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CABO FRIO - RJ
2020
GLEICY FAVACHO RODRIGUES, RU 2173145, TURMA 2018/02
CABO FRIO – RJ
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 03
2 O PROJETO DE EXTENSÃO ................................................................ 04
2.1 ESTADO DA ARTE ................................................................................. 12
2.2 CAMPO EXTERNO REMOTO – ANÁLISE IMAGÉTICA ........................ 13
2.3 MATERIAL: CRIAÇÃO E REFLEXÃO .................................................... 17
2.4 PRÁXIS E RELATÓRIO DE EVIDÊNCIAS ............................................. 18
2.4.1 Práxis ..................................................................................................... 18
2.4.2 Relatório de evidências ........................................................................ 21
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 31
REFERÊNCIAS....................................................................................... 32
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1 INTRODUÇÃO
2 O PROJETO DE EXTENSÃO
nome já diz, uma cena ocupa toda uma página. Quando a cena ocupa duas páginas,
igualmente sem a interrupção das bordas, é chamado de double page spread. Além
dessas formas temos também os formatos retangulares e até mesmo irregulares,
alguns dentro de outros quadrinhos. Alguns personagens chegam até mesmo a
invadir outro quadro, trazendo uma ideia de unidade ou continuidade interessantes.
Depois de falar do quadrinho, temos o texto, ou letreiramento. O texto é um
elemento gráfico que, além de ajudar a construir a narrativa, faz parte também da
estética da história. Uma fala ou som pode ser destacado de forma diferente, ao ter
as letras aumentadas, por exemplo, as onomatopeias (que serão comentadas em
seguida) são representadas em letras grandes, soltas ou em balões estilizados, os
balões poder ter cores diferentes. São muitas as formas em que o texto vai ser
representado.
O item seguinte a ser abordado na linguagem dos quadrinhos foi o balão.
Existem balões de fala, pensamento, som, etc. O balão visto com mais frequência
em uma história em quadrinhos é o de fala comum, que é uma linha inteiriça oval ou
retangular com uma ponta direcional simples. Se o personagem sussurra, a linha
costuma ser pontilhada. Se alguém na história está gritando, as linhas tomam a
forma de uma explosão, assim como sua ponta e as letras aumentam de tamanho.
Se a fala expressa frieza, o balão representará isso visualmente, trazendo as linhas
escorridas como se a água tivesse escorrido e congelado. Existem outras maneiras
de representar visualmente uma fala, como a de medo, onde o balão tem linhas
trémulas, ou o de fala eletrônica, cuja ponta direcional possui o formato de um raio,
muito usada quando a voz do locutor vem da televisão ou do rádio, por exemplo.
Em seguida falamos da sarjeta, também conhecida como calha, aquela área
em branco que delimita o espaço entre uma cena e outra. Ajuda a determinar o corte
entre uma cena e outra (como na linguagem do cinema) e a marcar a passagem de
tempo.
Depois de falar da sarjeta, passamos para a legenda, um elemento que vai
complementar a narrativa ao informar, opinar, explicar, etc., sendo uma extensão do
texto. A legenda pode se tornar a voz do narrador, seja ele externo à história ou um
narrador-personagem. Esses textos geralmente são emoldurados em uma forma
retangular ou ficam soltos mesmo no canto superior do quadrinho. Também costuma
ficar fora de quadro quando o texto é informativo, como quando há uma citação na
fala do personagem, marcada por um asterisco. Nesse caso, a legenda fica no final
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o ser e consegue ficar com seu filho.” Essas quatro frases, as duas no início e as
outras duas sendo meio e fim, foram a base para a adaptação da história.
Tendo nossa ideia e argumentos pudemos partir para o roteiro, na terceira
aula. Foi explicado na aula que se pode fazer como o saudoso Stan Lee, cocriador
da Marvel, que fazia um argumento prévio, com as ideias bem soltas para que o
ilustrador tivesse a liberdade de criar as páginas, eliminando a necessidade de um
roteiro. Porém era interessante que o fizéssemos para que os participantes tivessem
uma noção de como funciona um trabalho de forma completa.
Definimos o número de páginas no roteiro, o número de quadros, os planos,
ângulos de visão, etc. (assunto abordado em outra aula), falas dos personagens e
legendas. Foi dada a opção de escrever as informações das básicas, para serem
melhor desenvolvidas na hora de desenhar, ou serem bem detalhadas, para deixar
claro o que se quer incluir em cada página. O roteiro feito na aula foi feito da forma
mais simples já que, por ser um trabalho de colagem, nem sempre vamos encontrar
as imagens do jeito que imaginamos para a história, é preciso adaptar.
Antes de se construir todo o roteiro, foi feita uma espécie preparação para o
roteiro. Primeiro, recorrendo ao livro do conto escolhido e decidindo os pedaços da
história que estariam em cada página e quadrinho. Depois disso, ainda na
preparação, foi passado para o papel o que seria colocado em cada página (título,
falas, cenas, personagens, etc.) no final foram definidas sete páginas.
Para essa etapa, além do livro da disciplina, foi utilizada a revista “Curso
Completo de Mangá Edição 1” da Editora Escala com edição de Arthur Garcia e
Junior Fonseca.
Finalmente, foram ensinadas três maneiras de se fazer um roteiro. A primeira
em tabela, dividindo em dois itens: quadro e texto (isso é feito para cada página). No
espaço onde colocamos o número do quadro, identificamos qual será o plano (ex.:
cena 1, plano americano). Na parte onde ficará o texto é onde escrevemos as falas,
legendas e, se for a primeira página, o título. No caso das falas, dividimos em:
personagem X, personagem Y, etc.
A segunda opção, também em tabela, dividida em três itens: quadro,
descrição e texto. Isto é, o número do quadro; descrição da ação, tipo de plano e
outros detalhes importantes para a cena; texto, com as falas dos personagens, e
legenda.
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A terceira opção pode ser feita do mesmo modo que a segunda, com os três
itens, porém sem tabela. Cada item em um parágrafo diferente. Essa última foi a
opção de roteiro utilizada no projeto de extensão, sem o uso de tabela.
Chegando na quarta aula, foi o momento de falar sobre desenho e
quadrinização, para interpretar o roteiro de forma visual. Nesse momento pudemos
entender melhor sobre o que foi falado na aula de roteiro, como o enquadramento,
que é a distância entre o observador e a cena. Essa distância é determinada pelos
diferentes tipos de planos. Essa é a parte em que os quadrinhos se aproximam do
cinema, por falar a mesma linguagem.
Começando pelos planos maiores, temos o plano panorâmico, ou geral
extremo, onde há uma distância maior da cena, e se enxerga o máximo de detalhes
do ambiente. Esse plano é externo, ou seja, acontece fora de quatro paredes. Pode
ser em um campo, cidade, um parque, etc. O plano geral, ou de localização, é uma
forma menos ampla do plano panorâmico. Nesse plano podemos ver com clareza
um grupo de personagens e o local onde estão.
Falamos dos os planos intermediários, como o plano conjunto, onde vemos
um grupo menor de pessoas ou o corpo inteiro de um único personagem e o plano
americano (ou ¾) onde vemos o personagem acima da cabeça até a linha da altura
do joelho. No plano médio enxergamos o personagem da cintura para cima.
Chegando aos planos menores, falamos do primeiro plano, ou close-up, que
mostra a cabeça, os ombros e, às vezes, a primeira parte do tórax do personagem.
No primeiríssimo plano, ou big close-up mostra o rosto do personagem. Por fim, o
plano detalhe, mostra apenas uma pequena parte, como por exemplo, a boca,
orelha, as mãos em cima do colo.
Para facilitar a compreensão dos participantes a respeito do assunto, foram
utilizadas como exemplo as ilustrações do livro que adaptamos, com o auxílio de
duas filhas em branco cortadas em “L” a fim de adquirir uma forma retangular, que
seria ampliada ou diminuída em cima das ilustrações, para ilustrar a explicação
sobre cada plano. Algumas vezes foi usada apenas uma régua.
Nessa mesma aula, unimos as explicações sobre todas as aulas dadas até o
momento, fazendo um esboço de uma página, utilizando o exemplo do livro
“Fotografia digital e Quadrinhos” que se encontra na página 265. Foi desenhada a
página com a ilustração, as legendas e as falas.
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Ainda na aula quatro, foi falado sobre os ângulos de visão dentro dos planos.
O plano superior ou plongée, que é a visão de cima par abaixo, num ângulo de 45
graus. Quando essa visão é de costas, se chama superior invertido. O contra
plongée é o oposto do plongée, visão de baixo para cima. Falou-se de visão frontal,
inclinada, de costas, infinitas possibilidades para a criação das histórias.
Na quinta aula, foi ensinado sobre letreiramento, mostrando os diversos
exemplos nas revistas em quadrinhos e criando uma nova história para demonstrar
o que era falado. O título era “Na idade da Pedra” e as letras foram pintadas de
forma que lembrasse a textura de uma pedra. Esse tratamento gráfico ajuda a contar
a história, como foi passado para os alunos anteriormente, sendo reforçado nessa
aula. Os quadrinhos, pintados como o exterior de uma caverna, receberam um texto
com letras irregulares, para não destorarem do estilo definido.
A sexta aula foi para mostrar as diversas opções de materiais que poderiam
ser usados. Como estamos em um momento de ficar em casa, seria nela que
deveríamos encontrar o material. Além de recortes de revistas, poderia se usar
linhas, algodão, fitas de cetim, tudo o que combinasse com a história escolhida pelo
participante e pudesse ser colado na revista.
Tudo o que foi usado a adaptação de “Rumpelstiltskin” foi a partir do que já
existia em casa, sendo um grande estimulo para pensar no que poderia ser
reaproveitado e ressignificado. A revista foi feita de forma artesanal, o que foi uma
ótima opção para estimular a criatividade dos participantes dessa oficina para dar
um novo sentido a cada material encontrado em seus lares. Aliás, o material
encontrado em casa foi fundamental para a escolha do conto.
A sétima aula foi exclusivamente sobre colagem, onde foi ensinado na prática
a buscar imagens para serem reunidas de forma criativa, mudando seu contexto. Em
uma folha pintada com tinta acrílica preta, foi colada a imagem de um terno, logo em
cima o rosto em preto e branco de uma mulher e uma nuvem recortada foi colada
sem sua cabeça. Ao lado, foi colada a figura estilizada do planeta Terra. Com
algumas intervenções usando tinta acrílica, caneta nanquim e tinta nanquim, criamos
uma espécie de James Bond intergaláctico, mostrando como uma nova história pode
surgir a partir de imagens completamente distintas.
Na oitava aula, fizemos o esboço do roteiro para a adaptação do conto
“Rumpelstiltskin”. Foi o momento de decidir o tamanho dos quadros, o tamanho do
texto, distribuição dos balões e legendas, tudo foi pensado de maneira a comportar
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as imagens que foram encontradas nas revistas e, então, recortadas. Também foi
decidido o que seria ilustrado por meio da pintura. Tudo pensando no contexto da
arte híbrida.
Feito o esboço, pudemos prosseguir para a oitava aula, que era de
desenvolvimento de personagem. Por mais que fosse uma adaptação, ou seja, com
personagens já existentes, foi possível pensar em suas características e
personalidades a fim de humaniza-los um pouco mais, já que os contos, por serem
curtos, não têm isso tão bem definido. A proposta era fazer os alunos pensarem um
pouco além do bom e do mal.
O objetivo era encontrar o rosto dos personagens nos recortes de revista,
então, a procura foi feita com o que se tinha em casa. Para a filha do moleiro, foi
encontrada a figura de uma modelo com um penteado vintage, o que combinaria
com a história. Como ela apareceria diversas vezes, o fato de ser um catálogo com
a mesma modelo usando o mesmo penteado e maquiagem facilitou a escolha.
Porém a principal característica era o ar de inocência no rosto da modelo, o que
combinava muito com a história.
Para o “Rumpelstiltskin” foram recortados vários rostos em preto e branco
para serem feitas intervenções de modo que ficasse com a mesma característica, já
que não havia muitas imagens iguais. O rei, o moleiro e o cavaleiro, foram mais
fáceis de arranjar, já que apareciam uma única vez. Apenas o Rei aparecia duas
vezes, no entanto, isso foi resolvido escondendo parcialmente o segundo rosto.
As buscas foram sempre baseadas nas características físicas e
personalidades de cada um. A partir dos recortes foi feito o esboço de cada um para
definir as intervenções a serem feitas na hora de trabalhar na revista.
Finalmente, durante os últimos momentos do projeto foram para colocar tudo
em prática, seguindo o roteiro, porém, usando a criatividade e instinto para
improvisar quando o material encontrado não fosse capar de seguir à risca o que foi
decidido no esboço. Toda a base que tivemos foi necessária para compreender a
estrutura de uma revista em quadrinhos, que era um dos objetivos, porém, outro
objetivo era dar um novo significado, ou seja, uma releitura. Por esse motivo, a
liberdade na hora de criar também era muito importante.
Ao se pensar em trazer um conto de fadas (ou outra história a ser escolhida)
para o universo dos quadrinhos, os participantes tiveram a oportunidade de trazer a
sua própria interpretação, já que, para contar a história em um novo formato, poderia
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tanto tirar, quanto acrescentar algo. Poderia até se captar a essência da história,
como em Rumpelstiltskin, que na sua releitura seria chamado apenas “Rumpel” e
ganhou uma atmosfera sombria, para representar todo o horror vivido pela filha do
moleiro.
Assim, foi feita uma releitura, não só de texto, mas também de imagens, já
que era preciso transformar os rostos encontrados na revista em personagens da
nossa história. Do texto, foi tirado apenas o essencial do conto, de modo que as
imagens falassem mais alto, possibilitando a quem lesse interpretar da sua própria
maneira.
disciplina, destacando-se entre elas o ensino de história, visto que temos muitos
títulos narrando acontecimentos ao longo da nossa existência (tanto mostrando os
fatos de maneira mais séria, quanto trazendo um pouco de leveza através do humor,
como faz muitas vezes o Maurício de Souza, por exemplo) , trazendo informação,
crítica e a possibilidade de aumentar o nosso conhecimento. Por isso, “as HQs
tornam-se fontes de uma significativa e importante contribuição acadêmica, sob
inúmeras perspectivas de análise, como a Literatura, a Psicologia, a Educação e a
Comunicação.” (BONIFÁCIO, Selma de Fátima, 2005). Desse modo, justifica-se a
importância das HQs no meio educacional e social, pois além de ser um poderoso
instrumento no auxílio da educação, também pode contribuir para trazer informação
e cultura para a nossa sociedade.
Roteiro:
O roteiro mistura brilhantemente a realidade com ficção, começando por nos
mostrar um pequeno momento do protagonista na sua infância, já denunciando o
tipo de personalidade que nos seria apresentada no decorrer do filme. A partir daí,
começa a se contar a história de Harvey, com muitas cenas narradas por ele próprio,
que aparece tanto na pele do ator Paul Giamatti, quanto representado através das
ilustrações que se vê em seus quadrinhos.
Há muitas cenas em que vemos Harvey Pekar em pessoa, seja narrando,
seja respondendo às perguntas do direto, quase como numa entrevista de
documentário ou interagindo com seus colegas em um estúdio todo branco, com
vários objetos de cena que fazem parte da sua vida.
A narrativa, que mistura drama, comédia e biografia, consegue apresentar os
fatos de uma forma muito interessante, tanto ao inserir o Harvey na sua forma
cartunizada em cena com atores reais, quanto ao vermos personagens e atores
interagindo, até mesmo imagens reais das entrevistas com David Letterman. A sua
história se conta de várias formas diferentes, sem se perder no contexto.
Nós vemos tanto o passado do protagonista quanto momentos mais próximos
do atual (o filme é de 2003), sendo esses mais atuais durante a produção do filme,
quando ele aparece no estúdio.
Ambiente/Espaço:
Podemos dizer que o personagem central transita por muitos lugares de sua
cidade (Cleveland), porém podemos destacar a sua casa, onde acontecem a maioria
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das conversas importantes para a trama e também o hospital onde ele trabalha e tira
muitas das suas inspirações para suas histórias em quadrinhos.
O que vemos predominante nas cenas são os aspectos psicológicos, já que
Harvey retrata sua própria vida do seu ponto de vista melancólico e mal humorado.
Personagens:
Além do melancólico e mal humorado Harvey, que encontra certo alívio em
sua rotina que ele parece considerar deprimente vemos uma esposa (Joyce) que
também carrega uma certa melancolia e as vezes até parece mais centrada, porém
carrega suas próprias questões e é muito preocupada com doenças, chagando a
tomar remédios por precaução.
Outros personagens que valem a pena serem destacados são dois de seus
colegas: Toby, que parece estar no espectro autista (como Joyce aponta) e não tem
vergonha de se dizer nerd, muito firme nas suas convicções; e Mr. Boats, com quem
o protagonista conversa muito sobre música e é muito reflexivo, sendo muitas vezes
pego sozinho, divagando sobre várias situações da vida.
Reflexões interdisciplinares
Vida e obra se misturam inevitavelmente, já que o protagonista retrata sua
realidade, mas também faz parte da produção num filme que fala de sua criação e
de sua própria vida, sendo que são praticamente uma coisa só, quase nos levando a
pensar que nada do que se vê nesse filme é fictício.
O filme não fala profundamente sobre a produção de uma história em
quadrinhos, mas nos apresenta vários aspectos e podemos ver um pouco da
realidade de autores independentes e suas inspirações.
literários. Dessa forma, a obra contribui para a minha formação trazendo uma
unidade entre essas matérias, porém, esses assuntos podem ser tratados de forma
individual.
Documentário:
Título Original:
Palavras-chave:
Quadrinhos, Robert Crumb, HQ, 1980, dark horse comics, biografia, Cleveland
Elenco Principal: Paul Giamatti, Harvey Pekar, Hope Davis, Joyce Brabner, Shari Springer
Bergman
Informações de Produção:
Restrições:
Sinopse:
O balconista de hospital Harvey Pekar encontra a ficha de um homem que trabalhou a vida inteira
como balconista em Cleveland, um emprego burocrático exatamente como o dele. Esse episódio,
combinado com o fato de ver seu amigo Robert Crumb se tornar uma pequena celebridade como
cartunista, o inspiram a criar a sua própria revista em quadrinhos. A revista, publicada em 1976 com
grande sucesso, retrata com realismo o cotidiano do próprio Harvey, um amante compulsivo de jazz e
livros.
Observações:
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O filme além contar a história real do homem por trás de uma revista de sucesso, traz muitas
reflexões sobre questões psicológicas, relacionamento e sobre o que é a ideia de ser alguém bem
sucedido.
https://www.youtube.com/playlist?list=PLpNfD8TVWsvBs1UKQiAiFm0SAVLdqR2U8
https://docs.google.com/presentation/d/
1BTEpVjSNMqJzt9hKohenKLUZ0QJ3qtasyEtcdXhFzP0/edit?usp=sharing
2.4.1 Práxis
Os quadrinhos possuem vários gêneros e formatos, mas, seja qual for, “fomos
alfabetizados para a leitura de quadrinhos” (fotografia digital e quadrinhos, pág. 208).
E o interessante nisso é que não percebemos, muitas das vezes, que o texto nos
quadrinhos também faz parte da sua arte, já que o tratamento dado a ele, como
mencionados algumas vezes nesse texto, contribui para a estética de uma página,
ou, de toda uma revista em quadrinhos. Do mesmo modo, a forma como a arte é
disposta nos quadrinhos também tem muito a contribuir com a narrativa. Por
exemplo, o uso do requadro como “parte da linguagem não verbal” (fotografia digital
e quadrinhos, pág. 209, 2019).
A parte da linguagem dos quadrinhos que remete aos estudos literários é
claro, está no texto e foi muito importante na adaptação do conto “Rumpelstiltskin”
para o formato, mais precisamente, o roteiro, onde seria pensada a disposição do
texto nos balões e legendas. Outras partes do conto ficariam por conta das imagens,
apenas, lembrando que as imagens também fazem parte da narrativa.
A pesquisa sobre quadrinhos para esse projeto artístico, claro, não se limita
ao livro da disciplina. Como vemos ao logo do curso, as várias linguagens da arte se
interligam em muitos momentos. É por isso que vemos o estudo sobre arte
sequencial (as HQS) no livro Fundamentos das artes visuais, da disciplina de
mesmo nome e isso nos leva a pensar na etapa do projeto em que começamos a
definir a disposição das imagens a serem coladas e criadas nas páginas da revista.
Se tratando dos recursos visuais nos quadrinhos, o livro diz que: “Os recursos
de linguagem visual[...] têm como objetivo fornecer as ilusões de espaço, movimento
e sequência das imagens das HQs, que, por sua natureza, são estáticas”
(Fundamentos da linguagem visual, pág. 233, 2016). Por isso temos os planos
(como o plano geral, plano detalhe, etc.), os ângulos de visão (plongée, frontal,
inclinado, etc.), as linhas cinéticas ou de movimento para indicar uma trajetória ou
mover de cabeça (alguns desses movimentos reforçados pela onomatopeia),
recursos que ajudam o observador, no caso, leitor, a perceber o que acontece na
cena, se o personagem ou objeto se move e como se move.
As expressões faciais e corporais também ajudam a indicar emoção e reação
de um personagem. E aqui, mais uma vez, o livro também cita Eisner, que “orienta
aos artistas que querem trabalhar com quadrinhos devem se basear em suas
observações pessoais e no inventário de gestos comuns compreensíveis para o
leitor” (Fundamentos da linguagem visual, pág. 240, 2016). Isso significa que
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devemos usar expressões que conhecemos, comuns no ser humano, mesmo que
estilizadas ou exageradas, devem ser reconhecíveis aos olhos do leitor.
É claro que não só os estudos sobre quadrinhos alimentaram essa pesquisa.
Nesse mesmo livro da disciplina, entendemos que “para a criação artística, o
produtor de arte deve ter muito claros os fundamentos teóricos das artes visuais, por
exemplo, a compreensão dos elementos da linguagem visual e o sei papel na
criação de uma composição. Contudo, além desses saberes conceituais, o artista
visual precisa dominar as técnicas do fazer arte, aperfeiçoando-se na linguagem
escolhida” (Fundamentos da linguagem visual, pág. 257, 2016).
Desse modo, temos a base para a parte criativa do projeto, já que a aplicação
de cada técnica não vem antes de um conhecimento teórico. Assim, foi dada a base
da colagem da pintura, desenvolvimento de personagem e a linguagem como já
mencionada. Na mesma página, o livro diz que é fundamental “conhecer as
características dos materiais”, assim, a escolha da tinta acrílica usada na revista
artesanal foi determinada pela secagem rápida. De mesmo modo, a colagem foi um
fator que, além de trabalhar a criatividade, não precisa de secagem, então o tempo
de produção seria mais rápido.
Em relação ao conto escolhido, a fim de curiosidade, e também, de modo a
colaborar com o roteiro, podemos mencionar o livro “Introdução às culturas
populares”, no capítulo “Narrativas e lendas populares”, e sua característica
determinante que é o fato de “pertencerem ao domínio da oralidade”, e que “cada
vez que se conta uma história, esta pode ganhar novos contornos e significados. As
nuances, as sutilezas e os acréscimos podem mudar conforme o narrador, e certos
fatos podem ser enfatizados ou subtraídos com a intenção de produzir diferentes
interpretações” (pag. 140).
Essa citação se encaixa na pesquisa pelo fato de o conto adaptado para
quadrinhos ter sua origem nas lendas populares na Alemanha, muitas delas
adaptadas pelos irmãos Grimm no século XIX. Por serem histórias contadas pelos
populares e reescritas por outros autores além dos Grimm, as histórias costumam
ter muitas versões. Isso poderia inspirar o participante a criar sua própria versão do
conto que escolhesse, ou até mesmo adaptar alguma lenda conhecida na região
onde vivem, pois as lendas, “se apresentam como narrativas orais, mas, diferente
dos mitos, não têm a função primordial de explicar a origem das coisas; além disso,
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atividade
3. Momento 03: cinco dias após a realização da
atividade
Aula 1:
20/10/2020
Aula 2:
21/10/2020
26
Aula 3:
1° momento: 22/10/2020
27
Aula 4:
23/10/2020
Aula 5:
24/10/2020
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Aula 6:
25/10/2020
Aula 7:
26/10/2020
29
Aula 8:
27/10/2020
Aula 9:
28/10/2020
30
Aula 10:
29/10/2020
Aula 11:
30/10/2020
31
Aula 12:
31/10/2020
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
sendo bastante estudado e pode ser de grande ajuda, não só na educação, como
também em projetos sociais, informativos e também podem ser referência para
trabalhos artísticos.
Existem muitas publicações voltadas principalmente para o ensino de história,
língua portuguesa e literatura.
Assim, o universo dos quadrinhos e sua linguagem têm mostrado grande
valor na educação e nas artes visuais.
REFERÊNCIAS
ConLeste – http://conlest.com.br
IBGE – http://ibge.gov.br
SCOVILLE, André; OLIVEIRA, Bruno. Laboratório de Artes Visuais, Fotografia
Digital e quadrinhos. Curitiba: Editora Intersaberes, 2019.
LEETE-HODGE, Lornie, Os Mais Belos Contos de Fadas. Editora Círculo do
Livro, 1893.
Google Acadêmico: DOS SANTOS, Roberto Elísio, VERGUEIRO, Waldomiro,
Histórias em quadrinhos no processo de aprendizado: da teoria à prática.
EccoS Revista Científica [Internet]. 2012; Recuperado de:
https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=71523347006
Google Acadêmico: BONIFÁCIO, Selma de Fátima. História em quadrinhos:
análises sobre a História ensinada na arte sequencial. 2005; Recuperado de:
https://www.acervodigital.ufpr.br/handle/1884/6604
Filmow: Sinopse de Anti-Herói Americano, https://filmow.com/anti-heroi-americano-
t1774/
IMDB: Anti-Herói Americano, https://www.imdb.com/title/tt0305206/
EISNER, Will, Quadrinhos e arte sequencial. Editora Martins Fontes, 2015.
VAZ, Adriana, SILVA, Rossano, Fundamentos da linguagem visual. Editora
Intersaberes, 2016.
BRAGA, Gesline Giovana, ZUCON, Otávio, Introdução às culturas populares.
Editora Intersaberes, 2013.