Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ-UECE

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB


SECRETARIA DE APOIO ÀS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS - SATE

LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

DISCIPLINA: GRAVURA
POLO: SOBRAL
PROFESSOR(A): Ms. Andreia Vieira de Mendonça
ALUNO(A): FABIO DAVI DE SOUSA ANGELO
DATA: 23 de outubro de 2022

ATIVIDADE 2

OBRAS REFERÊNCIA
Tartaruga – Maria Bonomi O galo – J. Borges
PROCESSOS
DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS

Para confecção e releitura das obras foram utilizadas placas de isopor, tinta
acrílica na cor preto, pincel de cerdas macias e caneta esferográfica para fazer desenhos
e as marcações de texturas e profundidades. Trabalhar sobre a superfície frágil e por
vezes irregular, é sempre difícil pois a medida em que se torna o traço mais profundo e
complexo existe a possibilidade de essa placa de romper e perder todo o trabalho
desenvolvido até o momento das texturas.

É crível que a técnica necessita de aperfeiçoamento e compreensão da


pressão correta que deve ser aplicada no momento da confecção dos traços, outra
questão extremamente importante é que as impressões jamais se demonstram iguais pois
o nível de tinta e as direções nas quais se trabalham as pinceladas contribuem
significativamente para o resultado final em folha A4.

Durante o processo criativo inspirado na obra Tartaruga, foi interessante ver


que a obra possui o reflexo do animal no que aparenta ser uma porção de água expresso
em outra coloração e em uma limitação geométrica onde o reflexo está contrário em
relação ao posicionamento do corpo da tartaruga.

Ao refletir sobre esta imagem o lampejo no qual foi possível interpretar a


obra veio como um ser quimérico e de várias pernas para contemplar a ideia distorcida
na criação original. Imaginar a tartaruga sem seu reflexo fisicamente e corretamente
posicionado proporcionou esta linha de pensamento em que o animal na verdade não é
tão simplesmente um ser natural, mas sim uma versão do universo inverso.

Brincar sobre a quantidade de pernas na tartaruga também trouxe à memória


antigas estórias de infância onde costumeiramente se ouve o conto da lebre veloz e da
tartaruga lenta e preguiçosa que acaba por vencer sua adversária, a lebre. Mais um
exemplo de proporções e linhas de raciocínios sendo invertidos através da fantasia. A
escolha desta obra se dá pelo fato de ser uma animal simples e que sua lentidão e
paciência perpassa a forma de existir em meio à natureza.

Desenvolver a obra O Galo foi uma tarefa um pouco mais desafiadora. Uma
das escolhas da obra está atrelada também à minha vivência em meio a roça e as
diversas criaturas e cheiros proporcionados pelo quintal. Uma das memórias ativadas
durante o momento de criação está vividamente relacionado ao ato de correr e capturar
os galos dos quintais e terreiros para prender e engorda-los um pouco mais.

Durante a confecção da releitura de O Galo, a ideia é que a calda do animal


estivesse mais pomposa e que ela formasse mais caracóis e curvas, características que,
diversas vezes indicam que o animal está saudável e se trata de um candidato viril ao se
tratar de comandar e cuidar do galinheiro.

No entanto, as inúmeras curvas da calda e os pequenos detalhes se tornaram


um verdadeiro desafio pois as pinceladas em alguns momentos adentraram os vãos das
linhas, fazendo com que não fosse possível identificar corretamente a figura que se
formava ao final da impressão. Após fazer diversos testes e aprofundar mais as linhas, o
resultado tornou-se mais interessante e identificável após impressão.

Algo que necessita ser mencionado é sem dúvidas, a escolha desta


impressão apesar de terem havido tantas outras. Ao puxar o papel do molde em isopor,
pude identificar as nuances e sutilezas trazidas pela característica única de cada
tentativa. Ao visualizar isto, compreendi que se tratava realmente de um galo fujão e os
borrões e linhas laterais são na verdade a poeira da terra fina e varrida de um quintal.
Realmente a figura do galo estava em movimento, e fugia de ser o possível almoço de
domingo.

Por fim, outra escolha tomada em relação a releitura do desenho foi de que
as plantas em derredor no desenho original deram lugar a tais manchas orgânicas e
determinadas pelo sentido das pinceladas de tintas sobre a placa.

Você também pode gostar