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Atenção
Observar os sinais no curto e no longo prazos
Detecção de sinais: identificar estímulos importantes no grupo
Vigilância: esperar para detectar um sinal
Busca: procurando ativamente
Teoria da integração de características
Teoria da semelhança
Neurociência: envelhecimento e busca visual
Atenção seletiva
O que é atenção seletiva?
Teorias da atenção seletiva
Neurociência e atenção seletiva
Atenção dividida
Investigação laboratorial da atenção dividida
Teorias da atenção dividida
Atenção dividida na vida diária
Fatores que influenciam na nossa habilidade de prestar atenção
Neurociência e atenção: um modelo de rede
Quando a nossa atenção falha
Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade
Cegueira de mudança e cegueira inatencional
Negligência espacial - metade do mundo equivocado
Processos automáticos e controlados na atenção
Processos automáticos e controlados
Como a automatização ocorre?
Automatização na vida diária
Erros que cometemos nos processos automáticos
Consciência
Consciência dos processos mentais
Processamento pré-consciente
Estudo do pré-consciente - primação
Aquela palavra novamente? O fenômeno da ponta da língua
Quando as pessoas com deficiência visual podem enxergar
Temas-chave
Resumo
Pensando sobre o pensamento: questões analíticas, criativas e práticas
Termos-chave
111
' - ' - • ÍV~
Então você tem uma decisão importante a ser lhes era dada a chance de pensar conscientemente
tomada? Geralmente, as pessoas são ensinadas sobre as escolhas.
a ponderar com cuidado as decisões mais As escolhas conscientes podem falhar por
complexas. No entanto, algumas vezes, as não termos capacidade mental ilimitada. Em
decisões tomadas inconscientemente podem ser algum ponto, temos de diminuir a quantidade
melhores do que as ponderadas. de informações consideradas. Além disso,
Ap Dijksterhuis et al. (2006) conduziram quando pensamos conscientemente sobre
experimentos nos quais os participantes tiveram alternativas, damos mais importância a atributos
de escolher o melhor entre quatro carros e outros menos relevantes, que podem levar a escolhas
objetos, como pasta de dente. A complexidade inadequadas. Então, da próxima vez que precisar
das decisões depende da quantidade de tomar uma decisão complexa, talvez seja melhor
atributos importantes que descrevem o objeto. Os sentar-se, relaxar e deixar que a decisão se
participantes se saíram melhor ao tomar decisões manifeste. Neste capítulo, trataremos da atenção
simples, como optar pela pasta de dente (que tem e da consciência e de como os psicólogos
dois atributos como base), em que as escolhas cognitivos as abordam (consultar também a
eram ponderadas. No entanto, ao escolher o descrição do trabalho de Gerd Gigerenzer sobre
melhor dos quatro carros (descritos com 12 heurística rápida e frugal no Capítulo 12).
atributos cada), eles se saíam melhor quando não
Vamos examinar o que significa prestar atenção em uma situação cotidiana. Ima
gine dirigir em horário de pico perto de um estádio esportivo quando um evento está
prestes a começar. As ruas ficam tomadas de carros, alguns deles buzinam. Em algu
mas interseções, a polícia está orientando o tráfego, mas não em sincronia com os se
máforos. Essa assincronia - o semáforo apresenta um sinal e o policial outro - divide a
sua atenção. Além disso, milhares de pessoas estão atravessando as ruas para participar
do evento. Você precisa prestar muita atenção no semáforo, assim como no policial,
nos carros que passam e nos pedestres que podem atravessar a rua inesperadamente.
O que nos permite prestar atenção em tantos movimentos diferentes? O que permite
desviarmos a atenção se um pedestre atravessar a rua subitamente? E por que, às vezes,
a nossa atenção falha, ocasionalmente com consequências drásticas, como um aciden
te de carro? Este capítulo explora nossa capacidade maravilhosa de prestar atenção, de
dividi-la e selecion^.^s estímulos nos quais prestamos atenção minuciosa.
112
Atenção e consciência • CAPÍTULO 4 113
A natureza da atenção
e da consciência
[Atenção] é a posse da mente, deforma clara e viva, do que parece ser
diversos objetos simultaneamente possíveis ou diversas linhas de pensa-
mento... Implica afastar-se de algumas situações para lidar efetivamente
com outras.
Dirigindo um carro • Está frio dentro do c a rrè '* Você percebe uma criança Você freia
Você pensa na nova tarefa atravessando a rua na
da escola sua frente
Você vê a rua
■ Figura 4.1 Como a atenção trabalha? Em qualquer ponto no tempo, percebemos muitas informações sensoriais.
Pelos processos de atenção (que podem ser automáticos ou controlados), filtramos as informações relevantes e nas
quais queremos prestar atenção. Esse filtro nos conduz a tomar atitudes com base nas informações tratadas.
114 CAPÍTULO 4 • Atenção e consciência
Detecção de sinal Tentamos detectar o surgimento Em um submarino de pesquisa, prestamos atenção em sons
e vigilância de estímulos. intermitentes incomuns;
em uma rua escura, tentamos detectar sinais óu sons
indesejados;
após um terremoto, devemos ter cautela em relação a cheiro
de gás ou de fumaça.
Busca Fazemos buscas ativas por Ao detectar fumaça (como resultado da vigilância), fazemos
determinados estímulos. uma busca ativa pela origem da fumaça.
Procuramos por chaves, óculos de sol e outros itens dos
quais damos falta.
Atenção seletiva Escolhemos atentar para alguns Prestamos atenção na leitura de um livro didático ou
estímulos e ignorar outros. Focar em uma aula enquanto ignoramos estímulos como rádio
a atenção nos ajuda a executar próximo ou pessoas que chegam atrasadas à aula.
outros processos cognitivos, como
a compreensão verbal ou a sátâÇão
de problema.
Atenção dividida Conseguimos realizar mais de Em muitas situações, motoristas experientes conversam
uma tarefa ao mesmo tempo enquanto dirigem, mas se outro veículo vier em direção ao
e redirecionamos os recursos carro, eles imediatamente redireçionam toda a atenção para
atentívos, distribuindo-os segundo a condução de seu veículo (e paráni de conversar).
-za-i — n^as necessidades.
Atenção e consciência • CAPÍTULO 4 115
Detecção de sinal, vigilância e busca na vida diária (a) Detecção de sinais. Os médicos aprendem técnicas que
lhes permitem ler os raios X para maximizar “acertos” e “rejeições corretas”, minimizar “alarmes falsos” e “falhas”, (b)
Vigilância. Para os controladores de tráfego aéreo, a vigilância é uma questão de vida e morte, (c) Busca. Cães policiais
treinados buscam ativamente pelo alvo, como bombas ou drogas.
116 CAPÍTULO 4 • Atenção e consciência
A teoria da detecção de sinal foi uma dás primeiras teorias a sugerir a interação entre a sensação física de um estímulo e
os processos cognitivos, como a tomada de decisões. Pense no trabalho dos seguranças de aeroporto. Eles precisam ser
capazes de perceber objetos, como um estilete em uma bagagem de mão.
Presente Acerto: o segurança reconhece o estilete na Falha: o segurança não reconhece o estilete na
bagagem. bagagem.
ÀV• )■ « T &
Ausente Alarme falso: o segurança acha que há um estilete Rejeição correta: o segurança reconhece que não há
na bagagem quando, na verdade, não há. estilete na bagagem, e de fato não há.
Por exemplo, se uma embalagem parecer com uma caixa da Cheerios™, o indivíduo pode
pegá-la sem se dar conta de que, na verdade, é TasteeosV
Existem dois tipos diferentes de buscas - busca de característica e busca de con
junção. Na busca de característica, procuramos apenas uma característica (por exem
plo, cor, formato ou tamanho) que torna o nosso objeto de busca diferente dos outros
(Treisman, 1993; Weidner e Mueller, 2009). Assim, várias distrações não desempenham,
de fato, um papel calmante. Já na busca de conjunção, temos de combinar pelo menos
duas características para encontrar os estímulos que procuramos. Uma vez que na busca
de conjunção procuramos uma combinação de características, ela é mais difícil do que a
busca de característica, em que procuramos apenas uma característica. Observe a Figura
4.2(b) e tente achar o O. Essa busca deve ser relativamente fácil porque procuramos um
objeto com formato diferente (busca de característica). Observe a Figura 4.2(a) e ache o
T. Esse é um exemplo de uma busca de conjunção porque os Ts e os Ls têm uma linha
horizontal e vertical e você está procurando uma combinação particular de tais linhas
para compor o L. Essa busca é mais difícil e leva mais tempo que encontrar o O.
O número de alvos e distrações afeta a dificuldade da busca de conjunção. Nor
malmente, os pesquisadores manipulam o tamanho do display nos estudos (o número
de itens em um determinado arranjo visual) para, assim, observar quais fatores afetam
a busca. O córtex dorsolateral pré-frontal, assim como os campos oculares frontais e o
córtex parietal posterior, desempenham um papel nas buscas de conjunção (mas não nas
buscas de característica; Kalla et al., 2009).
Nas seções seguintes, exploraremos duas teorias que tentam explicar os processos
de busca. Essas teorias desenvolveram-se de maneira dialética à medida que respondem
uma à outra: teoria da integração de características e teoria da similaridade.
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(a) ** (b)
■ Figura 4.2 Tamanho do display. Compare a dificuldade relativa de encontrar o T e
o O nos painéis (a) e (b), respectivamente. O tamanho do display afeta a facilidade de
realizar a tarefa.
1 No Brasil, o caso pode ser ilustrado pelas embalagens dos biscoitos recheados Negrito* e Nesgresco*.
(N.E.)
Atenção e consciência • CAPÍTULO 4 119
Estágio 1 Estágio 2
Busca de característica Busca de conjunção
V- -- -y ; .
" Combina as *' ■
-> características ^
no objeto ‘
___=
____C" ■......
Teoria da semelhança
Nem todos concordam com o modelo de Treisman. De acordo com a teoria da seme
lhança, quanto mais semelhantes forem o alvo e as distrações, mais difícil será a busca
pelo alvo (Duncan e Humphreys, 1992; Watson et al., 200fj. Além disso, a dificuldade
da tarefa de busca depende da diferença entre as distrações. Mas isso não depende da
quantidade de características a serem integradas. Por exemplo, é mais fácil 1er textos
longos em letras minúsculas do que em letras maiúsculas porque estas tendem a ser mais
semelhantes entre si. As minúsculas têm mais características de diferenciação.
Característica Guiada
As buscas dos adultos jovens foram mais precisas e rápidas que as buscas dos adultos
mais velhos (ver Figura 4.5). Além disso, os participantes eram aproximadamente 300
milissegundos mais lentos ao realizarem buscas guiadas em comparação a buscas de ca
racterísticas. O volume cortical de adultos mais velhos mostrou-se mais baixo que o de
adultos mais jovens (ver também Mueller-Oehring et al., 2013), o que é consistente com
o declínio aproximado no volume de 2% por década. A busca mais difícil (busca de con
junção) levou à ativação das vias dorsal e visual ventral, assim como do córtex pré-fron-
tal nos adultos mais jovens e nos adultos mais velhos. Embora haja uma ativação menor
no córtex occipital direito nos adultos mais velhos, a ativação foi praticamente a mesma
nos dois grupos nas regiões pré-frontais e parietal superior. Quanto mais difícil a tarefa de
busca, mais o córtex occipito-temporal era ativado em adultos mais jovens, mas não em
adultos mais velhos. Parece que nos adultos mais velhos essa região cerebral foi ativada em
um nível maior até durante as tarefas de busca mais fáceis, aparentemente na tentativa de
compensar o declínio relacionado à idade. No entanto, eles não recrutaram outras regiões
cerebrais fora das vias visuais para compensar o declínio relacionado à idade.
Atenção seletiva
Exploramos as duas primeiras funções de atenção - detecção de sinal e busca. Agora,
vamos examinar outra função de atenção - atenção seletiva.
Na cesta4e^cpBí}i€p8ííelaífiiM t
tinha sanduíches de manteiga
de amendoim e brçwníes
de chocolate
■ Figura 4.6 Apresentação dicótica. Na apresentação dicótica, cada ouvido recebe uma mensagem
diferente. O ouvido sombreado recebeu a mensagem-alvo.
122 CÁPÍTULO 4 • Atenção e consciência
Então, o que nos auxiliaria a prestar atenção somente na mensagem da pessoa que
desejamos ouvir?
1. distintas características sensoriais do discurso-alvo (por exemplo, som alto versus
baixo e ritmo)
2. intensidade do som (sonoridade)
3. local da origem do som (Brungard e Simpson, 2007)
Prestar atenção nas propriedades sensoriais da voz do interlocutor-alvo tem suas
vantagens porque não precisamos lidar com o conteúdo das mensagens que não são
alvo. Evidentemente, a intensidade do som do alvo também ajuda. Além disso, é prová
vel que você virará um ouvido para a pessoa-alvo, e o outro para o outro lado. Observe
que esse método não oferece uma maior intensidade de som total, mas conta com a
diferença no volume por conta de um ouvido estar mais perto do interlocutor e o outro
estar mais longe. No entanto, recentes estudos na área da psicologia constataram que tais
fatores, como quão harmonioso e rítmico é o som-alvo, podem ser mais importantes do
que outras pistas (Darwin, 2008; Muente et al., 2010).
Modelo de filtro anterior De acordo com uma das primeiras teorias da atenção, fil
tramos as informações logo depois que a percebemos no nível sensorial (Broadbent, 1958;
Figura 4.7), ou seja, toda a informação recebida é percebida e armazenada na memória
sensorial. O armazenamento dura uma fração de segundo, então, a memória sensorial
encaminha a informação para um filtro que permite que somente uma mensagem se
mova para ser processada mais detalhadamente. Tal mensagem é diferenciada pelas ca
racterísticas, como sonoridade, passo ou tom. É possível que os estímulos filtrados fora
do nível sensorial nunca alcancem o nível da percepção. Exceto uma mensagem que será
processada posteriormente, todas as outras informações estão em processamento. Entã<^,
a memória de curto prazo permite responder à mensagem e armazenar as informações
necessárias para uso futuro da memória de longo prazo. A teoria de Donald Broadbent
encontrou apoio nos achados de Colin Cherry, segundo os quais, às vezes, as informações
sensoriais são percebidas por um ouvido que não está prestando atenção se não precisarem
ser processadas de modo elaborado (por exemplo, perceberíamos que a voz que não está
prestando atenção mudou o tom). Entretanto, as informações que exigem um processo de
percepção superior não são percebidas por esse ouvido (por exemplo, não perceberíamos
que o idioma no qual não estamos prestando atenção muda de inglês para alemão).
Modelo de filtro seletivo Pouco tempo depois de a teoria de Broadbent ser proposta,
evidências sugeriram de que tal modelo poderia estar equivocado (por exemplo, Gray e
Wedderburn, 1960). Moray (1959) descobriu que mesmo quando os participantes igno
ravam a maioria dos outros aspectos de alto nível de uma mensagem na qual não presta
vam atenção (por exemplo, semântica), reconheciam seus próprios nomes com o ouvido
não atento (WoocL^jCowan, 1995). Moray sugeriu que o motivo para esse efeito é que
as mensagens de grande importância para a pessoa podem romper o filtro da atenção
seletiva (por exemplo, Koivisto e Revonsuo, 2007; Marsh et al., 2007), mas outras men
sagens podem não passar por ele. Para modificar a metáfora de Broadbent, poderíamos
dizer que, de acordo com Moray, o filtro bloqueia a maioria das informações no nível
sensorial. Contudo, algumas mensagens importantes são tão poderosas que passam pelo
mecanismo de filtragem.
Atenção e consciência • CAPITULO 4 123
Atento D
^ Não atento ^
f* T
I Modelo de R
atenuação
■ Figura 4.7 Modelos de atenção de Broadbent e de Treisman. Vários mecanismos já foram propostos
sugerindo o meio pelo qual a informação sensorial passa pelo sistema de atenção para chegar aos proces /
sos de percepção de alto nível. No modelo de Broadbent, um filtro bloqueia totalmente uma informação na
qual não se está prestando atenção e somente a mensagem em que se está prestando atenção é proces-
sáda. No modelo de Treisman, um atenuador enfraquece a mensagem na qual não se está prestando aten
ção. Ela é encaminhada de forma enfraquecida de modo que a informação de significado maior possa ser
captada pelo interlocutor e subsequentemente possa ser processada.
Modelo de Atenuação Para explorar por que as mensagens nas quais não pres
tamos atenção passam pelo filtro, Anne Treisman conduziu alguns experimentos. Os
participantes sombreavam mensagens coerentes e, em algum ponto, ela mudava o resto
da mensagem coerente do ouvido atento para o não atenta Os participantes captavam
as primeiras poucas palavras da mensagem sombreada no ouvido não atento (Treisman,
1960), assim, eles tinham que, de algum modo, processar o conteúdo da mensagem na qual
não prestavam atenção. Além disso, se essa mensagem era idêntica àquela na qual presta
vam atenção, todos os participantes observavam isso. Eles também notaram que uma das
mensagens estava ligeiramente fora de sincronia temporal em relação à outra (Treisman,
1964a, 1964b). Treisman observou que alguns participantes bilíngues fluentes perceberam
a identidade das mensagens sempre que a segunda era a tradução da primeira.
A alteração de Moray no mecanismo de filtragem de Broadbent foi insuficiente para
explicar as modificações de Treisman (1960,1964a, 1964b). Os achados sugeriram que
pelo menos alguma informação sobre os sinais aos quais não se prestava atenção estava
sendo analisada. Treisman propôs uma teoria da atenção seletiva que envolve um meca
nismo de atenuação (Figura 4.7). Em vez de bloquear os estímulos, o filtro (atenuador)
enfraquece (atenua) a resistência de todos os estímulos, exceto o estímulo-alvo. Então,
quando um estímulo nos alcança, nós o analisamos em nível baixo para as propriedades-
-alvo, como sonoridade e altura do som. Você pode ouvir a voz da pessoa com quem está
conversando em um bar barulhento, poj*<?xemplo. Se o estímulo possuir tais proprieda-
des-alvo, passamos o sinal para o próximo estágio; caso contrário, passamos para uma
versão enfraquecida do estímulo. Na próxima etapa, analisamos de forma perceptual o
significado do estímulo e sua relevância para nós. Se uma mensagem recebida no ouvido
não atento contiver alguma informação importante (por exemplo, nosso nome), ela será
coletada, mesmo com o sinal enfraquecido pelo atenuador. Em outras palavras, embora
o atenuador enfraqueça alguns fluxos de informação para facilitar o processamento da
CAPÍTULO 4 • Atenção e consciência
mensagem na qual prestamos atenção, percebemos tal informação como um sinal enfra
quecido e, assim, podemos captar a informação relevante. Pelo fato de as mensagens em
que não prestamos atenção serem mais fracas, somente as partes significativas delas são
captadas, o restante passa despercebido.
INVESTIGAÇÃO
PSICOLOGIA COGNITIVA
Modelo de atenuação
Peça a dois amigos para o ajudarem com esse seu amigo, diga “animal” de forma bem suave. Mais
experimento. Solicite que um deles leia algo, bem tarde, pergunte a ele o que você disse. O seu amigo
suavemente, no ouvido do outro (pode ser qualquer conseguiu identificar suas palavras? Provavelmente
coisa, uma piada, um cartão de felicitações ou um não. Tente novamente, mas agora diga o nome de
trecho do livro sobre psicologia cognitiva) e peça ao seu amigo. É provável que ele consiga dizer que você
outro amigo que tente “sombrear” o que o primeiro falou o nome dele. Esse achado demonstra o modelo
está dizendo. (Sombrear é repetir todas as palavras de atenuação de Treisman.
que a outra pessoa está dizendo.) No outro ouvido do
N ...
*]■ * o •-
p ktu&Mi&ã
A g&giizv
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M èíiSfò.tólfisli
■ Figura 4.8 Modelo do filtro posterior de Deutsch e Deutsch. De acordo com alguns
psicólogos cognitivos, os mecanismos de filtragem de atenção sucedem os processos per-
ceptuais preliminares em vez de precedê-los.
Atenção e consciência • CAPÍTULO 4 125
Atenção dividida
Já lhe aconteceu de dirigir com um amigo e vocês engatarem uma conversa interessante?
Ou fazer um jantar enquanto estava ao telefone? Sempre que você se dedica a pelo menos
duas tarefas ao mesmo tempo sua atenção fica dividida.
CAPÍTULO 4 • Atenção e consciência
INVESTIGAÇÃO
PSICOLOGIA COGNITIVA
Divisão da atenção
Escreva seu nome várias vezes em um pedaço de o braço. Quais sensações você identifica - pressão
papel enquanto visualiza tudo o que çuder lembrar do chão, os sapatos ou as roupas, ou talvez dor em
sobre o quarto em que você dormia dfóãndo tinha 10 algum lugar? Você ainda está conseguindo escrever
anos. Enquanto escreve o próprio nome e imagina o seu nome enquanto vê as imagens e presta atenção
quarto antigo, faça uma jornada de consciência men nas sensações? É mais fácil realizar uma das tarefas
tal para observar as sensações corporais; comece de cada vez do que realizá-las simultaneamente.
em um dedo do pé e suba para a perna, atravesse Você conseguiria dividir a sua atenção com sucesso?
o tronco até o ombro do lado oposto e desça para
W -
128 CAPÍTULO 4 • Atenção e consciência
Uma abordagem diferente para estudar a atenção dividida foca em tarefas extre
mamente simples que exigem reposta rápida. Sempre que as pessoas tentam realizai
duas tarefas rápidas sobrepostas (aquelas em que muitas pessoas não conseguem finali
zar a tempo), as respostas para uma delas ou para ambas quase sempre são mais lentas
(Pashler, 1994). Quando uma segunda tarefa começa logo depois do início da primeira^
geralmente a velocidade do desempenho é sofrível. Essa lentidão é efeito do período
refratário psicológico (PRP) também chamado de piscada atencional. Os achados dos
estudos sobre PRP indicam que as pessoas têm facilidade em processar as proprieda
des físicas das informações recebidas enquanto realizam outras tarefas (Miller, Ulrich e
Rolke, 2009; Pashler, 1994). No entanto, quando precisam se envolver em um processo
mais elaborado, como escolher uma resposta ou relembrar uma informação, a velocida
de cai e uma ou as duas tarefas apresentam o efeito PRP.
O quão bem as pessoas podem dividir a própria atenção tem a ver com a inteligência
(Hunt e Lansman, 1982). Suponha que tenha sido solicitado aos participantes resolve
rem problemas matemáticos e, simultaneamente, ouvirem um sinal e pressionarem o
botão assim que o perceberem. De acordo com Hunt e Lansman, as pessoas mais inte
ligentes são capazes de se dividir entre as duas tarefas e realizar ambas de modo eficaz.
Recursos Recursos
mentais mentais
disponíveis disponíveis
T
Respostas reais Respostas reais
(a) (b)
■ Figura 4.9 Alocação de recursos da atenção. Os recursos da atenção podem compreender um único
conjunto ou múltiplos conjuntos específicos para cada modalidade. Embora já tenha sido criticada pela
imprecisão, a teoria dos recursos da atenção parece complementar as teorias dos filtros no que se refere à
explicação de alguns aspectos da atenção.
Atenção e consciência • CAPÍTULO 4 129
lindem ser específicos da modalidade (por exemplo, verbal ou visual) na qual a tarefa é
resentada. Por exemplo, a maioria das pessoas consegue ouvir música e se concentrar
: Rescrita simultaneamente. No entanto, é mais difícil ouvir o noticiário e concentrar-se
lia escrita ao mesmo tempo. Isso ocorre porque ambas são tarefas verbais. As palavras do
noticiário interferem nas palavras sobre as quais o indivíduo está pensando. Da mesma
'forma duas tarefas visuais têm mais probabilidade de interferir uma na outra do que
kuttfr tarefe visual ligada a uma auditiva,
áír Esses modelos relacionados à alocação de recursos da atenção foram severamente
criticados por serem muito amplos e vagos (por exemplo, Navon, 1984; S. Yantis, comu-
. Reação pessoal, dezembro de 1994). Na verdade, sozinhos, eles podem não dar conta de
explicar os aspectos da atenção, mas complementam as teorias dos filtros.
^ : Além disso, para explicar fenômenos que dizem respeito à busca, as teorias especí-
i ficas sobre o tema (como os modelos que propõem a busca guiada [Cave e Wolfe, 1990;
Wolfe, 2007] ou similaridade [Duncan e Humphreys, 1989]) parecem ter maior poder
explicativo do que as teorias dos filtros ou de recursos.
Você está trabalhando na sua dissertação, tempo ou salvar vidas enquanto dirigimos, ligamos
enviando mensagens a seu melhor amigo e para alguém ou enviamos mensagens ao mesmo
comendo um lanche enquanto ouve uma música tempo. Mesmo as capacidades de aprendizagem
de fundo. Você acha que está sendo produtivo? Os são enfraquecidas. Um estudo de Foerde,
pesquisadores Paul Dux et al. (2006) descobriram Knowlton e Poldrack (2006) constatou que a
que executar mais de uma tarefa ao mesmo tempo informação da memória declarativa (essencial para
não apenas desacelera o ritmo, mas também a aprendizagem de sucesso) é dificultada mesmo
aumenta as chances de cometermos algum erro. por pequenas distrações, como o som de fundo,
O tempo de reação demora até um segundo porque quando realizamos tarefas complexas,
quando realizamos duas tarefas ao mesmo tempo. mantemos muitas informações ativadas na nossa
Embora isso possa não ser tão importante quando memória. A concentração necessária pode ser
sentamos à mesa para trabalhar, pode economizar facilmente interrompida pela agitação externa.
J
Tarefa única
I Tarefa dupla
To3
0>
■§ 0.05
TJ
= 0.04
| 0.03
| 0 02
0.01
■ Figura 4.10 Desempenho em tarefa dupla enquanto estamos dirigindo. No painel esquerdo, o desempenho na
tarefa dupla aumentou significativamente a probabilidade de falha com o celular, mas não com o rádio. Já no painel
direito, o tempo de reação aumentou significativamente na tarefa dupla com o celular, mas não com o rádio.
Fonte: Baseado em Strayer, D. L. e Johnston, W. A. (2001). Driven to distraction: Dual-task studies of simulated driving and conversing on a
cellular telephone. Psychological Science, 12,463.
Atenção e consciên cia • CAPITULO 4 131
de acidentes (Deffenbacher et al., 2003). Assim, é provável que as pessoas que falam ao
telefone enquanto dirigem tenham tendência à raiva e, consequentemente, causem mais
acidentes. Esses resultados, juntamente com aqueles sobre os efeitos da atenção dividida,
contribuem para explicar o aumento de acidentes devido ao uso do celular.
A presença de um passageiro no carro torna a direção mais segura do que dirigir
sozinho. Qual a diferença entre conversar ao celular e conversar com um passageiro? Um
estudo feito por Maciej, Nitsch e Vollrath (2011) sugere que um passageiro pode ajustar a
fala dele à situação do tráfego, ao passo que o interlocutor que está ao celular obviamente
não sabe se a pessoa com quem está falando está em uma rodovia vazia ou na cidade,
em meio ao trânsito pesado. Outro estudo indicou que quanto mais as pessoas falam ao
celular, menos risco percebem nesse comportamento (Hallett, Lambert e Regan, 2011).
Outro comportamento de alto risco é dirigir e enviar mensagem de texto. Quando
a pessoa está digitando, a velocidade do veículo diminui significativamente ao passo
que seu tempo de reação em uma rodovia aumenta substancialmente. Há também um
risco maior de as pessoas se envolverem em um acidente per estarem mais distraídas e
reagirem de modo mais lento (Yannis et al., 2014). Uma pesquisa com estudantes uni
versitários constatou que 91% deles enviavam mensagens de texto enquanto dirigiam,
mesmo ao mudar de faixa ou de velocidade, embora estivessem cientes dos perigos que
envolvem essa prática (Harrison, 2011).
estar cansado, sonolento ou drogado, o que pode limitar a atenção. Às vezes, estar
animado melhora o estado da pessoa (MacLean et al., 2009).
• Dificuldade da tarefa: se a pessoa está trabalhando em uma tarefa difícil ou nova,
é necessário alocar mais recursos da atenção do que quando trabalha em uma
tarefa fácil ou muito familiar. A dificuldade da tarefa influencia, particularmente,
o desempenho durante a atenção dividida.
• Habilidades: quanto mais prática e habilidade o indivíduo tem para realizar deter
minada tarefa, mais atenção terá (Spelke, Hirst e Neisser, 1976).
Em suma, alguns processos de atenção ocorrem fora da consciência do indivíduo.
Outros estão sujeitos ao controle consciente. O estudo psicológico da atenção tem inclu
ído diversos fenômenos, entre eles vigilância, busca, atenção seletiva e atenção dividida
durante o desempenho de múltiplas tarefas. Para explicar essa diversidade de fenôme
nos, as teorias atuais enfatizam que um mecanismo de filtragem parece comandar al
guns aspectos da atenção. Os recursos da atenção limitados a modalidades específicas
parecem influenciar outros aspectos da atenção. Assim como os resultados da pesquisa
cognitiva proporcionaram muitos conhecimentos sobre a atenção, outros insights foram
obtidos por meio do estudo dos processos de atenção no cérebro.
Estado de alerta: o estado de alerta é definido como estar preparado para um evento
que está para ocorrer e manter a atenção. Além disso, inclui o processo de se chegar ao
estado de preparação. As áreas do cérebro envolvidas no estado de alerta são o córtex
frontal direito e parietal, assim como o locus coeruleus. O neurotransmissor norepine-
frina está envolvido na manutenção do estado de alerta. Se o sistema de alerta não fun
cionar apropriadamente, as pessoas desenvolvem sintomas de TDAH; no processo de
envelhecimento, é possível que disfunções do sistema de alerta se manifestem.
(Polanczyk e Jensen, 2008). Tipicamente, o distúrbio não acaba na fase adulta, embora
possa variar na gravidade, tomando-se mais ou menos severo. Algumas evidências suge
rem que a incidência de TDAH aumentou nos últimos anos. Durante o período de 2000
a 2005, a incidência de tratamento médico cresceu mais de 11% por ano (Castle et al.,
2007). Os motivos para esse aumento não são claros. Há diversas hipóteses, incluindo
aumento do tempo assistindo programas de televisão em ritmo acelerado, uso de video-
games de ritmo mais rápido, aditivos em alimentos e aumento de toxinas desconhecidas
no ambiente.
Os pesquisadores descobriram que o TDAH e o autismo compartilham de algumas
semelhanças, por isso têm conduzido os experimentos de forma a visualizar em que
medida as pessoas com essas duas síndromes diferem-se na habilidade de focar e pres
tar atenção. Com relação ao modelo de rede descrito anteriormente, eles descobriram
que crianças com TDAH apresentavam mais problemas na orientação da atenção. As
crianças com autismo, por sua vez, apresentavam déficits no monitoramento de conflito
e preparo de resposta (Tye et al., 2014). Normalmente prendem a atenção em conceitos
ou objetos particulares.
O TDAH é tratado mais frequentemente com uma combinação de psicoterapia e
medicação. Atualmente, algumas das drogas utilizadas pra tratar a TDAH são Ritalina
(metilfenidato), Metadate (metilfenidato) e Strattera (atomoxetina). Esta difere-se das
outras utilizadas para o tratamento de TDAH por não ser estimulante. Em vez disso,
afeta o neurotransmissor norepinefrina. Os estimulantes afetam o neurotransmissor
dopamina. É interessante notar que, em crianças, o número de meninos que recebem
medicação para tratamento de TDAH é duas vezes maior que o de meninas. No entanto,
em adultos, o uso de medicação para tratamento do TDAH é aproximadamente igual
para ambos os sexos (Castle et al., 2007). Muitos estudos indicam que, embora a medi
cação seja um instrumento útil para o tratamento do TDAH, a melhor abordagem é a
combinação de medicamento com intervenções comportamentais (Corcoran e Dattalo,
2006; Rostain e Tamsay, 2006).
A teoria de inteligências múltiplas (Gardner, 1985) comprova ser especialmente
útil no tratamento e no suporte de crianças com TDAH. Gardner sugeriu que a inteli
gência inclui diversas construções independentes, não apenas uma construção simples,
unitária. Em vez de falar das diversas habilidades que juntas constituem a inteligência
(por exemplo, Thurstone, 1938), essa teoria distingue oito inteligências distintas relati
vamente independentes: linguística, matemática lógica, naturalista, interpessoal, intra-
pessoal, espacial, musical e inteligência corporal cinestésica. Cada inteligência forma
um sistema separado de funcionamento, embora esses sistemas possam interagir para
produzir o que vemos como desempenho inteligente. Concentrando-se nas habilidades
dos estudantes (ou em inteligências predominantes) nas intervenções educacionais, as
conquistas de estudantes com TDAH podem ser maiores e os pontos fortes podem ser
enfatizados (Davidson e Kemp, 2011; Schirduan e Case, 2004).
Um estudo recente constatou que as pessoas com negligência espacial também têm
problemas em se lembrar dos eventos passados. Pense em uma linha horizontal como
uma linha do tempo com o passado à esquerda, o presente no centro e o futuro à direita.
Os pacientes estudados por Saj et al. (2014) tiveram problemas em representar o passa
d o - o lado esquerdo da Unha do tempo. Os resultados indicam que alguns mecanismos
cerebrais que precisam de visualização espacial também são envolvidos quando se trata
da representação de eventos temporais.
No estudo de 1978 conduzido por Bisiach e Luzzatti, foi solicitado aos participantes
portadores de negligência descreverem a principal praça da cidade. Eles descreveram so
mente um lado da praça; no entanto, quando solicitado para descreverem a parte oposta,
■ Figura 4.12 Desenho mostraram que sabiam como eram os dois lados da praça.
feito por uma pessoa com Não há um consenso com relação a qual parte do cérebro é responsável pelos sinto
negligência hemiespacial. mas de negligência. Estudos recentes indicam que o giro temporal superior posterior, a
Esse desenho é de um
paciente que sofre de insula e o gânglio basal, assim como o fascículo longitudinal superior no lobo parietal,
negligência. Como podemos são os mais prováveis de estarem relacionados à negligência espacial (Hillis, 2006; Hillis
observar, ele ignora parte do et al., 2005; Karnath et al., 2004; Shinoura et al., 2009).
relógio.
VERIFICAÇÃO DE CONCEITOS
1. Por que a atenção é importante para os humanos?
2. Quais são os erros cometidos ao se tentar detectar um sinal?
3. O que é vigilância?
4. O que é busca de característica e como ela se diferencia da busca de
conjunção?
5. Qual é a diferença entre atenção dividida e atenção seletiva?
6. Quais são as teorias dos filtros da atenção? *
\
Atenção e consciência • CAPÍTULO 4 137
llfeccos controlados ocorrem sequencialmente, uma etapa por vez. Eles levam bastante tempo
Ipara serem executados, pelo menos se comparados aos processos automáticos. A Tabela 4.3
•jesume as características dos processos controlados e dos processos automáticos.
Uma visão alternativa da atenção sugere um continuum de processos entre os total-
* mente automáticos e os totalmente controlados. De um lado, a extensão dos processos
■ controlados é tão grande e diversificada que seria muito difícil caracterizar todos da mes-
Mi ma maneira (Logan, 1988). Além disso, alguns processos automáticos são fáceis de serem
m recuperados da consciência e podem ser controlados intencionalmente, ao passo que ou-
(L íros não são acessíveis à consciência ou não podem ser controlados de modo intencional.
m ^ Muitas tarefas que começam como processos controlados eventualmente se tornam
S automáticos como resultado da prática (LaBerge, 1975,1990; Raz et al., 2007). Esse pro-
W cesso é denominado automatização (também chamado de proceduralização). Por exem-
5 pio, dirigir um carro é, inicialmente, um processo controlado. Uma vez que se aprende
M a fazê-lo, torna-se automático em condições normais. Essas condições compreendem
J| trajetos conhecidos, tempo bom e pouco ou nenhum tráfego. Da mesma forma, quando
aprendemos a falar uma língua estrangeira, precisamos traduzir palavra por palavra com
§ base na língua nativa. Com o tempo, passamos a pensar na segunda língua. Esse pensa
is* mento permite ignorarmos o estágio de tradução intermediária. Além disso, permite que o
processo de fala se torne automático. A atenção consciente pode ser revertida ao conteúdo
H da fala, em lugar de seu processo. Mudança semelhante do controle consciente ao proces
samento automático ocorre quando adquirimos a capacidade de ler. Quando as condições
É possível que haja um continuum de processos cognitivos, dos totalmente controlados até os totalmente automáticos;
^estes traços caracterizam os extremos de cada grupo. ■m
Características Processos controlados Processos automáticos
^Quantidade de esforço Requerem esforço intencional Requerem pouco ou nenhum esforço (o esforço
intencional intencional pode até ser necessário para evitar
comportamentos automáticos).
- . -
m. »Grau de consciência Requerem consciência total Geralmente ocorTem fora da consciência,
■M embora alguns processos automáticos possam
estar disponívéi#ã consciência ^ r -
*"<**-- s.4*
Uso de recursos da atenção Consomem muitos recursos da atenção Consomem recursos de atenção desprezíveis
Tipo de processamento Realizados em série (um passo por vez) Realizados por mèiò de processamento paralelo
(por èxemplò, muitas operações ao mesmo
tempo ou sem sequência definida)
Velocidade de Execução relativamente demorada, se Relativamente rápidos
processamento comparada aos processos automáticos
Novidade relativa das tarefas Tarefas novas e imprevistas ou com Tarefas conhecidas e muito executadas, com
muitas características variáveis características bastante estáveis
Dificuldade das tarefas Tarefas geralmente difíceis Tarefas quase sempre relativamente fáceis,
mesmo as relatiy^eyçite complexas podem ser
automátizadás seTióüver prática suficiente.
Processo de aquisição Com a pratica, muitos procedimentos de rotina e estáveis p^^m^e tomar automatizados,
de maneira que os processos altamente controlados poderft se tomar parcial ou totalmente
automáticos; a quantidade de prática necessária para a automatização aumenta no caso de
tarefas muito complexas
• Atenção e consciência
provavelmente, você achará essa tarefa difícil. Cada uma das palavras escritas inter
na nomeação da cor da tinta. O efeito Stroop demonstra a dificuldade psicológica
èm tratar seletivamente a cor da tinta e tentar ignorar a palavra impressa com a tinta
^daquela cor. Uma explicação do motivo pelo qual o teste de Stroop pode ser particular-
í^nente difícil é que, para você e para a maioria dos adultos, a leitura, agora, é um proces-
^ so automático. Ele não está facilmente sujeito ao controle consciente (MacLeod, 1996,
O E F E IT O S T R O O P
(a) Leia esta lista de nomes de cores o mais rápido que conseguir. Leia de linha
em linha, da direita para a esquerda.
Vermelho Amarelo Azul Verde
Azul Vermelho Verde Amarelo
Amarelo Verde Vermelho Azul
(b) Nomeie cada uma destas amostras de cor o mais rápido possível. Nomeie
linha por linha, da direita para a esquerda.
(c) Nomeie a cor da tinta na qual a palavra foi impressa o mais rápido que conse
guir. Nomeie linha por linha, da direita para a esquerda.
Vermelho Azul Verde Amarelo
Amarelo * * * Vermelho Azul Verde
Azul Amarelo Verde Vermelho
■ Figura 4.14 Efeito Stroop. Em 1935, John Ridley Stroop observou um fenômeno peculiar de atenção seletiva visual.
Tente implantar o conjunto de tarefas solicitadas acima. Se você for como a maioria das pessoas, achará mais difícil
realizar a tarefa c do que as tarefas a ou b. Durante décadas, desde que o efeito Stroop foi observado pela primeira
vez, foram sugeridos muitos motivos para explicá-lo.
*Você pode visualizar esta imagem em cores no final do livro.
140 CAPITULO 4 • Atenção e consciência
2005). Por esse motivo, você acha difícil não ler as palavras e, em vez disso, concentra-se
na identificação da cor da tinta. Uma explicação alternativa é que a saída de uma respos
ta ocorre quando a via mental para a produção de resposta está suficientemente ativada
(MacLeod, 1991). No teste de Stroop, a palavra cor ativa a via cortical para dizer a pa
lavra. Em contraposição, o nome da cor da tinta ativa a via para nomeação da cor. Mas
a via anterior interfere na posterior. Nessa situação, leva mais tempo para reunir a força
suficiente de ativação para produzir a resposta de nomeação da cor, e não a resposta de
leitura da palavra.
Existem variações do efeito Stroop, incluindo o número Stroop, o Stroop direcional,
o Stroop animal e o Stroop emocional. Essas tarefas são semelhantes ao Stroop padrão.
Por exemplo, no número Stroop, são utilizados numerais por extenso. Assim, a palavra
dois deve ser escrita três vezes, dois dois dois, e o participante deve contar a quantidade
de palavras. Assim como na tarefa Stroop padrão, ler pode interferir na tarefa de con
tar (Girelli et al., 20Ô1; Kaufmann Nuerk, 2006). Uma das variações mais utilizadas é o
Stroop emocional, em que a tarefa básica é modificada para que as palavras coloridas
sejam substituídas ou por palavras emocionais ou por palavras neutras. Os participantes
devem dar nome às cores das palavras. Os pesquisadores acham que o atraso é maior na
tarefa de nomear as cores com palavras emotivas em comparação às palavras neutras.
Esses resultados sugerem que a leitura automática de palavras emotivas causa mais in
terferência do que a leitura de palavras neutras (Bertsch et al., 2009; Phaf e Kan, 2007;
Thomas, Johnstone e Gonsalvez, 2007).
No entanto, em algumas situações os processos automáticos podem salvar vidas. É
importante automatizar as práticas de segurança (Norman, 1976). Isso se aplica princi
palmente às pessoas com ocupações de alto risco, como pilotos, mergulhadores e bom
beiros. Por exemplo, mergulhadores novatos reclamam da frequente repetição de vários
procedimentos de segurança, como soltar a cinta pesada dentro dos limites de uma pis
cina. No entanto, a prática é importante, uma vez que os mergulhadores podem depen
der de processos automáticos diante de eventual pânico em uma situação de emergência
no fundo do mar que coloque vidas em risco. >
Em outras situações, a automatização pode resultar em “insensatez” e ser conside
rada uma ameaça à vida (Kontogiannis e Malakis, 2009; Krieger, 2005; Langer, 1989,
1997): em 1982, um piloto e um copiloto passaram por uma lista de checagem de rotina
antes de decolar. Eles observaram que o anticongelante estava desligado, como deve ser
na maioria das circunstâncias, mas não nas condições de baixa temperatura em que
iriam voar. O voo acabou em um acidente com 74 passageiros mortos. Muitas vezes, a
implantação descuidada de processos automáticos resulta em consequências bem me
nos trágicas. Por exemplo, ao dirigir, podemos ir para casa como de costume em ve* de
parar em uma loja, como intencionávamos fazer. Também podemos derramar um copo
de leite e colocar a caixa de leite no armário em vez de colocá-la no refrigerador.
Ocasionalmente, quando nos distraímos ou somos interrompidos durante a realização de um processo automático, /
ocorrem lapsos. Em comparação com o número de vezes em que o indivíduo se envolve em processos automáticos a
cada dia, os lapsos são eventos relativamente raros (Reason, 1990).
Omissões* A interrupção de uma atividade de rotina Quando vamos a outro cômodo da casa pára
pode causar um lapso de um passo ou dois pegar algo, se uma distração (por exemplo, o
na implantação da parte remanescente da telefone) nos interrompe, podemos voltar ao
rotina. cômodo onde estávamos sem o obMo. ^
Erros causados por Informações sensoriais que recebemos Na intenção de digitar um número conhecido,
dados podem dominar as variáveis pretendidas em caso ouçamos alguém dizer outra série de
uma sequência de ação automática. números, podemos acabar digitando tais
números.
Erros de ativação Associações fortes podem desencadear a Quando esperamos que alguém chegue à
associativa rotina automática errada. porta, se o telefone tocar, podemos atender
dizendo: “Entre!”.
Erros de perda de A ativação de uma rotina pode ser insufici Vamos a outro cômodo da casa para fazer
ativação ente para l e v á - l o final. algo e, ao chegarmos lá, nos perguntamos:
( “O que eu vim fazer aqui?”. Pior ainda é a
sensação desagradável: “Sei que eu deveria
estar fazendo alguma coisa, mas não lembro
o que é”. Algo no ambiente desencadeia a
nossa lembrança.
*As omissões e perseverações podem ser consideradas exemplos de erros na sequência de processos automáticos. Entre os erros desse tipo
estão a sequência incorreta de passos, como tentar tirar as meias antes dos sapatos.
142 ^ CAPÍTULO 4 • Atenção e consciência
Consciência
Nem tudo que fazemos, sobre o que raciocinamos e o que percebemos é necessariamen
te consciente. Podemos estar cientes dos estímulos que alteram as nossas percepções
e avaliações ou podemos ser incapazes de falar a palavra certa em uma frase mesmo
sabendo que sabemos a palavra correta. Esta seção explora a consciência dos processos
mentais e como o processamento pré-consciente pode influenciar a nossa mente. "
to mais tentamos não pensar em alguém ou em algo, mais obcecados ficamos pela
Hpessoa ou pelo objeto.
processamento pre-consciente
g r u m a s informações que atualmente ficam fora da consciência ainda podem estar dis-
JáLnoníveis na consciência ou pelo menos nos processos cognitivos. Por exemplo, quando
Hf víícê penteia o cabelo para um encontro, você consegue penteá-lo embora, muito pro-
J ljt vaVelmente, sua mente esteja em outro lugar, ou seja, no encontro. A informação sobre
como pentear o cabelo está disponível mesmo que não esteja fazendo isso consciente
mente. As informações disponíveis para o processamento cognitivo, mas que atualmente
j@ estão fora da consciência, existem no nível pré-consciente da consciência. A informação
5 |l pré-consciente in clu i recordações armazenadas que não estão sendo usadas em determi-
S l nado momento, mas que podem ser acessadas quando necessário. Por exemplo, quando
Ü l fòlicitado, você pode se lembrar de como era seu quarto. Obviamente, nem sempre você
fjip èstá pensando conscientemente sobre o seu quarto (ao menos, talvez, que você esteja
extremamente cansado). Da mesma forma, as sensações também podem ser trazidas da
pré-consciência para a consciência. Por exemplo, antes de ler esta sentença, você estava
^ consciente das sensações do pé direito? Provavelmente não. No entanto, tais sensações
estão disponíveis para você.
'St- -
s Estudo do pré-consciente - primação
Como é possível estudar situações que, atualmente, estão fora da consciência? Os psi
cólogos resolveram esse problema estudando um fenômeno conhecido como primação.
Na primação, os participantes são apresentados a um primeiro estímulo (o essencial),
"h seguido por um intervalo que pode variar de milissegundos a semanas ou meses. En-
" tão, os participantes são apresentados a um segundo estímulo e fazem um julgamen
to (por exemplo, o primeiro e o segundo estímulos são os mesmos?) para verificar a
# apresentação do primeiro estímulo afetado pela percepção do segundo (Neely, 2003).
O pensamento por trás desse procedimento é que a apresentação do primeiro estímulo
pode ativar os conceitos relacionados à memória que são mais facilmente acessíveis.
;# Suponha, por exemplo, um amigo que lhe conta sobre as férias dele na Flórida e sobre
*31 como ele amou ver as gruas nos pântanos. Posteriormente, você ouve a palavra grua .
Provavelmente pensará no pássaro, e não na máquina utilizada para mover objetos pesa-
^ dos, diferentemente de alguém que não tenha ouvido a conversa anterior sobre pássaros.
A maioria das primações é positiva no que diz respeito ao primeiro estímulo facilitar o
reconhecimento posterior. Mas a primação presente pode ser negativa e impedir o re
conhecimento posterior. Por exemplo, pedem para você resolver diversos problemas de
álgebra que podem ser solucionados com a mesma fórmula e depois pedem para você
resolver outros problemas que exigem outras fórmulas, você pode ter primação negativa
em relação a alguém que não resolveu o primeiro conjunto de problemas com a fórmula
agora irrelevante. 4
Às vezes, estamos cientes dos estímulos de primação. Entretanto, a primação ocor
re mesmo quando os estímulos são apresentados de uma maneira que não permite a
entrada deles na consciência (por exemplo, é apresentado muito brevemente para ser
registrado de modo consciente).
Vamos olhar para alguns estudos que utilizaram a primação. Mareei (1983a, 1983b),
por exemplo, observou o processamento de estímulos que foram apresentados de forma
muito rápida para serem detectados no âmbito da consciência. Em um estudo, Mareei
apresentou aos participantes um estímulo-primo com dois significados diferentes. Um
seria a palavra palma , que pode se referir tanto ao corpo humano quanto a uma planta.
Depois, outra palavra foi apresentada aos pérticipantes, para os quais foi solicitado clas
sificá-la em diversas categorias. Para os participantes que viram conscientemente o essen
cial, a via mental para um dos dois significados (por exemplo, planta) foi ativada e facili
tou (acelerou) a classificação de uma palavra relacionada subsequente. A via para o outro
significado (por exemplo, parte corporal) mostrou um efeito de primação negativo, no
qual foi inibida (desacelerou) a classificação da palavra não relacionada subsequente. Por
exemplo, se a palavra palma for apresentada, a palavra facilita ou inibe a classificação da
144 CAPITULO 4 • Atenção e consciência
palavra pulso, dependendo se o participante associou palma com mão ou com árvore.
Em contrapartida, se a palavra palma for apresentada por pouco tempo, de modo que a
pessoa não a tenha visto de forma consciente, os dois significados podem ser ativados.
Outro exemplo de possíveis efeitos de primação e processamento pré-consciente
pode ser encontrado em um estudo definido como teste de intuição. Esse estudo utilizou
uma tarefa “díade de tríades” (Bowers et al., 1990). Pares (díades) de um grupo de três
palavras (tríade; ver a Figura 4.15) foram apresentados aos participantes. Um grupo de
tríades em cada díade era potencialmente coerente. O outro tinha palavras aleatórias e
não relacionadas. Por exemplo, as palavras do Grupo A, uma tríade coerente, poderiam
ser desempenho, crédito e relatório. Já as palavras do Grupo B, uma tríade incoerente, po
deriam ser ainda, páginas e música. (As palavras do Grupo A podem ser agrupadas sig
nificativamente com uma quarta palavra - cartas [jogar cartas, cartão de crédito, bole
tim]; as palavras do Grupo B não suportam tal relação.) Após a apresentação da díade de
tríades, foram mostradas aos participantes as possíveis opções para uma quarta palavra
relacionada a uma das duas tríades. Então, pediu-se para os participantes identificarem
qual das duas díades era coerente e relacionada à quarta palavra, e qual quarta palavra es
tava ligada à tríade coerente. Alguns participantes não descobriram a quarta palavra
unificadora para determinado par de tríades. No entanto, pediu-se para que indicassem
qual das duas tríades eram coerentes. Quando os participantes não conseguiam verificar a
palavra unificadora, ainda conseguiam identificar a tríade coerente em um nível acima das
probabilidades. Ao que parece, havia algumas informações pré-conscientes disponíveis.
Essas informações os levaram a selecionar uma tríade sobre a outra. Eles fizeram isso mes
mo sem saber conscientemente qual palavra unificou a tríade.
Os exemplos descritos aqui envolvem a primação visual. No entanto, a primação
não precisa ser visual. Os efeitos da primação também podem ser demonstrados por
meio de material de áudio. Os experimentos que exploram a primação auditiva revelam
os mesmos efeitos comportamentais da primação visual. Ao usar métodos de neuroima-
gem, os pesquisadores descobriram que áreas similares do cérebro estão envolvidas em
ambos os tipos de primação (Badgaiyan, Schacter e Alpert, 1999; Bergerbest, Ghahre-
mani e Gabrieli, 2004).
Uma aplicação interessante da primação auditiva foi utilizada com pacientes sob
efeito de anestesia. Enquanto estavam anestesiados, foi-lhes apresentada uma lista de
palavras. Após o efeito da anestesia passar, eles respondiam às perguntas com sim/não e
completavam as letras com as palavras ouvidas. Os pacientes respondiam às perguntas
sim/não. Eles não relataram conhecimento consciente das palavras. No entanto, na tare
fa de completar as letras, mostraram evidências de primação. Os pacientes completaram
as letras com itens que lhes foram apresentados enquanto estavam anestesiados. EssesVe-
sultados demonstram que, mesmo quando o indivíduo não tem nenhuma lembrança de
um evento auditivo, o evento ainda pode afetar seu desempenho (Deeprose et al., 2005).
■ Figura 4.15 A tarefa díade de tríades. Essa tarefa foi apresentada aos participantes com
dois grupos de três palavras (tríades). Uma das tríades continha palavras não relacionadas;
a outra tríade continha palavras de algum modo coerentes. Após os participantes verem as
duas tríades, outra palavra lhes foi apresentada, então, foi-lhes solicitado identificar qual tríade
estava relacionada àquela palavra.
Atenção e consciência • CAPÍTULO 4 145
llessar. Os psicólogos tentaram gerar experimentos que pudessem medir esse fenômeno
foor exemplo, ver Hanley e Chapman, 2008). Em um estudo clássico (Brown e McNeill,
líK>6)> os participantes liam uma grande quantidade de definições do dicionário. Por
flfemplo, poderiam receber a dica: “instrumento usado por navegadores para medir o
jugulo entre um corpo celeste e o horizonte”. Foi-lhes solicitado identificar as palavras
mie correspondiam a esses significados. Esse procedimento constituía um jogo seme-
Sihante ao apresentado em programas televisivos de perguntas e respostas. Alguns parti
cipantes não conseguiram apresentar a palavra, mas achavam que a conheciam. Ainda
assim, identificaram as primeiras letras, o número de sílabas ou o som aproximado dos
1vocábulos. Por exemplo, começa com “s”, tem duas sílabas e soa como “sexteto”. Por fim,
S alguns participantes descobriram que a palavra procurada era “sextante”. Esses resultados
l ihílicam que informações prévias pré-conscientes, embora não estejam totalmente acessí-
1 veis ao pensamento consciente, estão disponíveis para os processos de atenção.
O fenômeno da ponta da língua é aparentemente universal. É observado em falan
tes de muitos idiomas diferentes. Os bilíngues vivenciam mais a ponta da língua que
£ os monolíngues; isso pode acontecer por conta de o bilíngue utilizar uma das línguas
com menos frequência que os monolíngues (Pyers, Gollan e Emmorey, 2009). Também
& é observado em pessoas com limitações de leitura ou analfabetas (Brennen, Vikan e
Dybdahl, 2007). Os adultos mais velhos têm mais experiências de ponta da língua se
f comparados a adultos mais jovens (Galdo-Alvarez, Lindin e Diaz, 2009; Gollan e Brown, * j
V VERIFICAÇÃO DE CSNCEITOS
1. Como o processo mental se torna automatizado?
2. O que é primação e como pode ser estudada?
3. Quais são os sintomas observados em um indivíduo que apresenta
blindsight?
RESUMO
1. É possível processar ativamente a informação mesmo que não estejamos cientes
dessa ação? Em caso afirmativo, o que é processado e como isso é feito? Ao passo
que a atenção compreende todas as informações que o indivíduo manipula (uma
parte das informações disponíveis na memória, nas sensações e em outros processos
Atenção e consciência • CAPÍTULO 4 147
* TERMOS-CHAVE
agitação, p. 132 busca de conjunção, p. 118 processos automáticos, p. 136
apresentação dicótica, p. 121 cegueira de mudança, p. 134 processos controlados, p. 136
atenção, p. 113 cegueira inatencional, p. 134 sinal, p. 115
atenção dividida, p. 127 consciência, p. 114 teoria da detecção de sinal (TDS),
atenção executiva, p. 132 detecção de sinal p. 115 p. 115
atenção seletiva, p. 120 distração, pH 17 teoria da integração de características,
automatização, p. 137 efeito Stroop, p. 138 p. 118
blindsight, p. 145 fenômeno da ponta da língua, p. 144 vigilância, p. 116
busca, p. 117 primação, p. 143
busca de característica, p. 118 problema coquetel, p. 121