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CAMPUS DE PALMAS
COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
PINTURAS RUPESTRES:
O CINEMA NA PRÉ-HISTÓRIA
PALMAS, TO
2005
CIDICLEI ALCIONE BIAVATTI
PINTURAS RUPESTRES:
O CINEMA NA PRÉ-HISTÓRIA
PALMAS
2005
CIDICLEI ALCIONE BIAVATTI
PINTURAS RUPESTRES:
O CINEMA NA PRÉ-HISTÓRIA
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Orientador
_________________________________________
Examinador
_________________________________________
Examinadora
Aos meus pais, pela paciência, incentivo
e compreensão de que às vezes a
saudade é inevitável, mas solidifica o
amor.
Aos artistas da pré-história, pela
sensibilidade em expressar sua visão do
mundo e nos ajudar a compreender a
trajetória humana.
AGRADECIMENTOS
Ao meu irmão João Carlos e minha cunhada Mônica, pela força, lealdade, confiança e
carinho.
A minha tia Idelma, uma mãe na mais ampla acepção da palavra, que me amparou e corrigiu
quando necessário.
Aos meus sobrinhos Renikson e Mateus, pela alegria que me proporcionam em nossos
encontros.
A todos os meus tios e tias que de alguma forma me deram ânimo para concluir este curso.
Ao meu nono João, pelo exemplo de persistência e paciência, para quem a vida está sempre
começando. E, in memorian à Ernesta, José Otávio e Oliva, que enquanto vivos foram
exemplos de persistência para mim.
À Neuma José Carlos, Marina, Janaína, Juliana, Leonardo, David, Marina Gabriela e
Guilherme, por me fazerem sentir sempre em casa.
À todas as famílias que conquistei pelo mundo afora, em especial a José Laucir, Lizete e
Pedro, pela acolhida em todos os momentos.
Richard Leakey
BIAVATTI, Cidiclei Alcione. Pinturas rupestres: o cinema na pré-história. Palmas – TO:
Monografia do curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, Universidade
Federal do Tocantins, 2005.
RESUMO
Este trabalho é resultado de uma pesquisa que busca demonstrar a incessante busca humana
pela representação de sua história. Neste caso específico, trabalhamos com duas importantes
manifestações: as pinturas rupestres e o cinema. Embora separadas por milhares de anos, tem
algumas características bastante parecidas, como por exemplo a utilização da imagem como
suporte e o registro histórico do comportamento humano. Em nossa pesquisa foi possível
perceber a importância das pinturas rupestres no desenvolvimento intelectual da humanidade.
A partir delas o homem despertou para a necessidade de representar, ou melhor codificar sua
história de modo a não perder sua identidade no decorrer de sua trajetória histórica. Assim
surgiram a escrita, a fotografia e enfim, o cinema. Desta forma, acreditamos que não existe
técnica ou manifestação que apareça por si só. Tudo que se transforma guarda ainda em si
traços e particularidades das técnicas ancestrais. Os homens da pré-história não tinham um
projetor, mas contavam com uma mente que despertava e projetava seu cotidiano. Foi
gravando sua história com tinta, que o homem pode enfim desenhar na película do cinema um
registro vivo de sua intelectualidade.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 8
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 45
ANEXOS .............................................................................................................................................. 49
1. INTRODUÇÃO
Propor uma comparação simples entre o cinema atual, com sua alta definição de
imagem e som, e as pinturas rupestres, algumas com mais de 30.000 anos, parece um tanto
insensato. Entretanto, se tratarmos essas mesmas pinturas como o primeiro storyboard da
história (ou pré-história), isso não soa tão absurdo assim. Percebe-se sim, mais uma clara
tentativa humana de contar uma estória (nesse caso, história). Os desenhos feitos pelo homem
pré-histórico retratavam, em sua maioria, cenas típicas de sua rotina. Segundo Niède Guidon
(2002), durante milênios, as paredes dos sítios foram pintadas, deixando testemunho de
aspectos da vida cotidiana e cerimonial das populações dessa época.
Não se sabe ao certo qual a verdadeira dimensão das pinturas para os povos
primitivos. Atualmente, várias especulações surgem sobre o assunto. Para Gombrich (1972), é
impossível entender esses estranhos começos se não procuramos penetrar na mente dos povos
primitivos e descobrir qual é o gênero de experiência que os faz pensar em imagens como
algo poderoso para ser usado (...). Para alguns pesquisadores, esses registros têm
fundamentação em crenças e rituais ancestrais, sejam eles relacionados à caça ou ao sexo.
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Seja como for, essas pinturas, quando vistas sob a ótica da semiologia revelam outro
aspecto interessante: a utilização da imagem como suporte documental. Luís Carmelo (1997),
da Universidade Autónoma de Lisboa, diz que uma imagem apenas existe quando está diante
de nós, na sua atualidade existencial e, por outro lado, na medida em que comporte elementos
reconhecíveis. Ou seja, a representação imagética de um veado, pintada em alguma parede de
pedra, será de imediato familiar aos nossos olhos. Mas, como diz Umberto Eco (1997, apud
CARMELO), não é possível falar em imagem, sem entender que a imagem é uma coisa e que
seu fundamento – legitimador e anterior – é uma outra coisa bem diferente.
como para conferir ao imaginário as virtudes da realidade” (MORIN, 1970, p. 251). O filme
A Guerra do Fogo (La Guerre du Feu, 1981), de Jean-Jacques Annaud, mostra de forma
instigante o comportamento e a linguagem dos ancestrais humanos da pré-história. O enredo
se desenrola há 80 mil anos atrás, quando uma tribo que depende do fogo para proteção e
aquecimento acidentalmente tem sua chama extinta. Assim, três membros são destacados para
buscarem uma nova chama. Nesse caminho encontram outra tribo, evolutivamente mais
atrasada. Não existem diálogos, toda a linguagem do filme se baseia na expressão corporal
dos atores, diferente de tribo para tribo. Uma das raras vezes em que o cinema voltou suas
lentes para a pré-história.
Percebemos que independente da época em que o ser humano se situa, está presente a
necessidade de expressão. O homem desenvolveu a escrita, a imprensa e a fotografia. Mas
antes, utilizou o desenho. Fez da pedra o primeiro “fotograma” e, como acontece hoje, da
imobilidade total de seus traços, a ilusão para que a mente perceba o movimento.
Creio que não possamos considerar esta uma pesquisa inédita. Entretanto, temos que
reconhecer não existirem tantos trabalhos correlatos. Isto por si só já justificaria esta
empreitada. Existem, porém outros fatos a destacar, como a paixão do pesquisador pelo
cinema, ligado aos intrigantes traços das pinturas rupestres, por exemplo. Os dois temas aqui
investigados tem algumas características em comum. Podemos destacar a utilização da
imagem como suporte a principal delas. Essa imagem (ou imagens) tem um motivo. As
pinturas rupestres são retratos imagéticos milenares da história cotidiana de seus criadores. O
cinema joga com a imagem há bem menos tempo. Porém, o fascínio que causa nos
espectadores não é tão diferente do que o provocado pelas pinturas rupestres nos
pesquisadores. De qualquer forma, se trata da história humana. E os dois assuntos estão em
extremos diferentes nessa contagem cronológica. Mas são partes da mesma ambição:
aprisionar a imagem e reproduzir o movimento.
investigar melhor as pistas deixadas por nossos antepassados. Nessas entrelinhas podem estar
as chaves para implementar o pensamento crítico social.
2. A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Pará, conta na Revista Pesquisa, de novembro de 2004 que o etnólogo alemão Theodor Koch-
Grümberg, que em 1907 percorreu o Rio Negro, no interior da Amazônia, afirmou que as
pinturas rupestres não queriam dizer nada. Eram apenas o resultado do ócio indígena.
Diferentemente de Koch-Grümberg, a professora de arte Fayga Ostrower afirma que:
De qualquer forma, a intenção de executar estas pinturas tem como uma de suas
características marcantes a obstinação dos artistas. Imagine-se hoje, percorrendo até um
quilômetro no interior de grutas escuras e úmidas apenas para rabiscar paredes. Obviamente,
não podemos considerar que este ato seja obra de um pichador pré-histórico. Mesmo que não
vivessem em um ambiente agitado, diria até caótico, como nos nossos dias, é difícil crer que
elaborassem suas pinturas simplesmente para passar o tempo. Principalmente se levarmos em
consideração que ainda viviam de forma nômade. E, embora não seja improvável em alguns
casos, a simples ornamentação das cavernas não é uma das hipóteses mais defendida entre os
pesquisadores, como sugere FRUTIGER (1999, p. 83) ao afirmar que “naquele tempo, o
homem ocupava sua mente com atividades bem mais vitais do que qualquer tentativa de
registrar a linguagem.” isto porque para ele “(...) os desenhos em cavernas devem ser
avaliados como evocações mágicas, resultantes do medo de fenômenos sobrenaturais,
simplesmente por motivos de sobrevivência e para satisfazer o instinto natural”.
nossos ancestrais passam a existir também intelectualmente. As mãos que antes agiam única e
exclusivamente para garantir a sobrevivência, deixam para a posteridade uma prova da
trajetória evolutiva do homem, “de fato, como se fossem uma extensão física da mente, as
mãos se tornam o órgão executor do pensamento, vindo a caracterizar todo o fazer humano. A
mão é vital na humanização do homem.” (OSTROWER, 1983, p. 296).
Muitas são as especulações acerca dos motivos que levaram o homem a transformar as
cavernas que serviam de abrigo em uma verdadeira tela de pedra. Para Anne-Marie Pessis
(2003, p.75), diretora científica da Fundação Museu do Homem Americano – Fumdham, “as
pinturas rupestres são uma porta de entrada para o conhecimento da vida na pré-história, mas
devem ser observadas com um olhar que permita ir além do mostrado, sem interpretações
infundadas.” Ela afirma ainda que as grandes preocupações de nossa sociedade, em parte,
continuam sendo as mesmas das sociedades primitivas. Louis-René Nougier, que é professor
de arqueologia pré-histórica na Universidade de Toulouse na França, atribui as mãos
impressas nas paredes da gruta da Gargas (Altos Pirineus), à práticas médicas. Segundo
Nougier (1979, p.32), as mãos mutiladas pela seqüência de enregelamentos, resultado das
rigorosas condições climáticas a que eram impostas, seriam untadas de ocre para aliviar e
curar. Então, o fato de apoiá-las serviria para facilitar o tratamento. Em outras imagens, as
mãos eram apoiadas na rocha e pulverizadas com pigmento. O resultado é conhecido como
mãos em negativo, já que aparece apenas sua silhueta sobre desenhos de animais na parede da
caverna. Mas provavelmente, isto não tem nada a ver com técnicas medicinais. Para Ostrower
(1983, p. 296), nessas imagens o homem põe, literalmente, a mão sobre o mundo.
A magia era o maior motivador da arte rupestre. Isto, pelo menos, é o que defende a
maioria dos estudiosos do assunto:
superstição. Segundo ela, que teme ser mal interpretada por outros pesquisadores, a magia era
a ciência da época:
Além da magia ligada à caça, descrita acima, existe também a hipótese que liga as
pinturas a uma espécie de pedido de desculpas ao animal. O homem pré-histórico não se
sentia destacado da natureza. Portanto, não se considerava superior a nenhum animal. Matava-
os apenas para garantir a sobrevivência sua e de sua prole. O homem se identificava com o
animal e o considerava um oponente digno e poderoso. É possível que ao se alimentar de sua
carne, quisesse transferir as qualidades de força e coragem do animal para si mesmo. Segundo
Ostrower (1983, p. 305), estes homens primitivos chegaram a imaginar que em tempos muito
remotos, certos animais tivessem sido seus próprios antepassados e, “ainda hoje se sabe de
tribos que se presumem descendentes de cavalos, de leões ou de bisontes”.
Para os artistas pré-históricos não deve ter sido difícil considerar a rocha como suporte
ideal para as suas pinturas. Como sabemos, não havia ainda tecnologia para confeccionar telas
de tecido. Portanto, depois de escolher o local, faltava agora o principal: as tintas ou
pigmentos. As pinturas descobertas até hoje utilizavam principalmente o branco, preto e o
vermelho. Tudo era retirado da natureza. Eram utilizados desde pigmentos naturais como o
urucum e até mesmo sangue. Misturavam também cera de abelha, gema de ovos, excrementos
animais e água. Do óxido de ferro poderiam retirar as cores vermelho e ocre. O preto era
elaborado a partir do manganês ou da cinza da queima de material orgânico.
sempre corresponde a uma visão de vida – visão pessoal ou, mais amplamente, visão cultural
de determinada sociedade num determinado momento histórico”. Ou seja, o cotidiano
simples que marcava suas vidas, determinava suas obras. Mas o que é estilo afinal?
Primeiramente, convém esclarecer que estilo não se caracteriza apenas artisticamente. O estilo
deve ser visto como um princípio normativo do fazer em geral, “uma vez que todo ato se
origina em valores que, conscientemente ou não, o indivíduo tem para conduzir sua vida,
resulta que qualquer atividade – de qualquer pessoa e em qualquer campo – representa, no
fundo uma questão de estilo.” (OSTROWER, 1983 p. 295).
Entretanto, estas teorias não se sustentaram. Após as datações pelo método do carbono
14, uma surpresa aguardava os pesquisadores, como o próprio Clottes, descreve no mesmo
texto para a National Geographic Magazine: “com quase o dobro da idade das descobertas nas
grutas mais famosas, as imagens de Chauvet representavam não só o apogeu da arte pré-
histórica, mas também o seu início”. Enquanto Lascaux tem cerca de vinte mil anos, Chauvet
apresenta registros que variam entre trinta mil e quinhentos e trinta e dois mil anos. Outro
ponto interessante, é a constatação de que cerca de seis mil anos mais tarde, outros homens
tenham visitado a gruta. Porém, Chauvet nunca foi habitada. Por isso, existem muitas
suposições sobre o significado das pinturas. As mais difundidas dizem respeito à práticas de
magia, intimamente ligada a caça e a fertilidade. Elas vão desde o xamanismo, quando um
xamã em transe executaria a arte rupestre, até a tentativa marcação das estações do ano,
através da representação dos pêlos dos animais. Outros, defendem a manifestação da arte pela
arte, e não seriam mais do que ornamentações das cavernas.
Dentre os animais mais freqüentemente retratados estão os leões, com setenta e quatro
desenhos, os mamutes com sessenta e seis e os rinocerontes com sessenta e cinco
representações.
O Brasil tem uma das maiores concentrações de arte rupestre do mundo. As pinturas
se espalham de norte a sul do país. Da Amazônia ao Rio Grande do Sul são descritos sítios
arqueológicos:
Um sítio arqueológico é um local no qual os homens que viveram antes do
início de nossa civilização deixaram vestígios de suas atividades: uma
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ferramenta de pedra lascada, uma fogueira na qual assaram sua comida, uma
pintura, uma sepultura, a simples marca de seus passos. (PARQUE
NACIONAL SERRA DA CAPIVARA, 1998, p. 48)
encontradas no resto do país. As cenas não são identificáveis. Normalmente trata-se de figuras
estáticas, com predominância de figuras humanas, e, como acontece na Tradição Agreste, a
representação animal é rara. Para Edithe Pereira, pesquisadora do Museu Emílio Goeldi, “as
gravuras rupestres dessa região se assemelham mais às que encontramos nos demais países
amazônicos”.
As pinturas da Gruta da Pedra Pintada, no Pará, datadas em 1990, têm idade estimada
em 11.200 anos. A datação dos sítios brasileiros é motivo de muita polêmica. Utilizando os
métodos de termoluminescência e carbono 14, a equipe da pesquisadora Niède Guidon, do
Fumdham, em entrevista à Revista Pesquisa, de novembro de 2004, diz ter encontrado
pinturas feitas há 48 mil anos. A arqueologia tradicional sustenta que o homem chegou a
América há cerca de 12 mil anos. Guidon diz que “os europeus aceitam estas datações, mas
alguns norte-americanos não”.
Arlindo Machado, em seu livro Pré-cinemas & pós-cinemas, relata que no século XV,
um dos maiores gênios de toda a história da humanidade, o italiano Leonardo da Vinci,
descreveu o que mais tarde, no século XVI, o físico napolitano Giambattista Della Porta
desenvolveria com o nome de câmara escura. Uma caixa com um orifício coberto com uma
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lente. Os raios refletidos pelos objetos exteriores, reproduzem a imagem invertida no fundo da
caixa. Na metade do século XVII, o alemão Athanasius Kirchner, utiliza um processo inverso
ao da câmara escura. Este invento é chamado de lanterna mágica. As imagens desenhadas em
uma lâmina de vidro, são projetadas pela iluminação da luz de uma vela.
Estes são alguns exemplos de como o homem tem necessidade de representação de sua
cotidianidade, seja de forma imaginária ou real. Talvez possamos encarar isso como uma
forma de demonstrar sua força, “não é somente um sonho da humanidade que o cinema
realiza, mas também uma série de velhas realidades empíricas e de velhas técnicas de
representação que ele perpetua” (COMOLLI 1975, p.45 apud MACHADO 1997, p. 14). A
partir do século XIX, baseado no fenômeno na persistência retiniana, o físico belga Joseph
Plateau construiu, em 1832, o fenaquisticópio. Basicamente, um disco com várias imagens, do
mesmo desenho, em posições diferentes. Ao rodar o disco, em uma sucessão de dez imagens
por segundo, o desenho parecia se mover. Entretanto, o experimento mostrou-se equivocado,
pois as imagens se sobrepunham na retina, misturando-as:
Imaginar é algo comum na existência humana. Isto acontece por que, segundo Novaes
(1990, p.12) “sabemos que os desejos alimentam-se de imagens(...)”, sendo possível ao
homem, através da relação desejo-imaginação, resgatar acontecimentos antigos ou projetar
seus sonhos. Bachelard (apud NOVAES, 1990, p.13) afirma que “da imaginação produtora
devem ser deduzidas todas as faculdades, todas as atividades do mundo interior e do mundo
exterior.” Então, como teria existido o cinema se não houvesse antes a imaginação? Platão, há
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cerca de dois mil anos, descreve (ou imagina), o que podemos definir como a primeira sessão
de cinema. Em A alegoria da caverna, como ficou conhecido o diálogo atribuído a Sócrates
com o discípulo Glauco, Platão transporta, não só o discípulo, mas também o leitor mais
atento a uma caverna onde o que se destingue são sombras projetadas pela luz do fogo.
Porém, a projeção é mais do que isso:
Talvez, Platão estivesse apenas tentando empurrar seu discípulo para fora dessa
caverna. Mostrando-lhe como a fuga da ignorância poderia ser benéfica para a conquista de
sua liberdade. O que chama a atenção, entretanto, é a descrição da máquina projetora feita
por Platão:
Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o
fogo e os cativos imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um
pequeno muro parecido com os tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e
os espectadores para ocultar-lhes as molas dos bonecos maravilhosos que
lhes exibem. (PLATÃO 427-348 A.C., p. 262)
Esta referência ao fogo, ou seja, a uma luz artificial que lhes projeta sombras, ou
imagens tidas como a única realidade existente, bem pode ser comparada com a luz do
projetor. Durante uma sessão de cinema, tudo o que o espectador considera real está projetado
em uma tela. Assim como os cativos da caverna de Platão, que por não conhecerem o
exterior, aceitam as sombras e as amarras como sendo a verdadeira sabedoria. Ao sair da sala
de projeção o espectador se depara com as imagens do mundo real, tem sua própria vida, seu
sentido para a alegoria. O cativo, que sai da caverna, se assusta ou se incomoda com a luz
natural, segundo Platão, se encontra com o sol e, “refletindo depois sobre a natureza deste
astro, compreenderia que é o que produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo
visível e, de certo modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna”.
Esta caverna que nada mais é senão o mundo visível iluminado, não pelo fogo, mas pela luz
do sol, e, este cativo que se liberta é a alma que se eleva. Uma bela metáfora, semelhante às
diversas utilizadas pelo cinema para exprimir suas imagens.
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Algumas pessoas têm o costume de dizer, que uma imagem vale mais que mil
palavras. Provavelmente será difícil estabelecer uma autoria para este dito popular. Podemos
perceber que, apesar da simplicidade desta afirmação, é inerente ao ser humano conferir
importância ao apelo visual, independente de compreender a imagem. Na cultura ocidental,
principalmente na fundamentada sobre ensinamentos cristãos, provavelmente a primeira
menção recebida sobre a imagem é encontrada na Bíblia, no livro do Gênesis, capítulo 1,
versículo 26: “Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, e
segundo Joly (1996, p. 16), “do mito da caverna à Bíblia, aprendemos que nós mesmos somos
imagens, seres que se parecem com o Belo, o Bem e o Sagrado”. Mesmo sem existir qualquer
registro imagético de Deus criando o homem, todos temos nossa própria criação mental deste
cenário. E, muito dificilmente duas pessoas constróem a mesma imagem mental deste fato:
E este mundo, que o cinema busca representar, está intimamente ligado com a visão do
cineasta. Produzir um filme significa muito mais que reunir um amontoado de imagens. Ao
contrário, envolve criatividade e intenção. Desde os primórdios, mesmo ao utilizar a mais
rudimentar tecnologia, os pioneiros e destemidos exploradores da imagem devem ter tido
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alguma motivação para optar por determinado tema em suas produções. Como exposto
anteriormente, os artistas do teatro de sombras chinês tinham como tema principal o
fantástico. Muito provavelmente, isso se deve ao fato de sua cultura manter vivas algumas
lendas com fundamentadas neste aspecto. Os Irmãos Lumière, ao inaugurar a história do
cinema, escolheram temas bem comuns às pessoas da época:
Esta liberdade da escolha é o que torna o cinema tão poderoso. Nos primeiros anos,
envolto ainda em uma aura de novidade, o cinema se viu dividido entre reproduzir o real e
criar falsas realidades. Costa (2003, p. 49) relata que alguns pioneiros, como G. Demenij eram
contra a preparação das cenas. Para ele, as cenas deveriam ser procuradas ao natural. Já o
americano Edward H. Amet utilizou miniaturas para filmar no jardim de sua casa o naufrágio
da frota do general Cervera, na guerra hispano-americana. Embora baseado em um fato real,
as condições em que foi produzido recriou de forma ficcional um acontecimento histórico.
Para Baudrillard (apud COSTA 2003, p. 50), “o real não é apenas aquilo que pode ser
reproduzido, mas tudo aquilo que já é habitualmente reproduzido”. Não é exagerado ponderar,
então, que era muito difícil aos espectadores da época distinguir entre as imagens reais das
falsas, ou a ficção. William R. Meirelles, professor adjunto do Departamento de História da
Universidade Estadual de Londrina, diz que “a ficção é um fenômeno mental, ou seja,
expressão do imaginário humano e participa expressivamente nas instâncias das relações no
interior de uma formação social.” O cinema projeta, nestas imagens, justamente a sustentação
do imaginário individual do espectador, as relações com o seu mundo e a diferenciação dos
seus próprios interesses.
Por ser utilizada como forma de linguagem, é necessário que a imagem tenha um
significado próprio, sem estar presa ao verbal. Não que seja absolutamente independente,
mas, dependendo do aspecto abordado, a imagem pode se expressar sem precisar tomar
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emprestada a voz. Até porque, nos seus primórdios, o cinema era mudo. Só para ilustrar,
imagine-se assistindo a um filme rodado com 16 fotogramas por segundo, (bem mais lento do
que os 24 atuais) e com uma significação bem própria. Por mais que se ache estranho, é
necessário respeitar estas particularidades. Epstein (apud MARIE 1995, p. 162), diz que “o
cinema permanece, antes de mais nada, uma arte da imagem e tudo o que não é ela (palavras,
escrita, ruídos, música) deve aceitar sua função prioritária.” Segundo Betton (1983, p. 38), “o
som destina-se a facilitar o entendimento da narrativa, a aumentar a capacidade de expressão
do filme e a criar uma determinada atmosfera. Ele completa e reforça a imagem.” Em alguns
gêneros, como documentário, a combinação do som com a imagem é muito freqüente, sendo
quase uma regra, visto o caráter didático de sua narrativa. Porém, se não houver um equilíbrio
na utilização desta combinação, a percepção da mensagem pelo espectador pode se perder.
Por sua forma peculiar de registrar, a câmara cinematográfica com sua lente capta tudo
o que está ao seu alcance. E este não é necessariamente o mesmo limite imposto ao olho do
autor. Uma imagem feita hoje, nas ruas de uma cidade qualquer, pode não ter valor algum aos
olhos de um espectador contemporâneo. Mas se esta imagem tivesse sido feita em 1910, por
exemplo, teria grande valor histórico. E esta capacidade de manter viva a memória a história
de modo algum será desprezada pelo homem. O cinema, do ponto de vista de sua história
técnica, nasceu no alvorecer do século XX, um dos períodos de maior importância do ponto
de vista do desenvolvimento tecnológico humano. As transformações ocorridas nestes pouco
mais de cem anos, são muito significativas. Poderíamos dizer que ocorreu uma revolução no
fazer cinematográfico. Do que seria apenas uma aventura científica, nasceu um simulador de
situações fantásticas, um hábil armazenador da história e um poderoso semeador de idéias.
Moles (1973, p.179) diz que “o cinema é um sistema de comunicação, de difusão, visual,
icônico, através do espaço e do tempo, entre os seres humanos.” Dentre milhares de
espécimes animais, coube ao homem desenvolver em torno de sua figura uma cadeia de
aspectos peculiares que o tornaram ímpar. Ser criatura comunicativa é um deles. Aliás, isso
provavelmente deve ter influenciado de maneira decisiva na evolução das relações humanas.
Talvez possa parecer prepotência, mas creio não ser de todo absurdo dizer que a
necessidade contribuiu muito para o surgimento da comunicação humana. Mas, muito mais do
que um bate papo na hora do jantar, garantir a sobrevivência, deve ter obrigado o homem
primitivo a desenvolver códigos que pudessem colaborar em estratégias de caça, por exemplo.
Então, desde os primeiros grunhidos até o atual estágio tecnológico, tudo se fez em torno da
comunicação. Para existir comunicação, é necessário a utilizar-se uma linguagem. Para Sfez
(2000, p.38), durante muito tempo coube à lingüística sustentar o fenômeno comunicacional.
Isto porque a capacidade de falar distingue o homem dos outros animas:
(...) essa idéia pode ser útil em nossa análise do cinema, e para entender seus
limites, precisamos voltar a alguns princípios bem básicos. O primeiro passo
é ver o cinema como comunicação. O segundo passo é colocar a
comunicação do cinema dentro de um sistema maior gerador de significados
– o da própria cultura. (TURNER, 1997, p. 51)
Nesse ponto, ao apropriar-se dos vários elementos ditos linguagem, o cinema passa a
comunicar, transmitir significados ao telespectador. E faz isto a partir de uma ótica toda
própria do cineasta. Assim é formado por sistemas significadores como a câmara e seu uso, a
iluminação, o som a edição e a mise-em-scène. Essa combinação de escolhas induz o
espectador a experimentar na tentativa de identificar os significados de cada cena. Isto
estabelece a comunicação entre o filme e o público. E mais do que isso, realmente desperta,
como sustenta Dudley Andrew (1984, Apud TURNER, 1997, p. 120), o desejo de ter o filme.
Para ele, nunca estaremos satisfeitos por completo, “(...) somos atirados além dos limites de
seu espaço narrativo, lá fora, na fila, à espera de que o próximo filme ilumine a tela, ilumine a
caverna da nossa psique.”
obstinação. Uma obstinação que caracteriza o ser humano e que nos faz diferentes desde os
primórdios de nossa aventura evolutiva. Estes quadros estáticos, que somente o cinema
consegue animar, nos dão, mesmo que pela ilusão, a prova de que o homem se movimenta e
desde sempre aprendeu a pintar a sua história.
4. PINTURAS RUPESTRES: O CINEMA NA PRÉ-HISTÓRIA
Introduzir este tópico definindo o que é imagem pode parecer a saída mais simples
para compreender a sua importância. Entretanto, como afirma Joly (1996, p.13), “o termo
imagem é tão utilizado, com tantos tipos de significação sem vínculo aparente, que parece
bem difícil dar uma definição simples dele, que recubra todos os seus empregos”. Mas, esta
variedade de significados parece não atrapalhar sua relação com o homem:
Podemos dizer que ato de criar imagens através dos tempos modificou nossa forma de
ver o mundo. De uma aventura que remonta aos primórdios da humanidade, deu-se o
aperfeiçoamento tecnológico atual, “por toda parte no mundo o homem deixou vestígios de
suas faculdades imaginativas sob a forma de desenhos, nas pedras, dos tempos mais remotos
do paleolítico à época moderna”. (GELB, 1973 Apud JOLY, 1996, p.17). No que diz respeito
ao tema de nosso estudo, podemos destacar uma coincidência entre dois termos utilizados. O
cinema imprime a imagem no fotograma. A representação da arte rupestre, enquanto desenho
e pintura, é conhecida como petrograma. Digamos, de maneira simples, que a rocha tenha
sido a primeira película empregada para fixar imagens, mantendo-as em projeção permanente.
Mesmo que, provavelmente, desconhecessem por quanto tempo estas pinturas iriam
durar, os artistas do paleolítico registraram através da imagem, cenas cotidianas. Assim como
os cineastas o fazem. Cada filme rodado ou cena registrada na pedra se torna uma obra, e,
sendo assim, carrega consigo algo particular:
Para Pessis (2003, p. 68), “a espécie humana parece ser a única que demonstrou
capacidade de criar entidades simbólicas e materiais com a função de conservar a memória
cultural. Escrita e imagem são produtos especificamente humanos.” Esta característica
possibilitou o acumulo de conteúdos culturais, fundamentais para o desenvolvimento
intelectual da humanidade. Podemos concluir que, incluídos neste desenvolvimento
intelectual, estão as atividades cotidianas do ser humano, particulares a cada um. Apenas para
exemplificar, no caso dos povos primitivos, alguns indivíduos desenvolveram artefatos para
caça e para a guerra, outros viraram pintores. São atividades que, obviamente com tecnologias
bem distintas, atravessaram o tempo e mantêm-se vivas até hoje.
Se o cineasta, que dispõe de uma área relativamente limitada para gravar suas
imagens, realiza trabalhos incríveis, o que podemos dizer de artistas que dispunham de
paredões rochosos de até centenas de metros quadrados. É bem possível que a grande maioria
das pessoas que tenham ouvido falar ou que conheçam as pinturas apenas por gravuras em
livros não tenha noção da dimensão destas manifestações. Assim, inevitavelmente poderão
questionar como se pode comparar o cineasta a estes artistas. Além de realizar obras
fantásticas do ponto de vista estético, em muitas destas pinturas, inclusive encontradas no
Brasil, percebe-se uma preocupação técnica espantosa. Para exemplificar, no Sítio Toca do
Badú I, localizado na Serra da Capivara – PI, existe uma representação de figuras humanas
dispostas em planos sucessivos, o que confere a ilusão de profundidade ao mural.
O que faz do homem um ser artístico é a capacidade de imaginar, ou como diz Janson
“(...) simplesmente criar uma imagem – um quadro – no nosso espírito.” A comprovação
desta capacidade se dá ao conseguir expor sua imaginação. Gombrich (1972, p. 19), afirma
que ignoramos como a arte começou, tanto quanto desconhecemos como teve início a
linguagem. Se aceitarmos que arte significa o exercício de atividades tais como a edificação
de templos e casas, a realização de pinturas e esculturas, ou a tessitura de padrões, nenhum
povo existe no mundo sem arte.
Imaginemos que fosse possível colocar lado a lado um cineasta e um artista pré-
histórico. Nosso artista do paleolítico desenharia o storyboard para que o cineasta rodasse o
filme. Obviamente que esse encontro se apresenta impossível, mas certamente teria um
resultado muito interessante. O duplo registro da história, feito por olhares bastante distintos.
O petrograma se transformaria em fotograma, proporcionando, enfim, o movimento ensaiado
pelo pintor da pré-história.
Nesse ponto, é possível perceber que, mesmo que involuntariamente, o homem cria
formas para estabelecer comunicação e registrar a história através de elementos imagéticos. O
cotidiano da humanidade da época é gravado em cenas de rituais de caça, retratos de animais
ou até na representação de atividades sexuais. Pessis (2003, p.69) esclarece que “as escolhas
sobre como encenar graficamente o cotidiano ou o cerimonial estão relacionadas com os
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Voltando à pré-história, Pessis (2003, p. 69-70) esclarece que “as pinturas podem ser
consideradas a manifestação de um modo de comunicação, um processo de relacionamento
permanente entre os membros de um grupo cultural.” Ela acrescenta ainda que “esse
relacionamento ocorre como comportamento organizado, que fornece informação ao sistema
de comunicação global. Cada comunidade tem um único e próprio procedimento de
comunicação.” Assim se explicam as diferenças entre as pinturas encontradas em todo o
mundo. Como se fosse uma língua, cada grupo desenvolveu suas práticas gráficas de acordo
com as experiências vivenciadas diariamente. Então, mesmo considerando as pinturas como
uma forma de comunicação social, é praticamente impossível identificar o sentido de cada
uma delas. Para Pessis, considerar as pinturas como forma de comunicação favoreceu o
conhecimento das culturas pré-históricas:
Esta afirmação pode ser aplicada nas comunidades atuais. O cinema, que também é
objeto de nosso estudo, apresenta variações conforme o local onde é produzido. Costa (2003,
p.29), corrobora nossa impressão ao dizer que “(...) o cinema é aquilo que se decide que ele
seja numa sociedade, num determinado período histórico, num certo estágio de seu
desenvolvimento, numa determinada conjuntura político-cultural ou num determinado grupo
social.” Assim, como outra produção cultural qualquer, o cinema reflete em seus filmes a
realidade do momento em que vive. Ele também encerra em si, além do registro histórico, o
olhar que o autor tem sobre a história:
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Cada filme tem um valor como documento, qualquer que seja sua natureza
aparente. Isso é verdadeiro mesmo se ele for rodado em estúdio, mesmo se
não tem narração, nem encenação. Pela maneira que exerce ação sobre o
imaginário, pelo imaginário que transpõe, todo filme coloca uma relação
entre seu autor, seu discurso, o espectador. Além disso, se é verdadeiro que o
não-dito, o imaginário é tanto história quanto a História, o Cinema,
sobretudo a ficção abre um caminho régio em direção das zonas psico-sócio-
históricas nunca alcançadas pela análise dos documentos convencionais.
(FERRO Apud MEIRELLES, 2004)
Então, segundo Costa (2003, p. 29-30), mais que um meio de comunicação, expressão
e espetáculo, o cinema alinha-se estreitamente com a história por três aspectos básicos: pela
própria história do cinema, a história no cinema e o cinema na história. O primeiro é
relacionado justamente à historiografia do cinema, desde seu surgimento como técnica,
passando pela evolução tecnológica. O segundo reflete a utilização do cinema pelos
historiadores, como fonte de documentação histórica. O terceiro diz respeito à utilização do
cinema como ferramenta ideológica. Costa cita como exemplos a utilização do cinema como
propaganda pelo fascismo italiano, por Hitler na Alemanha e por Roosevelt nos Estados
Unidos.
Já o cinema trata como pioneiros os primeiros curiosos de sua história. Esta diferença
de termos bem poderia sugerir um tipo de preconceito para com o homem do paleolítico e sua
capacidade. Porém, apesar da ligação do homem pré-histórico com o primitivo existia um
sentimento forte em exprimir esta arte, aliado a outra qualidade impressionante:
O registro histórico, favorecido pelo trabalho dos artistas rupestres e dos cineastas, tem
um valor inestimável. O homem sempre se preocupou em deixar para as gerações futuras,
uma mostra de seu cotidiano. Algumas vezes isto aconteceu até de forma involuntária. Se
considerarmos, como exemplo, que a magia foi o grande motivador dos pintores do
paleolítico, acidentalmente nos foram deixadas algumas pistas muito importantes sobre o
comportamento dos primeiros humanos. Assim, dos primeiros desenhos, passando pelo teatro
de sombras - um tipo de espetáculo surgido na China - e mesmo pesquisas com interesse
44
puramente científico, originou-se o cinema. Hoje, muito mais que uma simples projeção de
imagens, o cinema é ferramenta ideológica, arte, indústria e instrumento de comunicação.
BENJAMIN, Walter. Teses sobre a filosofia da história (Tese IX). In: Sobre arte, técnica,
linguagem e política. Lisboa: Relógio D’Água, 1992.
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Dissertação (Mestrado em História) – UNESP, Assis.
47
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48
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volume 26, number 2: San Francisco, 1993.
ANEXOS
1 – FOTOS ......................................................................................................................... 50
2 – ILUSTRAÇÕES ........................................................................................................... 53
50
ANEXO 1 – FOTOS
Foto 01 - Toca da Roça do Badú I. Agrupamento de figuras humanas em planos sucessivos – Parque
Nacional da Serra da Capivara - PI
(Fonte: Fundação Museu do Homem Americano/Niède Guidon)
Foto 02 - Toca do Perna IV. Cena de sexo coletivo – Parque Nacional da Serra da Capivara - PI
(Fonte: Fundação Museu do Homem Americano/Niède Guidon)
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Foto 03 - Seridó - Sítio Xique-Xique I. Nas pinturas rupestres do Seridó, recursos expressionistas
sugerem movimento nas figuras humanas– Parque Nacional da Serra da Capivara - PI
(Fonte: Fundação Museu do Homem Americano/Niède Guidon)
ANEXO 2 – ILUSTRAÇÕES