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Lição Camila • 21
Contribuições conscientes • 43
Agradecimento • 50
Nessa experiência terrestre me chamo Rebeca Dantas, sou
mulher, artista, arte-educadora formada pela Universidade
Federal da Bahia (Licenciatura em Dança), terapeuta
energética e corporal, formada pelo Instituto Makia. Nascida
em uma família de professores, buscadora e mergulhadora
das minhas águas mais profundas. Embarco em mim todos os
dias em busca do meu verdadeiro ser, da minha essência, das
minhas vozes. Vozes internas, aquelas que gritam e aquelas
que foram silenciadas por crenças limitantes e repetições
conscientes e inconscientes de padrões.
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As pessoas envolvidas na concretização dessa versão e-book
do projeto Não vamos tirar as crianças da sala. Vamos inseri-
las! são fundamentais na minha vida e neste trabalho. Victor,
com seu olhar profissional e sua escolhas artísticas na edição,
foi essencial para isso acontecer. Sorriam e sintam o olhar
sensível desse talentoso ser humano e a minha escolha nessa
parceria.
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E ai? Como foi a conexão? Espero que real!
Agora, compartilho com vocês o sentir da amada Samantha
Miyahira e o seu pulsar pra chegar até essa imagem que é um
presente poderoso para o mundo.
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Ao criarmos expectativas sobre alguém, seja
da idade que for, muito provavelmente nos
decepcionaremos, porque ninguém tem a
obrigação de atingir as nossas expectativas.
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Sinto que quanto mais nos prendermos a esses padrões
impostos, a crenças limitantes, modelos de ensino inflexíveis,
e nas superficialidades das relações, seja em que setor for,
mais distanciadas e distanciados estaremos do real fluxo
orgânico da vida, das relações saudáveis, de um mundo
saudável e da nossa real essência.
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Aí entra, mais uma vez, a nossa pressa e supervalorização
pelo produto, a pressão externa que muitas vezes fazem a
gente ter essa pressa e a nossa cegueira coletiva e para o
coletivo, nossa maré de desejos quantitativos e não
qualitativos. Acabamos projetando essas expectativas
aceleradas nas crianças, esquecendo que o processo de
ensino aprendizagem não pode ser reducionista, colocando
como meta apenas a perfeição técnica.
Lição Camila
Camila (nome fictício) chegou até mim com 7 anos, entrou na
turma de ballet clássico. No seu primeiro dia de aula, logo
percebi sua aptidão para o ballet, tinha todos os requisitos
considerados para ser uma linda bailarina. Mas Camila não
cumprimentava as colegas, quase não falava, vivia sisuda, quando
entrava na sala parecia estar ali obrigada.
Senti que não fazia sentido algum ela ir super bem na técnica
clássica e super mal no relacionamento com as outras meninas e
com ela mesma. Entendi que a única ação útil que eu poderia
fazer era doar o meu amor para ela, beijos, abraços, conversas,
elogios, mas sempre buscando não ser invasiva.
Senti vontade de gritar bem alto que ela não era uma boneca
sem vontades, sem opiniões, sem sentimentos, que se ela não
gostava de ir pra escola algum motivo tinha. Senti vontade de
gritar que ele era pai e não um ditador. Que era pra ele ser
pai!
Mas não deixei essa minha vontade agressiva estragar com tudo.
Nesse episódio eu tinha apenas 21 anos, sentia vontade de gritar
por tudo que não concordava, mas desde lá já sentia que nada
conseguiria pela agressividade e que não poderia reproduzir com
ele a atitude que ele tinha com sua filha. Isso viraria um ciclo
inútil e não causaria transformação alguma. Então respirei e disse:
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Essas são apenas sugestões de perguntas, você é livre e a
energia é inteligente, por isso pode de trazer outras perguntas,
perguntas que você precisa ouvir e só você pode responder.
Agora vá, não se prenda a minha voz, deixe a sua voz te guiar.
Bom mergulho!
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Desde de criança, quando aprendi a escrever, derramava meus
sentires em diários. Após adulta retornei a alguns deles que
minha mãe guardou e percebi que minha escrita sempre foi
banhada de metáforas. Ainda hoje, com 32 anos, vejo minha
escrita preenchida de imagens, talvez seja desse jeito que
assimilo o mundo. Quando danço percebo que construo a
minha dança a partir de imagens, de metáforas poéticas, isso
me estimula, me faz entender e trazer a sensação para o meu
corpo.
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Focando agora no físico - que é o exemplo que compartilhei no
desenho acima - podemos diretamente ensiná-las a entender
os seus pés como uma base, de que maneira utilizá-los, o que
de fato é um centro fortalecido, como utilizar a força do chão
para ter um maior equilíbrio, um maior impulso e todos os
desdobramentos que uma base consciente pode gerar.
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Atividades lúdicas, dinâmicas e com propósito.
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Cada ser tem seu próprio processo de aprendizagem, sua
forma de aprender, cada ser é singular, merecedor de
expressar o que sente, o que sabe, o que pulsa dentro do seu
coração. Uma criança livre para criar, improvisar, educada a
saber lidar de forma consciente com sua liberdade,
provavelmente, será uma pessoa adulta aberta para viver o
seu agora, entendo e criando novas possibilidades, novos
olhares, aberta para vida e para as outras pessoas e suas
escolhas.
Jogo da Estátua.
Dinâmica de Grupo.
Essa é uma das atividades que mais gosto, é através dela que
já vi, e ainda vejo, muitas crianças desabrocharem,
conquistarem a confiança para colocar para fora o que pulsa
dentro delas e sentir que o que nasce delas é importante.
Sugestões:
O que fizemos?
Vamos fazer um desenho
sobre a aula hoje? Vamos escolher uma cor
que representa a aula hoje?
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Olhar amplo.
Jéssica Davi
Quando recebi esse convite especial
pela Rebeca, dilatando esse espaço
para que eu pudesse compartilhar
minha experiência como artista
educadora, fiquei pensando e sentindo
o que poderia expressar. Depois de
alguns dias, uma lembrança de minha
infância veio à tona, que no meu hoje
aqueceu ainda mais o meu amor e
importância da arte na vida do ser.
Bailarina, Durante a minha infância eu passava
terapeuta holística e uma parte do meu tempo extra
arte-educadora escolar nas aulas de dança e em outra
parte queria brincar, mas quando também tinha a necessidade
de estudar, ao brincar, era quando eu brincava de ser
professora. Escrevia nos azulejos e criava. Sim, criava outros
métodos além do que a professora havia me mostrado. Eu
utilizava as metáforas para criar além do ensinado. Diante do
que estava estudando no momento eu associava histórias,
imagens e criava músicas.
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Hoje, assumindo esse papel na sociedade, de professora,
artista educadora, busco trazer em minhas aulas métodos que
possibilitam esse olhar amplo e acolhedor, espaços para a
interação das alunas e dos alunos. Diante do que tenho como
conteúdo, levo ao mundo das crianças em harmonia ao lúdico,
as metáforas emergem. Respeitando cada indivíduo, em sua
totalidade que, independente da faixa etária, há uma sabedoria
que não é visível nem palpável mas sentida quando eles as
carregam em suas falas e ativam em nós o amor
incondicional.
O brincar.
Adriana Abissamra
Olá. Desde o início da minha formação
trabalho com crianças e famílias. Há 2
anos iniciei um trabalho com
gestantes e puérperas, para dar um
suporte nesse momento tão frágil que
a mulher entra. Sempre me preocupei
muito com as questões da 1º infância,
e com as crianças. Entendo que as
crianças são o sintoma de uma
geração, e hoje vejo muitas delas com
Psicóloga e psicanalista dificuldades de socialização, sendo
muito exigidas pelos adultos, não con-
seguindo ter uma infância mais leve, como seria importante
em sua constituição.
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O brincar é sintoma estruturante da infância, ou seja, é
brincando que a criança se estrutura psiquicamente. É através
do brincar que elas expressam seus sentimentos, e emoções.
Suas aquisições como, aprendizagem, linguagem, cognição,
motricidade, socialização, afetividade, são adquiridas através
do brincar.
Como aprender
com as crianças no agora.
Eliza Martinelli
Meu nome é Eliza Martinelli. Tenho
graduação e mestrado em Relações
Internacionais e, durante meu período
acadêmico, pesquisei sobre a
reintegração social das (ex-) crianças-
soldado, trazendo conteúdos e
perspectivas dos Estudos da Infância.
Hoje, trabalho como professora, mas
também me considero uma poetisa,
amante da linguagem e da
Professora e poetisa comunicação, viajante e buscadora de
conhecimentos e sentires. As palavras
sempre me representaram e procuro
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passar adiante o gosto leve que permanece nos dizeres
quando dialogamos com respeito e empatia.
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Gratidão é quando a alma agradece e honra a vida,
aos acontecimentos, à oportunidade de ser e estar.
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Gratidão a minha amada irmã de alma Samantha por se
permitir ser canal para trazer essa mandala poderosa, fio
condutor de toda energia da minha escrita, artista orgânica,
mulher livre e generosa. Dona das co-res mais incríveis que já
conheci.
2021