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Universidade Federal da Bahia

Escola de Belas Artes


Aluno: Antonio de Santana campos Neto Matricula: 220119075
Professor: Briba
Matéria: Expressão tridimensional III

RELATÓRIO DE VIAGEM E
INTERVENÇÕES ARTE EDUCATIVAS
EM COMUNIDADES

Salvador Ba
14 de dezembro de 2022
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Sumário

Chegada 3

Oficina em Mucambo 4

Vivencias 5

Desenvolvimento de performance 6

Concluoes.................................................................................................................................. 8

Salvador Ba
14 de dezembro de 2022
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Chegada

A Viagem para Igatu e Mucambo com toda a certeza foi incrível em muitos aspectos, as
trocas de conhecimento e vivencia tanto com os colegas de classe quanto os próprios
moradores da região tornaram a viagem de suma importância para meu crescimento enquanto
universitário, profissional e pessoa. Desde a chegada que foi um dos momentos mais surreais
que vivi, olhar para todas aquelas casas de pedra entrelaçadas a mata nativa tornou-se um dos
cenários mais cativantes que já vi e a cada passo dado naquela estrada de pedra me causou
sensações de encantamento, não tem como explicar direito é algo para vivenciar e sentir, e
dessa forma foi em grande parte a vigem.

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Oficina em Mucambo

Vivenciei momentos únicos na oficina de mascaras africanas que foi feita em mucambo, dia
24 de novembro de 2022, onde discutimos com os alunos a origem, a função, e a
disseminação das máscaras no mundo moderno, esclarecendo seus significados e possíveis
paralelos em suas vidas, além de desenvolver máscaras com eles trabalhando sua parte motora
e cognitiva. Experimentar pela primeira vez o ato de leccionar para uma classe de crianças de
08 a 10 anos, foi realmente considerável para meu crescimento, embora não curse licenciatura
e de início ter pensado que não conseguiria realizar a oficina por causa de um certo
nervosismo, consegui concluir e tive a oportunidade de passar algo que aprendi para uma
nova geração, porem oque me deixou mais feliz foi a “contra partida” que recebi das crianças,
a curiosidade e a riqueza criativa queles mostrarão foi uma das trocas mais enriquecedoras da
viagem.

Ajudar elas a moldar usas mascaras e observar o quanto de coisas que elas foram cases de
fazer a partir doque foi passado por nos oficineiros é de se admirar, além de todo o carinho e
acompanhamento receptividade das professoras, que desde o início tiveram todo um cuidado
em nos ajudar.

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VIVÊNCIAS

As vivencias em um geral foram maravilhosas, conquistar essa relação com o corpo do


próximo, criando vínculos e se tornando um corpo conjunto onde foi possível sentir um o
espaço do outro e cria relações que acrescentaram no nosso crescimento com figura plástica
artística, como no banho de lama onde no dia 25 de novembro de 2022, onde estava frio e os
nossos corpos entrelaçados bradaram calor e alento um para os outros, a energia de conforto
com o corpo de todos foi notável, sem medo do toque. Foi um momento ímpar, assim como
caverna/útero onde essa relação de renascimento foi desbravada e trouxe pra cada indivíduo
um momento único de reencontro com nossa mãe terra, sentir as paredes e aquele mantra
embalado por todos os colegas só tornou a experiencia mais real e cativante.

Acima de tudo isso vivenciado por todos enquanto corpo coletivo, acho importante falar das
relações e vivencias e geradas com nossos companheiros de quarto, já que passamos dia e
noite acordando, dormindo, tomando café da manhã, almoço e jantando juntos, criando
verdadeiros vínculos de comunidade e companheirismo além de aprender o respeito do espaço
do outro.

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DESEMVOLVIMENTO DE PERFOMACE

O meu processo particular de performance vem de um lugar da saudade, afeto e reencontro


com minhas raízes. O barro em todas suas instâncias me trás oque a de mais significante pra
mim nesses aspectos. Minha vó por parte de mãe foi uma artesã do barro desde muito nova.
Algo que foi passado da sua vó para sua mãe e da sua mãe para ela, resquícios da herança dos
povos originários dos quais ela descende, e do qual eu ate 2021 não tinha conhecimento, pois
ela não fabricava mais seus potes e panelas a muito tempo já que ela produzia esses
recipientes por necessidade para o próprio uso doméstico e acredito eu que como se tornou
algo do qual era preciso de tempo para fabricar
e por ser um trabalho braçal também se tornou
difícil para ela esse processo manual e com a
chegada de novas tecnologias (fogão, panelas e
pratos mais baratos dos quais na época eles
podiam comprar) esse conhecimento não se
perdurou para os filhos dela e foi esquecido no
passado mas devido a tridimensional I, onde
comentei com minha mãe que eu teria que
modelar no o barro, ela me falou que minha
avó era uma grade artesã, e disso fui procura
saber mais dela, de onde tinha aprendido e
como ela fabricava seus postes de barro, com
isso tudo em mente percebi a poética que esse
material que entrelaça minhas raízes poderia
me fornecer,

O barro ou argila é um material mutável, do qual desde os primórdios da humanidade foi


utilizado para usos artísticos, domésticos e decorativos, mas a relação e a poética que criei
vem a partir da destruição do barro em quanto terracota, quando o barro é queimado e passa a
ser terracota ele perde sua habilidade de mutação, ele é o que é mesmo depois de quebrado e
destruído em mil pedaços ele ira continuar como terracota e inserindo essa questão na minha
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poética entendo a terracota como minha herança como algo que mesmo destruído pelo
colonizado não vai deixar de ser o que é e continuará existindo e reexistindo, “não à agua que
dissolva nem mão que modele o imutável”.

Dentro da performance tentei inserir a terracota já destruída e moída quase como uma areia
fina, da qual eu levava em uma bacia com uma pedra para moer cada vez mais esse material e
essa era a premissa básica da minha performance individual, da qual o material que escolhi
mostrariam os resquícios da minha herança e dentro disso fui tentando me mesclar na
performance coletiva. Trazendo outras questões e sentimentos para o corpo conjunto.

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CONCLUSÕES

Por fim respondendo a questão feita no texto introdutório do programa de intervenções arte
educativas em comunidades “quem sou eu antes e depois dessa vivencia comuinversitaria?”

Posso dizer que sou outro. Entendendo meu espaço nesse mundo que é enorme e diverso, que
é rico e distinto em tudo que produz, que somos vários, mas somos um só, que nossos corpos
são instrumentos artísticos que mais do que tudo precisamos aprender com as novas gerações
e aceitar que minha verdade não é única e que series humanos são cruéis como também somos
bons pois também crescemos e evoluímos, que a força do grupo pode trazer renovação, assim
como uma única voz que conhece seus direitos pode parar um ônibus. Sou outro depois dessa
vivencia comuinversitaria, pois criei laços e afetos, pois vivi intensamente cada momento
durante todo esse processo, desde primeiro dia de aula até o ultimo. E com toda certeza
lembrarei com carinho desse período.

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