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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE ARTES
CURSO DE BELAS ARTES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

FUI À ESPANHA
Livre adaptaçã o visual baseada na
tradiçã o oral da cantiga de roda brasileira

LUCIANA DOS SANTOS FRANÇA DA COSTA

SEROPÉDICA, RIO DE JANEIRO


2014
LUCIANA DOS SANTOS FRANÇA DA COSTA

FUI À ESPANHA
Livre adaptaçã o visual baseada na
tradiçã o oral da cantiga de roda brasileira

Trabalho de Conclusão de Curso, apresenta-


do ao Departamento de Artes do Instituto de
Ciências Humanas e Sociais da Universidade
do Federal Rural do Rio de Janeiro.

Orientador
Prof. Me. Alexandre Linhares Guedes

SEROPÉDICA, RIO DE JANEIRO


2014
LUCIANA DOS SANTOS FRANÇA DA COSTA

FUI À ESPANHA
Livre adaptaçã o visual baseada na tradiçã o oral da cantiga de roda brasileira

Trabalho de Conclusão de Curso, apresenta-


do ao Departamento de Artes do Instituto de
Ciências Humanas e Sociais da Universidade
do Federal Rural do Rio de Janeiro.

Data de aprovação: ____/ ____/ _____

Banca Examinadora:

_______________________________________________
Prof. Me. Alexandre Linhares Guedes – DARTES/ICHS/UFRRJ

________________________________________________
Prof. Me. Ana dos Santos Moura – DTPE/IE/UFRRJ

________________________________________________
Prof. Me. Klaus Almeida Reis Ribeiro de Novaes – DARTES/ICHS/UFRRJ
Ao meu grande companheiro e amigo

______________.
A ilustração possui um fim a ser servido. Ao se abster do
prático, ou seja, do ato de envolver e de contar e descrever
histórias, não estaremos mais no universo da ilustração.
Rui de Oliveira
RESUMO

LOPES, A. F. Arbitragem e direito societário: a cláusula compromissória nos estatutos


sociais. 2004. 85 f. Monografia (Graduação em Direito) – Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

Analisam-se as questões relevantes envolvendo a inclusão da cláusula compromissória


nos estatutos de sociedades anônimas. Para melhor compreensão do tema, a primeira
parte volta-se à análise dos aspectos conceituais e históricos do instituto da arbitragem,
bem como de uma das suas formas de instituição – a convenção arbitral. Na segunda
parte é estudada a inclusão da cláusula compromissória nos estatutos sociais e a sua
força vinculativa em relação (i) aos acionistas fundadores da companhia, (ii) aos
acionistas que ingressarem na companhia posteriormente à adoção da cláusula, (iii) aos
acionistas participantes da votação pela adoção da cláusula em assembléia geral, e (iv)
aos membros do quadro administrativo, bem como o alcance objetivo do pacto
compromissório estatutário. A terceira parte dedica-se ao tratamento dado à arbitragem
no âmbito do mercado de capitais brasileiro, cuidando-se de sua previsão dentre as
regras do Novo Mercado, instituído pela Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).

Palavras-Chave: Arbitragem. Sociedade Anônima. Cláusula Compromissória.


Estatuto social.
ABSTRACT
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................5

1 FUI À ESPANHA: CONTO BRASILEIRO..................................................................6

2. ILUSTRAÇÃO DE LIVRO..........................................................................................6

2.1 Livro Ilustrado.............................................................................................................6

2.2 Livro de Imagem.........................................................................................................6

3 PROCESSO DE CRIAÇÃO...........................................................................................6

3.1 Iconografia...................................................................................................................8

3.1.1 Referências Plásticas

...........................................................................................................................................8

3.1.2 Referências Objetivas

.........................................................................................................................................11

3.2 Estruturação Visual do Projeto

.........................................................................................................................................13

3.2.1 Elaboração da Narrativa Sequencial.........................................................................9

3.2.2 Caracterização Plástica da Narrativa: Estudos de Composição..............................15

3.2.3 Meio Técnico de Representação.............................................................................15

3.2.4 Projeto Gráfico para o Livro...................................................................................15

CONCLUSÃO...................................................................................................................2

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

.........................................................................................................................................24
ANEXO........................................................................................................................... 1:

Questionário..................................................................................................29

ANEXO2: Programa de Disciplina para 1ª série do Ensino Médio com ênfase na

ilustração..........................................................................................................................35

INTRODUÇÃO
1.FUI À ESPANHA: CONTO BRASILEIRO

A ideia para realização de um livro de imagens sobre cantigas de roda


se deu durante o trabalho de Projeto Artístico de Ilustração. As cantigas de roda são um
tipo de canção infantil popular relacionada às brincadeiras relacionadas à ciranda. Elas
carregam uma melodia de ritmo limpo e rápido favorecendo uma imediata assimilação.
Fazem parte da tradição oral de inúmeras culturas.

No Brasil estão ligadas ao folclore brasileiro, que incorpora elementos


da cultura africana, europeia (principalmente portuguesa e espanhola) e indígena. Esta
matriz cultural brasileira tem uma característica interessante, que é a autoria coletiva,
pelo fato de ser passada de geração em geração. Na sua maioria, elas são atreladas ao
ato de brincar, grupos de crianças são formados onde as mãos são dadas e então as
músicas são cantadas podendo ou não acompanhar uma coreografia onde, geralmente,
suas letras são de fácil compreensão. A dança de roda parece ter sido a matriz de muitas
outras danças, já que foi a partir da sua coreografia, das suas variações, dos passos
laterais, das mãos dadas aos pares, da elevação das mãos, que foram sendo gerados os
outros gêneros coreográficos.

As cantigas de rodas são transmitidas oralmente, abandonadas em cada


geração e reerguidas pela outra numa sucessão ininterrupta de movimentos e de canto.
As letras das canções podem sofrer variações regionais, comuns em manifestações de
transmissão oral. As cantigas de rodas foram mais difundidas quando toda essa
tecnologia de um mundo globalizado não existia, embora possam ser encontradas em
alguns lugares, principalmente no interior do Brasil. Nos grandes centros urbanos
poderemos perceber este tipo de prática cultural, nas escolas ligadas ao ensino
fundamental no período relativo à semana do folclore. Neste sentido, com o objetivo de
tornar mais palpável nossa tradição oral, foi que surgiu o desejo de se criar um livro de
imagem destinado aos anos iniciais da educação.

As ideias desse livro foram surgindo separadamente, uma boneca foi feita
após vários estudos, onde finalmente foram finalizadas as ilustrações. Dos primeiros
esboços até o trabalho final foram realizados uma série de estudos. No próximo capítulo
abordaremos o processo de criação visual para o livro.

2. ILUSTRAÇÃO DE LIVRO

2.1- O LIVRO ILUSTRADO

Livro ilustrado pode ser definido como algo que agrega narrativa verbal e visual,. O
objetivo desse tipo de obra é estimular o olhar do leitor para que compreenda as
sutilezas artísticas do trabalho que tem em suas mãos. Julia Schawart diz: “o livro
ilustrado não tem idade. Ele é universal, atraindo publico adulto e infantil”. (1) (Podemos
colocar esta citação como nota de rodapé ou no corpo do própio texto. Exemplo:
(SCHAWART, 1994, p. 45)) Esse elemento artístico traz mais facilidade a compreensão
do que o ilustrador quer passar através da sua arte. O público infantil aprende a interagir
desde cedo com a imagem, mesmo quando não é alfabetizado pelas letras. Esta
integração, as vezes, também pode ocorrer através de uma propaganda, na qual à
ilustração, ocasionalmente, desempenha um papel que tenha por intuito despertar a
criatividade e a imaginação dos indivíduos.
O livro ilustrado combina elementos que servirão para comunicar algo para
quem o lê, pode ser portador de historias tradicionais ou contos modernos capazes de
prender a atenção do leitor e abrir as portas do universo mágico e misterioso da leitura.
Ao ilustrar um livro o artista vai utilizar uma expressão gráfica compatível com
o “receptor potencial”, no caso o leitor, ou seja é importante que o ilustrador conheça os
processos mentais e infantis para que possa, além de tornar suas ilustrações atraentes,
também tenha como estimular o desenvolvimento cognitivo e estético de seus leitores.

1.1 O livro de imagem

Suzy Lee, em seu livro “A trilogia da margem” faz a seguinte afirmação:

“Se o livro tem ou não palavras não é o primeiro ponto


considerado quando faço um livro ilustrado. Meu interesse
é expressar da melhor maneira possível uma idéia”. (LEE,
2012, p.37)

A imagem surge antes da escrita, vide nas cavernas como os primeiros


homens se comunicavam ao contar uma história. Crianças aprendem a ler uma imagem
antes mesmo de entrar na escola, basta passar na frente de uma banca de jornal, ir ao
shopping ou mesmo assistir a televisão. A imagem se faz presente. O livro de imagem
aguça a curiosidade e a criatividade do leitor.
Com as palavras ausentes, outros elementos do livro vão ajudar a construir
essa história. É este aspecto que o espectador, de modo geral, deve aprender a “LER”.
A ausência de palavras vai permitir ao leitor que explore as cores utilizadas, , os tipos
de linha, a composição, a técnica empregada, e como foi ordenada graficamente a
página impressa, para entender que nenhum elemento está ali por acaso, expondo a
historia ao invés de contá-la.
“Para que serve um livro sem figuras nem diálogos?” Perguntou-se Alice,
entediada, pouco antes de seguir o Coelho Branco até o País das Maravilhas. O livro
de Lewis Carrol foi publicado pela primeira vez em 1865, e quase cento e cinquenta
anos depois as imagens continuam centrais para a conquista de jovens leitores, tanto
que ao longo dos últimos anos elas vêm desempenhando papel cada vez mais relevante
nas narrativas infantis e juvenis. Para ler a imagem é necessário alfabetizar o olhar,
aprender a ver e saber que compreender a imagem é entender o que o projeto gráfico
quer falar.
Uma das coisas mais interessantes no livro de imagem é ele permitir uma
interpretação muito aberta do leitor, seja ele criança ou qualquer que se interesse, ele
se torna de certa maneira coautor desse universo das imagens, dessa historia. A
imagem permeia na memória do leitor fazendo com que ele desenvolva a perspicácia
de entender e interagir com a proposta do artista, podendo ou não interpretar como
deveria ser interpretado ou dando uma base para a elaboração do pensamento
independente, ele mesmo cria a sua historia.
PROCESSO DE CRIAÇÃO

3.1 Iconografia

Para a construção desse livro de imagens foi feita uma extensa pesquisa
iconográfica de referências plásticas e objetivas para enriquecimento do trabalho.
Sabendo que essa escolha seria de suma importância, pois ajudaria na elaboração visual
do livro de imagens. Essa etapa de pesquisa foi importante para a elaboração e
concepção das imagens, como vestimentas, cenários e cor.

A pesquisa de conteúdo e de imagens é fundamental para o


trabalho do ilustrador. O visual do livro vai sendo construído
antes mesmo de chegar ao papel através de um passeio por
diversas imagens pesquisadas que possam transmitir melhor uma
intenção. A criação de personagens envolve, muitas vezes, um
elaborado trabalho de pesquisa para construir a personalidade
que será representada tanto por palavras como por imagens.1

Durante o processo foram surgindo necessidades de novas pesquisas para composição


de imagens.

1
LIMA, Graça. O Design Grá fico do Livro Infantil Brasileiro, a década de 70 – Ziraldo, Gian Calvi,
Eliardo França. Dissertaçã o de Mestrado.. Departamento de Artes e Design, PUC- Rio, 1999, p. 93
3.1.1 Referências Plásticas

Durante a pesquisa relativa às referências plásticas optamos por artistas com um


imaginário fantástico, que utilizassem como meio técnico de representação à pintura, o
recorte e a colagem. Como o livro trabalha com aspectos relativos a uma memória da
infância escolhemos artistas, que estivessem em sintonia com a nossa proposta. A partir
desta perspectiva selecionamos os seguintes artistas: Henri Matisse, Joan Miró, Rui de
Oliveira e Katalin Szegedi. Dentre os citados me identifiquei muito com a obra Katalin
Szegedi, pois trabalha nas suas ilustrações técnica mista. Matisse também fez trabalhos
com recorte e colagem , e Miró, por exemplo, utiliza as linhas de uma forma simples,
mas de grande impacto visual.

Figura - Henri Matisse - A Dança, 1909.


Figura - Ilustração de katalin Szegedi – nome da obra desconhecido

Figura - Ilustrações de Rui de Oliveira - A sereia e o caçador de borboletas, 2009


Figura - Joan Miró - O Carnaval de Arlequim – 1924

Durante o processo de criação do livro foram utilizados alguns elementos


das referencias escolhidas, como “A Dança” de Henri Matisse. Nesta obra exploramos a
forma linear, que passa uma leveza e apresenta uma continuidade. É como se aquela
movimentação nunca fosse acabar, algo que é uma impressão peculiar à dança de roda.

3.1.2. Referências Objetivas

As referencias objetivas também foram de suma importância para o trabalho,


pois ajudaram na elaboração e composição das ilustrações. Durante o processo de
elaboração do livro novas necessidades de pesquisas foram surgindo e novas
investigações foram feitas.

Figura - Balões
Figura - Penhascos

Figura - Bacia

Figura - Brincadeira de roda


Figura - Caranguejo

Figura - Mulata

3.2. Estruturação Visual do Projeto


3.2.1. Elaboração da Narrativa Sequencial

A elaboração da narrativa sequencial de “Fui à Espanha” se deu na forma de uma


sequência de propostas visuais. Em um primeiro momento não fizemos uma boneca,
mas esboços que abriram a possibilidade para a construção de uma composição
narrativa. Desde o início optamos pelo uso de elementos que estabelecessem um elo de
ligação entre cada uma das partes que constituiriam o livro de imagem.
Figura - primeiros esboços

Ilustração - primeiros esboços

Figura - primeiros esboços

Figura - primeiros esboços

Figura - primeiros esboços


Figura - primeiros esboços

Figura - primeiros esboços

3.2.2. Caracterização Plástica da Narrativa: Estudos de Composição

Após o lançamento das primeiras propostas foram realizados estudos mais detalhados,
dando uma ideia do que poderia vir a ser a boneca definitiva. Estes estudos foram
importantes para enriquecer a composição do livro de imagem e estabelecer as fund
ações que estruturariam toda nossa concepção imagética.
Figura - estudo de composição

Figura - estudo de composição


Figura - estudo de composição

Figura - estudo de composição

Figura - estudo de composição


Figura - estudo de composição

A primeira ilustração, a princípio, seria a de um menino, mas com o decorrer das


ideias ele passou a ser menina. Isto, porque nossa intenção foi a de estabelecer uma
ligação com a imagem que fecharia o livro. Voltando a primeira ilustração,
perceberemos uma menina sonhadora que cria seu mundo particular, ela porta um
chapéu do qual saem balões que enfeitam o céu. Neste desenho foram utilizados
elementos repetitivos, como os próprios balões e o penhasco. Um mundo no qual tudo
pode acontecer.

Figura - Estudo de composição


Figura - pagina 1 e 2 da boneca desenvolvida

Na segunda ilustração que fala sobre a roda utilizei como referência “A


Dança” de Matisse, para dar mais leveza ao desenho e uma melhor fluidez linear a
composição.

Figura - pagina 3 e 4 da boneca desenvolvida

A ilustração que segue mostra uma cortina de contas com peixes. Podemos
observar perdido entre os peixes um caranguejo, a imagem mostra que embora o
caranguejo não seja peixe ele pode ser incorporado ao desenho, pois essa pergunta se
faz na estrofe da cantiga; _ caranguejo não é peixe? Caranguejo peixe é!
Figura - pagina 5 e 6 da boneca desenvolvida

A quarta ilustração, no início, era uma mulher negra dançando com sua saia
de chita, ao fundo o horizonte com elementos repetitivos, mas no decorrer do processo
decidimos por fazer à ilustração em close-up, esse desenho apresenta uma continuidade
para a próxima página.

Figura - paginas 7 e 8 da boneca desenvolvida

Tem uma lenda que menciona a existência de um pote de ouro no fim do arco
íris,. Neste sentido, ao usufruir desse simbolismo na quinta ilustração utilizei a bacia de
ouro do fim do arco íris. A menina aparece nesse desenho como uma viajante no balão,
mas embora encontre o elemento descrito, prefere dar prosseguimento a sua jornada
imaginativa.
Figura - paginas 9 e 10 da boneca desenvolvida

Na última ilustração aparece uma vovozinha com touca de veludo, ela está
com uma expressão sonhadora, ao fundo foi acrescentado um quadro que representa sua
infância e elementos relacionados ao balão e o penhasco. Essa senhora, na realidade, é a
mesma menina do início da história, tudo que acontece no livro anterior a sexta
ilustração são as lembranças dessa vovozinha.

Figura - paginas 11 e 12 da boneca desenvolvida


Para a capa foram feitos vários estudos de composição até chegarmos ao objetivo final

Figuras de estudos de composição para a capa


A boneca final foi feita em grafite vermelho e optamos por deixar algumas ilustrações
na mesma cor, acentuando cromaticamente, alguns elementos que desejávamos
destacar.

3.2.3 Meio Técnico de Representação

As ilustrações foram executadas utilizando papel Canson Mi-Teintes


160g/m2, papel de aquarela mix média Canson, 300g/m2 , Papel cartão fosco 50x70
240g/m2, lápis de cor, pastel seco, aquarela, tinta acrílica e tecidos de algodão.

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