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VAN IANOVACK
1ª Edição — 2019
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obra, através de quaisquer meios — tangível ou intangível — sem o
consentimento escrito da autora.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido
pelo artigo 184 do Código Penal.
Sumário
SINOPSE
PRÓLOGO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XXX
CAPÍTULO XXXI
CAPÍTULO XXXII
CAPÍTULO XXXIII
CAPÍTULO XXXIV
CAPÍTULO XXXV
CAPÍTULO XXXVI
CAPÍTULO XXXVII
CAPÍTULO XXXVIII
CAPÍTULO XXXIX
CAPÍTULO XL
CAPÍTULO XLI
CAPÍTULO XLII
CAPÍTULO XLIII
CAPÍTULO XLIV
CAPÍTULO XLV
CAPÍTULO XLVI
CAPÍTULO XLVII
CAPÍTULO XLVIII
CAPÍTULO XLIX
CAPÍTULO L
CAPÍTULO LI
CAPÍTULO LII
CAPÍTULO LIII
CAPÍTULO LIV
CAPÍTULO LV
EPÍLOGO
AGRADECIMENTOS
REDES SOCIAIS
MINHAS OBRAS NA AMAZON
PROXIMOS LANÇAMENTOS
SINOPSE
Mikhail Volkov é filho de Vladimir e Irina Volkov.
Vladimir sempre foi um homem rígido e religioso, criou os
filhos gêmeos Ivan e Mikhail em um ambiente austero e frio. Ao
chegar do interior da Rússia com sua família, se escandaliza ao
deparar-se com estilo de vida brasileiro. Vladimir resolve fundar sua
própria igreja, a Congregação Filhos de Javé, com a missão de
resgatar almas do pecado.
Mikhail sempre foi avesso as crenças dos pais, acreditava
na existência de Deus e até mesmo fazia suas orações, mas não
aceitava levar o mesmo estilo de vida. Já Ivan era o oposto de
Mikhail, acreditava piamente que todas as doutrinas impostas pelo
pai o levaria a caminho da salvação.
Mikhail aos 28 anos, médico formado, leva um estilo de
vida totalmente o oposto de sua família, o levando a manter uma
relação conflituosa com seu pai. Em uma discussão com Vladimir,
Mikhail resolve sair e extravasar sua tensão em seu local favorito,
Dominus, um clube de sexo na cidade vizinha.
Mikhail acaba alcoolizado, obrigando um dos funcionários
a acionar seu contato de emergência. Ivan ao receber o telefonema
sobre o estado de seu irmão resolve ir atrás de Mikhail, e consegue
resgatá-lo.
No caminho de volta pra casa eles sofrem um acidente,
onde Ivan morre e Mikhail adquiri uma lesão na perna, o obrigando
a usar bengala. Ao sentir-se culpado pelo falecimento do irmão,
Mikhail muda totalmente sua forma de vida, se tornando tão rígido
quanto Vladimir e assumindo a esposa de seu irmão.
Dez anos se passam desde a morte de Ivan. Mikhail hoje é
viúvo com 38 anos e assumirá o cargo de Pastor de sua igreja, mas
para assumir esta posição será obrigado a casar-se novamente.
A escolhida era Hadassa Mendonça, a filha mais nova de
Isaac e Helena Mendonça, o casal que era um dos membros mais
antigos da Congregação. Hadassa, uma jovem de apenas 20 anos,
era o oposto do que sua aparência frágil demonstrava, ela tinha
sede de vida. Hadassa não queria aquele casamento.
PRÓLOGO
MIKHAIL VOLKOV
JANEIRO 2008
- Mikhail você vai pra Congregação hoje. Hoje é dia culto,
a Congregação completa 18 anos, e você não vai?
- Pai, eu sou um homem que droga! Sou médico formado,
tenho meu próprio consultório. Não entendo essa mania de me
tratar como criança, só porque não sigo suas crenças. Eu não me
sinto bem lá, todos me olham como se fosse uma aberração, desde
que voltei da faculdade.
- Claro, você voltou cheio de ideias duvidosas, questionava
todas as doutrinas da igreja e dava respostas atravessadas a vários
irmãos.
- Um bando de hipócritas, toda vez que vou lá é sempre
uma provocação, uma indireta, e se eu responder ainda passo como
errado. Como eu voltaria a frequentar um lugar que ao invés de me
dá conforto, me dá julgamento?
- Você é tão diferente de Ivan... Porque não me respeita
como ele? Se ouvisse meus conselhos já estaria casado,
começando sua família.
- E tendo um casamento tão infeliz quanto o dele. Me
desculpe pai se eu não sou um filho tão perfeito quanto Ivan, mas
não posso mudar o que sou.
- Aí que você se engana, se você permitir a verdadeira
mudança vem. O problema é que já se acostumou com essa vida de
fornicação desenfreada. Luxúria é pecado Mikhail, e um dia você
prestará contas do que está fazendo.
JANEIRO 2018
Eu não imaginava que naquele mesmo dia eu prestaria
contas de toda aquela luxúria desenfreada. Hoje completa 10 anos
da morte de meu irmão gêmeo Ivan Volkov.
Ivan e eu apesar de muito parecidos fisicamente, não
éramos gêmeos idênticos. E apesar dele seguir fielmente os
ensinamentos de nosso pai, nossa relação era de cumplicidade.
Ivan não me julgava e nem eu a ele, eu amava meu irmão assim
como amava e amo meus pais.
Naquela noite eu saí de casa extremamente irritado, as
discussões entre meu pai e eu vinham aumentando com frequência,
e eu não suportava mais aquilo. Então resolvi ir para o meu refúgio,
ao Dominus, um clube de sexo ao qual eu era sócio. Eu havia
bebido demais, e de lá ligaram para meu contato de emergência,
Ivan. Ele veio me buscar, mas na volta devido a pista escorregadia
sofremos um acidente, capotando com o carro em uma curva.
Ali minha vida mudou, eu deixei de ser o homem egoísta e
libertino, para me tornar um homem de costumes totalmente
avessos a essas práticas.
Eu fui virgem até meus 19 anos, aos 18 entrei para
FMUSP*, e pela distância casa/ faculdade meus pais optaram por
alugar um apartamento. Nós morávamos em Águas da Prata, uma
cidade do interior paulista que faz divisa com Minas Gerais, então ir
e vir tornou-se inviável.
No início do semestre eu era um ávido missionário, tentava
trazer aos meus colegas a palavra, alguns chegavam a me evitar
por conta disso. Já no segundo semestre eu fui começando a ser
seduzido pelo mundo, e o meu calcanhar de Aquiles foi o sexo.
Amanda... Esse foi o nome da menina com quem perdi a virgindade,
Vitório meu amigo da faculdade foi quem nos apresentou. Vitório
insistiu para fazermos uma "social" em meu apê, e acabei
concordando. Nessa festa eu descobri o prazer que era estar entre
as pernas de uma mulher. Me lembro de ter dado oito naquela noite,
eu gozava rápido mas meu pau nem mesmo descia ou ficava meia
bomba, foram 19 anos de tesão acumulados. Amanda ficou
surpresa porque mesmo inexperiente a fiz gozar, então passamos a
fazer sexo frequentemente.
Depois de Amanda vieram outras, muitas outras, e meu
comportamento já não era mais o mesmo. Eu passei a me sentir
culpado, e deixei de frequentar a casa dos meus pais aos fim de
semana, alegando muito estudo. De certa forma não era mentira eu
só fazia duas coisas, estudar e trepar.
Por volta dos 20 anos entrei para um clube de sexo através
de Vitório, lá experimentei diversos tipos de modalidades de sexo:
BDSM, GANGBANG, MÉNAGE, BUKKAKE, e etc... Eu gostava de
quase tudo, exceto sexo com parceiros do mesmo sexo, ou práticas
que envolvessem excrementos. Mulheres casadas estavam também
fora de questão, independente do aval e/ou participação do marido.
Aos 26 anos estava me formando e prestes a voltar a
cidade. Optei por me especializar em pediatria mas atuava também
como clínico geral. Como presente papai abriu um consultório no
centro de Águas da Prata, senhor Vladimir acreditava que eu ainda
era o mesmo de antes, mal sabia o quão corrompido seu filho
estava. Na minha família o único pra quem contei toda minha vida
de luxúria foi Ivan.
Ivan havia ganho duas bolsas, uma de 100% no curso de
Pedagogia, e outra de 90% em Teologia em uma faculdade local.
Acabou não mantendo contato com esse mundo ao qual eu havia
conhecido.
Enquanto eu trepava com várias das filhas dos membros da
Congregação, exceto as virgens, Ivan já havia casado desde os 23
anos. Isso me fez ganhar má fama na Congregação e daí
começaram as brigas.
Nossos pais eram donos do IEC-Instituto de Ensino
Cristão. Meus pais eram professores, papai formado em
matemática, e mamãe em história. A intenção era que
assumíssemos a administração da escola, mas eu optei por
medicina, e Ivan como sempre seguiu os planos de papai.
O intuito do IEC era justamente fazer com que as crianças
da Congregação não mantivessem tanto contato com o mundo fora
da nossa bolha. As maiores reclamações dos pais eram que, os
filhos aprendiam muitas coisas mundanas nas escolas, além de
sofrerem bullying. Ivan e eu sabíamos disso como ninguém, foram
anos servindo de chacotas, mas não nos importávamos muito. Na
verdade meu irmão não se importava muito, eu era quem sempre
brigava na escola.
Ivan era o filho perfeito, meu pai não escondia sua
predileção. Com a morte de Ivan, resolvi compensar da melhor
maneira aquilo que eu o havia tirado. Eu me tornei tudo que meu pai
queria, me casei com Elza, a esposa de meu irmão.
Elza era uma mulher boa, mas gélida na cama e isso
ajudou no meu processo de "cura". Eu fazia sexo todos os dias, mas
tive que abrir mão de vários hábitos. Em seus sermões papai
sempre deixava claro que não deveríamos alimentar os desejos
carnais, que mesmo após casados, deveríamos ter ordem e
decência em nossos atos.
Elza como uma fiel seguidora de seus ensinamentos, agia
ao pé da letra. O máximo que transávamos eram 2 vezes por
semana e havia a necessidade de usar lubrificante, ela parecia
nunca se excitar. Era bem difícil pra mim, eu sou um homem grande
com meus 1,90, e meu pênis seguia o mesmo padrão. (Pênis? O
Mikhail de 10 anos atrás teria me dado um chute no traseiro
dizendo: - É pau, imbecil. )
Elza ficou arrasada ao se descobrir estéril, e o sexo
diminuiu mais ainda, já que para ela a intenção do mesmo era
apenas para procriar. Nossa doutrina não condenava o sexo, nem
mesmo o dizia ser apenas para procriação. Mas condenava muitas
práticas, sexo oral e anal por exemplo. Soube que haviam alguns
casais que optaram por seguir o sexo missionário, que consistia na
posição papai e mamãe com um lençol entre eles. Claro isso era
escolha do casal nada disso era imposto, mas de qualquer forma
apesar de não haver um lençol entre Elza e eu, o nosso sexo era
apenas com todas as luzes apagadas. Eu me sentia mal e por isso o
evitava, na verdade só cumpríamos nossa obrigação.
Certa vez, no início do casamento sugeri fazer um oral para
lubrifica-la, e ela quase fez um escândalo. Eu fui me acostumando,
mesmo as vezes sentindo meu corpo em brasas ansiando por um
bom sexo de verdade. Depois de 8 anos juntos, Elza faleceu vítima
de um aneurisma cerebral. Foi enterrada em nossa propriedade ao
lado de Ivan, por quem sempre achei que foi apaixonada.
Eu já estava há quase dois anos viúvo, e meu ordenado a
Pastor preste a sair, mas a exigência seria o casamento. A ideia me
desagradava muito, ter que viver um casamento fracassado de novo
não estava em meus planos. Mas era o que meu pai queria, era o
que Ivan faria.
Minha mãe ficou com a missão de escolher a minha futura
esposa. E a sua escolha não me surpreendeu, ela optou por uma
das filhas de Presbítero Isaac, um dos membros mais respeitados
da Congregação.
Isaac junto a mais dois membros compunham o conselho
ministerial. Isaac tinha duas filhas, Esther e Hadassa. Esther em
seus 26 anos exibia a beleza elegante e clássica que muito se
assemelhava à uma Kate Middleton da vida. Já Hadassa com
apenas 20 anos possuía uma beleza selvagem. Seus olhos não me
enganavam, por baixo daquela áurea angelical, havia um fogo que a
consumia. O mesmo fogo que eu pensava ter virado cinzas em mim.
Agora estávamos aqui na casa de Isaac resolvendo meu
futuro casamento.
- Tem certeza querida?
Meu pai questiona a minha mãe.
- Absoluta.
- Bom Isaac, como sabe Mikhail será ordenado a pastor,
por tanto precisa se casar. Como já havíamos falado uma de suas
filhas será a futura esposa de meu filho.
- É uma honra Reverendo.- Meu futuro sogro diz, com
sorriso amplo nos lábios.
- Como nosso costume, estamos aqui como pais para
oficializarmos o noivado. E a escolhida é Hadassa.
A garota que bebia seu chá entra em uma crise de tosse se
engasgando com a bebida, por certo surpresa pela escolha. Eu
confesso também está bastante surpreso, Hadassa era muito mais
nova que eu, além de Esther possuir a predileção de Isaac e meu
pai. Esther estava com os olhos saltados, emanando fúria para a
irmã, parece que ela contava em ser a escolhida.
Eu estava dividido uma parte de mim preferia Esther, seria
mais fácil lidar com ela, ela parecia realmente a esposa troféu. Mas
a parte que era comandada pelo Mikhail de anos atrás, estava
dando um mortal de alegria querendo desvendar mais daquela
menina.
- A senhora tem certeza irmã Irina, Hadassa é muito jovem.
São dezoito anos de diferença.
Presbítero Isaac diz parecendo não muito satisfeito com a
escolha.
- Ele poderia ser pai dela. -Ouvimos então Ester diz.
Enquanto Hadassa permanecia estática, o rosto corado, os
lábios vermelhos alguns fios caídos no rosto, tudo efeito de um
engasgo, imagina sobre o efeito de um orgasmo. Quê? Da onde me
veio isso? Isso não era bom, nem casamos e já a imagino em minha
cama.
- Poderia, mas não é. Tenho certeza que Hadassa será a
melhor escolha para Mikhail.
- E eu confio na senhora mamãe. Eu posso Presbítero?
Perguntei já me levantando com minha bengala, e
pegando o anel de família da minha calça.
- Claro meu filho! Hadassa vá até seu noivo.
Hadassa saiu de seu transe e caminhou até mim, suas
mãos estavam trêmulas.
- Hadassa aceite esse anel como símbolo de meu
compromisso e respeito por você.
Disse olhando em seus olhos e levando a mão com anel
até meus lábios. Ela parecia hipnotizada, a respiração errática junto
com o sopro vindo de sua boca com cheiro de chá de hortelã, fez
com que algo que há muito tempo não sentia viesse a tona
novamente. Eu queria seus lábios, queria beijá-la como nunca quis
beijar alguém antes.
Somos tirados de nossa bolha com Irmã Helena nos
entregando um pequeno cálice contendo uma pequena dose de
vinho.
- À um casamento próspero e cheio de bênçãos.
- Assim Javé deseje.
Eu sabia, eu senti naquela noite que deveria me policiar, e
ser com Hadassa mais duro do que deveria, aquela seria a única
forma de não cair em seus encantos, e trazer a tona toda LUXÚRIA
em mim guardada.
CAPÍTULO I
HADASSA MENDONÇA
- Você acha que engana todo mundo com essa cara de
santinha, mas eu bem sei o tipo de pervertida que você é... Aposto
que nem virgem você deve ser, e quando o Mikhail perceber isso,
caso esse casamento realmente aconteça, eu estarei lá para
consolar o meu homem. Porque ele era meu e você o tomou, era eu
quem deveria está com esse anel.
- Quer saber Esther, dane-se você e esse anel, eu não
queria está nesse noivado e você sabe muito bem disso. Eu queria
sair dessa droga de cidade, que mantém-se no domínio dos
Volkovs, quero me formar e viver minha vida do meu jeito, sem
essas regras estúpidas que nossos pais nos impuseram.
- Regras? Vai me dizer que quer renunciar a Javé
também? Se quiser faça isso agora mesmo, automaticamente se
tornará inapta para o casamento e eu assumirei seu lugar.
- Eu não vou renunciar a Javé está louca? Eu só não
concordo com as doutrinas que vivemos, é disso que quero me
afastar, não dEle. Mas infelizmente parece que algo sempre me
prende a esse lugar essa vida. Papai estava quase concordando
com meu trabalho...
- Se quiser te ajudo a se livrar do noivado.
- Sei... Sua maneira seria me desmoralizar para todos, eu
te conheço Esther, você é egoísta demais. Nunca houve nada de
amor fraternal em você, sempre me maltratando, me fazendo levar a
culpa pelas coisas que você fazia. Só não esqueça que se me
desmoralizar para todos, nossa família também sofrerá e eu duvido
que Vladmir Volkov aceitará sua união com Mikhail. Tente convencer
Irina afinal foi ela quem me escolheu.
- Irina... Não adianta, eu bajulei essa mulher durante todos
esses dois anos desde que Mikhail ficou viúvo. Talvez você a
convença, ela pareceu simpatizar com você.
- Pode ser...
- Você pode ir visitá-la dizendo que deseja conhecê-la
melhor, marque a visita eu vou com você. Aproveito e vejo Mikhail.
- Por mim...
Agora eu estou a espera de Irmã Irina na biblioteca da
mansão Volkov, que é imensa. Apesar de grande e imponente a
casa possui uma decoração um pouco antiquada e austera. Eu me
aproximo das grandes janelas de madeira e vejo a quantidade de
verde ao redor. A propriedade é uma pequena fazenda que possui
um haras, eu soube por uma das meninas da congregação que meu
"noivo" é apaixonado por cavalos. Daqui eu consigo observar Esther
que está feito uma idiota babando em Mikhail, enquanto ele monta
em seu cavalo.
Eu não sou idiota, e nem cega de dizer que Mikhail Volkov
é um homem desinteressante, muito pelo contrário, Mikhail era um
dos homens mais lindos que já havia visto na vida. Os cabelos
castanhos escuros contrastavam com sua pele branca e íris azuis.
Apesar dos seus trinta e oito anos, ele colocava 98% dos caras da
minha faculdade no chinelo. Na congregação houve uma comoção
por parte das irmãs para consolá-lo após ficar viúvo. As visitas feitas
a fazenda Volkov eram frequentes, os próprios pais traziam suas
filhas como uma maneira sutil de dizer, ficaremos muito gratos se
aceitar nossa filha como prêmio de consolação.
A verdade é que os Volkovs além de ricos, eram grandes
formadores de opinião aqui em Águas da Prata. Eles tinham uma
clínica de saúde que era administrada por Mikhail, e o IEC - Instituto
de Ensino Cristão um dos melhores colégios da região. Porém para
estudar no IEC você deveria pertencer a CFJ (Congregação Filhos
de Javé), ou a alguma outra instituição religiosa "parceira". Nossa
congregação era grande, possuía 600 membros, os cultos sempre
lotavam apesar dos sermões serem sempre repetitivos. Isso me
lembra da vez que Mikhail ministrou um sermão, onde ele falava
sobre a Luxúria.
" Não se deixem seduzir pelos desejos da carne. Lembrem-
se que tudo vos é lícito porém nem tudo os convém. Nós devemos
dominar nossos desejos e não ao contrário, o homem dominado
pelos seus instintos e desejos nada mais é que um animal, e não
um filho de Javé. Sejam sábios ao coabitarem com seus cônjuges
nossa boca foi feita apenas para proclamar as boas novas. Nosso
corpo é santo então não devemos fazer uso de nada que é contrário
a natureza "
Em resumo nada de sexo em excesso, nem oral e muito
menos anal. Depois desse dia eu passei a sentir pena da mulher
dele. O homem deveria ser um tédio na cama. E era a isso que eu
estava fadada, a perder a virgindade, e transar o resto da vida com
um homem que achava que sexo era apenas pra procriação.
Era um desperdício um homem tão gostoso, com
aparência máscula e viril ser tão travado no sexo. Eu ainda sou
virgem, mas já dei muitos amassos e permiti que Enzo meu "affair"
me chupasse. Nossa... Foi tão bom gozar na boca de um homem.
Eu me masturbava com frequência assistindo pornô, quando Enzo
me propôs me dá esse tipo de prazer eu não neguei. Eu sempre tive
minha libido alta, e só era virgem porque eu ainda morava e
dependia dos meus pais. Eu estava prestes a começar a trabalhar
próximo a minha faculdade, com o tempo eu juntaria um dinheiro
para um depósito, e alugaria uma quitinete então seria livre. Sem
doutrinas, sem amarras, livre pra ser como uma mulher da minha
idade.
Na faculdade ninguém sabia da existência da "irmã"
Hadassa. Eu havia costurado em minha mochila um fundo falso,
onde eu deixava o meu smartphone com outro número que havia
ganho da minha melhor amiga Renata. Nele eu tinha meu Instagram
e WhatsApp. Meu insta além de privado, a foto de perfil era o
desenho de uma mulher branca com longos cabelos castanhos, e
olhos da mesma cor, procurei colocar um avatar parecido comigo.
Umas das doutrinas da CFJ era que não poderíamos
mexer no comprimento do cabelo, usar maquiagem, brincos, ou
quaisquer bijuterias ou joias. Nós deveríamos usar apenas a aliança
e um relógio no máximo, as roupas eram sempre saias, ou vestidos
abaixo dos joelhos de mangas, mesmo que fossem curtas, nada de
alças, decote então nem pensar.
No fundo falso de minha mochila, além do celular, eu
levava batom, rímel, lápis, pulseiras, brincos de pressão, enfim tudo
que eu não poderia usar. A transição da irmã Hadassa apenas para
Hadassa, era feita no carro de Renatinha que sempre me buscava
na parada de ônibus. Renata era a única que sabia de tudo da
minha vida, ela era minha melhor amiga.
Eu gostaria de dizer que minha mãe era minha melhor
amiga mas não era o caso. Não que dona Helena fosse uma mãe
ruim, longe disso ela era maravilhosa, carinhosa, porém
extremamente submissa ao meu pai. Além de claro ser muito grata
a Congregação por tudo que fez a nossa família. Meu pai era
alcoólatra e viciado em jogo, certa vez ele perdeu todo seu salário
em uma aposta. Nós ficamos um mês vivendo das doações do
departamento de Ação Social da CFJ, que hoje é administrado por
minha mãe. Nessa época minha mãe já frequentava a
Congregação, mas não havia ainda se batizado. O Reverendo
Vladimir foi até nossa casa, e em uma conversa com ele, meu pai
aceitou se internar no Refúgio, um centro de recuperação que fica
dentro da Fazenda Volkov, em uma parte bastante afastada da
mansão.
Eu tinha apenas quatro anos quando os dois se
batizaram, e hoje meu pai ocupa o cargo de Presbítero. Somente os
presbíteros, chamados também de anciões podem fazer parte do
Conselho Ministerial. Há uma hierarquia dentro da Congregação,
onde o Reverendo fica no topo da pirâmide. Membros < Diáconos <
Pastores < Presbíteros < Reverendos
Eu não podia negar que a CFJ e suas obras de
assistência social ajudava muitas pessoas. Eu adorava ajudar minha
mãe nas ações sociais que fazíamos em alguma área carente.
- Acho que era você quem deveria está lá com seu noivo.
Eu me viro assustada, estava tão presa em meus
pensamentos que não notei a chegada de Irina.
- Oh desculpe Irmã Irina eu não a ouvi chegando. Javé
esteja contigo.
- Contigo esteja Javé. Sente-se Hadassa, e por favor
somente Irina.
- Sim claro, como quiser, mas é o costume de chama-la
assim.
Irina sorri acenando com a cabeça, os olhos astutos me
avaliando.
- Então Hadassa a que devo sua visita, espero que seja por
conta dos preparativos do casamento.
Droga, isso não vai ser tão fácil quanto pensava...
CAPÍTULO II
HADASSA MENDONÇA
- Irm... Quer dizer Irina, eu sei que é costume a mãe do
noivo escolher sua futura nora, uma vez que não existe namoro em
nossa doutrina, mas...
- Mas?
- Eu não quero me casar agora, ainda sou muito jovem eu
quero concluir minha faculdade, trabalhar. E tem Esther, acho que
minha irmã está apaixonada por Mikhail, imagina quão
constrangedora seria essa situação. Eu acredito que cometeu um
equívoco Irina, minha irmã é a melhor opção pra ser a Sra. Volkov.
- Humm... Pois eu não acho. Você foi aluna de Ivan não
foi?
- Sim fui. Ele era meu professor favorito.
- Eu sei Shtorm, era assim que ele a chamava, não é
mesmo? Ivan tinha um carinho muito grande por você. Você sabe o
que significa shtorm Hadassa? - eu meneio minha cabeça em sinal
de negação e ela continua – Tempestade, shtorm, significa
tempestade. E em terra árida uma pequena chuva não resolveria.
Sabe Hadassa, ele me contou que você o flagrou, e o fato de nunca
ter contado nada a ninguém só prova que você é sim a melhor
opção para ser a nova Sra. Volkov.
- Eu não sei do que a senhora está falando.
Na verdade eu sabia, mas aquele era um segredo de Ivan,
e eu nunca o revelaria pra ninguém, nem mesmo pra sua mãe, se
ela estava tentando arrancar uma confirmação minha ela não teria.
Mas mesmo não obtendo minha confirmação, eu vejo Irina abrir um
franco sorriso.
- Vamos Hadassa, vamos ver seu noivo.
- A senhora não vai desistir, não é?
- Se havia alguma dúvida da minha parte, ela acabou agora.
Irina nos conduziu a saída da mansão direto ao estábulo, já
que Mikhail não estava mais montando em seu cavalo. Assim que
entramos pude vê-lo com o seu cavalo que era lindo por sinal.
Esther estava feito uma pateta parada babando em Mikhail.
- Mikhail, moy syn (1).
Mikhail se vira, e o baque de vê-lo de forma casual, sem os
seus ternos alinhados e engomadinhos faz uma sensação de euforia
se instalar por meu corpo, em pensar que isso tudo será meu... Eu
balanço a cabeça tentando repelir os pensamentos. Do que adianta
ser tão lindo? Provavelmente também havia aderido a técnica do
lençol. Alguns dos membros faziam uso dessa prática, eles cobriam
as mulheres com lençol e deixava apenas um buraco no mesmo
para que houvesse a penetração. Nenhum de nossos pastores ou
anciões fizeram disto uma doutrina obrigatória, na verdade a ideia
veio do Pr. Joaquim. Joaquim era apenas dois anos mais velho que
Mikhail mas era o mais rígido dos pastores. Mikhail e ele eram
próximos, então provavelmente compartilhavam o mesmo
pensamento. Eu volto ao presente quando Irina volta a falar.
- Hadassa, sua noiva veio nos fazer uma visita, ela
concordou em acelerar o casamento para daqui à dois meses.
Eu arregalo os olhos. e Esther fica mais pálida do que já é.
- Javé esteja contigo Hadassa. - Mikhail diz pegando minha
mão e beijando minha aliança. Esse era o máximo de contato que
os noivos poderiam ter antes do casamento - Fico feliz que tenha
aceitado, fiquei com receio que não quisesse antecipar por conta da
escolha do vestido, essas coisas...
- Contigo esteja Diácono Mikhail.
- Esther querida, por favor preciso lhe entregar algumas
coisas para que possa dar a Helena. Mikhail, leve Hadassa para
conhecer a sua futura casa. Vamos Esther.
Esther passa por mim me olhando com fúria, mas se não
consegui nada com Irina, talvez Mikhail consiga fazê-la desistir
dessa ideia louca de me escolher ao invés de Esther.
Provavelmente era isso que ele gostaria, Esther era elegante e
polida, tinha 1,70 pesava em torno de cinquenta quilos. Eu tinha
1,60 e pesava cinco quilos a mais que ela, como vestia sempre
roupas mais larguinhas, eu parecia ser muito mais magra do que
realmente era.
Eu me aproximo da baia onde o cavalo está e o acaricio.
Mikhail olha a cena parecendo... Chocado?
- Ele é lindo. É um árabe?
- Sim ela é uma árabe, não sabia que entendia de raças...
- Nossa é fêmea. Quanto a raça, só um pouco, o pai da
minha melhor amiga cria alguns. Qual o nome dela?
- Shtorm. Ivan quem escolheu.
- Por que tempestade? Ela é tão mansa e dócil.
- Shtorm não é dócil, pelo menos não para os outros,
pergunte a sua irmã. Ela quase a mordeu.
Eu sorrio e continuo a acariciar a égua, eu posso sentir
Mikhail me observando.
- Vamos Hadassa, vamos conhecer nossa casa.
Mikhail pega sua bengala que o deixa com ar mais austero,
e me conduz em direção da "nossa casa". Eu tento ignorar o frio na
barriga que me dá ao imaginar nós dois debaixo do mesmo teto,
dividindo a mesma cama. Nós caminhamos em silêncio até
avistarmos a casa. Eu avisto a casa no topo de uma pequena
elevação de terra. Uaaau ela é suspensa...
- Nossa... Ela é linda, e acordar todos os dias com essa
vista deve ser maravilhoso.
- Sim é... Na verdade eu pedi para que a construísse após
Elza ter falecido, nós morávamos na casa principal, e eu achei que
se fosse casar novamente, minha próxima esposa iria querer um
lugar onde tivessem nossas próprias lembranças. Ela já está
mobiliada e decorada, mas caso queira modificá-la sinta-se à
vontade.
Nós andamos mais um pouco, pelo canto dos olhos vejo
Mikhail retirar a chave do bolso e abrir a casa. Caramba! É linda!
Não tem nada a ver com a mansão. Ela é arejada, moderna e com
uma vista de tirar o fôlego.
- Como eu disse é tudo novo, mas se quiser redecorá-la.
- É perfeita...
- Que bom que gostou. Venha comigo por favor.
Nós subimos as escadas e andamos até o corredor e
paramos na última porta. Ele abre e me dá passagem, eu entro e
enrijeço ao notar que é seu quarto. Eu vacilo vendo o cômodo que
ele dorme, porque tudo aqui tem seu perfume. O cheiro amadeirado
que emana de seu corpo está presente em todo o lugar.
- Essa é a nossa suíte, particularmente é o lugar que mais
gosto da casa, acredito que você também vá gostar.
Ele fala com o corpo bem próximo ao meu, sua respiração
está próxima a minha orelha. Um arrepio percorre meu corpo, e um
som abafado sai de sua boca. Não o Mikhail que eu conheço, não
faria isso propositalmente. Vamos ver até onde ele vai. Eu giro meu
corpo, e vejo alguns pelos escapando pelo botão aberto de sua
camisa, engulo a seco e umedeço meus lábios com a língua, Mikhail
acompanha o movimento.
- E como tem tanta certeza que eu gostaria em específico
desse cômodo?
Ele parece despertar de um transe e sua expressão se
fecha.
- Venha, eu lhe mostro.
Nós passamos por um closet imenso, e acabamos entrando
no que parece um mini spa.
- Caramba, esse espaço é um sonho.
- Essa parte em específico, é a única que não está
autorizada a passar por reforma.
O lugar é lindo, o homem ao meu lado é lindo, mas eu não
queria aquele casamento, não quando minha vida estava traçada à
ser apenas uma boneca nas mãos de meu marido. Uma vez ouvi
uma frase de uma atriz e filantropa americana, e fiz desse meu
objetivo de vida.
"Descubra quem você é e seja de propósito."
Dolly Parton
Eu ainda tinha vinte anos, e precisava me descobrir,
descobrir o mundo. Meu sonho era ir morar no Rio de Janeiro com
Renatinha, e viver do meu trabalho.
- Hadassa? Você ouviu o que eu falei?
- Ouvi, ouvi sim Sr. Volkov. Eu não tenho intenção em
redecorar nada, além do fato de tudo ser de extremo bom gosto. Eu
não sei se consigo prosseguir com esse noivado. E-eu sou muito
nova e... Eu vim conversar com Irina, fazê-la mudar de ideia. Esther
gosta do senhor, ela seria melhor escolha.
Eu observo a expressão de Mikhail, ele parece não ter
gostado do que acabei de falar.
- Foi por isso que minha mãe quis adiantar o casamento?
Me considera velho demais pra você? Sente repugnância por mim?
- Não, não é isso, o senhor é um homem muito bonito.
- Não me chame de senhor, apenas Mikhail, em breve
estaremos casados e deverá me chamar assim. Para o seu próprio
bem eu vou fingir que essa conversa não aconteceu, eu não quero
ter que contar a Isaac que sua filha quis burlar nossa doutrina, e
passou por cima de sua palavra.
- Mas...
- Nem mais uma palavra, se conforme com esse
casamento. Porque ele vai acontecer, você querendo ou não, foi o
que ficou acordado entre nossos pais.
- T-tudo bem...
- Vamos, não é de bom tom ficarmos muito tempo aqui
sozinhos.
Mikhail mudou totalmente sua postura, agora era o pastor
que estava comigo não o meu noivo. Eu fiquei atordoada com a sua
fala, estava aérea, perdida. E ao tentar descer o degrau da varanda,
eu me desequilibrei, e quando Mikhail foi me segurar, sua mão ficou
em contato direto com minha cintura por baixo da bata que eu
usava. Nós ficamos muito próximos, se seus dedos subissem mais
um pouco, esbarrariam em meus mamilos entumecidos pelo calor
que vinha de suas mãos grandes. Encostei minha cabeça em seu
peito, e ele parecia inalar o cheiro do meu shampoo de erva doce
em meu cabelo. Sua respiração parecia tão irregular quanto a
minha, e seu coração batia forte, provavelmente do susto que levara
com meu quase tombo. Suas mãos permaneciam embaixo de minha
bata, e nenhum de nós parecia dispostos a cortar esse contato. Mas
a iniciativa de quebrar o momento obviamente partiria dele. Suas
mãos desceram até meu quadril, então ele deu um passo pra trás.
- Se machucou?
- Não. Está tudo bem.
Não estava tudo bem, eu estava me sentindo atraída,
extremamente atraída pelo carcereiro da minha prisão.
(1) meu filho
CAPÍTULO III
MIKHAIL VOLKOV
Acordo com o som da porta do meu quarto sendo aberta
e em seguida trancada, imediatamente seguro minha bengala como
arma, me sento e acendo o abajur no criado mudo. Eu pisco os
olhos ante à visão que tenho, não acreditando naquilo.
- Mikhail?
- Hadassa o que faz aqui em casa? C-Como conseguiu
chegar aqui nesses trajes?
Hadassa estava com uma camisola branca de renda que ia
até os seus pés, os cabelos soltos lhe davam um ar virginal e
avassalador ao mesmo tempo.
- E-Eu fugi no meio da noite, uma amiga minha trabalha aqui
e me deixou entrar. Eu pensei que não teria problema, você havia
dito que a casa era nossa.
- Sim. E será assim que nos casarmos, não me diga que
voltou aqui de novo com aquela ideia absurda de me fazer casar
com sua irmã?
- Não... - Hadassa parecia constrangida com o que estava
preste a dizer - Eu vim aqui porque estou prestes a fugir de casa de
uma vez. Eu não quero viver em um casamento monótono, onde eu
não posso sentir prazer com meu esposo. E-Então eu vim aqui para
lhe dar a chance de me provar que será diferente com você. Desde
a última vez em que estive aqui, eu não parei de pensar em como
seu toque sobre a minha pele mexeu comigo, e em como me senti
atraída por você. Eu só preciso saber como será com você...
Hadassa parecia angustiada então tentei acalmá-la, mas na
verdade eu precisava me acalmar também.
- Hadassa escute, isso não é o certo...
Eu engulo a seco, a vendo deslizar as alças da camisola
pra baixo e ficar apenas com uma calcinha do mesmo tecido e cor
da camisola. Meu pau incha na hora com a visão, são quase dois
anos sem sexo e a mulher a minha frente é perfeita. Eu resolvo
permanecer sentado na cama para que não note minha ereção. Ela
se aproxima, e eu sinto o cheiro de erva-doce que emana de seus
cabelos. Seus mamilos rosados estão rígidos e próximos demais da
minha boca. Os seios são maiores do que eu imaginava, perfeitos e
estão arrepiados sob a minha respiração pesada.
- Me faça sua Mikhail. Nosso casamento será em uma
semana uma hora ou outra isso irá acontecer. Eu sei que também
me deseja, por favor me tome.
Eu perco o último fio de razão e sem pensar abocanho seu
seio esquerdo e suas mãos vão direto ao meu cabelo. Merda! Que
delícia! Hadassa geme assim que parto com meu ataque para o
outro seio. Minhas mãos amassam a carne de sua bunda durinha e
gostosa, eu abro as bochechas e meu dedo circula seu buraquinho
proibido. Céus, que saudades eu estava de sentir um corpo tão
receptivo.
- OOhh Mikhail que delícia.
Ah Cristo! Há quanto tempo eu não ouvia uma mulher
gemer meu nome. Eu insanamente rasgo sua calcinha, levanto uma
de suas pernas, e ao ver seu sexo completamente exposto, depilado
e melado, eu não resisto e caio de boca. Faz mais de dez anos que
não sinto o gosto de uma boceta meladinha, e o dela é sensacional.
- Isso me chupa, chupa sua bocetinha Mikhail.
Porra de menina safada! Hadassa rebola na minha boca e
sinto que está prestes a gozar, sentindo isso eu intensifico a
chupada em seu grelinho até que ela se desmancha.
- Mikhaaaail !
Eu não dou tempo para que se restabeleça, e a jogo na
cama, retiro minha calça em tempo recorde e me ponho entre suas
pernas. Hadassa as abre mais as pernas em um convite implícito,
eu começo a dar leve batidas com a cabeça do meu pau em seu
grelinho inchado e vermelhinho pelo meu ataque, em seguida
deslizo meu pau até sua pequena entrada. Estou prestes a penetrá-
la quando vejo o rosto de Hadassa se desfigurar, a transformando
em outra... Elza...
- O que está fazendo? Saia de cima de mim Mikhail, isso é
nojento, é pecado. Você quer ir para o inferno e me arrastar com
você. Nunca mais me toque dessa forma.
Eu acordo com o susto meu corpo suado, respiração
ofegante. Falta uma semana para me casar com Hadassa, e desde
então não paro de pensar naquela menina. Se eu tivesse sido
sensato eu teria aceitado sua proposta, e interferido, fazendo com
que minha mãe voltasse atrás em sua decisão. Hadassa era muito
jovem, provavelmente não se via ainda como uma esposa, eu a
atendia. Mas ao vê-la dentro da minha casa encantada com tudo, a
sua reação a minha fala sobre o quarto, me fez me sentir
possessivo sobre ela. Sem contar que a irmã não despertava nada
em mim, Esther era bonita mas Hadassa era... selvagem. Eu não
conseguiria ser apenas seu cunhado, e imaginar Hadassa daqui há
dois, três anos casada com outro.
Eu a vi nesse meio tempo apenas na Congregação após o
culto, eram apenas cumprimentos e nada mais. Eu notava que se
sentia constrangida com o que aconteceu aqui em casa, então
evitava conversas e a proximidade só mexia ainda mais comigo.
Sua beleza me desconcentrava até mesmo na hora dos sermões,
ela era linda demais. Os cabelos castanhos ondulados e selvagens,
os olhos verdes, os lábios cheios e rosados eram demais para
mexer com o tesão de qualquer homem. Eu via como os rapazes de
sua idade que congregavam conosco a olhavam. Apesar de suas
vestes cobrir grande parte de seu corpo, Hadassa sabia se vestir de
maneira jovem e atraente. Em nosso último culto ela usava uma
trança grega com alguns fios soltos em seu rosto, o vestido era
longo com estampa geométrica e manga curta, ela usava um cinto
de couro na faixa da cintura, e nos pés uma sandália do mesmo
material e tom do cinto. Não haviam maquiagem ou joias, apenas o
anel que lhe dei na mão direita demonstrando que não estava
disponível. Mas mesmo sem uso de adereços Hadassa era uma das
mulheres mais lindas que havia visto na vida. Ao vê-la assim
imaginei o quão assediada ela devia ser na faculdade, e a ideia não
me caiu bem. Eu perdi a conta em quantas vezes ao longo desses
quase dois meses, a imaginei amarrada sendo minha sem reservas.
Quando fazia parte do Dominus era procurado pela minha
especialidade, o shibari. O shibari é uma prática japonesa que foi
adaptada pelo mundo BDSM para dá prazer ao seu parceiro. Ver
uma mulher nua amarrada, imobilizada se entregando a mim, com a
certeza de dar e receber prazer, ao meu ver era alucinante. Admirar
seus corpos recebendo minhas investidas duras, enquanto estavam
imobilizadas me deixava insano de desejo. Era uma questão de
controle e confiança, ao passarem o controle de seus corpos para
mim, elas estavam confiando a minha pessoa a missão de tornar o
ato sexual incrível, e eu adorava aquilo. Desde o acidente eu não
pensava naquela prática, mas já acordei várias vezes na madrugada
após um sonho quente, em que Hadassa me dava passe livre para
amarrar seu corpo da maneira que quisesse.
Eu era um libertino e o prazer sempre vinha em primeiro
lugar. Por isso havia cortado quaisquer relação com tudo que me
lembrasse as práticas daquela época, exceto minha amizade com
Vitório. Ele viria ao meu casamento, meu pai não era seu maior fã,
mas Vitório era meu melhor amigo desde a faculdade, ele respeitou
minha decisão apesar de não concordar, e vez ou outra vinha
passar um tempo em Águas da Prata. Minha mãe o tratava como
um filho, já Elza minha finada esposa o odiava profundamente, o
achava um abusado e pervertido. Vitório por sua vez fazia de irritar
Elza seu passatempo favorito, ele "acidentalmente" confundia o
nome de Elza com Elvira, mas todos sabiam que ele estava fazendo
apenas alusão a famosa Elvira-Rainha das Trevas(1). No fundo eu
achava graça, Elza realmente era intragável na maioria do tempo, e
Vitório sabia lhe dar com isso com irreverência.
Vitório era um solteirão convicto, era um ano mais velho
que eu, ele mora em uma cidade vizinha à Águas da Prata, Poços
de Caldas no Estado de Minas Gerais. Vitório tem seu próprio
consultório por lá, ele faz parte de uma família grande de
colombianos que vieram para o Brasil. Quando mais novo eu
adorava ir pra casa de seus pais, lá era sempre alegre, e muitas
vezes em que tinha uma folga da faculdade e não queria ir pra casa
era lá que me refugiava. Depois de tudo que aconteceu eu continuo
indo lá, geralmente uma vez por ano, mas não ficava mais na casa
de seus pais devido ao ambiente com muita bebidas, palavrões e
danças. Eu sei isso é comum na maioria das famílias mas não fazia
mais parte do meu mundo então eu evitava, geralmente só visitava
seu Carlito e Dona Mercês durante a semana em almoços
tranquilos.
Eu me esforcei para ser o que sou hoje, a transição foi
dolorosa, eu não podia me deixar levar pelo desejo que nutria por
aquela devushka(2). Eu não tinha com quem conversar a respeito
do que sentia, mas toda vez que me sentia fragilizado na fé
conversava com Joaquim.
Joaquim era melhor amigo de Ivan e braço direito de meu
pai no IEC. Apesar de divergir com ele em algumas ideias sobre as
doutrinas Congregação, nós nos dávamos bem. Joaquim parecia
não se importar com o fato de no passado ter tido um caso com
Quézia, sua esposa. Mantínhamos uma relação amigável, e
Joaquim tinha uma qualidade que agora seria-me favorável, ele era
discreto.
- Então Mikhail, tenho certeza que essa visita ao IEC não
foi apenas para visitar seus pais, visto que você sabe que esse
horário eles não estão.
Eu sorrio porque em horário de almoço meus pais
geralmente almoçavam em casa, era um hábito dos dois.
- Ok... Você me pegou. Eu vim porque precisava conversar.
- Sou todo ouvidos...
- Eu acho que a escolha da minha mãe foi um erro... E o
pior Hadassa tentou intervir e eu discordei dela, e agora eu estou
tendo que lidar com pensamentos que achava já ter banido de
minha mente.
- Não compreendo Mikhail, seja mais específico por favor.
Joaquim franze o cenho não conseguindo captar minha
mensagem. Eu me remexo desconfortável por ter que ser mais
explícito.
- Hadassa desperta em mim desejos que pensei ter
enterrado há anos atrás. Eu lido bem com a abstinência, mas não
sei como será depois de casado.
- Oh sim... Entendo... Escute Mikhail nós seremos tentados
a todo momento. Cabe a nós nos distanciarmos da face do mal. Se
anda tendo pensamentos luxuriosos, que talvez traga a velha
criatura à tona, imponha limites em seu casamento desde o início.
Hadassa ainda é jovem, inexperiente, uma tela em branco, você
pode moldá-la a seu gosto. Nós não tocamos nesse assunto porque
sabemos que é algo pertencente ao passado. Mas Quézia mudou
completamente depois de nosso casamento, é uma outra mulher, se
eu com a ajuda de Javé consegui contornar a situação, pra você
não será difícil.
Joaquim se referia ao comportamento de Quézia antes do
casamento. Quézia era uma mulher liberal no sexo, não que eu a
julgue por isso, mas era um escândalo na CFJ, uma vez que era
filha de um dos membros do conselho. Eu admirava o
desprendimento de Joaquim, ele não deu a mínima para as fofocas
e julgamentos, e hoje vive em um casamento feliz e próspero.
- Você tem razão Joaquim, talvez seja apenas ansiedade
pela data que se aproxima. Obrigada pelo conselho.
- Conte comigo sempre que precisar.
(1) Elvira, A Rainha das trevas é um filme estadunidense do
gênero comédia trash de humor negro e terror, dirigido por James
Signorelli e estrelado por Cassandra Perterson no papel de Elvira,
famosa personagem nos EUA, onde é considerada "sexy-simbol".
(2) menina, ninfeta.
CAPÍTULO IV
HADASSA MENDONÇA
Faltava apenas uma semana para o casamento, e desde a
nossa conversa eu senti que Mikhail me evitava. Ele me
cumprimentava mas era apenas isso, eu sentia seus olhares até
durante seus sermões, mas após o culto era apenas um beijo na
minha mão e pronto.
Eu havia terminado meu lance com Enzo após minha
conversa com Irina e Mikhail. Eu não era nenhuma santa, mas tudo
que fiz foi enquanto estava solteira, Enzo não pareceu aceitar muito
bem e quis saber o motivo, eu apenas disse que passei a vê-lo
como amigo.
Eu estava sob uma pressão terrível, Esther estava com um
humor péssimo e vivia me atacando, Enzo e Mikhail me evitando,
meu pai estava mais opressor que nunca, agora nem dormir mais na
casa da Renatinha eu podia. Para piorar eu vinha tendo sonhos
eróticos com meu noivo, no último ele transava comigo na biblioteca
da mansão, em cima da mesa. Eu não queria criar expectativas em
relação ao sexo, porque tenho certeza que ficarei frustrada, mas
quem poderia me culpar Mikhail faria qualquer santa pecar.
Por falar em santas, semana retrasada descobri por Dona
Lourdes, uma das irmãs da congregação que a esposa do Pr.
Joaquim, Quézia havia tido um caso com Mikhail assim que ele
abriu o consultório. Irmã Lourdes era uma senhora de 80 anos, que
adora distribuir notícias da vida alheia, ela já havia sido chamada
atenção até mesmo por meu pai, mas não se importou muito.
- Javé esteja contigo menina Hadassa.
- Contigo esteja Javé irmã Lourdes.
- Ansiosa para o casamento minha filha? Eu soube que
anteciparam o casamento para daqui à algumas semanas. Algum
motivo especial?
Eu sabia onde irmã Lourdes queria chegar, sutilmente ela
me perguntava se eu estava grávida. Quem visse aquela cabeleira
branca e os olhos azuis límpidos, a tomaria por uma inocente
senhora, mas Dona Lourdes era esperta como uma raposa.
- Sim, queremos antecipar a ordenação de Mikhail à
Pastor. O Reverendo pretende fazer a cerimônia no culto de Natal.
- Oh sim, é uma data muito bonita, mas mudando de
assunto... Você notou como a irmã Quézia depois que soube que
você será a nova Sra. Volkov parece queimá-la com o olhar?
- Não, não percebi... - eu disfarço e olho onde está
Quézia, e realmente seus olhos estão fixos em mim e não de uma
maneira boa - E por que ela iria querer me ver queimando?
- Oh criança, você não sabe de nada não é mesmo? É
claro, na época você devia ter em torno de dez anos no máximo
onze, mas não acho justo que se case sem saber um pouco mais de
seu noivo. - ela diz dando três palmadinhas em meu joelho - Mikhail
Volkov nem sempre foi esse modelo de virtude, longe disso, e não o
estou julgando eu mesma já aprontei muito na minha mocidade. -
ela dá um sorrisinho e pisca pra mim como se entendesse o que ela
diz. - O fato é que Mikhail voltou da cidade grande com
pensamentos não tão puritanos, provavelmente o convívio com os
jovens que não praticavam da mesma doutrina religiosa que a sua
contribuiu pra isso. Mikhail era um jovem muito bonito, recém
formado e com um consultório próprio. No início como não podia
escolher sua clientela, além de atender sua especialidade a
pediatria, ele também atuava como clínico geral. Agora você pode
imaginar o tanto de jovens com supostas viroses querendo se tratar
com o doutor bonitão, eu mesma fiquei tentada a fingir uma gripe -
ela gargalha e eu a acompanho - Brincadeira menina... Mas como
estava dizendo... Todos na cidade sabiam da fama de Quézia,
sempre atirada mas na frente dos pais se fazia de santa, assim
como faz hoje com Pr. Joaquim. O caso é que, não demorou muito e
ela passou a marcar ponto no consultório do Dr. Volkov. Até que
confidenciou a uma de suas amigas que vinha se envolvendo com
ele, a tola deu de fazer propaganda falando do tamanho e da
agilidade do amante, o que só atiçou a curiosidade das amigas.
Bom, no fim ele acabou fornicando com uma parte das irmãs da
Congregação, a sua única regra era que não fossem casadas ou
virgens.
Eu estava atordoada com aquela informação. Como assim
Mikhail havia comido uma parte das mulheres daqui? Eu ignorei a
pontada de ciúmes e insegurança que senti, mas não passou
despercebido ao olhar da esperta senhora.
- Não fique pensando demais sobre isso menina, a
maioria estão casadas, e Mikhail com certeza não é mais o libertino
de antes. Eu não disse isso pra que ficasse enciumada, ou se
sentisse intimidada, você com certeza é mais bonita e jovem que
elas, eu só contei para que mantenha os olhos abertos. Muitas delas
gostariam de estar em seu lugar, incluindo sua irmã. Então querida
queixo erguido e olhos bem abertos.
Enfim, com toda essa pressão a minha válvula de escape
era ir até a casa de Renata e Vera. Vera é mãe de Renatinha, ela é
a pessoa mais de bem com a vida que eu conhecia, tinha apenas 37
anos havia se tornado mãe aos 16, e também sabia de toda minha
história. Era ela quem ligava para minha casa pedindo pra que
dormisse em sua casa.
Vera para meus pais, também pertencia à uma instituição
cristã protestante com doutrina tão rigorosa quanto a nossa. Meu pai
exigiu conhecê-la quando dei a desculpa de dormir em sua casa
para ir à minha primeira festa na faculdade. Eu pensei que Vera
desistiria de tentar convencê-los, imagina qual não foi minha
surpresa em ver as duas na porta da minha casa. Eu não sabia se
ria da situação ou chorava com medo de meu pai descobrir, Vera
estava com seus cabelos esvoaçantes amarrados em um coque
apertado, sem nenhuma maquiagem ou bijuteria, o esmalte escuro
deu lugar a uma base e Renata do mesmo jeito. A pobre professora
viúva... Vera caiu nas graças do senhor Isaac e Dona Helena. No
resumo isso me garantiu passe livre para todas as festas da
faculdade, mas de qualquer forma eu adorava ir pra casa delas, lá
eu me sentia normal... Vera era dona de um espaço de beleza onde
prestavam serviços de depilação à cera, micro pigmentação,
limpeza de pele, cabeleireiro e manicure. Era lá que eu fazia todas
essas coisas, hidratação, depilação, manicure, mas somente com
esmalte incolor, quando queria uma unha diferente para uma festa
era as unhas postiças que eu recorria. Eu amava nossos dias de
beleza, mas não podia fazer nenhum procedimento diferente, nada
que fosse em desencontro com as doutrinas da CFJ.
Minha vida toda sendo controlada por outras pessoas e
agora esse casamento... Eu já estava prestes a dormir quando
recebo uma mensagem:
"ELE TIROU O AMOR DA MINHA VIDA DE MIM E EU VOU
TIRAR O DELE. BONS SONHOS HADASSA"
Por Javé! De onde veio aquilo? Aquela mensagem não
poderia está falando sobre Mikhail. Mikhail não me amava, será que
era sobre Enzo? Mas Enzo também não me amava, pelo menos eu
achava que não. Então por que aquela mensagem?
CAPÍTULO V
MIKHAIL VOLKOV
Enfim o dia do casamento havia chegado, e eu estava uma
pilha de nervos, não pelo casamento em si mas pela sua
consumação. Com Elza era fácil se controlar, com sua falta de libido
eu raramente a procurava. Não há nada mais broxante que uma
mulher que não reage ao sexo, frígida. Nós homens somos
extremamente sensoriais, precisamos ver a excitação, ouvir os
gemidos. Já com as mulheres 70% do prazer está em suas mentes,
não é à toa que a maioria se excita mais com um livro erótico ao
velho pornô. Pra ela não é só o ato sexual, mas também a situação
que o envolve.
O tempo que passei debaixo da doutrina da CFJ não
apagou meu conhecimento pelo corpo feminino, e Hadassa não
parece do tipo frígida, muito pelo contrário, eu pude notar todas
suas reações durante a sua visita. E era aí que morava o perigo, eu
sempre gostei muito de sexo, e o sexo nem sempre despertava o
melhor de mim, às vezes era bruto e um tanto depravado,
comportamento esse que eu repudiava, e deixava bem claro em
meus sermões.
- Relaxa Mika a noiva não vai fugir. - esse era Vitório me
dando uma "força", ele sabia que eu odiava que me chamassem
assim, desde a época da faculdade - Quantos anos você disse
mesmo que ela tem?
- Vinte.
- Cara eu estou pensando seriamente em entrar para sua
religião. Mas ela é bonita?
Eu sorrio quase em desespero, Hadassa era linda, os
cabelos longos castanhos ondulados, olhos verdes que às vezes
pareciam se acender, se tornando amarelos.
- Linda...
- Huumm... Elza também era bonita mas era... Bom, ela
era chata... Que Deus a tenha. Ou o diabo...
- Vitório... - eu o repreendo.
- Mas me diz e as regras de não chupar bocetas, não
comer bundas, ainda fazem parte da doutrina de vocês?
Vitório é um depravado desde a época da faculdade, ele
continuou meu amigo mesmo após minha abdicação das coisas
mundanas, então eu o respeitava como ele era, apenas pedia para
moderar o vocabulário na frente dos irmãos e de meus pais.
- Fazem por que?
- Cara, não entendo vocês. Do que adianta um homem
casar com uma mulher com quase metade da sua idade, se não
pode aproveitar como deve. É como ter sete anos e ir à um parque
onde você não pode ir nos brinquedos mais legais, porque a altura
não permite. - eu sorrio novamente com sua analogia escrota. - Ela
é virgem?
- Claro. Mas por que tanto interesse?
- Só curiosidade... Mas ela sendo virgem, você vai abrir
um parêntese na regra de não chupar, quer dizer ela precisa está
lubrificada para... recebê-lo.
- Você está tentando me ensinar a fazer sexo?
- Sei lá, vai que perdeu o jeito, tanto tempo no papai e
mamãe. - ele diz batendo em meu ombro - A irmã dela é bem
bonita, magra demais para o meu padrão mas bonita.
- Na verdade de acordo com a vontade dos pais de
Hadassa, e da própria Hadassa, era com ela que eu deveria está
casando.
- Espera, espera... A sua noiva não queria casar com
você? Porra isso só melhora...
- O problema não é comigo em si... Ela queria terminar
sua faculdade, descobrir o mundo primeiro antes de casar com
alguém.
- Huumm... E se o motivo for outro? - eu o olho prestando
atenção em sua linha de raciocínio - E se ela sei lá, tiver um
namorado na faculdade?
- Ela não tem. - digo enfático tentando passar uma
convicção que me falta nesse momento. Hadassa é uma jovem
linda, e com certeza já foi abordada por algum outro jovem de sua
faixa etária. - Hadassa foi criada desde os quatro anos dentro da
CFJ, ela não faria isso.
- Se você diz. Mas não esqueça que você era um perfeito
missionário quando entrou na FMUSP, e depois, você sabe. - ele é
evasivo pois sabe que não gosto de falar dos meus antigos hábitos -
Quem é aquela ali? - ele fala apontando para Renata, que descobri
hoje de manhã ser melhor amiga da minha noiva, através de uma
apresentação feita por minha sogra - Parece que a conheço de
algum lugar...
- É melhor amiga de Hadassa, se conheceram na
faculdade, além de ser uma das madrinhas, fomos apresentados
hoje no café da manhã que você deveria ter comparecido.
- Foi mal meu amigo, aconteceu um imprevisto, e por isso
me atrasei.
- Sei... Imagino o tipo de imprevisto... - Vitório sorri
cinicamente.
- Os pais da noiva devem ter gasto uma fortuna com esse
casamento, está tudo impecável, e de muito bom gosto. Quantos
convidados?
- Quinhentos. Mas foi meu pai quem arcou com o gasto da
festa, ele fez questão, os pais de Hadassa não são ricos. Eles
possuem um mini mercado, tem uma vida financeira estável e
cômoda mas nada comparado ao que temos.
Na verdade meu pai estava entusiasmado com o
casamento, uma vez que através dele viria os seus tão sonhados
netos, ele ainda estava contrariado com a escolha de Dona Irina
mas feliz. Olhando a decoração em volta, eu percebo que realmente
uma pequena fortuna foi empregue aqui. Pelo que soube Hadassa
não se envolveu muito, apenas pediu apenas pra que fosse na
fazenda, durante o dia, com decoração rústica, eu ouvi minha mãe
comentando com a decoradora. Eu confesso ter ficado um pouco
desapontado, talvez porque sua indiferença só prove que vê nosso
casamento como uma obrigação.
- De onde saiu tanta gente?
- Membros antigos da Congregação, pastores presidentes
de igrejas parceiras, políticos e alguns funcionários do IEC, da
Clínica e fazenda.
- E a noiva convidou alguém além da madrinha? Nenhum
dos colegas da faculdade?
- Não, nenhum. Hadassa não fez muita amizade na sua
faculdade, ela não participa de festas ou sociais. Renata só é sua
amiga, por que sua igreja possuem doutrinas parecidas com as
nossas.
- Pobre garota, presa em uma gaiola de ouro. - Vitório
diz levando o copo de suco provavelmente "batizado" até a boca, e
eu fico refletindo sobre suas palavras, até ter meus pensamentos
interrompidos por meu pai.
- Mikhail, Vitório.
- Sim pai.
- A cerimonialista está nos chamando, chegou a hora.
A cerimônia se inicia, e aos poucos um a um vão fazendo
a travessia até o altar. Eu faço a travessia ao lado de minha mãe e
sinto um leve nervosismo, eu já me casei antes mas a sensação é
totalmente diferente.
- Sua noiva está linda filho. É sem dúvida a noiva mais
linda que já vi.
Minha mãe diz antes de assumirmos nossos lugares no
altar. Então se inicia as notas da música escolhida por Hadassa
para sua entrada.
Hallelujah toma conta de todo ambiente, e sua figura
aparece.
Your faith was strong, but you needed proof
Sua fé era forte, mas você precisava de provas
You saw her bathing on the roof
Você a viu se banhando no telhado
Her beauty and the moonlight overthrew you
A beleza dela e o luar arruinaram você
She tied you to a kitchen chair
Ela te amarrou à cadeira da cozinha
And she broke your throne and she cut your hair
E ela destruiu seu trono e cortou seu cabelo
And from your lips she drew the Hallelujah
E dos seus lábios ela tirou o Aleluia
Hallelujah, hallelujah
Aleluia, Aleluia
Hallelujah, hallelujah
Aleluia, Aleluia
Hallelujah, Leonard Cohen
- Isso gostosa...
Assim que meus espamos param, Mikhail se retira de mim
e se afasta.
– Ajoelha, chupa meu pau, quero que sinta seu gozo nele.
Enquanto me ajoelho, Mikhail se desfaz dos chinelos,
calças e cueca embolados em seus pés. Assim que abocanho seu
pau ela solta um som rouco maravilhoso de apreciação. Eu chupo,
babo, lambo, me engasgo com aquela maravilha, isso tudo sem tirar
os olhos dele.
- Ooohh que delícia...
Mikhail segura meus cabelos, me fazendo interromper o
boquete e me levanta, ele se deita na cama completamente nu.
Quando ele tirou a camisa?
- Venha Hadassa sente no meu pau.
Eu ponho meu joelhos um em cada lado de seu corpo,
guiando o pau a minha entrada, eu rebolo até que seu mastro entre
todo em mim.
- Ooohhh...
Nós dois gememos em uníssono, eu começo a cavalgar
naquele pau delicioso. Mikhail aperta minha bunda, me dá tapinhas,
e fala obscenidades nos deixando mais febris, fazendo nosso gozo
se aproximar
- Me beije Hadassa.
Eu deito meu corpo sobre o dele, sentindo seus pelos
roçarem em minha pele, seu suor, sua mão em minha nuca ne
mantendo cativa de seu beijo delicioso, o braço entrelaçando minha
cintura, fazendo suas arremetidas se tornarem delirantes, indo de
encontro com os movimentos que meu quadril faz afoito por mais
contato.
- Huuum...
. O meu gemido indicando meu orgasmo é abafado no
nosso beijo, Mikhail intensifica seus movimentos e goza, me
enchendo com seu líquido quente e grosso. Eu desabo,
completamente esgotada. Eu observo o belo espécime de homem
ao meu lado, com a feição totalmente relaxada, o corpo brilhando de
suor, percebendo minha observação seus olhos encontram os
meus.
- Admita Senhor Volkov, você está tão viciado quanto eu.
O que fazemos é fantástico.
Mikhail tira uma mecha de cabelo do meu rosto.
- Você é fantástica Hadassa.
HADASSA MENDONÇA
Mikhail me segurou pela mão me levando ao corredor da
porta lateral, eu quase tropeçava tentando acompanhar as passadas
largas que dava, mesmo fazendo uso de sua bengala. Por sorte os
funcionários já haviam encerrado seu almoço, então não cruzamos
com ninguém. Mikhail me guiou até o final do estacionamento, e nos
fez atravessar alguns arbustos.
- Mikhail onde vam...
Eu me calei assim que avistei seu carro. Mikhail abriu a
porta do motorista mas não me fez entrar. Mikhail olhava dentro dos
meus olhos e acariciava minha bochecha com seus dedos.
- Você anda muito desobediente lyubov, precisa aprender
a ser uma boa menina.
Disse de forma suave e sem esperar virou-me fazendo
olhar para dentro do carro.
- Tire sua saia e calcinha.
Eu me surpreendi, ao mesmo tempo que me excitei com
seu pedido.
- Mas estamos na r...
- Shiiuuu... Vamos criança, só obedeça.
Eu abri, mesmo com as mãos trêmulas cada um dos
botões frontais da saia jeans, e retirei minha calcinha já melada.
Ouvi o barulho do cinto de Mikhail, e em seguida sua calça se
abrindo. Eu não estava acreditando que Mikhail faria sexo comigo
ali, mesmo depois daquele vídeo e ainda em dia claro.
- Me dê a calcinha. - assim que a entreguei ainda de
costas ouvi Mikhail inspirando o ar - Ah criança eu mal a toquei e
essa bocetinha já molhou toda calcinha. Entende porque viro um
animal com você? Agora ponha os braços pra trás e cruze-os.
Eu o fiz sem pestanejar e senti quando Mikhail afivelou o
cinto em meus pulsos.
- Não é uma corda lyubov, mas simboliza que suas mãos
devem permanecer assim. Mikhail passou uma das mãos em meu
pescoço e em seguida guiou meu rosto para um beijo intenso, eu
senti sua ereção em minha bunda e... Javé ele estava pelado!
Provavelmente as calças estavam no chão já que sentia o tecido de
sua blusa. Aquilo me fez gemer e minha boceta piscar... Mikhail
abandonou meus lábios e forçou o tecido que antes cobria minhas
partes íntimas em minha boca.
- Não queremos ser pegos criança... Apesar de amar seus
gemidos quando estou enterrado até as bolas em você, hoje terá
que aguentar meu pau caladinha.
O tesão triplicou com a possibilidade de sermos pegos,
minha boceta latejava sentindo a necessidade dele a ponto de
escorrer. Mikhail inclinou meu corpo, fazendo meu peito encostar no
assento do banco do motorista, em seguida segurou meu rabo de
cabelo e se não estivesse com a minha calcinha na boca, qualquer
um conseguiria ouvir o grito de prazer que dei ao ser invadida por
aquele pau delicioso.
- Ah porra criança, que bocetinha apertadinha,
molhadinha, me deixa louco...
Mikhail socava impiedosamente, fazendo meu orgasmos
se aproximar. O barulho do encontro de seu quadril com a minha
bunda, e de nossos sexos molhados e escorregadios, fez toda
sensação de prazer se ampliar em mim. Eu não via nem falava, mas
em compensação sentia e ouvia. Meu ventre se contorcia com a
famosa sensação de euforia chegando, Mikhail percebeu e
aumentou ainda mais a intensidade o que eu achava não ser
possível.
- Goza lyubov, goza no meu pau, mela ele com essa
boceta gozada.
- Huuumm..
Foi o máximo que conseguiu sair através do tecido,
quando gozei loucamente. Mikhail me puxou para o lado quando
meus espasmos cessaram, e em seguida jogou minha saia e sua
bengala no banco do passageiro. No alto de sua loucura, Mikhail
sentou no banco do motorista com suas calças ainda emboladas
nos pés e reclinou o banco deixando mais espaço entre o volante e
o assento.
- Venha criança, sente na minha piroca me faça gozar tão
gostoso quanto fiz você gozar.
Suas palavra soaram como um desafio e me deixaram
novamente excitada. Ainda amordaçada e presa, Mikhail me ajudou
a nos encaixarmos. Assim que conseguimos o feito Mikhail bateu a
porta do carro fechando-a.
Fui subindo e descendo devagar, até achar uma posição
confortável, assim que a encontrei comecei a quicar naquele pau
delicioso, enquanto Mikhail desferia tapas ardidos em minha bunda
e falava coisas obscenas. Ele estava fora de si, em um rompante
rasgou a frente de minha blusa, e abaixou meu sutiã para
abocanhar meus seios. Nós estávamos suados, febris, nossos olhos
não se desgrudavam.
- Assim criança rebola com essa bocetinha apertada,
quica no meu pau gostosa.
Eu sabia que ele gozaria, e ao contrário do que ele
próprio pensa, o urro que dá quando goza, apesar de eu adorar, é
bastante alto. Quando senti o pau pulsar dentro de mim,
imediatamente cuspi o pedaço de pano, e o beijei engolindo o seu
gozo e abafando o meu.
Nossos corpos se acalmaram, e Mikhail me beijou
longamente enquanto desafivelava o cinto de meus pulsos. Aquilo
fora maravilhoso, e eu não me arrependi, mesmo descobrindo
depois que fomos pegos por quem não era um fã nosso.
CAPÍTULO XXVIII
HADASSA MENDONÇA
- Nossa! Isso foi...
- Uma completa loucura... - Mikhail diz ofegante - mas uma
loucura deliciosa.
Eu ainda estava em cima de Mikhail, dentro de seu carro,
ainda não acreditando que havíamos acabado de fazer sexo em
público!
- Lyubov, devemos dar um jeito nessa bagunça.
- É mesmo senhor Volkov? E como vai fazer para costurar
minha blusa que VOCÊ rasgou.
Mikhail faz uma careta olhando o estado em que me
deixou.
- É vamos ter que dá um jeito nisso... - ele dá um tapa
estalado em meu traseiro - Isso é culpa sua, quem mandou ser tão
gostosa.
- Ah você que é um tarado, e a culpa é minha?
- Totalmente sua... Há dez anos que eu não me sentia
assim Hadassa. Olhe pra mim eu acabei de fazer sexo com você e
já estou duro de novo, louco pra recomeçar o que não faz nem cinco
minutos que acabamos.
Mikhail aperta minha cintura e ao me remexer eu percebo
que realmente está muito duro. Por Javé que homem é esse? Eu
acabo soltando um gemido.
- Vê Hadassa? Seria mais fácil se não sentisse o mesmo
que eu... Como posso me controlar, quando do mesmo modo que
meu pau está duro essa bocetinha está piscando, querendo mais. -
eu rebolo e Mikhail solta um rosnado. - Não provoque lyubov...
Vamos, pegue no porta malas uma maleta de primeiro socorros.
Eu saio de cima de Mikhail me sentando no banco do
passageiro, e pego a maleta.
-O que eu faço com isso?
- Use o lenço anticéptico para limpar a parte íntima, depois
vista a sua camisa colocando a parte rasgada para trás. - eu o olho
sem entender mas faço o que me pede. - Vire-se de costas pra mim
e me dê o esparadrapo. - eu giro meu corpo e Mikhail une as partes
rasgadas com esparadrapo. -Solte o cabelo Hadassa para que
ninguém veja o remendo e vista-se, antes me passe os lenços.
Mikhail se limpa e depois de se arruma.
- Nossa Doutor, muito astuto!
Ele pisca pra mim e me beija rapidamente.
- Fique com sua mãe, e só vá pra casa quando eu voltar
aqui. Mesmo que cada um vá em seu carro eu quero te seguir, ainda
não me sinto seguro em deixá-la andando por aí sozinha. Eu só
tenho mais dois pacientes então não vou demorar muito.
- Tudo bem... Mas acho está exagerando.
- Faça o que pedi Hadassa, caso ao contrário a punição
será sem sexo.
- Mikhail! Não fala isso nem brincando.
Mikhail gargalha com minha evidente indignação.
- Por Javé criei um monstro... Agora vá antes que você
me ataque.
Eu dou um selinho nele e salto do carro entrando na
porta lateral. Assim que passo pelo depósito sou puxada de forma
truculenta.
- Tá maluca Esther?
- Maluca quem está é você sua vadia! - Esther parecia
uma mulher perturbada, pela maneira que me olhava. Apesar das
palavras exaltadas, sua fala era pausada e baixa.
- Como você pode fazer aquilo com ele assim? Na rua? M-
Mikhail é um homem sério, você só pode ter feito alguma bruxaria.
Eu solto uma gargalhada de puro escárnio.
- Eu não acredito nisso! Você realmente quer me dizer
como e onde transar com meu marido? Sim, porque parece que
você esqueceu, mas Mikhail é meu marido. Sou eu quem levo o
sobrenome Volkov.
Esther pareceu abalada, mas logo seus olhos brilharam
com petulância.
- Não por escolha dele! Você foi escolhida pela velha
russa, se não fosse por ela eu estaria casada com ele .
- Esther para seu conhecimento, no dia em que fomos até
Irina para que eu a fizesse desistir do casamento, eu estive a sós
com Mikhail em nossa casa, e pedi pra que interferisse na escolha
de sua mãe. E adivinha só? Ele não aceitou, depois me
confidenciou que era porque me desejava. Ele me deseja Esther e
você comprovou há pouco o quanto.
- E-Ele só se conformou, e você o seduziu se oferecendo
como uma prostituta. Você está o prendendo com essas coisas
sujas.
- Você é patética! Do jeito que fala, parece até que eu
praticamente obrigo Mikhail a transar comigo. Um homem com 1,90
de altura que pesa quase 100kg, você viu o que ele fez e como fez.
Então me diz Esther, quem estava subjugando quem? Eu não tenho
culpa se você é uma frígida, você nunca, nunca na sua vida seria
capaz de satisfazer um homem como ele.
- Pois eu quero ver até onde vai essa depravação toda,
quando o Reverendo e papai descobrirem. Eu deveria ter filmado,
mas fiquei tão atônita com aquela selvageria...
Eu me aproximo sentindo tanta raiva de Esther, a
possibilidade dela ser o stalker brota em minha mente. Sem pensar
eu pego em seus cabelos com muita força, fazendo seus joelhos
cederem.
- Me solta sua louca!
- Se eu souber que você anda filmando ou fotografando a
mim ou meu esposo, eu juro Esther que conto pra todo mundo o seu
segredinho.
- Você é doente, e-eu não tenho segredo nenhum.
- Ah não? Então eu posso contar pra todo mundo que a
doce Esther, quase perdeu a virgindade com um homem casado.
Sabe eu ainda tenho uma ou duas cartas...
Esther consegue escapar e se levanta trôpega, acredito
que mais pelo fato de eu ter conhecimento sobre Igor.
- E-Eu não sabia, eu juro que não sabia, quando descobri
eu terminei tudo. Eu achava que ele era cristão como nós, ele disse
que frequentava a igreja Solo Fértil.
Eu acreditava nela, Esther realmente temia o adultério,
apesar de quase ter fornicado com o imbecil. A verdade é que
depois ele se tornou até mesmo um pouco obsessivo com ela, a
ponto de querer largar esposa e filho. Nem minha mãe tem
conhecimento dessa história, apenas papai e eu descobri por acaso.
- Não interessa, uma palavra sobre o que aconteceu e
você já sabe.
-Hadassa, Esther o que fazem aí? Porque as duas estão
descabeladas?
- Eu cai mãe, e Esther me aparou agora mesmo estava
me ajudando com a blusa que rasguei.
- Filha precisa ter cuidado! Venha vamos ver o que
machucou.
Duas horas depois Mikhail veio me para me acompanhar
até nossa casa. Assim que passamos pela casa principal, Irina fez
sinal para que parássemos. Mikhail e eu abaixamos o vidro.
-Mãe está tudo bem?
- Oh sim meu filho, só preciso que venham jantar
conosco, seu pai e eu queremos conversar com vocês dois.
- Meu pai adiantou sobre o que se trata?
- Não, mas deve ser algo bom, caso ao contrário não teria
pedido pra preparar um jantar e chamar vocês.
- Nós agradecemos o convite Irina, a que horas
chegamos?
- Mikhail já sabe o horário querida, estarei aguardando. Até
logo.
Irina parecia realmente empolgada.
- Até.
Assim que entramos na casa Mikhail pareceu preocupado.
- Ei... O que houve?
- Você acha que podem ter nos filmado? Estou
estranhando a receptividade de papai.
Eu sorrio levemente.
- Humm... Então até você notou que seu pai não é meu
fã...
- Só um cego não notaria, mas já disse que é a mim a
quem deve agradar.
- E eu estou agradando sr. Volkov?
Pergunto enlaçando seu pescoço.
- Mais do que deveria lyubov...
- Então eu mereço uma recompensa...
- Merece, você merece tudo...
Em menos de dez minutos, eu estava sendo muito bem
recompensada em um banho duplamente relaxante.
CAPÍTULO XXIX
HADASSA MENDONÇA
Eu havia escolhido um vestido simples e elegante. Talvez
meu sogro o considerasse um pouco curto, mas não era sua
atenção qye eu queria roubar, mas a de seu filho. E ao ver o olhar
do meu esposo sobre mim, eu soube que alcancei meu objetivo.
Mikhail se aproxima segurando minha cintura e aspirando o cheiro
em meu pescoço.
- Lyubov fale a verdade, você faz isso para que eu
malditamente não tire minhas mãos de você.
Eu gargalho pondo minhas mãos em seu peito, o
afastando ou teremos mais uma rodada de sexo. Sim, meu marido
era insaciável e eu amava isso.
- Nem as mãos, nem os olhos Sr. Volkov.
Mikhail segura meu queixo e beija meu nariz.
- Eu não tenho essa intenção Hadassa. Agora vamos, meu
pai é um pouco sistemático com horário.
Eu reviro os olhos, pensando no que Vladimir não é
sistemático, que pena eu tenho de Irina... Mikhail dá um tapa em
minha bunda.
- Eu vi você revirando os olhos Lyubov.
A mansão Volkov ficava há uma distância relativamente
boa, nos dava privacidade mas não se demorava para ir até ela,
uma caminhada de 10 minutos. Mikhail tocou a campainha, e logo
fomos recebidos por Vladimir que me inspecionou na cara de pau,
fazendo uma cara de desagrado.
- Hunrum Papai? Chegamos cedo.
- Na hora exata filho, venham pode entrar. Javé esteja
contigo Hadassa.
- Contigo esteja Javé Reverendo.
- Venham, eu também convidei um casal de amigos da
CFJ, espero que não se importem.
- Claro que não pai, não é mesmo Lyubov?
- Problema algum.
Eu digo já pensando no pior, porque do meu amado
sogrinho, eu poderia esperar qualquer coisa. Assim que entro na
sala de estar eu dou um sorriso desacreditado. É sério isso? Juro,
acho que Vladimir pensa que Javé deu a ele como missão na terra
me infernizar. Mikhail também parece surpreso, e sutilmente aperta
minha cintura, como um claro sinal para que eu não perca a
compostura. Eu sorrio demonstrando ter entendido seu alerta e ele
beija minha testa, e cada gesto seu não passa despercebido aos
olhos dos convidados, principalmente DA CONVIDADA.
- Pr. Joaquim, irmã Quézia. Javé esteja convosco.
- Convosco esteja Javé Pr. Mikhail, irmã Hadassa.
Era costume na CFJ quando em casal, quem
cumprimentasse em nome dos dois fosse o homem. Eu sei, é
bastante retrógrado, machista e ridículo. As mulheres apenas
sorriam e acenavam com a cabeça.
- Estávamos apenas esperando vocês, a comida já está
pronta. Venham todos até a sala de jantar.
Minha sogra diz com um sorriso confiante, o que me
tranquiliza, me levando a pensar que o objetivo do jantar não deve
ser algo tão bizarro. Caminhamos até a sala e Mikhail sussurra em
meu ouvido.
- Não pense que não notei como Pr. Joaquim olhou pra
você.
- Eu não notei nada, o que notei foi Quézia o devorando
com olhos.
- Pode ser Lyubov, mas Quézia foi mais discreta que o
esposo. O que me surpreende, pois nunca o vi olhando com
interesse pra nenhuma outra mulher, nem mesmo para dele.
- Venham meus amores, Hadassa fiz uma surpresa espero
que goste, a intenção foi retribuir o almoço que fez para nós em sua
casa.
- Vindo de você Irina eu já gosto.
Eu disse me sentando a mesa, e era verdade eu gostava
muito de minha sogra.
- Pelo visto a relação de nora e sogra é ótima. Fico muito
feliz por vocês, eu infelizmente não tive a oportunidade de conviver
com a minha.
Quézia se adianta puxando assunto.
- Hadassa é um amor de menina, eu sabia que havia
acertado em minha escolha. É só olhar para Mikhail e vê o brilho em
seus olhos, meu filho sorri mais, está mais leve.
A descrição que Irina faz é de um homem apaixonado,
meus olhos pousam em Mikhail, e observando-o eu posso dizer que
era verdade tudo que Irina dizia. E se Mikhail estivesse apaixonado
por mim? Aquela possibilidade fez meu coração bater
freneticamente, principalmente com o pequeno gesto de Mikhail.
Meu esposo leva minha mão até sua boca e dá um beijo casto,
como se concordasse com tudo que sua mãe dissera.
- Realmente Pr. Mikhail, nota-se que irmã Hadassa o fez
muito bem.
Mikhail desvia os olhos do meu para encarar Pr. Joaquim.
- Hadassa além de possuir varias qualidades é uma mulher
linda. Qual homem não ficaria feliz? Mas graças a Javé eu fui o
sortudo.
- Ouviu Joaquim? É assim que se fala.
- OK, eu confesso não sou tão romântico. Deve me ensinar
alguns truques Pr. Mikhail.
A empregada chega com uma travessa, e pelo cheiro
maravilhoso eu já sei o que é minha comida favorita.
- Nhoque de carne assada! Irina eu te amo é sério! Como
soube?
- Sua mãe. Ela inclusive me passou a receita.
- Nossa tem tempo que não como, confesso que esses dias
estava pensando em pedir pra ela fazer, pois senti muito desejo de
comer.
Irina me olha como se tivesse dito algo incrível.
- Oh Hadassa não me diga que está tendo desejos...
Todos olham pra mim esperando uma resposta, ao olhar
para Vladimir foi a primeira vez que vi algo semelhante à um sorriso
cruzar seu rosto.
- Não! - eu digo rápido e alto demais - Quer dizer, ainda
não. Pode ter certeza que qualquer suspeita de desejos eu recorrei
a você.
Ela sorri e o jantar é servido.
- Está delicioso mãe, eu nunca havia comido nhoque de
carne assada, mas acho que será um de meus pratos favoritos.
- É verdade, está delicioso, depois também quero a receita
irmã Irina.
- Fico feliz que todos estejam gostando. Pode deixar
Quézia, eu repasso a receita de Helena. Hadassa e Joaquim esse
jantar foi feito por causa de vocês dois.
- Nós? - eu pergunto surpresa.
- Sim Hadassa. Eu sei que faz faculdade de
Letras/Literatura, e que o grande influenciador dessa escolha foi
meu filho Ivan. Joaquim é nosso professor há 15 anos e era também
muito amigo de Ivan. É por isso que quero anunciar que a partir da
próxima segunda-feira, se aceitarem é claro, será estagiária no IEC
sob a supervisão de Joaquim. Quero que a prepare Joaquim, quero
que você e Hadassa assumam a direção do IEC quando eu e Irina
nos aposentarmos. Claro que isso não será agora, ainda faltam
alguns anos para isso, mas já quero me preparar.
Eu estou sem reação. Eu? Diretora do IEC? Por Javé! Eu
olho para meu esposo que parece tão espantado quanto eu.
- E-eu? O senhor tem certeza?
- Você é uma Volkov Hadassa, Mikhail optou por outro área
profissional, Ivan não está mais aqui infelizmente. Restando você
apenas você em nossa família para assumir essa responsabilidade.
- Isso não é obrigatório querida, queremos deixar claro.
Meus olhos marejam, sentar no lugar de Ivan é uma
responsabilidade muito grande, principalmente em um pedido feito
por seus pais.
- E-Eu... Nossa! Por Javé seria o professor Ivan ali... Aquele
homem me inspirou de tantas formas, e-ele era maravilhoso. Não
sei se sou digna...
- É bom que pense assim Hadassa, pois se havia alguma
dúvida de que deveria passar a cadeira de Ivan a você, ela se
acabou agora. - Vladimir pela primeira vez fala comigo sem ironia -
E quanto à você Joaquim?
- Eu estou muito lisonjeado Reverendo, assumir a direção
do IEC é motivo de orgulho.
- Parabéns amor estou muito orgulhosa.
Quézia abraça Joaquim o felicitando. Mikhail acaricia meu
rosto.
- Parabéns Lyubov.
- Não me dê tanto crédito, eu só fui indicada por puro
nepotismo. - digo sussurrando.
- Pois a conhecendo sei que fará de tudo para provar que
merece está lá. Ivan ficará orgulhoso.
- Javé te ouça...
O restante do jantar foi agradável, Vladimir se comportou
bem, a única coisa que me incomodou realmente foi Joaquim, que
tinha os olhos cravados em mim. Quézia ao menos disfarçava os
olhares direcionados ao meu esposo.
Eu estava radiante com a ideia de iniciar um estágio, não
aguentava mais ficar em casa ociosa. Mal sabia, que aquele seria
apenas o começo de algo grandioso.
CAPÍTULO XXX
HADASSA MENDONÇA
Dois meses depois
Mikhail e eu já tínhamos criado a nossa rotina, no período
da manhã tomávamos do nosso café juntos, em seguida cada um
seguia para o seu trabalho. Almoçávamos juntos em algum
restaurante, como chegava antes dele em casa, já que minha carga
horária era apenas de 6 horas diárias, eu arrumava tudo para o café
da tarde e tomava pouco antes de ir pra faculdade.
Eu estava amando trabalhar no IEC, mesmo trabalhando
apenas como professora auxiliar. Joaquim ficou responsável por me
ajudar na parte burocrática, a respeito da administração e da
conduta do professor. Como se eu já não conhecesse aquelas
regras de cabo a rabo. Incrivelmente eu passei a simpatizar com
Joaquim, ele não me olhava com nenhum tipo de malícia,
denotando qualquer segunda intenção em me ajudar, mas se fazia
muito prestativo.
Meu esposo é que não estava gostando de toda essa
prestatividade, segundo Mikhail, Joaquim nunca fez o estilo
simpático ou bonzinho. De certo modo eu tenho que concordar com
ele. Joaquim era um dos pastores mais antipáticos que existia na
CFJ, raramente sorria para os irmãos, além de ser um dos mais
severos em relação a nossa doutrina. Para mim aquilo pouco me
interessava, a única coisa que eu queria retirar dele era aprendizado
profissional, de resto ele estava livre para ser quem quisesse, não
era eu que dormia com ele (graças a Javé). Joaquim estava longe
de ser um homem feio, mas ter um homem que incentivou a técnica
do lençol como marido devia ser o "ó".
A respeito das mensagens que recebemos elas
misteriosamente pararam, Mikhail não aliviou o cerco, e fazia
questão que eu o mantivesse atualizado do meu paradeiro.
Inclusive, nossa última discussão foi por conta de um rastreador que
ele colocou em meu celular.
- Mikhail você vai mandar tirar isso agora do meu celular,
isso é invasão de privacidade sabia?
- Hadassa você é uma mulher casada agora, esqueça essa
de privacidade. E outra isso é uma medida preventiva, você não
deve esquecer que tem um maluco por aí à solta querendo nos
prejudicar.
- É mesmo? Então você tem acesso ao meu paradeiro e o
seu quem tem?
- Hadassa, está vendo esse programa? É só você baixar no
seu tablet, ou notebook, depois eu passo o código de acesso. Mas
que fique claro ninguém além de nós dois deve saber desse
rastreador.
- Tudo bem, desde que nesse ninguém seu pai esteja
incluso - eu falei dando de ombros.
- Você está insinuando que meu pai possa ter algo a ver
com isso? Hadassa meu pai pode ter muitos defeitos, mas ele
nunca faria mal a ninguém, principalmente alguém da família.
Nossa ele havia ficado bravo, então eu tentei contornar a
situação, mas eu não confiava em Vladimir se tratando da minha
pessoa.
- Ei amor calma, eu não estou dizendo nada disso, mas
lembra da história do vídeo... Isso só seria algo pra seu pai usar
contra mim.
Mikhail acabou aceitando a explicação, e eu aceitei a
história do rastreador no celular. Há poucos dias atrás encontrei com
Vitório e Vera, e ele me contou tudo sobre o almoço que ele e
Mikhail tiveram juntos.
- Dassa eu vou dizer o que acho dessa história toda, pra
mim a pessoa que está por trás disso tudo é alguma amante de
Ivan.
- Do Ivan? Mas não faz sentindo nenhum, Mikhail não tem
nada a ver com a morte do irmão, acidentes acontece.
- Hadassa há algo que quero que saiba, mas vai prometer
deixar entre nós.
- Claro, claro...
- No dia que Ivan morreu, ele voltava de carro com Mikhail
do Dominus, Mikhail havia bebido demais e Ivan resolveu buscá-lo.
Vladimir usa o fato de Mikhail se ver como responsável pela morte
do irmão, para poder manipulá-lo. Por isso, hoje Mikhail segue o pai
tão obedientemente, é por culpa. Provavelmente a amante de Ivan
também sabe desse fato, e culpa Mikhail por ter perdido seu amor.
Eu sei, é difícil imaginar Ivan com uma vida dupla, mas pode ser de
valia minha suspeita.
De repente as peças em minha cabeças começaram a se
juntar, e vi que o que Vitório dizia não era algo tão absurdo, poucas
pessoas haviam conhecido Ivan, e pelo pouco da nossa convivência
ele estava longe de ser um modelo de retidão que todos achavam.
Imagina como Mikhail poderia ficar se eu ousasse tocar no nome
Ivan com uma suposta amante.
- Eu preciso sentar e reformular tudo o que me contou. Mas
uma coisa ainda me é estranha... Porque eu? Sim, porque Mikhail
ficou casado com Elza por quase oito anos.
- Mikhail não tinha se apaixonado por Elza, talvez seja a
forma como Mika te olha que tenha despertado isso no seu stalker.
Eu tentei ignorar a sensação de satisfação que as palavras
de Vitório me causaram.
- Então só pode ser alguém que mantenha contato com
Mikhail e saiba de seus sentimentos.
E isso me deixava mais preocupada do que antes. Havia
alguém que estava próximo aos Volkovs, que odiava profundamente
meu esposo.
- Exato, foi isso que pensei.
Eu voltei pra casa com aquela pulga atrás da orelha, eu
precisava descobrir quem estava por trás dessa história toda. Assim
que entrei no quarto, notei Mikhail lendo deitado em nossa cama
com seu óculos, ele ainda estava irritado pela insinuação que fiz a
respeito de Vladimir, mas eu estava louca pra ter meu marido
compartilhando um pouco de sua experiência sexual comigo. Eu
entrei direto para o banheiro com as coisas que Vitório havia nos
dado de presente de casamento. Aquele seria o primeiro passo para
que Mikhail aceitasse me levar ao tão famoso clube de sexo, o
Dominus.
Eu precisava entender o Mikhail de antes, saber seus
gostos e matar minhas curiosidades e fantasias sexuais, eu não
pensava em nenhum outro homem, a não ser meu esposo para
realizar meus desejos.
CAPÍTULO XXXI
MIKHAIL VOLKOV
Após o desastre de casamento em que vivi oito anos com
Elza, eu não imaginei que tivesse uma relação de certa forma
tranquila com Hadassa. Haviam alguns conflitos que geravam
discussões, como por exemplo o fato de eu achar muito estranho
todo o entusiasmo de Joaquim em ajudá-la, e ela obviamente não
enxergar nada demais, e dizer que ele nunca a olhou com desejo.
Ainda existia o fato de estarmos sendo perseguidos por algum
louco, e o cerco que meu pai fazia ao nosso redor.
Vladimir Volkov parecia a todo momento querer achar
qualquer ato falho em minha esposa, mas Hadassa apesar de nova
era muito perspicaz. Na Congregação se portava como uma
verdadeira esposa de pastor, educada, prestativa e simpática com
todos, o que chamava a atenção de alguns jovens. Eu não era idiota
e sabia que mesmo chamando a atenção do público feminino,
Hadassa era 18 anos mais nova e talvez um dia nossa diferença de
idade iria pesar, e saber como era cobiçada aqui e em sua
faculdade mexia com algo que nunca senti... ciúmes e
possessividade.
Não haviam motivos para desconfiança, eu gostava da
nossa forma de conduzir a relação. Nós nunca escondemos nada
um do outro, além de haver cumplicidade, havia também muito
tesão em jogo. Hadassa e eu éramos como fogo e pólvora, bastava
o mínimo contato para haver a explosão, eu não entendia como
Hadassa havia se infiltrado em mim tão rapidamente
Hadassa parecia feita sobre medida pra mim, apesar de
algumas vezes me irritar com suas insinuações sobre meu pai.
Como hoje por exemplo, me irritou bastante o fato dela imaginar que
meu pai seria o tal perseguidor. Eu sei que Vladimir tinha muitos
defeitos, mas ele não seria cruel a esse ponto. Nos aterrorizar dessa
forma, não era algo do feitio de meu pai.
A porta do banheiro se abre, Hadassa se aproxima com
uma caixa preta nas mãos com um laço dourado, ela usa um robe
de cetim branco e os longos cabelos estão soltos. O cheiro que vem
de seu corpo recém banhado já é o suficiente para meu pau dá uma
leve contraída.
- Abra... - ela pede quase em um sussurro
Eu abro a caixa, e para minha surpresa nela continha um
cordão tailandês, e um gel vibrador. Ao levantar meus olhos, a vejo
desatar o nó o robe. PORRA! Ela poderia ter escolhido uma lingerie
vermelha ou mais provocante, mas não, ela queria me fazer perder
o controle. Sua lingerie branca transparente, com laços e babados
no estilo lolita, a deixava inocente demais para o que me propunha.
- Você disse que eu teria liberdade para pedir o que
quisesse. Eu queria experimentar com você . - Ela diz apontando
para o conteúdo da caixa.
Eu retiro o óculos de leitura, jogo a caixa na cama,
Hadassa me olha parecendo um bichinho acuado. Eu amava como
ela ia de mulher sedutora, a menina inexperiente, e vice e versa. Eu
me aprumo na cama sentando com os pés fora dela.
- Venha aqui Lyubov... - Hadassa caminha até mim e para
bem em minha frente, puxando seu corpo ao meu encontro, e eu
aspiro o cheiro da pele logo abaixo de seus seios vendo ela se
arrepiar. - Você quer gozar como naquele dia não é? Quer gozar até
esguichar? Quer que eu brinque com seu cuzinho,
Ela concorda com um aceno de cabeça, enquanto
massageia meu couro cabeludo. Eu desato o laço frontal do sutiã e
abocanho o mamilo direito.
- Aaahhh...
Ela geme, eu o sugo com mais vontade, indo em seguida
para o outro seio. Meu dedo vai até sua bocetinha, e eu sinto
através do tecido, o quão molhadinha ela já está. Eu faço uma leve
pressão no grelinho, arrancando dela um gemido mais alto. Eu
interrompo todo os meus movimentos me afastando para vê-la, os
bicos dos seios vermelhos e pontudos, a respiração ofegante, a pele
arrepiada, cacete que tesão.
- Tire a lingerie pra mim.
Ela desata cada laço, sem desviar os olhos dos meus,
enquanto me deito no meio da cama.
- Senta com essa bocetinha gostosa na minha boca, quero
começar com você gozando em minha boca.
O brilho luxurioso no olhar de Hadassa, me incendiou ainda
mais. Então ela faz o movimento para sentar de frente a mim, porém
a interrompo.
- De costas, quero que sente de costas criança.
Com cuidado, ela se posiciona com a boceta melada e
lisinha bem próxima a minha boca, me dando uma visão privilegiada
dela e de seu cuzinho. Eu gostava como sua boceta era delicada e
o grelinho levemente saliente, me dando maior acesso à uma
sugada gostosa. Eu gostava de chupar um grelo desde sempre,
mas o de Hadassa me fazia querer ficar com câimbras no maxilar de
tanto chupar.
- Mais perto criança... Quero sua boceta em minha boca.
Hadassa prontamente colocou sua boceta em minha boca, e
eu comecei a chupa-la com toda vontade, sorvendo todo mel que
me dava. Ela ameaçou retirar o meu pau da cueca para retribuir,
mas apesar de está extremamente duro, não era aquilo que
planejava.
- Não! Só eu vou chupar. A única coisa que vai fazer é
buscar seu prazer em minha boca.
E ela obedeceu, Hadassa rebolava contra minha boca
gemendo alto, ela estava muito excitada, o que era perfeito para o
que eu tinha em mente, então tateando a cama encontrei o cordão
tailandês. Eu apenas trabalhava com a língua dura em seu canal, e
com as mãos molhei em sua lubrificação o brinquedo, pressionei a
primeira bola do cordão em seu cu, fazendo-a soltar um gritinho
seguido de gemido. Enquanto minha língua fodia seu canal, as
bolas que aumentavam de tamanho encontravam espaço em seu
cuzinho virgem, que piscava incontrolavelmente.
Hadassa estava por um fio, por isso interrompi a
brincadeira após introduzir a última bola, deixando apenas a ponta
rosa do cordão amostra em seu rabo fazendo Hadassa estremecer.
- Fique de joelhos.
Eu queria ver como se sentiria ao se mover com o cordão.
Hadassa estava bastante sensível, o corpo querendo libertação,
mas ainda assim fez tudo que pedi. Eu levantei ficando de pé, fora
da cama, enquanto Hadassa estava ajoelhada em expectativa.
- Venha criança, chupe o meu pau, deixe ele bem babado.
Hadassa apesar da pouca experiência, era ávida por tudo
dentro de quatro paredes. Ela era solta em nosso quarto, pra ela só
cabia o nosso prazer, sem pudores ou julgamentos, ela era viva e
trazia vida pra mim. Ela chupava meu pau com tanta gana que
acabava fazendo barulhos de sucções que me deixavam louco,
lambia a cabeça, depois passava a língua em toda extensão, até
minhas bolas e as chupava. Sem poder segurar muito o efeito dela
sobre mim, a empurrei fazendo cair de costas na cama, puxando em
seguida suas pernas, fazendo-a ficar na ponta da cama, enquanto
eu permanecia de pé.
- Me dê o lubrificante ao seu lado.
Com as mãos trêmulas, Hadassa me entregou o tubo,
então comecei a lambuzar o clitóris inchado, Hadassa gemia e já
fazia pequenas contrações com o corpo. Eu dei três batidinhas em
seu grelinho, em seguida soquei fundo e forte, fazendo nós dois
gritarmos com a união de nossos corpos. Não tínhamos muito
tempo, ambos estavam quase em seu limite, então meti
impiedosamente, enquanto puxava uma a uma as contas do cordão,
deixando apenas quatro ainda dentro do cuzinho.
- Mikhail! Nossa! E-eu não vou aguentar...
Sem pensar duas vezes eu intensifiquei as metidas, e puxei
o cordão de seu cu, fazendo Hadassa soltar um gritinho. O seu
esguicho veio morno, me deixando louco de tesão, fazendo o gozo
vir do fundo da espinha tomando tudo de mim.
- Ooooooohhhh!!!
Sem forças caí por cima dela, que exibia um sorriso
sacana e sonolento.
- Eu acho que te amo Mikhail...
Ela disse ainda trôpega, fazendo meu coração bater
descontroladamente dentro do meu peito, imediatamente me retirei
de dentro do canal macio, mas ela já dormia...
Ela me amava? Eu sorria como um menino que acabava de
ganhar o presente que havia pedido ao papai noel. Hadassa me
amava, e a observando dormir tão serena, eu concluí que talvez
correspondia aquele sentimento também.
CAPÍTULO XXXII
HADASSA MENDONÇA
Eu acordo preguiçosamente sentindo algumas partes do
meu corpo deliciosamente doloridas, devido a noite de ontem...
Nossa! Tudo bem que capotei no sono após a primeira rodada, mas
Mikhail me acordou por volta das três da manhã e só paramos
quando sol já estava nascendo.
Mikhail parecia inspirado e na última transa foi tão
carinhoso, me beijou a todo momento, o ar chegou a me faltar pela
maneira como me olhava, enquanto me fazia dele em arremetidas
deliciosas. Era como se pela primeira vez estivéssemos fazendo
amor, eu não queria sentir meu coração acelerado como senti, nem
mesmo meus olhos marejarem tamanha a explosão de sentimentos
dentro de mim. Eu não podia deixar aquilo tomar conta de mim, as
palavras de Vitório no dia da consagração de Mikhail à pastor, ainda
martelavam em minha mente.
Renatinha:
De novo amiga por quê? Não vai me dizer que foi por
conta do Vlademort?
Você:
Rs rs rs... Não sua idiota... Vladimir não tem nada com
isso dessa vez. Mikhail quer ser pai, ele desconfia que eu esteja
grávida, e me obrigou a fazer um teste mesmo chateado com a
minha recusa.
Renatinha:
Mas não tem essa possibilidade né amiga? Sua injeção
está em dia?
Eu foquei os olhos nas letras, tentando entender o que
aquilo queria dizer. Na verdade eu entendia, mas me recusava a
acreditar. Ela não faria aquilo comigo... Ela não seria capaz.. .
Você:
Sem chances... Tem uma semana que fiz a última
aplicação, e não fiz uso de nada que comprometesse a eficácia.
Mas me sinto mal em esconder isso dele, no início me pareceu
certo, nós mal nos conhecíamos e eu não quero ser mãe agora. É
injusto com ele, mas também é comigo... Filho deve vir sob o
consentimento dos dois, eu quero que meu filho seja fruto de amor,
não fruto dá vontade de um homem egocêntrico como Vladimir
Volkov.
Renatinha:
Ai Dassa... Sua vida sempre foi complicada né amiga,
antes com seus pais agora com esse casamento arranjado.
Você:
Eu não vejo meu casamento como um problema, eu gosto
de estar casada com Mikhail, meu marido é inteligente, sensato,
divertido quando se permite, generoso, lindo e muito gostoso...
Renatinha:
- UAAAL... Nossa, você falou como uma mulher
apaixonada.
Você:
Hahaha! Você é tão infantil sabia? E se eu estiver? Não
seria errado, seria? Ele é meu esposo.
Renatinha:
Seria ruim pra você se ele não estiver na mesma vibe, ou
se ele descobrir todas sua coisas...
Você:
Eu sei... Eu temo que descubra as injeções, porque em
relação à isso me sinto culpada, nas demais não... Eu nunca trai
Mikhail, desde que noivamos rompi com Enzo. Eu não podia
comprometer você e Vera, dizendo que mentiram e mentem por
mim, eu seria afastada de vocês que são minha família também. E
quanto a ninguém da faculdade saber que eu faço parte da CFJ, foi
algo que eu optei antes de sonhar em casar com ele. Poxa Rê, eu
só queria ser eu mesma, sem o peso da imposição dos meus pais, e
além do mais nunca fiz nada demais...
Renatinha:
Só deu uns amassos em Enzo...
Você :
E ele comeu Águas da Prata inteiro, não pode me julgar
quando fez algo até pior do que fiz.
Eram mentiras demais... Quem era aquela mulher?
Como assim ninguém sabia da sua vida na congregação? A ficha
foi caindo... O dia da confraternização ela estava diferente,
maquiada, os brincos, as pulseiras. As injeções... Hadassa me fez
de idiota esse tempo todo... E eu um completo imbecil, montando
tabela para seus dias férteis, feliz por ela querer nosso filho, quando
na verdade ela só aceitou porque sabia que estava no controle de
natalidade.
Eu saio da conversa e entro no outro aplicativo, nesse
possui várias fotos suas. Hadassa com amigas na faculdade, na
piscina com biquíni minúsculo, cercada de rapazes e moças de sua
idade, esbanjando jovialidade. Hadassa em barzinhos e festas, em
algumas se nota está levemente alcoolizada. Mesmo sendo fotos
mais antigas, e as recentes não ter nada relacionado à farras, o
ciúme me consumiu me fazendo arremessar o aparelho longe.
Eu aperto os olhos com o indicador e polegar, tentando
aliviar a pressão em minha cabeça. Assim que focalizo minha visão
novamente, noto algo grudado no fundo da caixa. Uma foto onde
Enzo a abraçava por trás e mordia sua orelha, enquanto ela sorria
pra câmera.
No verso havia uma dedicatória.
Que siempre pueda arrancar de ti tu mejor sonrisa a mi
princesa.
Tu Enzo
(Que eu sempre possa arrancar de ti o teu melhor sorriso,
minha princesa.
Teu Enzo)
Eu respirei fundo tentando controlar os tremores de raiva,
pensando no motivo pelo qual ela guardava aquela maldita foto. Eu
peguei minha maleta, joguei todo o conteúdo do embrulho em uma
sacola saindo de minha sala.
- Marisa eu estou de saída e não volto hoje, adie para
sexta a reunião de hoje.
Eu não fiquei para ouvir a resposta, eu só queria ir para
casa, respirar, e ter coragem para fazer o que havia de ser feito.
CAPÍTULO XXXVIII
HADASSA MENDONÇA
Eu dirigia de volta pra fazenda com uma baita dor de
cabeça. Eram tantos fatos acontecendo ao mesmo tempo que eu
mal consegui me concentrar na prova. Eu estava voltando para casa
somente por que uma hora ou outra teria que encarar aquela
situação, e quanto mais rápido eu fizesse isso melhor seria. Eu
também precisava voltar ao IEC para tentar encontrar o meu celular,
mas o que mais me preocupava no momento era Mikhail, ele estava
realmente chateado com que presenciou na casa de Vera.Eu fiquei
imaginando sua reação se acaso descobrisse que estou no controle
de natalidade.
Eu estava enlouquecendo, e não sabia mais o que pensar
ou o que fazer. Eu o amo isso é fato, porém a situação que nos
envolve é sempre complicada demais. São as doutrinas do pai dele,
as minhas omissões e mentiras eu não posso negar.
Se tudo tivesse sido diferente, eu tenho certeza que nós
dois seríamos perfeitos um para o outro, mas no momento eu tenho
dúvidas. Dizem que o amor supera tudo, só que para mim pelo
menos. o amor supera tudo no momento certo, no momento em que
ele tem que acontecer. Conosco as coisas sempre foram forçadas.
Assim que os portões da fazenda se abrem, de imediato
eu sinto um aperto no peito, como se alguma coisa na minha vida
fosse mudar a partir de agora. Eu vejo Irina fazer um sinal para mim
pela sacada do seu quarto mas ignoro, no momento tudo que eu
quero é ir para casa e conversar, decidir meu futuro de uma vez.
Eu abro a porta de casa e percebo que tudo está
silencioso demais, então subo direto para o quarto esperando
encontrar Mikhail lá. Tudo está na penumbra, apenas a luz de um
abajur aceso, e as portas da sacada estão abertas. Eu acendo a luz
do quarto, e noto algumas coisas reviradas e quebradas, incluindo
nossos portas retrato no chão, a cama está completamente
bagunçada. Eu ando em direção ao banheiro, e ao entrar no closet,
vejo a mesma bagunça porém somente no lado onde se encontram
meus pertences. Vejo minha caixa em formato de livros, onde fica as
minhas bijuterias e maquiagens aberta, com as minhas coisas
espalhadas pelo chão. Impossível não entrar em pânico dando falta
de um papel naquele momento. Sim, se Mikhail ligar os fatos,
perceberia que havia algo errado ali. Mas o que eu faria revirar as
minhas coisas?
Imediatamente eu começo a colocar todas os objetos em
seu lugar, mas paro assim que ouço o som dos passos. Mesmo sem
me virar eu sei que é ele, sua respiração está pesada.
-Está procurando isso aqui Senhora Volkov?
Assim que giro meu corpo, vejo nas mãos de Mikhail meu
celular, ao que parece com a tela quebrada e uma receita em suas
mãos. Ele descobriu tudo, Mikhail me olha com desprezo e com dor.
- Mikhail eu posso explicar...
- Eu acho que o que fez não tem explicação, mas gostaria
de vê-la tentar Hadassa.
Eu me levanto com o corpo trêmulo andando até sua
direção, o cheiro forte de vinho não escapa de minha percepção.
- V-Você andou bebendo?
Mikhail levanta sua sobrancelha e dá a sombra de um
sorriso sarcástico, ao qual nunca vi ali antes.
- Ora, não é como se nunca tivéssemos quebrado a regra
antes não é mesmo "Dassa"?
- Mikhail, acho melhor conversarmos amanhã, você está
um pouco alterado e...
- Sente-se ali na cama Hadassa, eu não tenho o que
ouvir, você fingiu ser quem não era, e me enganou esse tempo todo
sobre está se previnindo .
- Mikhail eu errei muito sobre as injeções, e-eu decidi
parar com elas após nos acertarmos em seu consultório, tudo ali foi
real. Quanto as coisas na faculdade, eu não sabia que me casaria
tão cedo. Eu não fiz nada demais, você fez muito pior até em clube
de sexo se meteu.
- Um erro não justifica outro porra! As coisas que
aconteceram em meu passado, já tem mais de dez anos, o seu
ainda está aqui nos intoxicando.
- Não! Depois que você passou a me tratar como sua
mulher, e deixou de me ignorar, eu falei com você em todas as
vezes que saí com amigos. Meu passado também passou pra mim.
- É mesmo? - Mikhail abre com brutalidade a gaveta do
criado mudo, e joga uma foto em cima de mim. - É assim que
esqueceu seu passado? Guardando a porra de uma foto com
declaração do seu ex?
- E-Eu... Essa foto não é minha... Como a conseguiu?
- Por Javé Hadassa, só falta você dizer que é montagem...
Eu me levanto cansada das acusações e ironias.
- Não! Não é montagem eu me lembro dessa foto, foi tirada
no celular de Enzo, no aniversário da Renatinha no ano passado.
Mas não sabia que havia sido revelada, mas essa dedicatória, a
letra não é de Enzo...
- Ah sim, e eu tenho que acreditar em você porque você
nunca enganou ninguém, principalmente a mim.
- Escute Mikhail, a mim a minha consciência me basta. Eu
errei com você quando ocultei as injeções, e a você eu dou todo
direito de se sentir traído. Mas as demais coisas não... Eu errei
quando disse que estaria em um Congresso, e fui à um barzinho
com amigos, mas eu estava casada com um robô que me ignorava
e me evitava, eu precisava espairecer ou explodiria... Porém não se
esqueça que antes mesmo de saber das injeções, ou de Vera e
Renata, você não acreditou em minha inocência sobre o caso com
Davi. Então aqui estamos de igual pra igual, eu errei e você errou.
- Não Hadassa, não estamos não... Eu nunca acreditei
que você indicou aquele livro para Davi, por isso mesmo após
descobrir toda suas mentiras, eu fui até o IEC e pedi a gravação das
câmeras da Biblioteca. Eu vi sua conversa com Davi, e vi quando
deu a ele outro livro.
- Metamorfose, de Franz Kafka...
- Exatamente. Davi não voltou a biblioteca no dia de hoje,
o que leva a crer que o livro já estava em sua posse antes, não foi
pego hoje como afirmou. Eu já enviei ao meu pai as gravações, e
ele disse que virá aqui pessoalmente se desculpar com você. Agora
vá se arrumar no outro quarto, enquanto arrumo essa bagunça, logo
eles estarão aí. Hadassa, e nossa conversa não acabou aqui.
CAPÍTULO XXXIX
HADASSA MENDONÇA
Eu não estava com um pingo de paciência para aturar mais
de Vladimir Volkov hoje. Confesso que ouvi-lo pedir desculpas seria
algo maravilhoso, uma vez que o veria engolir toda aquela
arrogância, que o faz se pôr acima dos demais.
Saber que Mikhail havia procurado provar minha
inocência, não aplacou ainda a minha mágoa sobre ele. É claro que
aliviou parcialmente a dor, mas ainda assim, o seu julgamento sobre
mim era muito pesado em vista de tudo que ele já fez.
Quando desci as escadas Vladimir, Irina, e Mikhail já me
esperavam.
- Boa noite... - eu disse como se farpas estivessem em
minha garganta, uma vez que minha vontade era pular no pescoço
de Vladimir.
- Boa noite minha querida, eu lamento tanto toda essa
confusão, eu sabia que não faria algo assim. Davi nos contou que...
- Irina sente-se por favor, não precisa atropelar as coisas.
Hadassa por favor sente-se ao lado de seu esposo.
Havia algo errado ali, Vladimir não parecia arrependido,
muito pelo contrário parecia guardar alguma carta na manga.
- Estou bem de pé Vladimir, pode iniciar o que veio fazer
aqui.
Vladimir me olha com um sorrisinho torto.
- Bom, já que está com pressa, eu vim aqui por dois
motivos. Primeiro para lhe pedir desculpas, sobre o episódio de hoje
mais cedo no IEC. Eu sou um homem Hadassa, sei reconhecer
quando estou errado, e hoje eu fui injusto com você, principalmente
quando não fiquei ao seu lado, e a tratei como se não fosse uma
Volkov. Davi nos contou que foi pego com o livro, e com medo de
ser disciplinado jogou a culpa encima de você. Ele só não contava
que seu esposo pensasse nas câmeras, coisa que nem passou por
minha cabeça. Por isso te peço perdão.
- Reverendo, seria cômodo pra mim fingir que está tudo
bem, quando não está. Você me humilhou na frente de um dos
alunos, isso porque "supostamente" você me passaria a direção do
IEC. Pra você a palavra de um adolescente valeu mais do que a
minha. E tem mais, você não me tratou como uma Volkov, porque
nunca me viu como uma, só que o senhor esquece que eu não pedi
pra está aqui, tudo me foi imposto. Mikhail é um homem bom, e
agradeço a Javé por isso, mas você, você é tóxico. Você suga a
todos com essa sua áurea de repreensão, se colocando acima do
bem e do mal.
- Hadassa por favor...
- Deixe-a Mikhail, uma coisa eu devo admitir, sua mulher
tem razão, eu nunca a vi como Volkov. Não era segredo que sempre
acreditei que Esther seria a mulher perfeita pra você. Deixe-me dizer
uma coisa menina, nunca a quis como uma de nós e não a quero
agora, e isso tem a ver com o segundo motivo por ter vindo aqui.
Irina me dê a pasta.
Eu e Mikhail nos olhamos surpresos, sem entender o
que Vladimir queria dizer com aquilo. Mikhail imediatamente se põe
de pé.
- Pai... O que quer dizer com isso? Você disse que veria
pedir desculpas a Hadassa.
- E eu o fiz, pedi perdão e Hadassa permaneceu como se
estivesse sendo atacada. - Vladimir abre a pasta, e várias fotos
minhas na faculdade, em cachoeiras me banhando com mus
amigos, festas, são espalhadas na mesa de centro. - Essa é sua
esposa Mikhail, a filha de um presbítero. Agora me diga se isso é a
postura de uma Volkov?
Imediatamente eu sinto meu ar faltar, Mikhail olha as
fotos, provavelmente assim como eu aturdido, sem saber como seu
pai as conseguiu. Minha sogra se põe ao meu lado e segura minha
mão, provavelmente com medo que eu desmaie, uma vez que mal
sinto meu sangue no corpo.
- Sabe Hadassa, eu disse que era um homem e que sei
reconhecer meu erro, mas mais que isso, eu sei valorizar o meu
faro. E eu sabia que você não seria boa coisa.
- I-Isso foi antes de nos casarmos Irina, eu nunca mais fiz
isso depois que me casei, acredite em mim eu só queria viver uma
vida normal...
- Normal? Você queria era viver em libertinagem. Pobre
Isaac e Helena não sabem a filha que tem em casa.
A menção do nome dos meus pais faz meu sangue ferver.
- Não meta meus pais nisso seu desgraçado! - Eu me
livro dos braços de Irina, mas Mikhail se põe entre nós. - Você quer
falar de família? Quando você destruiu a sua?
Irina imediatamente tenta me deter, para que não solte o
que guardei por anos, por lealdade e respeito à Ivan.
- Hadassa minha filha, venha comigo você precisa se
acalmar...
- Não Irina! - As lágrimas vem em meus olhos, eu estou
cansada de tanto julgamento, tanta pressão, tanta infelicidade.
Sabendo que a partir do que vou dizer agora, talvez Mikhail me
odeie ainda mais e eu... Eu ainda o amo tanto. Meu homem, que no
fundo é só um menino... Talvez de nós ele seja o mais inocente, o
que mais merece amor.
- M-Me perdoe... Mas eu não posso mais... E-Esse
homem culpa Mikhail pela morte de Ivan, e usa essa culpa para
mantê-lo refém. O obrigou a passar oito anos em um casamento
sem amor, assim como fez com Ivan.
Mikhail vira o corpo para que possa me encarar.
- Hadassa do que está falando?
- Me desculpe. - eu digo olhando para Mikhail, mas dessa
vez vou até o fim. - Você sabia Vladimir, sempre soube... Como você
mesmo disse, seu faro nunca o enganou, você só fingia não ver... E
arrastou seu filho para infelicidade, tudo às custas de convenções e
doutrinas. Ivan já estava morto antes daquele acidente, ele via em
mim, uma menina de dez anos sua confidente, porque sentia que
ninguém poderia ajudá-lo ou entendê-lo. - Eu ouço o soluço de Irina
junto com o meu. - Não satisfeito em ter feito isso com Ivan, fez o
mesmo com Mikhail por duas vezes. Só que eu não sou como Elza,
e isso frustrou o todo poderoso.
- Você nunca seria como ela Elza era uma mulher
modesta, humilde, sensata, virtuosa...
- E infeliz! Ivan várias vezes se sentia mal por não
correspondê-la. Por Javé, quantas vezes me perguntava se o
achava ruim por não poder ser normal. E você assistia a isso tudo
de maneira cômoda. Gostava tanto de sua nora, que a obrigou a
casar com um homem a quem ela atribuía a morte do marido.
- C-Como sabe disso Hadassa?
Mikhail me pergunta e noto seus olhos marejados.
- Pouco antes de morrer nos encontramos no mercadinho.
Ela sabia de Ivan e sabia de seu carinho comigo. Então ficamos
conversando um pouco, eu pude perceber como ela falava de você
com certo desprezo, e deu a entender que você seria o culpado...
- Meu filho não ouça o que essa mulher diz, ela quer nos
desestabilizar.
Mikhail se aproxima de mim.
- O que meu pai sabia Hadassa? O que fez meu irmão
infeliz?
Eu começo a chorar, e Mikhail segura meus ombros me
fazendo encará-lo. Eu não queria ser a responsável por trazer tanta
dor em um único dia a sua vida. Mas eu precisava liberta-lo.
- Me diga Hadassa por favor... Sem mais segredos, sem
mentiras...
- Ivan e-era gay...
Mikhail pisca os olhos, e solta meus ombros como se o
queimasse, ele estava perdido com o que descobriu. Irina vai até
seu encontro.
- Não ouse abrir a boca para caluniar meu filho, ele não
está aqui para se defender.
Vladimir me puxa pelo braço e levanta sua mão, mas
antes que possa fazer qualquer coisa, Mikhail intercepta o tapa
segurando seu braço.
- Não ouse encostar um dedo nela. Saía da minha casa,
eu preciso conversar com minha mulher.
- Vladimir vamos. Eles precisam de um tempo.
- É ela quem tem que ser expulsa dessa fazenda Irina.
Levantou uma calúnia sobre Ivan, vive em festas por aí e o pior
tomava medicamentos para evitar filhos.
Mikhail suspira, fecha os olhos, buscando controle.
- Como sabe disso pai?
- Você sabia? Estava de acordo com ela nessa loucura?
Meu filho escute, Hadassa violou uma das cláusulas do contrato
pré-nupcial, você pode pedir o divórcio sem pagar nada à essa
ingrata.
- Vladimir é a vida dos dois não devemos nos...
- Como soube pai?
- Eu recebi um e-mail com todas essas informações.
Inclusive uma cópia da sua receita de contraceptivo.
Eu imediatamente fiquei gelada. O stalker... Ele foi quem
orquestrou tudo. Como se lesse meus pensamentos, vejo a postura
de Mikhail entrar em estado em alerta.
- Quero que me empreste seu notebook, preciso localizar
o IP de onde veio esse e-mail ainda hoje. Agora me deixe só com
Hadassa, daqui à pouco estarei lá.
Vladimir e Irina deixam a casa e Mikhail se senta
parecendo cansado.
- Por Javé eu pareço ter entrado no olho de um furacão.
Ivan... Porque nunca me contou?
- Mikhail...
- Não Hadassa! Você não vê? Todos me esconderam
alguma coisa, e você, você Lyubov, que pensei ser diferente no
fundo fez como todos eles.
- Mikhail eu não podia contar, não era algo meu...
Mikhail sorri amargamente.
- Mas resolveu contar agora e por que? Porque se sentiu
acuada, por puro egoísmo Hadassa, assim como tomou a decisão
de entrar no controle de natalidade sem conversar comigo.
- Você tem razão eu fui egoísta sobre o controle de
natalidade. - as lágrimas corriam livremente- mMs errou em dizer
que o que falei hoje em relação a Ivan foi por mim. Isso teve mais a
ver com você do que comigo.
Eu respiro fundo tentando ter forças pra o que vou dizer,
porque sei que é necessário esse tempo pra nós dois.
- Mikhail eu preciso ir embora daqui, não há espaço pra
mim depois de tudo que foi dito, e se há essa brecha nesse contrato
que não li, você pode pedir o divórcio eu nunca quis nada de vocês.
- Você nunca sequer desejou esse casamento Hadassa.
- Mas quis você... Desde a minha infância... Foi isso
que me aproximou de Ivan, ele viu um desenho seu, você em sua
moto com uma menina de oito anos na garupa, e embaixo eu havia
escrito as palavras: Meu Doutor Príncipe. - sorrio em meio as
lágrimas - Eu não era uma ótima desenhista mas ele o reconheceu.
Ele sabia meu segredo e eu o dele, éramos amigos.
Mikhail pisca os olhos, provavelmente tentando afastar as
lagrimas, mas a vermelhidão em seus olhos o denuncia.
- Eu devo ter sido um péssimo irmão... Ele deve ter me
achado um egoísta...
- Não, não se culpe, fomos nós que erramos com você...
Mikhail, ele te admirava , dizia querer ter sua coragem... Ele dizia
que eu parecia com você, dizia o que vinha na cabeça, me chamava
de Shtorm. Falava que seríamos perfeitos um pro outro... Eu sei que
era apenas para me dá esperanças, mas amava ouvir aquilo.
Mikhail sorri um pouco.
- Você não precisa ir embora, meu pai não se atreveria a
te expulsar daqui.
- Eu preciso Mikhail, nós precisamos... Mas nessa
loucura toda, você foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu vou pra
casa de Renatinha, tentar arrumar um emprego por lá mesmo. Meu
pai com certeza não me aceitaria em casa, e eu nem sei se consigo
lidar com ele depois de saber que omitiu tanta coisa do contrato.
- Já está tarde amanhã você vai... Eu não vou pedir pra
que fique Hadassa, porque há muita coisa pra digerir, e ainda me
sinto extremamente magoado com o que fez. Eu vou à casa
principal pegar o notebook, amanhã mesmo levo à um profissional
pra que encontre o IP.
Mikhail se levanta, e sai pela porta. O aperto em meu peito
triplica, e eu subo as escadas arrasada, porque no fundo queria que
ele implorasse pra que eu ficasse, mas Mikhail era maduro demais e
sensato demais pra fazer isso. Eu agora só tinha que arcar com as
consequências das coisas que fiz, e ele das que deixou de fazer.
CAPÍTULO XL
MIKHAIL VOLKOV
Eu bati a porta de casa e fiquei algum tempo (não consigo
precisar quanto) parado na varanda. A ideia de Hadassa sair da
minha vida era dolorosa, mas necessária. foram cometidos muitos
erros de ambas as partes, talvez mais dela. Eu precisava resolver
toda essa confusão, principalmente a que tratava do stalker. Eu
tinha certeza que quem enviou o celular para meu trabalho, e as
fotos e informações para meu pai queria nos separar... Mas por
que?
E foi pensando em todo assédio que Hadassa vinha
sofrendo que não pedi pra que ficasse. Se o stalker pensasse que
seu plano deu certo, talvez Hadassa se mantivesse mais segura.
Amanhã mesmo eu contrataria dois seguranças para ficarem de
olho de forma discreta em minha mulher. Eu não posso negar que
estou me sentindo magoado e estarrecido com a história dos
anticoncepcionais, mas eu precisava manter a cabeça no lugar.
O que mais me abalou foi o que Hadassa me contou sobre
Ivan. Ivan era gay... Minha mãe eu tinha certeza que sabia mas meu
pai... Será que esse tempo todo fingiu não vê? Enquanto me
cobrava simplesmente a perfeição, em substituição ao filho prodígio.
Eu respirei fundo e me dirigi até a casa de meus pais.
Eu entrei na casa, e apenas minha mãe se encontrava
na sala com uma caixa de madeira nas mãos.
- Filho... - sua voz ainda estava afetada pelo choro
recente - Eu quero que fique com isso, mas não deixe seu pai ver, e-
era de seu irmão, talvez o ajude a entendê-lo. Me perdoe meu filho,
eu fui fraca com Vladimir em relação a vocês dois...
- Mat'... Não é o melhor momento para discutirmos isso,
você foi uma ótima mãe. Não chore mais, está bem? Agora vou lá
encarar o Sr. Vladimir.
- Ele está na biblioteca lhe esperando. Vou deixar a caixa
na gaveta do aparador pegue-a na hora de ir embora.
- Tudo bem...
Eu me dirijo a biblioteca e entro sem bater uma vez que
sou aguardado.
- Este é o notebook?
- Sim é... E você já tirou aquela vul'garnaya da minha
fazenda?
Me controlo para não explodir, meu pai está passando dos
limites, porque eu já estou cheio das imposições desmedidas de
meu pai.
- Mikhail, se você pedir o divórcio, com a prova da quebra
de contrato ela não receberá um tostão.
- Pai! Cale-se por favor, antes que eu o responda como o
senhor merece.- Vladimir faz menção de retrucar, mas o meu gesto
pedindo pra que nem comece o faz parar. - Escute bem o que vou
lhe dizer, Hadassa amanhã sairá da Fazenda até que tudo por aqui
se acalme. Mas não pense, em momento nenhum que a sua
imposição tem algo a ver com isso. Hadassa poderá voltar para
casa dela a hora que quiser, se por acaso decidirmos assim. E nem
tente impedi-la ou recomeçaremos nossa vida longe de suas vistas.
- V-Você não se atreveria... Não faria isso com seu pai,
por conta de uma mulher que o enganou durante todo o seu
casamento. - Meu pai parecia abalado eu sabia que a ideia de ficar
longe de seu único herdeiro o desestabilizaria.
- Esse é um problema que eu devo resolver com ela, e se
resolvermos nos acertar, não quero mais sua interferência em
nossas vidas. Eu já me deixei ser controlado demais pai, por culpa,
pela dor, mas isso acaba aqui. Ivan morreu precocemente com 28
anos, e não teve a oportunidade de ser feliz da maneira que queria,
e eu não vou cometer o mesmo erro.
- IVAN ERA FELIZ! - seu descontrole só mostrava que
sim, Vladimir já desconfiava da sexualidade do filho. - Eu não vou
permitir que acreditem no que aquela mulher disse. Ivan amava sua
esposa, e era um pastor amado e respeitado por todos, nunca em
sua vida deu motivos para ser alvo de comentários maliciosos. Já
não posso dizer o mesmo de você e sua esposa.
- Eu não vim aqui pra discutir o que não te diz respeito, eu
vim pelo notebook. Alguém invadiu a vida e privacidade de minha
esposa pela segunda vez, e a expôs. Eu sinceramente espero que o
senhor não tenha nenhuma relação com isso.
- Por quem me toma, seu moleque insolente? Eu jamais
faria algo do tipo, pegue a droga desse notebook e comprove você
mesmo a veracidade das minhas palavras. - Vladimir me estende o
notebook e percebo que suas mãos tremem.
- O senhor está bem? Pai por que está tremendo? Não
está se sentindo bem.
- Não é nada demais, esqueci de tomar o remédio da
pressão, e hoje foi um dia agitado. Agora pegue o que queria e saia.
- Eu vou, mas vou avisar a minha mãe que não se sente
bem.
Eu sai da biblioteca e antes de deixar a casa, avisei a
minha mãe sobre o estado de meu pai. Eu peguei a caixa que
pertencia à Ivan e fui direto pra minha casa. Logo cheguei, dei pela
falta do carro que antes estava ao lado do meu. Eu entrei em casa
deixando no aparador a caixa e o notebook, sai à sua procura, sem
sucesso, Hadassa já não se encontrava ali.
- Droga! Criança, sempre desobediente.
Eu levei a caixa e o notebook para meu quarto, me
sentei na cama e resolvi abrir os segredos de Ivan. Naquela caixa
havia alguns desenhos, eu reconheci o desenho a qual Hadassa
havia mencionado. No papel havia um homem alto com grandes
olhos azuis e cabelos negros, estava de branco e havia um
estetoscópio em volta de seu pescoço e uma coroa em sua cabeça,
logo abaixo sua descrição em letras infantis e redondas.
Meu doutor príncipe.
Havia um caderno com capa de couro, entre mais coisas.
Assim que abri o caderno, imediatamente percebi que não se
tratava de um caderno qualquer, e sim um diário. Eu levantei a os
olhos imaginando como Ivan se sentiu durante todos esses anos. Eu
fecho a caixa e a coloco na cômoda, notando agora sobre ela um
bilhete.
1 Coríntios 13
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e
não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que
tine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos
os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de
maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada
seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento
dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser
queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o
amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
5 Não se porta com indecência, não busca os seus
interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão
aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência,
desaparecerá;
Os votos permanecem em mim.
Sua Lyubov
Eu sorri, talvez Hadassa não entenderia, mas por hora é
melhor nosso afastamento.
Mat': mãe
vul'garnaya: mulher vulgar, mulherzinha
CAPÍTULO XLI
HADASSA MENDONÇA
- AAAAAAHHHH! BURRA!
Como eu pude acreditar que ele me pediria pra voltar...
Era óbvio que ainda estava muito magoado comigo, e com certeza
Vladimir já estava se encarregando de envenena-lo. O toque dele
parecia ainda brasa sobre minha pele, o beijo erótico, eu o desejava
desesperadamente mas não podia permitir que o que tivemos se
resumisse apenas em sexo, e eu não queria uma transa de
despedida. Optei por colocar a cabeça no lugar, hoje não iria à
faculdade, apenas faria o jantar em agradecimento aos meus
amigos e seguiria com minha vida.
2 meses depois
Eu já havia feito minha mudança há 1 mês para o meu
sótão, e estava amando a sensação de independência, eu ainda
sentia uma falta absurda de Mikhail. Mas ele já tinha seguido em
frente, só me restava fazer o mesmo. O sótão ficou magnífico, com
apenas pintura nas paredes e armários, e novos mobiliários. Minha
mãe quando veio visitar, amou o lugar e me deu de presente todos
eletrodomésticos e eletrônicos. Eu não quis aceitar, mas ela disse
que ainda estava muito magoada comigo, por ter preferido Vera, e
que filha dela não ia depender de ninguém. Bom, não teve como
recusar, com o que sobrou comprei a cama, sofá e uma poltrona,
uma mesa com 4 banquetas, além de trocado a pia da cozinha. O
espaço contava com um closet que dava no banheiro, então não
precisei comprar um guarda roupas.
Eu já havia passado do período de experiência de um
mês, Cris já havia partido e eu assumira o seu lugar. Eu gostava da
rotina que havia criado em minha vida, acordando cedo e indo
trabalhar no mesmo prédio, assim que acabava o expediente subia
para o sótão, tomava um banho e partia para faculdade. Hélio era
um bom patrão, às vezes um pouco grosso e impaciente, o que nos
levou a discutir algumas vezes, mas ainda assim um bom patrão. O
bom da nova rotina era que eu ficava extremamente cansada, e
quando chegava em casa eu praticamente desmaiava na cama, e
nos finais de semana estudava a matéria da semana. Tudo isso era
uma boa fuga para pensamentos e sentimentos indesejados.
Da última vez que vi Mikhail, após o jantar Vitório me
confidenciou, que ao devolver o carro teve uma pequena discussão
com Vladimir, e o que me disse fez meu coração doer um pouco
mais... Vladimir dava como certo, que em breve Mikhail entraria com
o pedido de divórcio, e já tinha em vista uma nova pretendente para
ele. Na hora eu senti um peso no peito, mas com o passar do
tempo, imaginei ser apenas algo que ele tenha dito para me ferir.
Entretanto na semana passada, quando minha mãe veio me visitar
eu a senti inquieta, e de pronto notei que tinha algo errado.
- Anda mãe fala logo! Eu te conheço muito bem, tem
alguma coisa acontecendo. É com papai? Ou Esther? Por Javé é
com você?
- Não é nada disso filha, fique calma por favor. Escute
pode ser só fofoca, mas são os comentários que estão falando em
toda CFJ.
- Sobre mim?
- Não filha, Mikhail proibiu qualquer um de tocar em seu
nome.
. Pelo visto ele realmente havia se magoado comigo, não
queria nem ouvir meu nome como se nunca tivesse existido em sua
vida. Eu ignorei a dor do que aquilo me causou e tentei focar no que
minha mãe me dizia.
- Então qual é o comentário da vez?
- Estão dizendo que o Reverendo e o Pastor
Presidente da Solo Fértil, estão acertando um possível casamento
entre Mikhail e Izabel.
Minhas mãos de imediato soltaram os talheres no
prato, um arrepio frio se apossou de meu corpo, e comecei a tremer
conforme meus olhos enchiam-se de lágrimas. Ele não faria isso...
- Hadassa! Filha, bebe um pouco d’água. Meu Deus você
parece está em choque.
Com as mãos tremendo eu segurei o copo e bebi toda
água. Não podia ser...
- Mas nós ainda somos casados! Ele não pode namorar,
noivar, muito menos casar.
- Escute, isso pode ser apenas fofoca, porque ela tem
ido aos cultos. De qualquer forma se quisesse algo com ela, teria
pedido o divórcio.
- Pode ser mãe...
Eu não sabia se a informação era correta, mas não
poderia me iludir, se a garota estava frequentando a CFJ, com
certeza havia alguma esperança em relação a Mikhail.
(...)
Era sexta feira 22:00, eu estranhei quando ouvi a
campainha tocar, provavelmente o porteiro deixou Hélio subir. Ele
havia me convidado para um jantar, em comemoração pelo meu
primeiro mês sozinha no consultório. Eu resolvi aceitar, uma vez que
não notei segundas intenções em seu pedido, minha vida estava
cada vez mais agitada e eu precisava espairecer.
Eu havia escolhido um vestido branco, justo, com recorte
nas laterais, era simples e elegante. Eu estava maquiada
levemente.
Assim que abri a porta, a impressão que tive foi que
meu coração havia se hospedado em minha garganta.
- Mikhail?
Mikhail me olhava dos pés à cabeça, parecia sério,
zangado até.
- Posso entar?
- Po-pode.
Mikhail olhava para cada detalhe do lugar e da decoração,
e um sorriso amargo aparece em seus lábios.
- Hadassa eu vim até aqui para fazer uma pergunta, e
espero que não seja verdade o que me contaram. – Mikhail me
olhava de forma dura, segurava a bengala com tanta força, que os
nós de seus dedos estavam brancos. - Chegou até meu
conhecimento, que hoje você iria se encontrar com outro homem,
esquecendo-se que ainda segue casada comigo.
- Co-Como sabe?
- Então é verdade, desde que se foi, eu sei tudo sobre
você Lyubov.
O toque em meu rosto me deixou de pernas bambas...
- Vá embora Mikhail, por favor estou esperando outra
pessoa, não temos mais nada o que fal...
Eu não consegui terminar a frase, logo sua língua
tocava a minha e eu gemi com o contato íntimo. Eu poderia me
arrepender mas por hora eu segui os desejos do meu coração e me
entreguei a Mikhail...
CAPÍTULO XLV
MIKHAIL VOLKOV
POSITIVO
Eu olhava a pequena caixa e agora?
CAPÍTULO XLVII
MIKHAIL VOLKOV
Eu saí da casa de Hadassa sentindo meu corpo ferver, eu
me recusava a acreditar que meu pai havia feito aquilo. Vladimir
passou de todos os limites. Eu peguei meu carro indo direto para
fazenda, estacionei o carro em frente a casa principal, pegando os
papéis no banco passageiro. Minha mãe notando o meu estado,
veio de encontro a mim.
- Mikhail o que houve?
- Onde está seu marido?
- Está na biblioteca com Joa...
Eu não deixei que terminasse a fras, indo em direção ao
meu intento. Assim que abri a porta de forma truculenta, meu pai e
Joaquim se levantaram de seus respectivos assentos assustados.
- O que é isso Mikhail?
- O que é isso sou eu quem pergunto. - Digo jogando os
papéis em cima dele - Como você teve coragem de falsificar minha
assinatura para dá entrada no pedido de divórcio? Você está louco?
Você passou todos os limites Vladimir.
- Me respeite eu sou seu pai! E tudo que fiz foi pro seu
bem.
- Pro meu bem? Isso foi apenas para seu jogo de interesse,
queria livrar o seu sobrenome das fofocas em relação à Hadassa.
Se fosse pro meu bem, você deveria ter ficado ao meu lado e não a
expulsado daqui, quando sabia que eu a amo.
- Ora Mikhail, faz me rir, você também não a impediu. E a
assinatura não é falsa, foi você quem assinou.
- Você provavelmente me ludibriou pra que eu assinasse
esse pedido. Por Javé, você é pior do que eu pensava. E quanto a
deixar Hadassa partir, eu tive meus motivos, e acredite fiz tudo
pensando nela, apenas nela. Você não tinha esse direito, isso tudo
já foi longe demais, EU fui passivo demais, acreditando que poderia
me redimir pelo que aconteceu com Ivan. Mas nada é bom o
suficiente pra você, você simplesmente aceitou meu casamento com
Elza, porque sabia que eu era infeliz e quis me punir. Você não
suportou me ver feliz com Hadassa, e talvez você seja o maldito
perseguidor.
O IP de onde meu pai recebeu o e-mail, pertencia a um
computador do IEC, e infelizmente a única pessoa que sempre
demonstrou antipatia gratuita por Hadassa foi ele.
- Do que está falando filho? Eu nunca desejaria sua
infelicidade. Não faço ideia do que está falando, que perseguidor é
esse?
- Não interessa mais. A partir de hoje eu não faço parte da
CFJ, não moro mais nessa fazenda, permanecerei na sociedade da
clínica, porque por mais que você tenha entrado com capital, aquele
lugar tem dez anos de trabalho meu ali.
- Vo-você não pode fazer isso, você é um pastor. Não pode
renunciar a Javé.
- Não é a Ele que estou renunciando, e sim a essa sua
influência tóxica sobre minha vida. E pode deixar claro a Izabel que
eu não estou disponível, EU sou um homem casado. Esses papéis
não me dizem nada.
Eu digo retirando os papéis que Hadassa assinou do
envelope e os jogo na lareira .
- Só há uma senhora Volkov, e ela é Hadassa, você goste
ou não.
- Filho, por favor você está com a cabeça quente, não
precisa sair da fazenda.
Minha mãe me pede já aos prantos. Eu me compadeço de
sua dor, mas minha decisão está tomada, meu pai precisava de um
choque de realidade, e eu retomar minha vida.
- Mãe eu vou continuar na cidade, mas eu vou procurar
uma casa nova, e a senhora pode me visitar a qualquer momento.
Mas por hora é disso que preciso, pra me sentir livre de tanta
opressão, eu não quero viver como Ivan viveu. Faço isso por mim e
em memória dele.
-Mikhail se você sair por essa porta eu o deserdo.
- Faça bom aproveito Vladimir, construiu um império e não
tem filhos para deixar um legado.
Eu saio batendo a porta indo até minha casa decidido a me
mudar o quanto antes.
HADASSA MENDONÇA
Acordei ainda zonza, devido à espécie de sedativo que
inalei, mas consegui ouvir as vozes alteradas, e quase não acreditei
ao ouvir a voz da pessoa, que provavelmente era o cúmplice de
Joaquim.
- Você é louco? Se Mikhail vir até aqui vai descobrir
nossas identidades. Sem contar Hadassa, que já sabe que você é o
perseguidor. Graças a Javé ela não me viu!
- Isso não faz diferença agora, nenhum dos dois estarão
aqui para contar história.
- C-Como assim?
Você disse que ia despachar Hadassa para longe daqui, mas
não falou nada em matar... E se matar Mikhail como ficarei com ele?
Então era isso? Minha própria irmã sendo cúmplice de um
psicopata, somente para ter Mikhail pra ela...
- Esther... Esther... Eu não seria idiota em correr o risco
de Hadassa voltar, e eu ser preso. Está tudo correndo perfeitamente
... Eu já plantei no celular de Hadassa, fotos de quando se
relacionava com Enzo García. Tudo vai parecer um crime passional,
motivado pelo ciúmes, Mikhail matou sua esposa! e não suportando
o peso da culpa após o ato se matará.
- Não! Eu não vou deixar que faça isso... Eu vou
contar...
Antes que Esther completasse sua fala, eu ouvi um som
seco em seguida o som do corpo caído no chão. Imediatamente as
lágrimas rolaram de meus olhos, imaginando que ele tivera atirado
em Esther fez brotar um aperto no coração, apesar de tudo ela era
minha irmã. Em pensar que eu e Mikhail, seríamos os próximos só
fazia o aperto aumentar. Nossos filhos, o que seriam deles?
- Você fala demais Esther e acabou de me dá uma
ideia, você será a perseguidora somente você... Não suportou ver a
felicidade da irmã, seu pai finalmente se rendendo aos encantos da
filha mais nova e pronto... Matou os dois e se matou.
Eu ainda fingia inconsciência, enquanto tentava
desamarrar a corda em minhas mãos, foi então que ouvi passos e a
porta se abrindo.
- Ora se o dono da festa não chegou...
- Joaquim, esse tempo todo era você. Esther? O que fez
com ela?
Ouvir a voz de Mikhail não me acalmou, pelo contrário
me fez temer por sua vida, estávamos sob a mira de um louco...
- Calma Pastor, foi só uma coronhada sua cunhadinha,
aspirante a esposa está viva.
- Onde está Hadassa?
- Ali atrás daquela estante, mas calminha aí... Hadassa
está inconsciente devido ao clorofórmio. Enquanto ela não acorda
nós teremos uma conversinha Mikhail, uma das tantas que já
tivemos... Sente-se ali.
Eu ouvi o som da cadeira arrastando, provavelmente Mikhail
fizera o que lhe fora pedido. Que Javé não permitisse, que o que
Joaquim havia planejado tivesse sucesso.
- Mãe...
Dias atuais
- Obrigada Cristian.
- Confio...
MIKHAIL VOLKOV
- Aaaahh...
- Aaahhh...
- Mikhail... Ahhhhhhh
Hadassa ejaculou, nos molhando com o líquido
transparente que jorrava de sua boceta. Eu não resisti, que
homem resistiria à uma mulher que ejaculava em seu primeiro
anal. Então enchi seu cuzinho com minha porra.
- Ooohhh criança...
Lyubov: Querida
Shtorm: Tempestade
FIM
AGRADECIMENTOS
Primeiro à Deus, segundo a minha família e amigos que me
apoiaram durante essa empreitada, e em terceiro e não menos
importante às minhas leitoras, minhas Vanáticas. Quero deixar um
agradecimento especial a minha administradora Jéssica, as amigas
e leitoras Cass, Inês, Kelly, Joicy, Brenna , Vania e Naiara. E um
beijão as meninas da KF Assessoria, Grazy e Carla. E a autora
super generosa e delicada, Dessa obrigada lindona.
REDES SOCIAIS
Para que possam conhecer melhor a autora e o meu
trabalho fique por dentro das minhas redes sociais.
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MINHAS OBRAS NA AMAZON
Peccato Dolce: Livro I da Série Pecados Capitais
Filippo Leone é um homem ítalo-brasileiro de 36 anos.
Filippo junto com sua mãe e primo administram a Peccato Dolce
uma rede de confeitarias popular nas grandes capitais brasileiras e
Itália. Esse homem intenso e extremamente sexy tem um filho
Nicolas de 6 anos com a sua "ex" noiva Isadora Soares.
Aos 6 meses de gestação Isa sofre um acidente de carro
onde fica em coma mantida por aparelhos, mesmo em coma ela dá
a luz a Nicolas que é a alegria da casa.Passam-se 6 anos e Filippo
mantém os aparelhos da mãe de seu filho ligado na esperança que
ela volte a consciência um dia. Contando com essa volta ele não se
prende a nenhum tipo de relacionamento, mesmo sempre sendo
assediado pela irmã gêmea da mãe de seu filho, Ivana.
Leone vive de noites de sexo casual sem nenhum apego
por isso sempre descartou Ivana a quem ele julga ser ótima para
seu filho. Ele só não contava em conhecer Nicole Romero (ou Nick
para os íntimos) uma linda morena 14 anos mais jovem que faz
parte do estágio de sua empresa se tornando assistente de sua
secretária.
A brasileira com ascendência espanhola mexe totalmente
com ele. Será que ele vai resistir a tentação? Será que Nick
conseguirá tirar o posto do seu amor da juventude?
Venha se apaixonar por esse romance cheio de paixão,
intrigas e sedução.