE POR COMPLEXIDADE

NOME: PEDRO JARDEL DA SILVA COPPETI


PROFESSOR: CRISTIANO DE OLIVEIRA

Nivel I- Conhecimento

Responda as seguintes questões:

1) Conceitue Atenção.

É um termo com diversos significados e que pode ser


utilizado em âmbitos distintos. Para a psicologia cognitiva, a atenção é uma
qualidade da percepção que funciona como uma espécie de filtro dos
estímulos ambientais, avaliando quais são os mais relevantes e dotando-os
de prioridade para um processamento mais profundo. Refere-se à forma
como processamos informações presentes em nosso ambiente específico
ativamente. Enquanto uma pessoa lê um livro, por exemplo, estão
acontecendo muitas coisas ao redor – sons e sensações, a pressão dos pés
contra o chão, a visão da rua por uma janela próxima, o calor das roupas, a
memória de uma conversa que teve mais cedo com um amigo. Segundo o
psicólogo e filósofo William James, a atenção “é a tomada de posse pela
mente, de forma clara e vívida, de um entre diversos objetos ou esquemas
de pensamento simultaneamente possíveis. O foco e a concentração da
consciência são sua essência. Implica na retirada de algumas coisas com a
finalidade de lidar efetivamente com outras”. De outra banda, a atenção
também é entendida como o mecanismo que controla e regula os processos
cognitivos. Em certas ocasiões, chega mesmo a actuar de forma
inconsciente. Em resumo, a atenção é a capacidade de selecionar algumas
informações e ignorar outras.

2) Quais são algumas das funções da atenção?

Segundo Sternberg (2000), o sistema de atenção


desempenha muitas funções, além de meramente ignorar os estímulos
conhecidos e sintonizar os novos. As quatro principais funções da atenção
são: atenção seletiva, vigilância e detecção de sinal, sondagem e atenção
dividida. Na atenção seletiva, pode-se escolher prestar a atenção em
determinados estímulos e ignorar outros. O foco de atenção em estímulos
informativos específicos aumenta a nossa capacidade para manipular
aqueles estímulos para outros processos cognitivos, como a compreensão
verbal ou a resolução de problemas. A vigilância se refere à capacidade de
uma pessoa estar presente em um campo de estimulação durante um
período prolongado, no qual ela procura detectar o aparecimento de um
sinal (um estímulo alvo de interesse específico). Quando vigilante, a pessoa
espera detectar um estímulo -sinal que pode surgir num tempo
desconhecido. Já a sondagem se refere a um exame atento do ambiente
quanto a aspectos específicos, ou seja, procurar algo ativamente, sem que
se saiba de que isso aparecerá. Do mesmo modo que a vigilância, enquanto
se está sondando pode ser que ocorram alarmes falsos, geralmente quando
se encontram estímulos que desviam a atenção (por exemplo: estímulos
semelhantes). Na função de atenção dividida, os recursos de atenção
disponíveis são distribuídos para coordenar o desempenho de mais de uma
tarefa ao mesmo tempo. Geralmente é mais difícil realizar simultaneamente
mais de uma tarefa controlada, porém, com o aumento da prática, pode-se
manipular bem mais de uma tarefa ao mesmo tempo, mesmo que estas
exijam compreensão e tomada de decisões.

3) Quais são as principais teorias que explicam atenção?

Diferentes modelos teóricos foram propostos para explicar o


mecanismo de atenção. Alguns autores, como Anderson (2004), Matlin
(2004) e Sternberg (2000), organizam os estudos sobre esses modelos em
dois grandes grupos de teorias. Um primeiro grupo de teorias comparou o
mecanismo de atenção com um gargalo ou com um filtro de informação
entre todas as informações disponíveis no meio, a cada momento. Esses
modelos da atenção propõem uma passagem estreita que controlaria e
limitaria a quantidade de informações às quais podemos prestar atenção.
Dessa forma, as pessoas seriam extremamente limitadas na quantidade de
informações que podem processar num dado momento.

Esse modelo foi proposto inicialmente por Broadbent (1958


conforme citado por Sternberg, 2000, p. 100), mas outras versões foram
propostas por outros autores. Esse primeiro grupo de teorias foi criticado
por subestimar a flexibilidade da atenção humana e desconsiderar até que
ponto o treinamento pode alterar a utilização da atenção (Matlin, 2004).
Essas teorias parecem explicar satisfatoriamente situações que demandam
uma atenção focalizada e seletiva, mas não ajudam na explicação da
utilização da atenção em situações que demandem a distribuição da
atenção. Procurando responder a essas críticas, e a partir de novas
evidências empíricas, algumas reformulações foram propostas
considerando-se que algumas informações são enfraquecidas e não filtradas
com base em suas propriedades físicas. A limitação não estaria no sistema
perceptivo, mas no sistema de respostas do indivíduo. Essas teorias são
conhecidas como teorias da atenuação ou teorias da seleção tardia, e
foram propostas em diversos estudos como, por exemplo, o de Treisman
(1964 conforme citado por Sternberg, 2000, p. 101) e o de Deutsch e
Deutsch (1963 conforme citado por Sternberg, 2000, p. 101). Um segundo
grupo de teorias, conhecidas como teorias modulares ou teorias do gargalo
central, compara o cérebro com um computador, composto de alguns
sistemas de processamento em paralelo para os diversos sistemas
perceptivos, os sistemas motores e a cognição central. Cada um desses
sistemas funcionaria como um subsistema especializado que tem seus
próprios gargalos que focalizam o processamento em uma atividade. Essa
compreensão da atenção explica a nossa capacidade de distribuir recursos
atentivos em atividades diferentes quando as exigências das modalidades
de atividades não são conflitantes, e assim podemos processar várias fontes
de estímulo ao mesmo tempo. Nesse grupo se encontram os estudos de
Cave e Wolfe (1990 conforme citado por Sternberg, 2000, p. 103), Duncan
e Humpheys (1989 conforme citado por Sternberg, 2000, p. 103) e
Kahneman (1973 conforme citado por Sternberg, 2000, p. 102). A crítica
feita a esse último grupo de teorias é que essas teorias seriam
excessivamente amplas e vagas e não ofereceriam elementos para a
compreensão do processamento seletivo de informações; no entanto,
parecem explicar melhor o desempenho em tarefas que exigem a atenção
dividida, embora não expliquem todos os aspectos da atenção (Sternberg,
2000). Assim, esses modelos teóricos não parecem excludentes ao
buscarem explicar os mecanismos de atenção, mas apresentam explicações
parciais e até mesmo complementares desses mecanismos (Matlin, 2004;
Sternberg, 2000). Essas formas de processar informações estão presentes
no uso dos recursos atentivos para finalidades diferentes. A demanda da
atividade, em parte, determinaria o tipo de processamento utilizado.
Nível II – Compreensão

É possível realizar mais de uma atividade utilizando o


mesmo órgão do sentido? Explique.

Sim, é possível. A explicação é dada por uma das quatro (4)


funções principais da ATENÇÃO, denonimada Atenção Dividida.
Frequentemente, as pessoas conseguem fazer mais de uma tarefa ao mesmo
tempo e redirecionam os recursos da atenção, distribuindo-os,
prudentemente, segundo as necessidades. Porém, é mais fácil se estas
atividades forem desenvolvidas através de modalidades perceptivas
diferentes, como por exemplo, motoristas experientes podem facilmente
falar enquanto dirigem, na maior parte das vezes. De outro lado, embora
haja a possibilidade de realizar tarefas simultâneas com apenas um dos
sentidos (mesma modalidade sensorial), sua concretização é bem difícil,
exigindo grande concentração e atenção. Ex: prestar atenção na aula
quando os colegas estão conversando.

Nível III- Aplicação

Leia a notícia a seguir:


https://www.folhavitoria.com.br/saude/noticia/06/2019/uso-
de-celulares-ao-volante-podem-aumentar-em-ate-400-o-risco-de-acidentes
"Uso de celulares ao volante podem aumentar em até 400%
o risco de acidentes"
**Explique o fenômeno à luz dos seus conhecimentos.
A explicação para este fenômeno pode ser encontrada nas
experiências científicas relacionadas à teoria da Atenção Dividida. Sinale-
se, preliminarmente, que a tarefa de detecção de sinais e da atenção
seletiva, por exigir que o sistema de atenção coordene uma busca pela
presença simultânea de muitas características, é considerada uma atividade
relativamente simples. Porém, algumas vezes, o sistema de atenção tem
necessidade de desempenhar duas ou mais tarefas diferentes ao mesmo
tempo, o que se torna mais complicado, dependendo das espécies de
atividades que serão desenvolvidas.

A notícia retratada no periódico de que o uso de aparelhos


celulares ao volante pode aumentar em até 400% o risco de acidentes de
trânsito encontra justificativa em uma abordagem diferenciada realizada
para o estudo da atenção dividida, centrada em tarefas extremamente
simples que demandam respostas rápidas. Para este exemplo específico,
recorre-se as conclusões dos estudos com PRP, que indicam que as pessoas
podem acomodar com bastante facilidade o processamento perceptual de
propriedades físicas de estímulos sensoriais enquanto realizam uma
segunda tarefa acelerada (Pashler, 1994); todavia, não conseguem
acomodar de imediato mais de uma tarefa cognitiva que lhes exija escolher
uma resposta, acessar informações na memória ou realizar várias outras
operações cognitivas. Quando as duas tarefas requerem a realização de
qualquer uma dessas operações cognitivas, uma ou ambas apresentarão o
efeito PRP, o qual se dá quando uma segunda tarefa começa em seguida ao
início da outra, sendo que a velocidade do desempenho, muitas vezes,
diminui como resultado do engajamento simultâneo em tarefas aceleradas.
Segundo o autor supracitado, toda a vez que as pessoas tentam realizar duas
tarefas rápidas sobrepostas, as respostas para uma delas ou para ambas
quase sempre são mais lentas.
Consoante já referido, a capacidade que possuímos de
realizar várias tarefas ao mesmo tempo é bem limitada. Por mais que seja
possível coordenar certos movimentos corporais distintos, quando o
assunto envolve nossa atenção, isso se torna quase impossível. Ao
desempenhar certos tipos de atividades que necessitam de nossa total
atenção, é fundamental evitar qualquer atitude que desvie nosso foco.
Quando se dirige um automóvel é necessário estar constantemente alerta
com relação a ameaças à segurança do indivíduo. Quando se deixa de
identificar uma dessas ameaças, o resultado é que você pode tornar-se uma
vítima inocente de um terrível acidente e, mais do que isso, se não
conseguir dividir sua atenção, você pode causar um acidente. A maioria dos
acidentes de carro é causada por falhas na atenção dividida. E isso torna o
celular um grande inimigo do motorista consciente. Dirigir com segurança
exige total atenção do condutor. Ao utilizar o celular no volante, você não
só desvia o foco da visão e da audição como diminui a percepção de
possíveis riscos do trânsito.

Esse fator tem sido crucial para o alto índice de acidentes


em todo o mundo. É importantíssimo investir na conscientização de todo
motorista, pois não é apenas a sua própria vida que está em jogo.

Nível IV- Análise

Analise o fragmento de texto de relato de caso de TDAH


extraído de: Silva, P. D. C. M., Sousa, J. D. O. D. S., & Aquino, P. T. M.
A. (2016). RELATO DE CASO/PLANO DE INTERVENÇÃO:
ESTUDANTE COM TDAH. Journal of Research in Special Educational
Needs, 16, 955-958.

"A criança, L.S.V, iniciou o atendimento com dez anos de


idade, morava em um bairro periférico de Salvador e estudava em escola
pública do bairro que morava. Já estava sendo atendida em uma instituição
que trabalha com crianças com transtornos e déficit intelectual. Além das
terapias a criança também fazia uso de medicamentos contínuos para tratar
o transtorno. A genitora levou a criança para a psicopedagoga por
indicação da fonoaudióloga.

L.S.V. chegou acompanhada da genitora para a primeira


sessão psicopedagógica em 2010, com dez anos, diagnosticado com
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, com predominância da
desatenção.

No primeiro momento a genitora apresentou ansiedade e


preocupação com o futuro do filho, pois não percebia avanços no
desenvolvimento escolar, além disso, a criança tinha dificuldades em
executar as atividades da vida diária, a mesma relatava a dificuldade da
criança para assimilar os conteúdos por falta de atenção e por não
conseguir ler textos longos, apresentava também dificuldade para realizar
atividades de matemática que exigisse tempo e atenção.

Diante das demandas apresentadas pela criança foram


estabelecidas sessões de atendimento semanais com 50 minutos de duração,
com a realização da avaliação, da intervenção e acompanhamento da
mesma.
No primeiro ano de sessões psicopedagógicas L.S.V.
apresentou timidez, desatenção, insegurança e dificuldade em acompanhar
as atividades da escola.

Em casa, a mãe relatava que a criança estava sempre


desatenta, com dificuldade para estudar, fazer as atividades. Ficava sempre
distraída, com dificuldade de manter atenção.

Nas sessões psicopedagógicas a criança relatava fatos


curtos, quando questionado, sem a preocupação temporal; demonstrava
preocupação com o que falava; sua fala era baixa demonstrando timidez e
possuía repertório verbal empobrecido; parecia não entender quando lhe era
dirigida a palavra, demonstrando distração; mostrava insegurança
emocional diante da execução das atividades; possuía dificuldades de
compreensão de texto longos; apresentava dificuldades na resolução de
cálculos matemáticos, necessitando utilizar as mãos ou objetos concretos
para auxiliar no desenvolvimento das atividades; possuía dificuldade na
organização espaço‐temporal; dispersava com facilidade; precisava de
muito tempo para ler e entender textos longos; realizava atividades simples,
com textos curtos.

Na primeira escola acompanhada foi identificado o


desinteresse da permanência do estudante, por parte do corpo docente e da
direção, mesmo com várias intervenções e tentativas de conscientizar e
sensibilizar a escola no trabalho com a criança. A genitora desistiu da
permanência da criança, pois, percebia que não estava sendo realizada
nenhuma ação em prol da inclusão do mesmo e logo fez a transferência
para uma escola municipal de Salvador/ Bahia – Brasil.
Na escola, a criança ficava no fundo da sala e segundo a
professora a mesma se distraía bastante; não participava das aulas e às
vezes apresentava agressividade com os colegas. Diante dessa demanda a
psicopedagoga realizou alguns encontros com os outros especialistas que
atendiam a criança com a intenção de discutirem estratégias referentes ao
desenvolvimento escolar, pessoal e social da criança.

Logo após a transferência, a psicopedagoga fez uma visita


escola para levar informações importantes sobre o aluno, além disso,
entregou um material sobre o TDAH com dicas que facilitariam o trabalho
com a criança com esse transtorno.

Para a família, foram dadas orientações sobre como lidar


com a pessoa com TDAH como: gravar aulas e conteúdos dados em sala de
aula, procurar conversar sempre com a criança sobre como está se sentindo;
reforçar o que há de melhor na criança; estabelecer regras e limites dentro
de casa; utilizar linguagem clara e direta, de preferência falando de frente e
olhando nos olhos; não exigir mais do que a criança pode dar, considerando
suas possibilidades; não sobrecarregar a criança com excesso de atividades
extracurriculares; ter contato próximo com os professores para acompanhar
melhor o que está acontecendo na escola; todas as tarefas têm que ser
subdivididas em tarefas menores que possam ser realizadas mais facilmente
e em menor tempo; dividir o caderno das matérias com adesivos coloridos
para facilitar o manuseio do mesmo; dar instruções diretas e claras, uma de
cada vez, em um nível que a criança possa corresponder; ensinar a criança
a não interromper as suas atividades: tentar finalizar tudo aquilo que
começa; estabelecer uma rotina diária clara e consistente: hora de almoço,
de jantar e dever de casa, por exemplo; colocar no quarto e em outros
ambientes da casa informações sobre a rotina da criança; deixar o ambiente
do quarto organizado.

Foram dadas orientações para a escola com sugestões


importantes para facilitar a aprendizagem da criança, foram elas: posicionar
a criança na frente da sala, transformar textos longos em textos mais curtos
sem perder a essência do que se quer trabalhar, sempre lembrar a rotina da
sala, solicitar que o aluno registre as atividades e assuntos dados em sala,
colocar como lembrete na agenda as atividades de casa e não deixar o aluno
perto da janela e porta para não se distrair.

Durante os quatro anos de atendimento, uma parceria foi


estabelecida entre a família, a escola, a psicopedagoga e os outros
profissionais que atendiam a criança: fonoaudiólogo, neurologista e
psicólogo.

O maior entrave para o tratamento e acompanhamento dos


especialistas, principalmente a psicopedagoga, foi a superproteção da
genitora que muitas vezes impossibilitava a criança de realizar suas
atividades e desenvolver sua independência.

Após quatro anos de atendimento na clínica, orientações à


família, acompanhamento e orientações à escola e parceria com os demais
especialistas, percebeu‐se um avanço significativo no desenvolvimento
global da criança, pois a mesma já consegue estabelecer uma rotina diária,
executando as atividades de casa com mais atenção, demonstra bom
rendimento nas avaliações escolares, consegue através de textos curtos e
aulas gravadas em áudio, assimilar com mais facilidade o conteúdo escolar
e está interagindo melhor com as pessoas, estabelecendo uma conversa
mais coerente.

Atualmente a criança está no primeiro ano do segundo grau


e já pensa em fazer um curso profissionalizante, foi sugerida a permanência
no atendimento com a equipe multidisciplinar."

A) Considerando os conhecimentos sobre atenção como


podemos explicar as intervenções da psicopedagoga?

Variados estudos apontam que, embora a medicação seja


um instrumento útil para o Transtorno do Deficit de
Atenção/Hiperatividade (TDAH), a melhor abordagem é a combinação do
remédio com intervenções comportamentais (Corcoran, Dattalo, 2006;
Rostain, Tamsay, 2006). Segundo análises realizadas através de
neuroimagem na área de atenção, os pesquisadores definiram três
subfunções da atenção. São elas: o estado de alerta, a orientação e a atenção
executiva. Para a abordagem que ora se propõe interessa a primeira função,
ou seja, o estado de alerta, que se define como a preparação para atender a
um evento que se aproxima e inclui também o processo de se chegar a esse
estado de preparação. A disfunção desse sistema está ligada às mudanças
atencionais à medida que se envelhece e também ao TDAH. Diz respeito à
dificuldade de concentração, falta de atenção, dificuldades de
relacionamento, entre outros sintomas.

A criança L.S.V., relatada no fragmento do texto


supracitado, foi diagnosticada com déficit de atenção e também
hiperatividade, com predomínio da desatenção. Nesse caso, quando junta o
déficit de atenção com hiperatividade, a criança apresenta comportamento
exageradamente agitado, inquieto, impaciente e aparentemente incansável.
Essas decorrências, como é o caso, dificultam o processo de aprendizagem,
pois o aluno tem dificuldade de concentração, o que gera dificuldade em
compreender o que lhe é repassado.

Para inverter esse quadro, é necessário uma didática


diferenciada, visando estratégias diversas para envolvê-lo nas atividades e
motivar sua atenção. O psicopedagogo é o profissional adequado para atuar
nessas estratégias, orientações e intervenções na aprendizagem com o aluno
possuidor do TDAH.

No caso, a intervenção da psicopedagoga foi fundamental.


Não mediu esforços para resolver o problema de atenção da criança. Em
primeiro lugar, efetuou reunião com os vários profissionais que atendiam à
criança, no intuito de serem discutidas estratégias referentes ao
desenvolvimento escolar, pessoal e social dela. Também instou a
coordenação pedagógica da escola e os familiares para que participassem
do acompanhamento e do esforço para que a criança superasse as
dificuldades de aprendizagem e da vida social. Ademais, foi até a escola
explicar sobre o quadro comportamental da criança, apresentar o
diagnóstico, além de levar material a respeito do transtorno para subsidiar a
intervenção no grupo escolar. Além disso, apresentou aos professores e
familiares, especialmente a mãe (superprotetora), ferramentas importantes
na amenização do problema, obtendo, com a ajuda de todos os profissionais
envolvidos (equipe multidisciplinar), um avanço significativo no
desenvolvimento global da criança.

B) Por que há a sugestão de permanência em


atendimento?
Há indicação para a permanência da criança em atendimento
pela equipe multidisciplinar porque o Transtorno do Deficit de Atenção
com Hiperativade (TDAH) é uma síndrome, portanto não tem cura. Por ser
um transtorno do neurodesenvolvimento da pessoa, ele a acompanhará por
toda a vida, necessitando de frequente acompanhamento de profissionais da
saúde.

Nível V- Síntese

Assista ao trailer a seguir (ou o documentário completo) e


após crie uma explicação dos potenciais motivos da educação estar em
crise (considerando os supostos teóricos aprendidos nesta aula).

“Pro dia nascer feliz” é um documentário dirigido por João


Jardim, que estreou no ano de 2007 e traz como temática principal a
questão da realidade do ensino nas escolas brasileiras. Das carrocerias dos
superlotados caminhões paus de arara no sertão nordestino aos perigos e
violências dos morros das grandes favelas brasileiras, o diretor desvela a
face de uma escola perdida na imensidão de tantas ‘ondas’ de violência e
descaso público, evidenciados por meio de problemas como: más
condições de acesso e permanência na escola; falta de estrutura física,
pedagógica e de segurança; orçamento financeiro limitado para a
manutenção da escola; má qualidade da merenda pública; alto índice de
evasão e defasagem de alunos; professores com formações insuficientes
para atender aos desafios da prática; círculo da violência, desrespeito e
diversos tipos de preconceito: entre alunos, entre professores e entre
professores e alunos, principalmente estes agredindo e ameaçando os
docentes em sala de aula; desmotivação para o trabalho por parte dos
professores; enfim, uma pluralidade de mazelas e transtornos que
permeiam os extremos do mapa do país, e que denunciam a situação de
descaso, abandono, desrespeito e negligência, principalmente por meio das
políticas governamentais para com a educação, embora seja esta o maior
‘trunfo’ do qual se utilizam em seus discursos de campanha política.

O foco principal do documentário são as relações do


adolescente com a escola, permeadas por questões que constroem muros de
segregação e abismos sociais, demarcados por fatores de ordem econômica,
política e cultural, como desigualdades sociais, violência (física e
simbólica), entre outras; que apresentam a escola como palco de conflitos e
contradições, as quais estão imbricadas em aspectos referentes à linguagem
e nos modos de dizer de cada sujeito, evidenciados por falares advindos de
um lugar social de onde enunciam.

O documentário, como referido, aborda as desigualdades na


educação brasileira, mostrando as dificuldades dos professores e jovens em
diversas regiões do Brasil, sendo elas localizadas em Manari – Pernambuco
Escola Dias Lima, em São Paulo - Itaquaquecetuba – no Bairro Alto de
Pinheiros, e o Colégio Católico de Santa Cruz e no Rio de Janeiro em
Duque de Caxias o Colégio Estadual Guadalajara. Nesse percurso, o autor
busca explorar os conflitos de classes através dos aspectos dos adolescentes
de escolas particulares e escolas públicas.

Trata-se de um excelente documentário, que apresenta uma


realidade perturbadora. Apesar de ser produzido em três estados distintos,
mostra o alto grau de identificação com o Brasil todo. Um dado triste, e é
quase uma regra o meio determinar o tipo de futuro que o cidadão terá. O
filme expõe trechos que nos fazem refletir sobre o que somos, e o que
queremos, e o que faremos, para mudar o contexto da educação Brasileira.
Desde escolas públicas, até as privadas, mostrando que, independente da
classe social, todos são indivíduos com sonhos e dificuldades, que apesar
de tudo continuam tendo esperança de que suas vidas melhorem.

Mostra a importância da escola na construção do caráter e


da educação de um cidadão é de extrema necessidade, é a partir da escola
que aprendemos a ler, a escrever, a falar corretamente, argumentar, criticar,
expor nossas opiniões de uma forma coerente e exata, mas também
humanística. O contato com outros alunos faz que saibamos nos relacionar
com outros indivíduos, respeitar e saber conviver com as diferenças, saber
observar quando e como estamos errado e o que pode ser feito para
solucionar tal problema. A importância da educação nos completa como
seres racionais e civilizados, tudo o que aprendemos na escola será levado
adiante nas nossas vidas, por esta razão é importante obtermos uma
educação de qualidade.

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