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SOBRAL – CEARÁ
2023
MÁRCIO PAULO GONÇALVES TIBÚRCIO
SOBRAL – CEARÁ
2023
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MÁRCIO PAULO GONÇALVES TIBÚRCIO
BANCA EXAMINADORA
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Prof. Me. Xxxxxx (Orientador)
Universidade Estadual do Ceará – UECE
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Profa. Dra. Xxxxxx (Coorientador)
Instituição que pertence por extenso – SIGLA
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Prof. Dr. Xxxxxx
Instituição que pertence por extenso – SIGLA
AGRADECIMENTOS
The objective of this work was to carry out a study on the use of photography in the
classroom based on an experience report with the Projeto Olhares em Foco in Sobral
in the years 2014 to 2017. The work makes a brief discussion about teaching of arts
in Brazil and provides a conceptualization of photography, providing information
about its emergence and uses over time, in addition to its importance for humanity. It
explains the methodology of participatory photography among young people based
on a presentation of an experience report with a project that used the photovoice
methodology in Sobral.
1 - INTRODUÇÃO......................................................................................................10
2 - REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................12
2.1 - O ENSINO DA ARTE NO BRASIL............................................................12
2.2 – FOTOGRAFIA: BREVE HISTÓRICO.......................................................13
2.3 - A IMPORTÂNCIA DA FOTOGRAFIA PARA AS CIÊNCIAS SOCIAIS E
HUMANAS.................................................................................................................17
2.4 – A METODOLOGIA PHOTOVOICE..........................................................19
3 - A FOTOGRAFIA PARTICIPATIVA EM SOBRAL – UM RELATO DA
EXPERIÊNCIA COM O PROJETO OLHARES EM FOCO........................................21
4 - CONCLUSÃO.......................................................................................................29
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................30
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1 - INTRODUÇÃO
e outras por terem sido autodidatas no que fazem e tendo aperfeiçoado técnicas
com o passar do tempo, tendo ajuda de outras pessoas em muitos dos casos.
O que quero deixar explícito nestas palavras é que o fazer fotográfico que
me trouxe até a realização de um curso superior em artes visuais partiu de muitas
inquietações e tais inquietações continuarão a surgir indubitavelmente no decorrer
de minha existência neste plano. E foi este fazer fotográfico a razão pela qual este
trabalho se desenvolveu. A questão principal que se pretende elucidar nas páginas
que se seguem é a de qual é a importância do uso da fotografia em sala de aula,
seja ela enquanto item de ilustração dos livros didáticos, usadas para ilustrar a
história, como ponto de partida para discussões de temas diversos ou como método
de investigação-ação participativa. Entretanto nos ateremos mais em responder o
segundo ponto: o uso da fotografia enquanto método de investigação-ação
participativa, a partir de um relato de experiência.
Em seguida, tendo por base outras leituras acerca da fotografia e seu uso
em sala de aula, faremos uma discussão dessa importância num diálogo entre
alguns autores e autoras, com as normativas e legislações brasileiras que versam
sobre a disciplina Arte e a sua relevância para a construção de seres humanos
críticos, que criam e apreciam a arte.
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
Acerca destas mudanças é válido destacar que Ana Mae Barbosa e seu
trabalho com a proposta triangular para o ensino de artes, teve também importante
lugar para a consolidação da arte enquanto disciplina já que, segundo MORAES,
SANTOS e PEREIRA (2018, p. 17) “a Abordagem Triangular deu um valor maior
para a Arte nas escolas, por ela ser uma proposta que não se baseava somente em
conteúdo, mas em ações e com facilidade de ser aplicada a vários assuntos.”
Arte, mas ele usava a imagem na aprendizagem dos adultos da zona rural.
(MORAES; SANTOS; PEREIRA, 2018, p. 18)
Quando iniciei meus estudos (há alguns anos) acerca da fotografia: dos
conceitos, do surgimento, da história, dos usos, fui levado a leituras diversas nas
pesquisas em revistas, livros e por meio da internet, que me mostraram que a
fotografia foi o resultado de processos químicos e físicos que se desenrolaram ao
longo de muitos anos e se “uniram” e “formaram” o que hoje se democratizou e é
parte importante para a história da humanidade, sendo responsável pela forma como
nos comunicamos atualmente inclusive, visto que uma pesquisa recente mostrou
que “92,5% das fotos tiradas diariamente em todo o mundo são capturadas
utilizando smartphones” (site Mundo Conectado, 2023), e estas fotos são
compartilhadas em redes sociais diversas alcançando milhões de usuários/as,
influenciando e formando opiniões.
antiguidade, assim como artistas, que se valeram desta tecnologia para reproduzir
imagens. Como está bem ilustrado no filme “Moça com Brinco de Pérola”, de Peter
Webber (2003) e que retrata a história por trás do famoso e homônimo quadro de
Vermeer. No filme podemos ver como os artistas da época utilizavam a câmara
escura para observar e realizar seus trabalhos e o próprio Vermeer, interpretado por
Colin Firth, demonstra o seu funcionamento de forma didática no filme.
digital. O filme fora substituído pelo sensor, os álbuns de fotografia, por pastas em
computadores e a fotografia passa a figurar como o registro diário da vida da maioria
da população que utiliza as redes sociais e possui um smartphone com câmera.
“No século XVI era o ouvido. O que já foi uma mudança. De um homem
sagaz os romanos diziam: “ele tem um nariz fino”. Para Horácio “Homo naris
emunclae, homo obesae naris”. Nós dizemos: ele tem uma boa visão. E
nossos pais no século XVI: ele tem um ouvido astuto; ele ouve a relva
crescer... Curiosa progressão. Primeiro o odor, o sentido animal; em
seguida o ouvido, este sentido já mais refinado. Finalmente a visão, este
sentido intelectual”
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A autora diz ainda que é no século XIX que a visão passa a tornar-se não
somente um meio de conhecimento, mas também “objeto do saber e da
investigação”. É a partir da visão que os cientistas, sobretudo os sociais e
antropólogos, produzem o conhecimento com a observação espacial e “neutra” de
seus objetos de estudo.
nos diz que “com base na teoria feminista, o método se caracteriza por uma
apreciação da experiência subjetiva das mulheres, um reconhecimento da
importância dessa experiência, e o compromisso político que é resultado dela.” (p.
113).
Durante uma dessas aulas iniciais foi levado uma caixa (Figura 2) em que
se colocava a cabeça numa das extremidades e observava-se em uma das paredes
internas o que se projetava a partir de um pequeno furo na parede oposta. Todos os
participantes ficavam instigados e curiosos por chegar a vez de perceber o céu, e o
que mais se pudesse observar, de outra maneira. Assim exemplificava-se o
funcionamento da câmara escura, parte importante para a história da fotografia e
que fora estudado nas primeiras aulas do projeto.
Ao todo o projeto contou com três turmas distintas com uma exposição
montada ao final de cada turma. Assim tivemos as exposições Novos Olhares em
2014, Viver Comunidade em 2015 e Momentos e Memórias em 2016 (Figuras 3, 4 e
5). É importante ressaltar que a exposições foram apresentadas, inicialmente, para a
comunidade em evento realizado na própria SAFS e aberto ao público.
Posteriormente a exposição Viver Comunidade fez parte da programação do VII
Visualidades (2015-2016) evento de caráter científico promovido pelo Laboratório
das Memórias e das Práticas Cotidianas – LABOME da Universidade Estadual Vale
do Acaraú e também um compilado de todas as exposições fizeram parte de uma
mostra numa galeria montada para exposições de arte no North Shopping Sobral
(antigo nome do Sobral Shopping) em 2017.
A frequência das aulas era semanal, sempre aos finais de semana e cada
participante ficaria com as câmeras pelo período de três a cinco dias. Quando
devolvidas era realizada uma seleção prévia de imagens por parte do facilitador do
projeto. A aula seguinte começava com as discussões acerca das fotografias tiradas
e havia a análise técnica e subjetiva. Durante a análise técnica cada pessoa da
turma poderia opinar sobre a fotografia do outro sobre pontos como o
enquadramento, exposição, composição, etc. Após isso o/a autor/a respondia alguns
questionamentos acerca da sua fotografia que perpassavam pela escolha do objeto
fotografado, como a proximidade de cada pessoa com o que se mostrava nas
fotografias realizadas, com a representação ali explícita ou implícita.
Daniel Meirinho (2016) cita Paula Gonzalez (2011) para tratar sobre a
tomada fotográfica por jovens em projetos de fotografia participativa e nos diz que
seguir com gráficos (Figura 6) para as fechadas e algumas das respostas dadas
para as abertas.
marcante foi o da “exposição das fotos que tiramos. Foi muito bom ver os moradores
ocupando a SAFS e se vendo nas fotos na exposição.”
4 - CONCLUSÃO
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARBONE, Felipe. Mais de 90% das fotos do mundo são capturadas com
smartphones. Site Mundo Conectado. 2023. Disponível em:<
https://www.mundoconectado.com.br/fotografia/mais-de-90-das-fotos-do-mundo-sao-
capturadas-com-smartphones/> Acesso em 26 de novembro de 2023.
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MORAES, Camila Borges; SANTOS, Carina Carmo dos; PEREIRA, Sheila Freitas.
Revisitando a proposta triangular na concepção e prática do arte/educador.
2018. 66 p. Monografia. Universidade Federal do Amapá -UNIFAP, Macapá, 2018.