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SEROPÉDICA, 2021
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE ARTES
CURSO DE BELAS ARTES
Orientador
Prof. Dr. Bruno Matos Vieira.
SEROPÉDICA, 2021
A ESTRELINHA QUE NÃO BRILHAVA
Processo de criação da obra autoral.
Banca Examinadora:
_______________________________________________
Presidente da Banca Examinadora
Prof. Dr. Bruno Matos Vieira. – DTPE/IE/UFRRJ – Orientador
________________________________________________
Prof. Me. Marisa Vales de Oliveira. – DARTES/ICHS/UFRRJ
________________________________________________
Prof. Me. Vinicius Queiroz Gomes. – DARTES/ICHS/UFRRJ
Dedico aos meus amigos e familiares.
AGRADECIMENTOS
MEIRA, M. S. A Estrelinha que não brilhava: Análise e processo de criação da obra autoral,
Seropédica, 2016. Monografia (Graduação em Licenciatura em Belas Artes) – Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro.
A presente monografia tem como objetivo descrever o processo criativo e todas as etapas
detalhadas do livro ilustrado trazendo a reflexão sobre a importância da imagem no livro
ilustrado infantil. Para melhor assimilação do tema abordado, o trabalho foi dividido em três
etapas: a primeira etapa compõe-se em uma elucidação sobre a ilustração explanando sua
origem e diferenças entre livro de imagem e livro ilustrado. Na segunda etapa, foca-se na
pesquisa iconográfica, mostrando sua importância e justificando o uso das referências
utilizadas; e por fim, a terceira etapa, apresenta de forma detalhada todos os estágios
envolvidos no processo da criação, tendo como objetivo, através das imagens mostrar sua
relevância ao expressar os temas propostos do texto.
MEIRA, M. S. The little star that didn't shine: Analysis and creation process of the authorial
work, Seropédica, 2016. Monograph (Graduation in Fine Arts Degree) - Federal Rural
University of Rio de Janeiro.
This monograph aims to describe the creative process and all the detailed stages of the
illustrated book, reflecting on the importance of image in the children's illustrated book. In
order to better assimilate the approached theme, the work was divided into three stages: the
first stage consists of an explanation of the illustration explaining its origin and the
differences between the picture book and the illustrated book. In the second stage, it focuses
on iconographic research, showing its importance and justifying the use of the references
used; and finally, the third stage, presents in detail all the stages involved in the creation
process, aiming, through images, to show their relevance when expressing the proposed
themes of the text.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................. IV
RESUMO ..................................................................................................................................... VII
ABSTRACT ................................................................................................................................ VIII
SUMÁRIO..................................................................................................................................... IX
INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 1
1. ILUSTRAÇÃO ............................................................................................................................. 2
1.1. O que é ilustração ..................................................................................................................... 2
1.2. Origem ....................................................................................................................................... 3
1.3. Principais tipos de livros ........................................................................................................... 6
1.3.1. O livro ilustrado...................................................................................................................... 7
1.3.2. Livro de imagem .................................................................................................................... 9
2. PROCESSO DE CRIAÇÃO ...................................................................................................... 11
2.1. Iconografia............................................................................................................................... 11
2.2. Referências plásticas .............................................................................................................. 13
2.3. Referências objetivas .............................................................................................................. 15
2.4. Estruturação visual do projeto. ................................................................................................ 21
2.4.1. Elaboração da narrativa sequencial ...................................................................................... 21
2.4.2. Caracterização Plástica da narrativa: Estudos de composição ............................................ 26
2.4.3. Meio Técnico de Representação ........................................................................................... 37
2.4.4. Projeto Gráfico para o Livro................................................................................................. 42
3. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 50
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................51
ANEXO I – Texto “A estrelinha que não brilhava” .......................................................................52
ANEXO II – Plano de curso proposto ........................................................................................... 55
INTRODUÇÃO
1
1. ILUSTRAÇÃO
1.1. O que é ilustração
2
1.2. Origem
3
Figura 2 - Biblia pauperum
No século XVII, surge o primeiro livro infantil didático ilustrado conhecido como
Orbis Sensualium Pictus (O livro visível em imagens, 1658) de John Amos Comenius
(BURLINGHAM, 2007). No final deste século, a literatura infantil ganha espaço com as
obras de Charles Perrault, sendo ilustradas por Gustave Doré em preto e branco.
4
Figura 3 - As Fadas de Charles Perrault – Ilustração de Gustave Doré
5
Figura 4 - Alice no País das maravilhas - Ilustração de Jonh Tenniel
6
1.3.1. O Livro ilustrado
O livro ilustrado pode ser definido como uma obra literária no qual imagem e texto
se harmonizam. Porém, a imagem assume um espaço de destaque, o oposto do livro com
ilustração, onde o texto apresenta maior evidência.
Sophie Van Der Linden, em seu livro Para ler o livro ilustrado (2011), descreve três
tipos básicos de relação entre texto e imagem no livro ilustrado:
Redundância - onde apenas existe uma sobreposição dos conteúdos descritos no
texto que são repetidos no sentido da imagem, ou seja, a imagem é uma representação literal
do texto.
Disjunção - embora menos comum, se diz quando texto e imagem seguem narrativas
contraditórias e, nesses casos, existe mais do que um espaço para que o leitor tenha sua
própria interpretação, acontece uma narrativa sem sentido definido para o leitor seguir.
Colaboração e/ou complementação entre texto e imagem - onde ambos, de modo
alternado, encaminham a narrativa preenchendo as lacunas um do outro, dando um sentido
narrativo comum e harmônico à história.
De acordo com Peter Hunt (2010), o livro ilustrado traz à literatura infanto-juvenil
um novo olhar sobre a complexidade da relação texto/imagem, além de garantir o equilíbrio
entre as linguagens, revelando sua função paratextual sujeito a várias interpretações e não
somente traduzindo as palavras em imagens.
Os livros ilustrados possuem um papel fundamental para a consolidação e renovação
da literatura infanto-juvenil como experiência estética e não somente como instrumento de
aprendizagem, com a ilustração exercendo um papel fundamental para essa mudança.
A experiência estética ou artística que um livro ilustrado oferece também pode ser
proporcionada em um livro de imagem de forma mais profunda, como pode ser visto a seguir.
7
Figura 5 – Ilustração de André Neves
8
1.3.2. Livro de imagem
9
Figura 7 – Ilustração de Ângela Lago
10
2. PROCESSO DE CRIAÇÃO
2.1. Iconografia
A concepção deste livro surgiu após a criação do texto e sua estória serem contada
em uma instituição religiosa para classe infantil obtendo interatividade e êxito entre eles. O
texto é um conto simples onde a narrativa acontece na Via Láctea e as personagens são os
corpos celestes.
Ao pensar na representação visual dos personagens, não foi de imediato uma tarefa
simples, já que elas são corpos celestes com personalidade humana e a personagem principal
apresenta conflitos internos a serem resolvidos. Após análise do texto foi decidido que as
personagens teriam características físicas humanas com o objetivo de criar a empatia e
11
identificação com o universo infantil. Na construção de um personagem, o desenhista Walt
Disney mostra a importância da sua identificação com o público:
...o personagem pode fazer coisas interessantes ou engraçadas, mas se as pessoas
não conseguirem se identificar com ele, as ações do personagem parecerão irreais.
(Os segredos dos roteiros da Disney, Jason Surrell. Pag. 107)
As referências visuais não são cópias exatas das imagens pesquisadas, elas são um
guia que contribuirá para o processo criativo.
12
2.2. Referências plásticas
13
Modigliani
Figura 9- Retrato de Figura 10 - Cabeça de Jeanne Figura 11 - Jeanne Hébuterne
Margherita (1916) Hébuterne de frente (1918) sentada (1918)
Fonte: Disponível em: < Fonte: Disponível em: < Fonte: Disponível em: <
https://www.wikiart.org/pt/ame https://www.wikiart.org/pt/am https://www.wikiart.org/pt/amedeo-
deo-modigliani> Acesso em 20 edeo-modigliani> Acesso em modigliani> Acesso em 20 de fev de
de fev de 2019. 20 de fev de 2019. 2019.
Fernando Botero
Figura 12 -Menina After Figura 13 - Uma família (1989) Figura 14 - Picnic nas montanhas
Velazquez (1978) (1966)
14
2.3. Referências objetivas
Essas referências serão todos os elementos que vão compor a obra visual. Elas são
importantes para a caracterização da indumentária, cenário, objetos, etc.
Uri Shulevitz (1985, p. 158) alerta: “Quando você usa uma fotografia (ou ilustração
objetiva) como referência visual, precisa aprender a usá-la sem copiá-la. (...) Concentre-se em
sua estrutura e use essas informações como seu guia”. Ele acrescenta: “Lembre-se de que as
referências visuais são uma ferramenta, não um modelo fundido na pedra.”
Personagens
Estrela Estela – Personagem Principal
Figura 15 - Alguns Círculos Figura 16 - Vestido e sapato. Figura 17- Ilustração de Gabriel
(Kandinsky) - Estampa da roupa da Pacheco - caracterização da
personagem personagem
Fonte: Disponível em: < Fonte: Imagem da Internet Fonte: Disponível em: <
https://www.wikiart.org/pt/wassily- https://shaddad.tumblr.com/post/148
kandinsky> Acesso em 28 de fev. 532993634/do-ilustrador-mexicano-
de 2019. gabriel-pacheco> Acesso em 03 de
set. de 2016.
15
Dona Lua
Figura 18 - Ilustração de Figura 19 - Personagem Periwinkle da Figura 20 - Menina After
Asako Eguchi- Caracterização animação Tinkerbell- Caracterização do Velazquez de Botero –
do cabelo cabelo Caracterição física e da roupa
Fonte: Disponível em: < Fonte: Disponível em: < Fonte: Disponível em:<
https://br.pinterest.com/claudi1 https://fairies.disney.com/periwinkle> https://www.wikiart.org/pt/ferna
968/asako-eguchi/> Acesso em Acesso em 28 de fev. de 2019. ndo-botero>. Acesso em 20 de
28 de fev. de 2019. fev de 2019.
Estrela Dalva
Figura 21 - Vênus e Marte (Boticcelli) - Caracterização da roupa Figura 22 - O Nascimento de Vênus (Boticcelli) -
Caracterização do cabelo
16
Planeta Júpiter
Figura 27 - Júpiter - Figura 28 - A criação de Michelangelo - Figura 29 - Planeta Júpiter
Caracterização física Caracterização física – Caracterização da estampa
da roupa do personagem
Fonte: Disponível em: < Fonte: Disponível em>: < Fonte: Disponível em:
https://www.museodelprado https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cria%C3%A7%C <https://pt.wikipedia.org/wi
.es/coleccion/obra-de- 3%A3o_de_Ad%C3%A3o> Acesso em 20 de fev ki/J%C3%BApiter_(planeta
arte/jupiter/0a7a22b3-d869- de 2019. )> . Acesso em 20 de fev. de
4708-b448-f8ebbfa3a19e> 2019
Acesso em 20 de fev. de
2019.
Planeta Marte
Figura 30- Ares Ludovisi – Figura 31 -Planeta Marte –
Caracterização Física Cor da pele
17
Planeta Netuno
Figura 32 - El Presidente – Figura 33- Tweedledde e Tweedledum – Figura 34 -Planeta Netuno –
Caracterização física Filme Alice nos Pais das Maravilhas - Cor da pele
Caracterização física
Planeta Saturno
Figura 35 - Santos Dumont – Caracterização Figura 36 - Planeta Saturno –
física Caracterização do chapéu
18
As Três Marias
Figura 37 - Imagens do Google –Caracterização da Figura 38 - Imagens do Google –Caracterização da
indumentária indumentária
19
Estrela brilhante
Figura 45 – Indumentária Figura 46 - Retrato de Jeanne Hebuterne de
Modigliani (1918) – Caracterização física
Ambientação
Figura 47 - Animação “O pequeno Príncipe” Figura 48 - Teatro Municipal do Rio de Janeiro
20
Figura 49 – Galáxia Figura 50 – Asteroide
Nesta primeira boneca já foi proposto o formato do livro. Como a história tem como
tema principal as “diferenças”, o formato do livro também foi pensado para ser diferente e
incomum, além de fazer uma referência ao formato do universo. Também foi iniciado alguns
estudos de composição sem a preocupação com os detalhes.
22
Figura 55 - Páginas 7 e 8 - Primeira boneca Figura 56 - Páginas 9 e 10 - Primeira boneca
Figura 57- Páginas 11 e 12 - Primeira boneca Figura 58 - Páginas 13 e 14- Primeira boneca
23
Figura 61 - Páginas 19 e 20 - Primeira boneca Figura 62 - Páginas 21 e 22 - Primeira boneca
Segunda Boneca
Nesta segunda boneca novas sugestões de composição surgem e ainda não há
preocupação com os detalhes, somente com a disposição dos elementos, com o equilíbrio e a
dinâmica visual.
Todas as páginas foram completamente modificadas exceto as páginas: 15 e 16
(fig. 70), no qual as personagens foram centralizadas; 17 e 18 (fig.71), no qual a personagem
em foco foi aproximada visualmente, para mostrar sua imponência; 19 e 20 (fig.72) onde a
personagem em foco fica em primeiro plano se destacando.
Houve uma mudança importante e que deveria ser atentado ainda na primeira
boneca, que é em relação ao número de páginas: ela deve ser sempre múltiplo de 4. Por esse
motivo, houve um acréscimo de mais duas páginas.
24
Figura 65 - Páginas 5 e 6– Segunda boneca Figura 66 - Páginas 7 e 8– Segunda boneca
25
Figura 71 - Páginas 17 e 18 – Segunda boneca Figura 72 - Páginas 19 e 20 – Segunda boneca
Dimensão, forma, textura, cor, linha, etc, são elementos que compõem uma imagem.
Esses elementos não podem ser colocados aleatoriamente, pois pode causar no leitor uma
experiência confusa. Uma boa composição aumenta o interesse visual do leitor. O ilustrador
precisa compor e organizar esses elementos intencionalmente para que o leitor possa apreciar
a imagem.
Uri Shulevitz acrescenta:
Quando olhamos para uma imagem, imediatamente vemos o assunto e seus detalhes
concretos; imediatamente não vemos a composição. A composição, no entanto, é
sentida.
(SHULEVITZ, Uri. Writing with pictures. How to write and illustrate children
books. Ed. Watson-Guptill Publications, 1997, p. 178)
26
Após as primeiras propostas de boneca, os estudos de composição foram se
aperfeiçoando e novas composições foram surgindo: Foi acrescentado elementos na guarda da
página e na página 1, foi inserido a personagem principal para apresentá-la (Fig. 75). Na
página 2, foi deixado o espaço vazio para a ficha técnica e na página 3 a personagem ainda
está sendo apresentada (Fig. 76). Na página 10, a figura muda para a parte superior para obter
o equilíbrio estético e na página 11, a personagem muda sua pose, para obter uma dinâmica
estética (Fig. 80). Nesta etapa já estava sendo pensado nos detalhes dos elementos.
27
Figura 79 – Páginas 8 e 9 – Terceira boneca Figura 80 – Páginas 10 e 11 – Terceira boneca
28
Figura 85 – Páginas 20 e 21 – Terceira boneca Figura 86 – Páginas 22 e 23 – Terceira boneca
Nesta quarta boneca, houve uma preocupação maior com os detalhes de alguns
elementos importantes em uma composição visual e a boneca já está no tamanho real.
Foram utilizados elementos simbólicos para contribuir com a mensagem da história,
o que Sophie Van Der Linden em seu livro Para Ler o livro Ilustrado (2018) chama de
Função Completiva, explicando sobre as funções entre texto e imagem.
A função completiva segundo Linden, fornece informações que não estão no texto,
as imagens mostram algo subentendido no texto, utilizando metáforas.
Jason Surrel explica a importância do simbolismo na narrativa visual. Aqui ele se
refere à animação, mas pode ser aplicado à ilustração.
29
Figura 87 – Contracapa e capa – Foram utilizados várias vezes o reflexo da imagem da personagem principal
da história como símbolo da autoimagem. Nestas imagens a personagem aparece obscura, para causar
curiosidade no leitor sobre quem é ela. A personagem observa sua imagem refletida deformada, pois era como
ela se enxergava.
Figura 88 – Guardas de capa – A personagem ainda aparece obscura para causar curiosidade. Ela está bem
pequena na página, simbolizando como ela se sente.
30
Figura 89 – Folha de rosto. Novamente a personagem não é revelada para aguçar a curiosidade do leitor.
Figura 90 - Páginas 1 e 2. Uma criança observa o céu com uma luneta. A história é contada a partir da visão da
criança.
31
Figura 91 – Páginas 3 e 4. A personagem é revelada. Ela está se olhando triste no espelho, símbolo da
autoimagem.
Figura 92 – Página 5. A personagem aqui aparece Figura 93 – Página 6. O formato do ambiente foi
obscura e pequena, símbolo de como se sentia: pensado para harmonizar com o formato do livro.
insignificante.
32
Figura 94 – Página 7 – Novamente o símbolo do Figura 95 – Página 8 – Aparece alguém que irá ajudá-
espelho. A personagem observa a sua imagem e a la a compreender seu mundo e superá-lo.
imagem de quem ela desejava ser. E sua imagem é
menor.
Figura 96 – Páginas 9 e 10 – A personagem está virada para a direita, sentido visual da leitura da esquerda para
direita, há um movimento visual que subentende que ela está partindo ou “caminhando” para algo novo,
momento da superação e ela não está sozinha.
33
Figura 97 – Página 11. Ela está saindo de trás da Figura 98 – Página 12. O formato do ambiente foi
porta e observa os desafios que estão à sua frente, é o pensado para harmonizar com o formato do livro.
momento de superar seus medos.
Figura 99 – Páginas 13 e 14. O formato do ambiente foi pensado para harmonizar com o formato do livro.
Figura 101 – Páginas 17 e 18 – A personagem está diante do júri enfrentando e superando seus medos. O
formato do ambiente foi pensado para harmonizar como o formato do livro.
35
Figura 102 – Página 19 – Há algo sendo revelado Figura 103 – Página 20. Agora a imagem da
nesta imagem. personagem principal está maior que imagem da
personagem de quem a princípio ela desejava ser,
porque a sua autoimagem foi mudada.
Figura 104 – Guarda de contracapa – A personagem está feliz e saem estrelas de sua mão. Símbolo de seu novo
mundo interno.
36
2.4.3. Meio Técnico de Representação
37
Figura 106 – Estudo da Guarda de capa e página 1.
38
Figura 108 – Estudo das páginas 4 e 5.
39
Figura 110 – Estudo das páginas 8 e 9.
40
Figura 112 – Estudo das páginas 12 e 13.
41
2.4.4. Projeto Gráfico para o Livro
1
As facas são lâminas de metal fixadas sobre uma base que servem para cortar o material gráfico no formato desejado. Seu
molde é feito em softwares de criação de peças gráficas para enviar à gráfica.
42
Figura 115 – Diagramação sendo realizada no software Adobe Indesign.
43
Figura 117 – Página 2 (Ficha técnica) e página 3 (Folha de rosto).
44
Figura 119 – Páginas 6 e 7.
45
Figura 121 – Páginas 10 e 11.
46
Figura 123 – Páginas 14 e 15.
48
Figura 127 – Páginas 22 e 23.
49
3. CONCLUSÃO
50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, Luís. Ilustração do Livro Infantil. Belo Horizonte: Ed. Lê, 1995.
FARIA, Maria Alice. Como usar a literatura infantil na sala de aula. São Paulo:
Contexto, 2010.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa – 4ª ed. São Paulo: Atlas,
2002.
LINDEN, Sophie Van Der. Para Ler o Livro Ilustrado. São Paulo: Cosac Naify,
2011.
LEE, Suzy. A Trilogia da Margem. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
NIKOLAJEVA, Maria; SCOTT, Carole. Livro Ilustrado: palavras e imagens. São
Paulo: Cosac Naify, 2011.
OLIVEIRA, Rui de. Pelos Jardins Boboli: Reflexões Sobre a Arte de Ilustrar Livros
para Crianças e Jovens. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
SURREL, Jason. Os segredos dos roteiros das Disney; dicas e técnicas para levar
magia a seus textos. São Paulo: Panda Books, 2009.
SHULEVITZ, Uri. Writing with pictures – How to write and illustrate children’s
books. 1ª Ed. New York: Editora Watson-Guptill Publications, 1985.
ROMANI, Elisabeth. Design do livro-objeto infantil. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-11012012-
115004/publico/DISSERTACAO_DESIGN_DO_LIVRO_OBJETO.pdf
LIMA, Graça. O Design Gráfico do Livro Infantil Brasileiro, a década de 70 –
Ziraldo, Gian Calvi, Eliardo França. Dissertação de Mestrado. Departamento de Artes e
Design, PUC- Rio, 1999, p. 93
BIAZETTO, Cristina. As cores na ilustração do livro infantil e juvenil. In:
OLIVEIRA, Ieda de (Org.) O que é qualidade em ilustração no livro infantil e juvenil: com a
palavra o ilustrador. São Paulo: DCL, 2008.
51
ANEXO I – “A Estrelinha que não brilhava” - Texto integral
52
— Mas eu não sirvo pra nada! Pelo menos as estrelas que brilham servem para
iluminar o céu à noite juntamente com você. E eu?
— Você não serve para iluminar o céu, mas serve para enfeitar a galáxia. A galáxia
seria sem graça sem a sua presença e a sua cor.
Dona Lua conseguiu animar a estrelinha, que estava determinada a participar do
concurso.
O dia do concurso chegara. As estrelas estavam nervosíssimas e Estela mais nervosa
ainda. Todas as participantes teriam que fazer uma apresentação para impressionar o público e
os jurados.
O público esperava ansioso a primeira candidata. Uma estrela muito brilhante entrou
fazendo malabarismo, que impressionou o público, que aplaudiu calorosamente. As Três
Marias dançaram jazz. As estrelas do Cruzeiro do Sul cantaram uma música de rock. Estela
estava desanimada, era cada estrela mais bonita e brilhante que a outra!
Era a vez da estrela Dalva que encheu o peito de ar e cantou uma linda música e foi
aplaudida de pé.
— Não tenho chance nenhuma… — pensou Estela desanimada.
Dona Lua chamou o nome de Estela que entrou tremendo no palco. Estela abriu um
pedaço de papel, enquanto todos esperavam atentamente à sua apresentação. Tremendo,
Estela pigarreou, deu uma piscadela e começou:
Não sou uma estrela brilhante
Sou estrela de quinta grandeza
Não sou estrela radiante
Mas tenho minha beleza.
A beleza não está na cor
No tamanho ou na aparência
A beleza está no interior
E também na diferença!
Se todos fossem iguais
Sem graça a vida seria
O universo seria feio
E a beleza não existiria.
53
Todos permaneceram em silêncio. Os jurados se entreolharam. Estela abaixou a
cabeça envergonhada. Dona Lua levantou aplaudindo e todos aplaudiram também. Estela
sorriu animada.
Todas as estrelas esperavam ansiosas o resultado, quando dona Lua anunciou:
— Em segundo lugar...Oh...que alegria! A estrelinha Estela!!!
Estela sorriu inesperada.
— Em primeiro lugar...Oh... A estrela Dalva!
A estrela Dalva estufou o peito sorrindo de satisfação:
— Eu sabia! Eu sabia!
— Vamos agora coroar a Miss Via Láctea!
Dona Lua ergueu a faixa para colocar na estrela, quando Júpiter gritou:
— Ei, espere! A estrela Dalva não poderá ganhar esse concurso!
— Mas por quê? – perguntou dona Lua.
— Atenção, planetas, asteroides, estrelas, planetoides e todos os corpos celestes! Eu
tenho uma revelação a fazer a todos vocês!
Todos olhavam surpresos.
— A estrela Dalva não é uma estrela – disse apontando para a estrela Dalva – Ela é o
planeta Vênus!!!
— Ohhhh!!! — exclamavam todos.
— Isso é uma calúnia! — gritou a estrela Dalva.
— Calúnia nada, todos os planetas sabem que a Dalva nunca foi uma estrela. Só
porque à noite ela brilha mais que as outras estrelas, todos pensam que ela é uma estrela, mas
ela não passa de um planeta como nós!
— É verdade! — concordaram os outros planetas.
— Oh não, me descobriram... — lamentou a estrela Dalva, isto é, o planeta Vênus.
Dona Lua tomou a faixa da Dalva e disse:
— Como vocês podem ver a estrela Dalva, isto é, o planeta Vênus foi
desclassificado. Portanto, a Miss Via Láctea desta noite é: a estrelinha Estela!!!
Todos aplaudiram de alegria.
Dona Lua colocou a faixa e a coroa na estrelinha que ensinou a todos que a beleza
não está na cor, no tamanho ou na aparência, mas sim na diferença de cada um.
54
ANEXO II – Plano de Curso Proposto
Série: 8º ano
Disciplina: Artes
Carga Horária: 60h
Professora: Michele da Silva Meira
Ano de Competência: 2021
I. Objetivo Geral
Desenvolver experiências artísticas através dos livros ilustrados, estimulando a
leitura das narrativas visuais e a criação livre de ilustrações infantis.
55
Unidade II – 15h/aula
Elementos da Perspectiva
Plano, ponto e linha
Claro/escuro e contraste
Volume e profundidade
Unidade IV – 15h/aula
Breve noções de design de capa
Diagramação e edição de imagens na impressão de livros (softwares Adobe
Photoshop e InDesign)
Fechamento de arquivo para gráfica.
IV. Metodologia:
- Aulas expositivas
- Aulas práticas
- Leitura de textos e interpretação de textos
- Leitura de imagens
- Pesquisas e debates
- Apreciação crítica de imagens artísticas
- Apresentação oral da produção em grupo e individual
56
V. Recursos Didáticos:
Quadro-negro, laboratório de informática, internet, lápis, borracha, tinta guache, lápis
de cor, data-show, impressora, papel sulfite, cartolina, tesoura, cola, EVA, tecido, régua,
pinceis, fita adesiva, carvão vegetal, pastel seco, pastel oleoso, revistas.
VI. Avaliação:
Participação, análise de portfólio desenvolvido ao longo das aulas, apresentação oral
e prova com questões discursivas.
VII. Bibliografia:
57