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Januária - MG
Agosto - 2022
PEDRO HENRIQUE ALMEIDA SANTOS
Januária – MG
Agosto – 2022
INSERIR O PRINT DA FOLHA DE ROSTO APÓS A BANCA
À cultura popular barranqueira, às Folias de Santos
Reis, em especial ao Terno dos Temerosos que
despertou em mim o desejo pela arte do povo.
AGRADECIMENTOS
No fim deste ciclo, percebo que este trabalho se tornou meu maior desafio, atravessou-me
intimamente e fez com que eu me encontrasse sozinho em meus anseios. Reconheço, porém,
que as pessoas que estiveram comigo neste processo foram fundamentais para o meu
crescimento.
A minha mãe, que não mediu esforços para que eu tivesse uma educação efetiva;
Aos meus interlocutores, que fizeram este trabalho ser possível: ao Terno dos Figueiredos, à
Folia de Reis do Alegre e a todos os foliões que me acolheram, compartilhando experiências
que agora se encontram registradas;
A minha orientadora, profa. Dra. Ros’elles Magalhães Felício, pela cumplicidade
enriquecedora nesta caminhada, pelas prosas e pela amizade que construímos;
Aos meus professores da graduação, pelos conhecimentos partilhados;
Aos membros da banca, pela leitura e apontamentos;
Aos colegas de graduação, pelos momentos de aprendizado, sufoco e distrações;
Aos colegas do Laboratório de Pesquisa em Estudos do Poético e ao professor Dr. Danilo
Barcellos por compartilhar todo seu fascínio pela leitura poética;
Ao meu namorado, Daniel Nunes Oliveira, cúmplice da minha formação, pelo tempo dedicado
às minhas loucuras acadêmicas.
Eu vou bebê, vou bebê, vou bebê guaraná.
Cachaça me deu um tombo. Vou bebê jatobá.
(Folia de Reis do Alegre)
RESUMO
O presente trabalho apresenta um estudo do léxico das folias de Santos Reis no município de
Januária (MG), manifestação do catolicismo popular que encena, nas vias do sagrado, o
percurso dos três Reis Magos ao presépio onde nascera Jesus Cristo. São objetos de estudo
desse trabalho: o Terno de Reis dos Figueiredo, comunidade rural da Raizama; e a Folia de Reis
do Alegre, comunidade rural de São João Batista do Alegre. A problemática consiste na
decadência festiva desses grupos no período que reserva sua manifestação e, assim, propõe um
levantamento das suas lexias com o objetivo de preservar essa tradição. De caráter quantitativo
e qualitativo, esse estudo contou com os pressupostos teórico-metodológicos da
Sociolinguística laboviana para referenciar os caminhos percorridos à constituição do léxico
dentro das suas comemorações e comunidade devota. No referencial partimos dos estudos que
versam sobre cultura, sociedade e suas relações e os conceitos de Antropologia social, cultural
e linguística, além das disciplinas de estudos da linguagem: Dialetologia, Sociolinguística,
Lexicologia, Lexicografia e Etnolinguística. Os resultados obtidos através de entrevistas orais
revelaram o repertório lexical utilizados nas folias.
The present work introduces a study of the lexicon of the Folias dos Santos Reis in the
municipality of Januária (MG), a manifestation of popular Catholicism that enacts, in the ways
of the sacred, the journey of the three Magi to the crib where Jesus Christ was born. The objects
of study of this work are: the Terno de Reis dos Figueiredo, rural community of Raizama; and
Folia de Reis do Alegre, a rural community in São João Batista do Alegre. The problem consists
in the festive decadence of these groups in the period that reserves their manifestation and, thus,
proposes a survey of their lexias with the objective of preserving this tradition. Of a quantitative
and qualitative character, this study relied on the theoretical-methodological presuppositions of
Labovian Sociolinguistics to refer to the paths taken in the constitution of the lexicon within its
commemorations and devout community. As a reference, we start from studies that discourse
with culture, society and their relationships and the concepts of social, cultural and linguistic
Anthropology, in addition to the disciplines of language studies: Dialectology, Sociolinguistics,
Lexicology, Lexicography and Ethnolinguistics. The results obtained through oral interviews
revealed the lexical repertoire used in the Folias.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 14
CAPÍTULO 1 .......................................................................................................................... 16
JANUÁRIA, RELIGIÃO E MANIFESTAÇÕES POPULARES ...................................... 16
1.1 Januária: contexto histórico, geográfico, político e econômico .................................... 16
1.1.1 Januária: cenário de manifestações populares ................................................................. 17
1.2 Folias de Santos Reis ........................................................................................................ 19
1.2.1 Estrutura da folia ............................................................................................................. 21
1.3 As folias como objeto de estudo ....................................................................................... 23
1.3.1 Terno de Reis dos Figueiredo .......................................................................................... 23
1.3.2 Folia de Reis do Alegre ................................................................................................... 26
CAPÍTULO 2 .......................................................................................................................... 28
2.1 Linguagem, cultura e sociedade ...................................................................................... 28
2.1.1 Antropologia social, cultural, linguística ......................................................................... 29
2.2 Disciplinas de estudo da linguagem adotadas nesta pesquisa ...................................... 31
2.2.1 Dialetologia ..................................................................................................................... 31
2.2.2 Sociolinguística ............................................................................................................... 32
2.2.3 Lexicologia e Lexicografia .............................................................................................. 34
2.2.4 Etnolinguística ................................................................................................................. 35
CAPITULO 3 .......................................................................................................................... 37
METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................................................... 37
3.1 Métodos e Procedimentos ................................................................................................ 37
3.1.1 Delimitação do corpus ..................................................................................................... 37
3.1.2 Técnicas e procedimentos para a coleta de dados. .......................................................... 38
3.1.3 Transcrições ..................................................................................................................... 40
3.1.4 Fichas Lexicográficas ...................................................................................................... 42
CAPÍTULO 4 .......................................................................................................................... 43
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ..................................................................... 43
4.1 As fichas lexicográficas .................................................................................................... 43
4.2 Análise dos dados .............................................................................................................. 66
4.2.1 Registro das lexias nos dicionários .................................................................................. 67
4.2.2 Percentuais de lexias registradas em cada dicionário ...................................................... 68
4.2.3 Número de ocorrências das lexias: .................................................................................. 69
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 71
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 72
APÊNDICE ............................................................................................................................. 75
APÊNDICE A – Terno de Reis dos Figueiredos (Benção da bandeira) ................................. 75
APÊNDICE B – Terno de Reis dos Figueiredos ..................................................................... 76
APÊNDICE C – Miguel Figueiredo, Imperador da folia, soltando fogos. ............................. 77
APÊNDICE D – Instrumentos artesanais do Figueiredos (Xique-xique e Reco-reco) ........... 78
APÊNDICE E – Instrumento artesanal dos Figueiredos (Caixa) ............................................ 79
APÊNDICE F – Bandeira e o Ramo (vaso com flores) da Folia de Reis do Alegre .............. 80
APÊNDICE G – Lapinha localizada no interior da capela na comunidade do Alegre
(Januária-MG) .......................................................................................................................... 81
APÊNDICE H – Foliãs da Folia de Reis do Alegre dançando o Batuque. ............................. 82
APÊNDICE I – Folia de Reis do Alegre na casa de um devoto. ............................................ 83
APÊNDICE J – Foliões saudando a Lapinha na comunidade do Alegre (Januária-MG) ...... 84
APÊNDICE L – Foliões da Folia de Reis do Alegre saindo para o giro. ............................... 85
APÊNDICE M – Devota de Santos Reis recebendo a folia em sua casa. ............................... 86
APÊNDICE N – Folia de Reis do Alegre durante o canto de Reis. ........................................ 87
APÊNDICE O – Folia de Reis do Alegre (Dança do Batuque). ............................................. 88
APÊNDICE P – Camisa da Folia de Reis do Alegre. ............................................................. 89
APÊNDICE Q – Terno de Reis dos Figueiredos .................................................................... 90
APÊNDICE R – Questionário: léxico das folias de Reis de Caixa no município de Januária
(MG) ......................................................................................................................................... 91
14
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
Ilustrada pelos artistas da terra como a "Princesa do Norte", Januária está localizada
no Alto Médio do São Francisco e pertence à vida migratória operada nas águas do Velho Chico.
O Rio da Integração Nacional1 constituiu no território e demais povoamentos as suas margens,
as predileções econômicas dos bandeirantes e desbravadores na metade do século XV. Para
Pereira (2013, p. 29), “as terras de índios e ancestrais” contextualizam posses políticas e
ideológicas nos períodos remotos da sua história. Assim, a dominação territorial dos
bandeirantes, justificada pelos interesses políticos dos provincianos, polarizou a região norte
mineira com interesses inflamados (PEREIRA, 2013). Como resultado dessa monopolização
imperial uma linhagem política se manteve no território buscando o direito à terra dos indígenas
que habitavam a região até a construção do povoado que mais tarde receberia o nome de Porto
do Salgado, atualmente Brejo do Amparo, antiga sede municipal, e agora distrito de Januária.
Nas palavras Correia (2013, p. 27), Januária é “uma das muitas cidades na calha do
São Francisco, dentro da seção Média do grande rio e, assim como tantas outras, pode ser lida
em sua dupla face: urbana e rural, os gerais e o rio, o campo e a cidade.” No contexto social
essa dualidade é vista nos fatores sociais e econômicos, do consumo à prestação de serviços.
Até meados do século XX, as principais atividades econômicas de Januária estiveram ligadas
ao rio e suas vazantes, esse período é marcado pelas grandes navegações no Rio São Francisco,
em que a pecuária extensiva e a agricultura familiar movimentavam o trabalho constante no
cais da cidade junto a importação de matéria-prima que abastecia o comércio local.
As políticas de desenvolvimento adotadas na região a partir de 1950 permitiram
certa prosperidade à cidade, tornando-a referência educacional e econômica da região,
prejudicada mais tarde pela interferência das governanças desleais que lideraram a cidade por
anos. A economia atual do município gira em torno da prestação de serviços, comércio local,
agricultura familiar e o desenvolvimento de atividades vinculadas ao setor turístico, que aposta
no artesanato, produção de cachaça, extrativismo de frutos do cerrado e rotas turísticas como
1
Essa denominação foi dada ao Rio São Francisco devido sua abrangência econômica e geográfica. O rio percorre
os estados de Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, além de integrar
aproximadamente 507 municípios.
17
um novo poder econômico. Por esse ângulo, as atividades econômicas não se prendem mais ao
rio, agora afastado do cais da cidade em decorrência das modificações geográficas naturais.
Às margens do Rio São Francisco, o potencial turístico de Januária proporciona
belíssimos cenários de formações rochosas, ricos biomas de mata seca e transição entre a
caatinga e o cerrado. O “Circuito Velho Chico”, programa de incentivo turístico criado em 2006
pela Secretaria do Estado de Minas Gerais, em parceria com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas), propõe uma rota de visitação turística dos municípios
banhados pelo rio, fomentando a economia das populações que vivem dessas atividades,
interessando também como amostras de turismo da região. Januária oferece belíssimas praias
fluviais temporárias as margens do São Francisco, além dos balneários e demais pontos de
visitação como o Refúgio Estadual da Vida Silvestre do Rio Pandeiros e o Parque Nacional das
Cavernas do Peruaçu, unidade de preservação criada em 1999 que compreende, também, os
municípios vizinhos de Itacarambi e São João das Missões.
De acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a população de Januária é de 65.463 pessoas vivendo entre a cidade e o
campo.2 Com extensão territorial de 6.601,15 km², Januária já foi considerada uma das maiores
cidades do estado. Atualmente o município é constituído de 8 distritos: Januária, Brejo do
Amparo, Levianópolis, Pandeiros, Riacho da Cruz, São Joaquim, Tejuco e Várzea Bonita.
(IBGE, 2010). Sede microrregional das cidades vizinhas, Januária conta com órgãos do
Tribunal de Justiça, Superintendência Regional de Ensino, Gerência Regional de Saúde,
Instituto Estadual de Florestas, Polícia Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Previdência
Social.
No campo educacional, além das escolas de educação básica, Januária oferece
cursos de nível superior pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o Instituto
Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) e algumas instituições privadas, como as
Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE).
2
No último censo realizado em 2010, Januária tinha uma população de 65.463 habitantes. No entanto, a estimativa
populacional do IBGE em 2020 aponta que 67.958 pessoas residem no município.
18
modos de vida que se alteram vagarosamente na região. Em Januária, observam-se nas ruas
estreitas dos bairros antigos as singularidades dos moradores perpetuando gerações.
As narrativas históricas projetadas culturalmente através da arte popular apresentam
manifestações religiosas, musicais, artesanais, além das comidas típicas e festejos comunitários.
Tomando como exemplo, as comemorações religiosas do catolicismo celebram ao longo do ano
festejos populares em homenagem aos santos devotados, eventos grandiosos realizados num
período de novena ou em dias definidos pelos festeiros. As comemorações sacrossantas marcam
o encontro das comunidades adjacentes, celebrando o momento com muita diversidade cultural.
Dos becos às barrancas, o município é berço das tradições representativas da
devoção popular interiorana e barranqueira: Terno dos Temerosos, Reis do Boi, Lavadeiras,
Folias de Reis, Dança de São Gonçalo, Puxada de Rede, Terno das Ciganas e o Terno das
Pastorinhas. Essas manifestações apresentam ao longo do ano no município e região as
narrativas simbólicas de diferentes vertentes culturais, evidenciando fatos construídos ou
ressignificados com o tempo pelos seus integrantes dentro das comunidades devotas.
Em Januária, as manifestações populares que não rezam o catolicismo dentro das
suas comemorações, como as Folias de Santos Reis, prestigiam eventos culturais diversificados
ao longo de todo ano e conversam com a diversidade que prospera em diferentes culturas, como
o Maculelê e o Terno dos Temerosos, sempre presentes nas comemorações populares do
município. Em contrapartida, as folias de artigo puramente religioso acontecem no espaço
restrito às suas comemorações, estendendo suas apresentações a outros eventos se o motivo
informado prevalecer seu real sentido, como as Folias de Reis.
Considerando que o interesse desta pesquisa está em um manifesto que consagra o
ciclo natalino, é essencial dizer que os festejos religiosos no município de Januária não se
prendem apenas às comemorações do Nascimento e Epifania3. É comum a realização de festas
dedicadas a diversos símbolos do catolicismo em outras épocas do ano, eventos grandiosos que
reúnem comunidades devotas com o propósito de agradecer as solicitadas preces. Sobre esse
acontecimento, Chaves (2009, p.1) observa:
No “sertão” norte mineiro, nas beiras do São Francisco, nos municípios de São
Francisco e Januária (...) as Folias costumam acontecer diversas vezes no correr de
um ano para muitos santos. Em torno de São José, Santa Luzia, Bom Jesus, São
Sebastião, Nossa Senhora Aparecida, Santos Reis e outros menos difundidos, é
comum encontrarmos, nas cidades e nas roças, nos beira-rios e nas imensidões do
3
Nascimento: ciclo natalino, período que marca o nascimento do menino Jesus, no dia 25 de dezembro. Epifania:
festa em louvor aos Reis Magos, comemorada tradicionalmente no dia 6 de janeiro.
19
Outro cenário das manifestações que ocorre em Januária revela o prestigio das
comunidades devotas entre 25 de dezembro e 06 de janeiro. Nesse período as ruas ganham as
cores e ritmos dos manifestos que peregrinam para o cumprimento de suas jornadas. Os
instrumentais desses autos populares4 anunciam às comunidades que é tempo de celebrar as
graças alcançadas.
4
[...] o auto, em Portugal é uma forma de enredo popular, com melodias cantadas, tratando de assunto religioso
ou profano, representada no ciclo das festas do Natal (dezembro-janeiro) (...) No Brasil as mais antigas menções
informam que os autos eram cantados à porta das igrejas, em louvor de Nossa Senhora do Rosário (quando
dirigidos por escravos ou libertos), no orago, ou na matriz. Depois levavam o enredo, com as danças e os cantos,
nas residências de amigos ou na praça pública, num tablado. Alguns autos reduziram-se à coreografia, sem assunto
figurado[...] (CORREIA, 2013. p. 101).
20
O perfil delineado em Portugal e trazido para a colônia aponta que à frente do cortejo,
segundo a tradição, vem o bandeireiro, carregando o estandarte, objeto sagrado da
companhia, representando os três reis diante do presépio de Belém. Logo atrás da
Bandeira estão os palhaços (ou Bastião, como ainda são chamados em algumas folias),
com suas “fardas” floridas e máscaras grotescas (na verdade “capacetes”), dançando
em passo saltitante para animar o grupo. Atrás deles vêm dois cordões de músicos,
enfileirados, de acordo com a voz que cada um canta ou o instrumento que toca. Na
trajetória que percorrem atraem uma pequena multidão, principalmente de crianças.
No entanto, as folias que se observam aqui, não muito diferente dos reisados
espalhados pelo Brasil, compreendem uma formação hierárquica: à frente da folia está o
imperador, responsável pelo grupo, seguido pelos guias e contra guias, responsáveis pela
entoação dos cânticos; e o maestro folião, responsável pelas afinações instrumentais e
22
5
Foi observado que os grupos no município seguem essa estrutura, mas nem todos os grupos usam esses termos
para caracterizar seus integrantes. Acreditamos que esse fator seja influenciado pela conduta dos imperadores e
nível de formação dos foliões.
23
Neste sentido, a manifestação profana dentro das folias, do ponto de vista cultural,
é uma prática comum e necessária para os foliões, que usam o momento não só para celebrar o
santo e agradecer as graças alcançadas, mas também confraternizar com sua comunidade.
Conforme informamos no início deste capítulo, este estudo tem como foco o léxico
utilizado por dois grupos de folia localizados no meio rural de Januária: a Folia dos Figueiredos,
na comunidade de Raizama; e a Folia do Alegre, comunidade de São João Batista do Alegre.
A história desse grupo começa por volta de 1888 quando a matriarca da família
Figueiredo sai do município de Cabrobó, no estado de Pernambuco, com a promessa de
encontrar uma vida mais próspera em terras januarenses, mais especificamente na comunidade
de Tejuco, cabeceira do rio Pandeiros. O quarto imperador a assumir tal posição no grupo 6,
6
No Terno dos Figueiredo, o imperador só deixa o posto após sua morte. Desde o nascimento do grupo a linhagem
de imperadores pertence aos foliões descendentes da matriarca.
24
afirma que a folia da sua bisavó aportou em Januária e cultivou raízes a partir da promessa feita
pela matriarca:
[...] ele foi fundado pela minha bisavó ( ) uma nordestina que... vendeu todos os seus
bens, no município de Cabrobó no estado de Pernambuco... e juntou toda a suas coisas
e... pegou todos os seus filhos, parentes, irmãos e... embarcou em um vapor que fazia
o transporte de Pirapora à Petrolina, no estado de Pernambuco, e... desembarcou em
Januária, conhecida como a terra da fartura é... uma cidade muito falada na região de
Pernambuco, do Ceará, daquela região da Bahia, como sendo uma terra promissora,
uma terra produtiva, uma terra em que tratava muito bem a... aos imigrantes e assim
ela desembarcou... adquiriu um pedaço de terra na cabeceira do Tejuco no distrito de
Januária, e lá começou a sua jornada é... como eles eram do município de Cabrobó
um... o maior produtor de cebola do estado do Pernambuco, ela começou a plantar
cebola e alho na cabeceira do Tejuco e vendendo a sua produção, e com isso conseguiu
criar os seus filhos e um deles o JF é... reuniu com a minha bisavó e o seu pai... e
começaram a cantar a Santos Reis, reuniam no dia trinta e um... e só paravam,
começavam trinta e um e só paravam dia seis de janeiro dia de Santos Reis e ali fazia
a ladainha, a reza e... isso foi no ano de mil oitocentos e oitenta e oito, dê lá pra cá
é... a tradição foi seguida.(E8MFRF).
7
Conforme os foliões, não há restrições sobre a participação de mulheres na folia. Uma exceção, porém, é dada as
rezadeiras que acompanham o grupo para rezar às lapinhas que a folia visita. Tradicionalmente, as mulheres que
estão associadas ao grupo são esposas e filhas dos foliões, que cuidam dos preparativos da festa de encerramento.
Um fator observado, a considerar que o autor dessa pesquisa é integrante ativo da Terno dos Temerosos há 14 anos
e envolvido com outros ritos populares, é que as manifestações ocupadas pelas mulheres no município pertencem
ao gênero mais pastoril: como o terno das Ciganas, terno das Pastorinhas, e a dança da Lavadeiras.
25
A maior parte dos instrumentos usados na folia é artesanal. Esses instrumentos são
produzidos por um artesão aqui identificado por TL, que na folia assume a posição de Maestro
Folião, responsável por coordenar os músicos e as afinações instrumentais. Além do Imperador
e Maestro, há outras funções como Folião de Guia, responsável por entoar os cantos; Mestre
Espiritual, responsável por direcionar os trabalhos relacionados à reza do terço durante os dias
de peregrinação; e os músicos que compõem a percussão. Essa formação, que necessita de no
mínimo 12 (doze) integrantes para realizar o giro8, marca toadas ritmadas que narram os
motivos de estarem ali. O encerramento da peregrinação é celebrado pelos foliões com a dança
da catira e o lundu.
Com 134 (cento e trinta e quatro) janeiros de giros ininterruptos, a folia teve sua
primeira pausa nos anos de 2021 e 2022 em decorrência do isolamento social de escala global
provocado pela pandemia da COVID-19, doença infecciosa causada pelo coronavírus, o SARS-
CoV-2. Em 25 de dezembro de 2021, porém, com a flexibilização do isolamento,
acompanhamos uma reunião do grupo na casa de um folião. Na ocasião, os foliões celebraram
o momento com um almoço, bebidas e uma saudosa encenação da Folia de Santos Reis.
Conforme M.F, o motivo principal da reunião nesse dia foi o compartilhamento dos problemas
e dificuldades dos foliões:
Nós reunimos no dia vinte e cinco de dezembro, pra fazer uma reunião, pra sabê se tá
tudo bem com o folião, pra sabê se ele tem algum problema de família, de ordem
econômica, social, pra se tiver tentarmos resolver, porque o folião que entra nesse
Terno aqui, nós temos folião aqui que tem sessenta e cinco anos que sai nesse Terno,
que é o caso desse folião, é esse primeiro aqui, ele tem oitenta e oito anos de vida, e
tem sessenta e cinco no Terno nosso, e assim vai. É... o folião ele não muda de folia a
cada ano não, ele entrou, ele faz isso normalmente até a sua saúde permitir.
(E8MFRF).
8
Percurso da folia do primeiro até o último dia; itinerário; peregrinação.
26
Oh, a história dessa folia era o seguinte: a dona dela mesmo, dessa folia, era uma
senhora que ela chamava Teresa, né? Aí ela... ela adoeceu uma vez, aí os pai dela, né?
Fez a... fez essa promessa, que enquanto ela tivesse vida, né? Ela era... ela era pra sair,
era pra cantá, era fazê as festas todos os ano, e ela cumpriu. (E4ZSFA).
Não se sabe quando o grupo surgiu, acredita-se que sua história tenha começado há
90 anos. A líder da folia, atualmente com 58 anos, recorda que a folia, tradição que herdara dos
seus pais, é uma das suas lembranças mais remotas: Eu participo da Folia de Reis desde que...
meus pais, né? Que/ desde que eu me entendi por gente, né? Que meus pai já tava na folia,
então eu também comecei participar e hoje eu faço grande parte dela. (E4ZSFA). Foliã de
longa data é uma das foliãs com mais tempo de folia. Esta, atualmente conta com 8 (oito)
foliões, entre adultos e idosos. Nessa folia, os foliões são lavradores, com exceção de um que
trabalha como porteiro escolar em uma escola estadual na cidade de São Paulo e volta à
comunidade todos os anos para peregrinar junto à folia.
No dia 6 de janeiro de 2022, data em que se comemora o dia de Santos Reis,
acompanhamos a folia em sua única demonstração sagrada nos últimos dois anos, consequência
da pandemia. Nesse dia os foliões se concentraram na casa da Imperadora, onde a equipe de
colaboradores da comunidade preparou o almoço que foi servido após a peregrinação nas cinco
casas. Reunidos, os foliões seguiram para a igreja local, ponto de partida da peregrinação, onde
rezaram a lapinha e fizeram o ritual de benção da bandeira sobre a cabeça dos demais foliões.
No fim da tarde desse dia, após o almoço e muita música, os foliões fizeram a
entrega do ramo, um arranjo de flores que simboliza a escolha do novo imperador da folia,
àquele que irá assumir a posição de liderança no próximo ano. Diferente do Terno dos
Figueiredo, em que a posição de Imperador só muda após a morte do atual líder, ZS afirmou
27
que o Imperador na sua folia muda todos os anos com a entrega do ramo. No entanto, os
encargos e liderança da coordenadora são amplamente reconhecidos pelos demais foliões e
comunidade, que identificam o grupo pelo nome de sua coordenadora.
Muda! Muda! Muda! Sempre assim, na comparação: esse... esse ano aqui é porque
esse ano a gente não saiu, né? Então vai continuá esse aí, mas o ano que vem se a
gente sair, aí agora a gente já muda. {ah, certo!} Né? Os ramo a gente têm que mudá.
{então, toda vez que o ramo é entregue a alguém, muda o imperador da folia?} Muda
o imperadô também da folia também. {então se o ramo for entregue esse ano pra outra
pessoa, ele será o imperador?} É, será o imperadô! {e a senhora deixa de ser a
imperadora?!} Aí eu deixo de ser. {nossa, que legal!} É... é assim. (E4ZSFA).
Essa característica, por sua vez, revela a singularidade que identifica esse grupo:
não há uma hierarquia estabelecida entre os foliões. Além disso, essa alternância contribui para
sua manutenção dentro da comunidade devota, que entende a importância de assumir frente à
tradição, preservando sua essência para que outras gerações tenham o conhecimento e apreço
ao sagrado.
28
CAPÍTULO 2
direta. Essa investigação assenta que para conhecer é preciso estar inserido. Para Aguiar (2015,
p. 9): “a proposta da antropologia é entender as sociedades a partir de um olhar interior.” Não
obstante, entende que a observação externa não compreenderia as significações de que vivencia
determinada prática, que é individual e conjunta. Essa perspectiva revela uma importância
metodológica em qualquer estudo: é preciso interiorizar para compreender.
Numa definição possível dessa ciência, Hattori e Yamamoto (2012, p. 102)
comentam: “O homem, dizem alguns cientistas sociais, é sua cultura, e o homem, somente o
homem, pode sê-lo, porque só ele a tem.” Essa perspectiva colabora com a Antropologia
Sociocultural, que estuda a evolução do homem e busca compreendê-lo enquanto ser cultural e
social. Outrossim, o meio social onde está inserido acaba se tornando uma projeção da sua
própria identidade. Para Vieira e Oliva (2017), esses aspectos são característicos da psicologia
humana, já que a avançada cognição, associada a capacidade peculiar de aprendizagem no
contexto social, é uma ação instintiva do ser. Podemos então afirmar que a Antropologia
Sociocultural articula estudos do homem em suas práticas e desenvolve analises que evidenciem
suas dimensões na sociedade.
A Antropologia Linguística estuda a língua enquanto objeto social e analisa suas
configurações no contexto contemporâneo. Seu objetivo está em compreender os fenômenos
que se desenvolvem através da linguagem: comunicação dos grupos, propagação das crenças,
ideologias e demais atividades culturais.
A língua é um fenômeno social ativo, fator constitutivo de cada indivíduo; A
linguagem, sistema dinâmico da língua, é um mecanismo singular e compartilhado por cada
indivíduo, revela a cultura em que esse está inserido a partir de fatores históricos e
socioculturais; A cultura social, atividade que se desenvolve através da linguagem, resulta das
relações praticadas pelos indivíduos no meio. A Antropologia Linguística considera esses
pressupostos como base do seu desenvolvimento e entende que é impossível dissocia-los uma
vez que acontecem em conjunto na formação identitária dos indivíduos.
A relação do indivíduo tem com seu meio é uma das referências de sua visão do
mundo. No caso das Folias de Reis, há nesses grupos a participação ativa de pessoas todas as
idades, em sua grande maioria, todos de uma mesma família ou comunidade, que um dia
aceitaram participar desse manifesto de representação sagrada por entenderem seu sentido ou
nela estarem inseridos. Cada reisado tem sua linguagem e maneira de se comunicar. Nesse caso,
a Antropologia Linguística entende que os integrantes de Folia de Reis podem falar outras
línguas, mas é a língua utilizada pela folia que os tornam únicos.
31
2.2.1 Dialetologia
formas. Na sequência que explica essa tríade entre língua, linguagem e fala, o linguista
estabelece que a fala é um ato individual de vontade e inteligência do falante, parte da
linguagem formada por um caráter que é individual e infinito. De outro modo, essas esferas da
comunicação são percebidas como sinônimas por alguns autores, que as entendem como
ocorrências que derivam do principal objeto da linguística, a língua. O último fragmento dessa
nota explicativa é o dialeto que, segundo Bazenga (2016, p. 4), “refere-se à variedade linguística
de uma língua, que caracteriza uma região em particular, afirmando-se como uma variação da
língua no espaço.” Isto posto, entendemos que a Dialetologia se ocupa no estudo sistemático da
língua e como ela se diversifica.
Conforme Macêdo (2012), o estudo sistemático dos dialetos surge no século XIX,
quando a Dialetologia passa a ser vista como um dos ramos dos estudos da ciência da
linguagem. Essa metodologia relaciona novos interesses a partir do estudo dos dialetos, que
surgiu da vontade dos próprios linguistas em registrar e descrever essas diferentes variedades
linguísticas regionais e das manifestações da cultura local ou regional. Com o tempo, o estudo
dialetológico ganhou novos ângulos, passando a integrar demasiadas perspectivas
investigativas, algumas delas influenciadas pelo surgimento da sociolinguística:
2.2.2 Sociolinguística
9
Conhecido como o fundador da sociolinguística variacionista, campo dedicado a estudar as variações da língua
nas comunidades de fala, os estudos de Willian Labov introduziram bases para novas perspectivas da
sociolinguística. Seus estudos variacionais permitiram prosperidades às investigações dessa disciplina, sendo alvo
investigativo dos estudiosos que até os dias atuais buscam novos fatores.
34
A dispor desses fatos, é necessário entender a língua social como um fenômeno que
se desintegra dos parâmetros gramaticais normativos. Essa discussão decorre, pois, se tratando
de variação, há quem acredite em “certo” e “errado” quando o objetivo é falar corretamente o
português brasileiro. O Brasil é vasto, plural, pertence aos povoados que se constituíram a partir
de fatores diversos, (res) significando suas comunicações sem homogeneidade linguística com
os povos de outras regiões. Ao discutir o preconceito linguístico no Brasil, Marcos Bagno
(1999, p. 41) afirma que esse tipo de preconceito é, dentre outras coisas, “decorrência de um
preconceito social.” Num aparato ao contexto histórico brasileiro, essa afirmação é relativa à
pirâmide hierárquica da desigualdade que impera no Brasil desde o período de colonização, em
que o marginalizado social é apontado como um “inimigo” da língua.
É revelado que o léxico de uma língua resulta daquilo que o ser tem por experiência,
e que esse fenômeno comporta registros lexicais próprios dentro de toda comunidade de fala.
As sociedades estão cada vez mais interligadas, essa realidade se deve processo de globalização
que tem aproximado as sociedades com o surgimento das novas tecnologias, o que propicia a
35
2.2.4 Etnolinguística
36
CAPITULO 3
METODOLOGIA DA PESQUISA
Faixa
Nome
Naturalidade Sexo etária Escolaridade Profissão
(código)
(idade)
Assistente
E2MBTF Januária Masc. 35 anos Nível 5
Social
Policial da
E3AFTF Januária Masc. 55 anos Nível 4
reserva
Porteiro
E5CARA Januária Masc. 42 anos Nível 3
escolar
Operador de
E7LBTF Januária Masc. 76 anos Nível 2
máquinas
Servidor
E8MFTF Januária Masc. 63 anos Nível 4
Público
Fonte: Pesquisa do autor.
produtiva. Em contrapartida, algumas questões foram excluídas por serem vagas ou repetitivas:
O folião deve beber algo antes de sair com a folia? Essa pergunta não se mostrou relevante.
Dessa forma, o questionário final contou com 89 questões.
3.1.3 Transcrições
Para realizar as transcrições, seguimos o modelo adotado por Costa (2012), que
segue, por sua vez, as regras utilizadas pela equipe do Projeto Filologia Bandeirante e, também
pela equipe do Projeto Pelas Trilhas de Minas: as Bandeiras e a Língua nas Gerais, modelo
adotado por Seabra (2004), Souza (2008) e Ribeiro (2010). As transcrições de ênfase lexical
seguem as seguintes normas:
Orientações gerais:
a) a transcrição não pode ser sobrecarregada de símbolos;
b) deve ser adequada aos fins;
c) deve permitir a compreensão do significado do texto;
d) deve respeitar o vocábulo mórfico como unidade gráfica;
e) deve tentar facilitar ao leitor a criação de uma imagem do texto elaborado no
plano da oralidade.
2. Serão registrados:
a) alteamento/abaixamento das pretônicas
aduicia = adoecia
cumê = comer
premero = primeiro
deiscê - descer
b) a redução dos ditongos [ow], [ey], [ay] será grafada ortograficamente como
pronunciada:
pescadô = pescador
41
atravessadô = atravessador
boquero = boqueiro
estera = esteira
aguacera = aguaceira
c) ausência do –r:
no final dos nomes: pescadô = pescador
no final dos verbos: pescá = pescar; tecê = tecer
d) ausência do –m final, desnasalização:
visage = visagem vinhero = vieram
e) nasalização de segmentos normalmente não-nasalizados deverá ser marcada
com o til:
tãinha = tainha
f) prótese: as próteses serão marcadas, ortograficamente, como pronunciadas:
amiorá = melhorar
g) supressão de consoantes, vogais ou sílabas finais será marcada com apóstrofo.
fei´ = fez
anãozin’ = anãozinho
h) iotização, grafando com i:
fio = filha
i) aglutinação, com apóstrofo:
que’le ~ que ele
que’ru ~ que eram
j) casos de uma, alguma, nenhuma, etc. serão marcados com til:
ũa ~ uma;
k) variação fonética do ―s‖ será grafada como efetivamente realizada: mermo ~
mesmo
3. Indicações de:
Pausa: reticências...
Inaudível ou hipótese do que foi ouvido: ()
Comentários: (())
Sobreposição de fala: {}
Discurso direto: “ ”
Ênfase: maiúsculas
42
Truncamento: /
Ficha:
Lexia:
Número de Ocorrências:
Abonação (CODIGO DA ENTREVISTA)
Registro em dicionários:
1. Aurélio:
2. Houaiss:
3. Michaelis:
4. VOLP:
CAPÍTULO 4
Neste capítulo apresentamos a análise dos dados obtidos nas entrevistas e que
constituem o corpus desta pesquisa. Após a transcrição das 8 entrevistas orais, com duração
média de 30 minutos cada, selecionamos 55 lexias que consideramos representativas do léxico
da Folia de Reis em Januária. Essas estão organizadas em ordem alfabética.
Ficha 01
Lexia: Adjunto
Número de ocorrências: duas
Aí é... chamava de adjunto, né? (E4ZSFA)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Adjunto: [Do lat. adjunctu.] S.m. 1. Ajudante, assistente, assessor; adj. 2.
Unido, próximo, contíguo, adjetivo, adjeto. 3. Bras. Na região amazônica,
movimento coletivo que reúne dezenas ou até centenas de ribeirinhos, seringueiros
ou agricultores visando a uma ação política ou social.
2. Houaiss: Adjunto: Adj. S.m. 1. Que ou o que auxilia, ajuda; auxiliar, assistente,
assessor. 1.1. Que ou aquele que substitui alguém; suplente.
2. Que ou aquele que se associa a; sócio. 2. Mutirão.
3. Michaelis: Adjunto: Adj. 1. Que está contíguo, junto ou apegado; perto, próximo,
unido; S. m. 2. Aquele que se associa a algo; associado, sócio.
4. VOLP: Adjunto: Adj. S.m. Registrado à página 19.
Ficha 02
Lexia: Alferes
Número de ocorrências: 2 (duas)
44
Ficha 03
Lexia: Agasalhista
Número de ocorrências: 1 (uma)
É chamado de agasalhista. (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: n/e
2. Houaiss: n/e
3. Michaelis: n/e
4. VOLP: N/R
Ficha 04
Lexia: Bagero
Número de ocorrências: 3 (três)
É, esse é o famoso bagero, que ele vai lá que sabe que onde a folia passa... (E2MBRF}
Registro em dicionários:
1. Aurélio: n/e
2. Houaiss: n/e
3. Michaelis: n/e
4. VOLP: N/R
Ficha 05
Lexia: Balainho
Número de ocorrências: 4 (quatro)
45
Balainho... (E7LBRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: n/e
2. Houaiss: n/e
3. Michaelis: n/e
4. VOLP: N/R
Ficha 06
Lexia: Bandeira
Número de ocorrências: 5 (cinco)
Aqui é a bandeira, nós temos aqui como uma bandeira. (E4ZSFA)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Bandeira: S.f. 1. Pedaço de pano, com uma ou mais cores, às vezes com
legendas, que se hasteia num pau, e é distintivo de nação, corporação, partido, etc.;
balção, estandarte, pavilhão, pendão, lábaro. 2. Ideia, divisa ou lema que serve a
grupo, partido, etc. 3. A panícula do milho.
2. Houaiss: Bandeira: S.f 1. Peça, geralmente de pano retangular, com cores e emblema
de uma nação, estado, instituição religiosa, agremiação política, recreativa ou
desportiva. 2. Pano enfeitado ou bordado, com laços e fitas, à feição de bandeira, que
o rancho leva a frente dos pandeireiros para festejar o término da ceifa. 3.
3. Michaelis: Bandeira: S.f. 1. Pano, em geral retangular, de uma ou mais cores,
comumente com emblema e legendas, que simboliza uma nação, um estado, um
município, uma agremiação, uma instituição religiosa etc,; estandarte, insígnia,
pavilhão, pendão, signa. 2. Ideias que servem de guia a um grupo, partido etc. 3.
Caixilho envidraçado, na parte superior de portas e janelas, que servem para dar
claridade ao ambiente; lumeeira.
4. VOLP: Bandeira: S.f. Registrado à página 94.
Ficha 07
Lexia: Batedô de caixa
Número de ocorrências: 3 (três)
Batedô de caixa {batedor de caixa} é, o seu Miguel. (E7LBRF)
Registro em dicionários:
46
1. Aurélio: Batedor: S.m. 1. Aquele que bate. 2. Objeto ou instrumento que serve para
bater (sovar ou mexer, misturar). 3. Cunhador (de moeda). 4. Explorador (do campo).
2. Houaiss: Batedor: Adj. S.m. 1. Que ou aquele que vai à frente da caravana, exército
ou grupo para bater o caminho, abrindo-o ou explorando-o, com o objetivo de
conhecer suas características. 2. Que ou aquele que bate.
3. Michaelis: Batedor: Adj. S.m. 1. Que ou aquele que bate. 2. Diz-se de ou utensílio de
cozinha para bater, agitar ou mexer substâncias moles ou líquidas, como nata ou clara
de ovo; batedeira.
4. VOLP: Batedor: Adj. S.m. Registrado à página 98.
Ficha 08
Lexia: Batuque
Número de ocorrências: 2 (duas)
O batuque também é a roda bem aberta, bem grande a roda, né? (E4ZSFA)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Batuque: S.m. 1. Designação comum a certas danças africanas e brasileiras
acompanhadas de cantigas e de instrumentos de percussão; 2. Baile popular ao som
de instrumentos de percussão; batucada. 3. Bras. PA MAN Rel. Culto, relacionado
com o babaçuê, que incorpora ao ritual jejê-nagô elementos rituais e entidades dos
candomblés de caboclo, da pajelança, do catimbó e da umbanda.
2. Houaiss: Batuque: S.m. 1. Denominação genérica de algumas danças afro-brasileiras
acompanhadas de percussão e, por vezes, também canto. 2. No passado, dança de
roda de importação africana, com sapateado, palmas, estalar de dedos e umbigadas,
acompanhada de instrumentos de percussão, samba batido.
3. Michaelis: Batuque: S.m. 1. Ação de batucar, de bater ou martelar repetidamente, de
marcar ritmo ou fazer dessa forma. 2. Designação comum de algumas danças afro-
brasileiras acompanhadas de percussão. 3. Dança de roda de origem africana, que
consiste em forte marcação pelos quadris, sapateados, palmas, acompanhados de
estalar de dedos e instrumentos de percussão.
4. VOLP: Batuque: S.m. Registrado à página 99.
Ficha 09
Lexia: Beberrão
47
Ficha 10
Lexia: Bença
Número de ocorrências: 2 (duas)
Ele é chamado de bença. (E4ZSFA)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Bença: Ant. Pop. S.f 1. Bênção.
2. Houaiss: Bença: S.m. 1. Benção.
3. Michaelis: Bença: S.m. 1. Benção.
4. VOLP: Bença: S.f. Registrado à página 101.
Ficha 11
Lexia: Bombo
Número de ocorrências: 2 (duas)
O bombo. (E4ZSFA)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Bombo: S.m. 1. Tambor de grandes dimensões e sonoridade grave, percutido
com macetas, tocado com as peles em posição vertical, e usado em bandas militares
e orquestras, bem como para marcar o ritmo na música.
2. Houaiss: Bombo: S.m. 1. Tambor cilíndrico de fuste de madeira com membrana nas
duas extremidades.
3. Michaelis: Bombo: S. m. 1. Espécie de tambor muito grande, de madeira, com
membrana nas duas extremidades, que difere do tambor propriamente dito por ser
48
tocado em posição vertical, percutido com maçanetas ou macetas; 2. Aquele que toca
bombo.
4. VOLP: Bombo: S.m. Registrado à página 112.
Ficha 12
Lexia: Caixa
Número de ocorrências: 4 (quatro)
...não é caixa feita em indústria, é uma coisa bem cultural aqui da região, com couro mesmo
de boi, às vezes até coro de... veado (E2MBRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Caixa: S.f. 1. Recipiente ou receptáculo de madeira, papelão, metal, ou outro
material, com tampa ou sem ela, com faces geralmente retangulares ou quadradas,
como uma arca, um cofre, um estojo, etc; 2. O conteúdo de uma caixa.
2. Houaiss: Caixa: S.f. 1. Qualquer receptáculo, de madeira, papelão, metal etc.,
destinado a guardar ou transportar objetos. 2. Tipo de tambor pequeno, com
membrana nas duas extremidades.
3. Michaelis: Caixa: S.f. 1. Receptáculo de formas geométricas variadas, com ou sem
tampa, de madeira, papelão, metal, etc. 2. Caixa retangular, com tampa de grandes
dimensões, para guardar pertences.
4. VOLP: Caixa: S.m.f. Registrado à página 128.
Ficha 13
Lexia: Catira
Número de ocorrências: 5 (cinco)
Aquela forma apresentada ali a gente chama de catira (E8MFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: n/e
2. Houaiss: Catira: S. 1. Mesmo que cateretê.
3. Michaelis: n/e
4. VOLP: S.m.f Registrado à página 151.
Ficha 14
Lexia: Cavalhero
49
Ficha 15
Lexia: Cesta
Número de ocorrências: 1 (uma)
A gente se chama de... cesta (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Cesta: (ê) [Do gr. kíste, pelo lat. cista.] S.m. 1. Receptáculo feito de verga,
fibra, etc., entrançada, o qual pode ser ou não provido de asas ou alças, e de tampa, e
serve para guardar ou transportar roupas, alimentos, pequenas mercadorias e objetos.
2. Houaiss: Cesta: S.f. 1. Utensílio próprio para a guarda de objetos diversos, feito de
material vário (vime, palha, et.) Entrançado, provido ou não de alças e/ou tampa,
conforme o uso; cesto.
3. Michaelis: Cesta: S.f. 1. Receptáculo de formas geométricas variadas, com ou sem
tampa, de madeira, papelão, metal, etc.
4. VOLP: Cesta: S.f. Registrado à página 159.
Ficha 16
Lexia: Companheiro
Número de ocorrências: 3 (três)
Que veio de outra folia, a gente se chama companheiros, que se junta ao grupo (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Companheiro: Adj. 1. Que acompanha. S.m. 2. Aquele que acompanha; 3.
Camarada, colega; 4. Homem em relação a quem se relaciona.
50
Ficha 17
Lexia: Cuia
Número de ocorrências: 4 (quatro)
...só pode tomar a cachaça na cuia do Imperador (E2MBRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Cuia: [Do tupi.] S.f. 1. Fruto da cuieira; 2. Vaso feito desse fruto maduro e
de outros, como os de certas cucurbitáceas, depois de esvaziado o miolo.
2. Houaiss: Cuia: S.f. 1. Fruto da cuieira, uma grande baga ovoide, de casca lenhosa e
impermeável quando madura. 2. Recipiente geral, ovoide feito desse fruto, depois de
seco e desprovido de polpa, usado para esvaziar canoas, beber ou transportar líquidos,
farinha, sementes etc.
3. Michaelis: Cuia: S.f. 1. Fruto bacáceo oviforme da cuieira, que, depois de maduro,
apresenta casca lenhosa e impermeável da qual são feitos diversos objetos; 2.
Qualquer vasilha feita da casca desse fruto, geralmente utilizados para tirar água de
pequenos barcos, beber ou transportar líquidos, farinha etc.
4. VOLP: Cuia: S.f Registrado à página 213.
Ficha 18
Lexia: Derruba cerca
Número de ocorrências: 1 (uma)
A gente chama de derruba cerca. (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Derruba: S.f. 1. Variação de derrubada.
2. Houaiss: Derruba: S.f. 1. No sentido de ‘abatimento de árvores.
3. Michaelis: Derruba: S.f. 1. Derrubada.
51
Ficha 19
Lexia: Despedida
Número de ocorrências: 2 (duas)
Chama despedida. (E8MFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Despedida: S.f. 1. Ato de despedir(se); despedimento.
2. Houaiss: Despedida: S.f. 1. Ato ou efeito de despedir(se); partida, saída, separação,
demissão, adeus. 2.
3. Michaelis: Despedida: S.f 1. Ação ou efeito de despedir ou despedir-se; separação,
partida, adeus. 2. Ato de concluir, de finalizar algo. 3. Folc. Parte final do cerimonial
das folias de reis, do Divino, do bumba meu boi e das danças rústicas, como o
fandango.
4. VOLP: Despedida: S.f. Registrado à página 152.
Ficha 20
Lexia: Encontro Irmandade
Número de ocorrências: 1 (uma)
Se chama de encontro irmandade (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Encontro: S.m. 1. Ato de encontrar(-se). 2. Luta, briga, recontro.
2. Houaiss: Encontro: S.m. 1. Ato de encontrar(-se), de chegar um diante do outro. 2.
Ação ou efeito de descobrir, de achar.
3. Michaelis: Encontro: S.m. Ato ou efeito de encontrar(-se). 2. Choque, geralmente
violento, entre dois indivíduos ou duas coisas; embate, encontrão.
4. VOLP: Encontro: S.m. Registrado à página 291.
Ficha 21
Lexia: Festeiro
Número de ocorrências: 3 (três)
O festeiro é a pessoa que um ano anterior ele se candidatô, ele colocô o seu nome ali a
disposição do imperador para fazer ali aquela programação pro ano seguinte. (E2MBRF)
52
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Festeiro: Adj. 1. Que frequenta festas. 2. Que faz festas ou carícias.
2. Houaiss: Festeiro: Adj. S.m. 1. Que ou quem realiza, organiza festa(s), e
frequentemente a(s) custeia. 2. Que ou aquele que é escolhido para dar crédito,
patrocínio à solenidade religiosa.
3. Michaelis: Festeiro: Adj. S.m. 1. Que ou aquele que organiza festas. 2. Que ou aquele
que é escolhido para patrocinar festas religiosas.
4. VOLP: Festeiro: Adj. S.m. Registrado à página 345.
Ficha 22
Lexia: – Folia temporona
Número de ocorrências: 2 (duas)
Se chama folia temporona, fora de época. (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Folia: S.f. 1. Folgança ruidosa; pândega. 2. Ant. Mús. Na Península Ibérica,
dança viva, ao som de pandeiro, adufe e canto. 3. Mús. Forma musical espanhola que,
por seu estilo e construção, se aproxima de chacona ou da passacale esse presta
facilmente à variação instrumental.
2. Houaiss: Folia: S.f. 1. Loucura, desatino. 2. Antiga dança portuguesa movimentada,
ao som de adufes e pandeiros, acompanhada por cantos e executada por homens
vestidos de mulher.
3. Michaelis: Folia: S.f. 1. Na Península Ibérica, danças executadas por homens vestidos
de mulher e acompanhadas por cantos, ao som de pandeiros e adufes. 2. Festejo
animado e ruidoso; baile, farra, folguedo.
4. VOLP: Folia: S.f. Registrado à página 353.
Ficha 23
Lexia: Folião de guia
Número de ocorrências: 5 (cinco)
Folião de guia, esse é o responsável (E8MFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Folião: Adj. S.m. 1. Histrião, farsante. 2. Amigo da folia, dos folguedos.
53
2. Houaiss: Folião: Adj. S.m. 1. Que ou aquele que participa de folias. 2. Que ou aquele
que é alegre, divertido, histrião.
3. Michaelis: Folião: Adj. S.m. 1. Diz-se de ou pessoa que participa de folias.
4. VOLP: Folião: S.m. Registrado à página 353.
Ficha 24
Lexia: Folião Mestre
Número de ocorrências: 1 (uma)
Normalmente é os folião mestre, né? (E3AFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Folião: Adj. S.m. 1. Histrião, farsante. 2. Amigo da folia, dos folguedos.
2. Houaiss: Folião: Adj. S.m. 1. Que ou aquele que participa de folias. 2. Que ou aquele
que é alegre, divertido, histrião.
3. Michaelis: Folião: Adj. S.m. 1. Diz-se de ou pessoa que participa de folias.
4. VOLP: Folião: S.m. Registrado à página 353.
Ficha 25
Lexia: Giro
Número de ocorrências: 4 (quatro)
É o giro, né? (E2MBRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Giro: [Do gr. gyaeros, pelo lat. gyru.] gS.m. 1. Volta, circuito, rotação,
revolução. 2. Circunlóquio, rodeio.
2. Houaiss: Giro: S.m. 1. Movimento giratório em torno de um centro; volta, rotação. 2.
Atividade comercial; comércio. 3. Circulação de moedas ou título de créditos.
3. Michaelis: Giro: S.m. 1. Movimento circular ou giratório em redor de um centro;
rotação, torno, volta. 2. Movimento circulatório de algo; circulação. 3. Jogo de bilhar
do qual participam quatro pessoas, formando duplas.
4. VOLP: Giro: Adj. S.m.f. Registro à página 374.
Ficha 26
Lexia: Grupo em oração
Número de ocorrências: 1 (uma)
54
Ficha 27
Lexia: Guizo
Número de ocorrências: 1 (uma)
É um guizo, né? (E3AFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Guizo: S.m. 1. Pequena esfera oca de metal, com pequenas aberturas ou
furos, que tem dentro um pedaço de metal ou bolinha(s), e que, ao ser agitada, produz
som.
2. Houaiss: Guizo: S.m. 1. Esfera oca de metal, que é percutida quando as bolinhas de
ferro colocadas em seu interior são agitadas. 2. Alegria ruidosa.
3. Michaelis: Guizo: S.m. 1. Pequena peça esfera oca de metal, com furos minúsculos,
que tem dentro pequeninas bolas que produzem barulho ao serem agitadas.
4. VOLP: Guizo: S.m. Registrado à páginan386.
Ficha 28
Lexia: Imperador
Número de ocorrências: 6 (seis)
De Imperador, toda vida eu conheço como Imperador (E8MFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Imperador: (ô) [Do lat. imperatore.] S.m. 1. Aquele que impera, que rege
um império. 2. Designação dada aos soberanos de algumas nações.
55
Ficha 29
Lexia: Ladainha
Número de ocorrências: 4 (quatro)
A reza, a ladainha, normalmente são rezaderas locais, né? (E3AFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Ladainha: [Do gr. litaneîa, pelo lat. tard. litania.] S.f. 1. Oração formada por
uma série de invocações curtas e respostas repetidas. 2. Fig. Relação, narração, ou
conversa longa e fastidiosa; lenga-lenga, cantilena.
2. Houaiss: Ladainha: S.f. 1. Prece litúrgica estruturada na forma de curtas invocações
a Deus, a Jesus Cristo, à Virgem, aos santos, recitadas pelo celebrante, que se
alternam com as respostas da congregação (fiéis e/ou religiosos). 2. Prece desse tipo
que se faz privadamente, em família em em pequeno grupo de fiéis.
3. Michaelis: Ladainha: S.f. 1. Série de curtas invocações em honra de Deus; da Virgem
ou dos santos. 2. Canto entoado no ritual de abertura de uma roda de capoeira.
4. VOLP: Ladainha: S.f Registrado à página 450.
Ficha 30
Lexia: Lapinha
Número de ocorrências: 7 (sete)
Aquilo ali é um símbolo sagrado é... a lapinha (E8MFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Lapinha: [Dim. de lapa.] S.f. 1. Certa representação popular antiga. 2. Bras.
N.E. Nicho ou presépio que se forma pelas festas de Natal e Reis.
2. Houaiss: Lapinha: S.f. 1. Pequena lapa. 2. Antiga representação popular, encenada
diante do presépio, de que se originou o pastoril; de religiosidade mais intensa do que
este, dela não constavam as danças e cantos por este introduzidos, estranhos ao tema
natalino.
56
Ficha 31
Lexia: Latada
Número de ocorrências: 1 (uma)
A latada é uma espécie d’uma barraca, d’uma tenda, né? (E2MBRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Latada: S.f. 1. Grade de varas ou de canas, para sustentar parreiras ou
qualquer planta sarmentosa. 2. Pancada com lata. 3. Bras. N.E.E. Cobertura
improvisada (em geral de folhas de coqueiro) para abrigar alguém ou alguma coisa.
2. Houaiss: Latada: S.f. 1. Bras. N.E. No sertão, alpendre de casa de pobre.
3. Michaelis: Latada: S.f. 1. Pancada com lata. 2. Reg. (N.) Abrigo ou cobertura de
capim ou coqueiro.
4. VOLP: Latada: S.f. Registrado à página 455.
Ficha 32
Lexia: Lundu
Número de ocorrências: 5 (cinco)
O lundu cê faz uma roda, né? (E4ZSFA)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Lundu: [De or. Afr.] S.m. Bras. 1. Dança de par solto, de origem africana,
que teve seu esplendor no Brasil em fins do séc. XVIII e começos do séc. XIX. 2.
Dos meados do séc. XIX em diante, canção solista, influenciada pelo lirismo da
modinha e frequentemente de caráter cômico.
2. Houaiss: Lundu: S.m. 1. Designação de várias canções populares inspiradas em
ritmos africanos que foram introduzidas em Portugal e no Brasil a partir do séc. XVI.
2. Dança de par separado, de origem africana, em compasso binário com primeiro
tempo sincopado.
57
3. Michaelis: Lundu: S.f. 1. Peça popular apenas cantada, de caráter brejeiro, derivada
da dança do mesmo nome, muito em voga nos salões da sociedade colonial, a partir
do século XIX, influindo em algumas formas do folclore brasileiro atual.
4. VOLP: Lundu: S.m. Registrado à página 471.
Ficha 33
Lexia: Maestro
Número de ocorrências: 4 (quatro)
É chamado de maestro. (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Maestro: S.m. 1. Compositor musical. 2. Regente de orquestra ou banda.
2. Houaiss: Maestro: S.m. 1. Aquele que dirige orquestra, coro ou banda.
3. Michaelis: Maestro: S.m. 1. Compositor de música.
4. VOLP: Maestro: S.m. Registrado à página 476.
Ficha 34
Lexia: Manto
Número de ocorrências: 2 (duas)
Isso é chamado de manto. (E1JATF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Manto: S.m. 1. Vestidura larga, comprida e sem mangas, usada para abrigo
da cabeça e do tronco. 2. Capa de cauda e roda que se prende nos ombros.
2. Houaiss: Manto: S.m. 1. Veste ampla, de cauda e sem mangas, usada sobre a roupa
para proteger o corpo. 2.
3. Michaelis: Manto: S.m. 1. Hábito usado por certas religiosas.
4. VOLP: Manto: S.m. Registrado à página 484.
Ficha 35
Lexia: Mesa Santa
Número de ocorrências: 1 (uma)
Se chama de mesa santa (E1JARF)
Registro em dicionários:
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1. Aurélio: Mesa: S.f. 1. Móvel, comumente de madeira, sobre o qual se come, escreve,
trabalha, joga, etc. 2. Conjunto do presidente secretários de uma assembleia. 3. A
alimentação, o passadio, o sustento.
2. Houaiss: Mesa: Adj. S.m.f. 1. Relativo a ou indivíduo das mesas, povo ribeirinho ds
Foz do Indo. S.f. 2. Móvel composto de um tampo horizontal, de formatos diversos,
repousando sobre um ou mais pés, e que geralmente se destina a fins utilitários:
refeições, jogos, escrita, costura, apoio etc.
3. Michaelis: Mesa: S.f. 1. Móvel formado por uma superfície horizontal, e um ou mais
pés que o sustentam, e que é usado para fazer refeições, escrever, jogar, executar ou
preparar um grande número de trabalhos mecânicos e artísticos.
4. VOLP: Mesa: S.f. Registrado à página 499.
Ficha 36
Lexia: Missão
Número de ocorrências: 2 (duas)
Ele cumpriu, né? Uma, uma missão (E3AFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Missão: [Do lat. missione.] S.f. 1. Função ou poder que se confere a alguém
para fazer algo; encargo, incumbência. 2. O conjunto das pessoas que receberam um
encargo religioso, científico, etc.
2. Houaiss: Missão: S.f. 1. Incumbência que alguém deve executar a pedido ou por
ordem de outrem. 2. Pregação ou sermão doutrinal.
3. Michaelis: Missão: S.f. 1. Tarefa que é dever de alguém realizar, encargo,
incumbência.
4. VOLP: Missão: S.f. Registrado à página 511.
Ficha 37
Lexia: Observador
Número de ocorrências: 3 (três)
Observador, né? Das coisas... (E7LBRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Observador: [Do lat. observatore.] Adj. 1. Que observa; observante. 2.
Respeitador, cumpridor. S.m. 3. Aquele que observa; espectador, observante.
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2. Houaiss: Observador: Adj. S.m. 1. Que ou o que cumpre uma regra, um costume,
uma prática. 2. Que ou quem observa ou examina.
3. Michaelis: Observador: Adj. S.m. 1. Diz-se de ou indivíduo que faz observações com
argúcia. 2. Diz-se do ou indivíduo habituado a criticar.
4. VOLP: Observador: Adj. S.m. Registrado à página 546.
Ficha 38
Lexia: Oreia chata
Número de ocorrências: 1 (uma)
...é os oreia chata, que os oreia chata nem canta, nem dança, nem nada vai só pá
cumê.(E7LBRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Orelha: Loc. Adj. Até às orelhas, dos pés à cabeça. S.f. 2. Órgão do ouvido
situado na parte externa em cada lado da parte externa da cabeça; pavilhão ou concha
auditiva. 2. Sentido pelo qual se percebem os sons. 3. A parte fendida do martelo,
oposta à cabeça, e que serve para endireitar ou tirar pregos.
2. Houaiss: Orelha: S.f. 1. Orgão de audição, que possui três partes principais (externa,
média, interna). 2. Parte mais externa e cartilaginosa da orelha, em forma de concha.
3. Michaelis: Orelha: S.f. 1. Órgãos do sentido responsáveis pela audição, anteriormente
denominado ouvido. 2. Parte externa e cartilaginosa, situada de cada lado da cabeça,
semelhante a uma concha.
4. VOLP: Orelha: S.f. Registrado à página 556.
Ficha 39
Lexia: Ouvinte
Número de ocorrências: 2 (duas)
Ah, só mermo... é um ouvinte, né? (E4ZSRA)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Ouvinte: S.f + S.m. 1. Pessoa que assiste a um discurso, conferência,
preleção, aula, etc.; ouvidor. 2. Estudante que assiste às aulas, mas não presta exame
nem obtém certificado de aprovação.
2. Houaiss: Ouvinte: S.f. + S.m. 1. Que ou aquele que ouve; ouvidor.
60
3. Michaelis: Ouvinte: Adj m+f. S.m + f. 1. Estudante que assiste às aulas de um curso
ou de uma disciplina sem estar regularmente matriculado na instituição. 2. Em
linguagem oral, o destinatário a quem a mensagem é enviada.
4. VOLP: Ouvinte: Adj. Registrado à página 561.
Ficha 40
Lexia: Pretendentes
Número de ocorrências: 1 (uma)
A gente costuma chamar os mais novos de pretendentes (E3AFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Pretendentes: [Do lat. praetendente.] Adj. 1. Que pretende; pretendedor. S.
2. Pessoa que pretende; pretendedor. S.m. 3. Aquele que aspira à mão de uma mulher.
2. Houaiss: Pretendentes: Adj. m+f. S. m+f. 1. Que ou que pretende (alguma coisa);
candidato, aspirante. 2. Que ou aquele que solicita (algo); requerente.
3. Michaelis: Pretendentes: Adj. m+f. S. m+f. 1. Que ou aquele que pretende algo;
aspirante, candidato, pretendedor.
4. VOLP: Pretendentes: Adj. Registrado à página 623.
Ficha 41
Lexia: Promessa
Número de ocorrências: 5 (cinco)
A gente tá cumprino aquela promessa (E7LBRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Promessa: [Do lat. med. promissa.] S.f. Ato ou efeito de prometer. 2. Coisa
prometida. 3. Oferta, dádiva.
2. Houaiss: Promessa: S.f. 1. Ato ou efeito de prometer. 2. Rel. Oferta de pagamento
futuro (em orações, sacrifícios, penitências, dinheiro, ex-votos, etc.) feito a Deus, à
Virgem Maria ou aos santos, para obter alguma graça ou benefício.
3. Michaelis: Promessa: S.f. 1. Ato ou efeito de prometer; prometimento, promissão.
4. VOLP: Promessa: S.f. Registrado à página 626.
Ficha 42
Lexia: Ramo
61
Ficha 43
Lexia: Reco-reco
Número de ocorrências: 4 (quatro)
Número seis é um reco-reco. (E2MBTF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Reco-reco: Angol. Bras. Santom. Mús. Instrumento de percussão que produz
um ruído rascante e intermitente, causado pelo atrito de duas partes separadas, e que
consiste num gomo de bambu, metal ou até plástico, no qual se abrem regos
transversais e que se faz soar passando por estes uma varinha, baqueta ou tala. 2.
Bras. Ruído semelhante ao que é produzido por esse instrumento. 3. Bras. Brinquedo
infantil que consiste numa haste em cuja ponta, ordinariamente revestida de breu, se
enlaça um barbante preso pela outra extremidade ao fundo de um cilindro de papelão
ou de cartolina, o qual, ao girar, emite um zumbido rascante; rói-rói, zumbidor.
2. Houaiss: Reco-reco: S.m. Mús. 1. Instrumento de percussão feito de um gomo de
bambu seco com entalhes transversais, sobre os quais se esfrega uma vareta,
produzindo som rítmico para acompanhamento em música popular; ganzá, rapa,
reque-reque, querequexé. 2.
3. Michaelis: Reco-reco: S.m. Mús. 1. Instrumento de percussão originalmente feito
com um gomo seco de bambu com entalhes transversais, nos quais se esfrega uma
62
Ficha 44
Lexia: Retrato
Número de ocorrências: 2 (duas)
É... a gente se chama de retrato (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Retrato: [Do it. ritratto.] S.m. 1. Representação da imagem de uma pessoa
real, pelo desenho, pintura, gravura, etc., ou pela fotografia. 2. Bras. Fotografia.
2. Houaiss: Retrato: S.m. 1. Imagem de uma pessoa (real ou imaginária), reproduzida
pela pintura, pelo desenho ou escultura.
3. Michaelis: Retrato: S.m. 1. Imagem de uma pessoa, reproduzida por pintura,
desenho, escultura, fotografia etc. 2. Cópia exata das feições de alguém.
4. VOLP: Retrato: Adj. S.m. Registrado à página 668.
Ficha 45
Lexia: Rezadeira
Número de ocorrências: 5 (cinco)
Olha, rapaiz, tanta gente... que o responsavi, () chegá numa casa onde nós teve muitas
pessoa, que tem as rezadeiras, né? (E7LBRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: n/e
2. Houaiss: n/e
3. Michaelis: Rezadeira: S.f. 1. Mulher que reza muito ou faz rezas para afastar os
males, perigos, desgraças.
4. VOLP: Rezadeira: S.f. Registrado à página 669.
Ficha 46
Lexia: Samba
Número de ocorrências: 5 (cinco)
A gente faz a roda de samba. (E3AFTF)
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Registro em dicionários:
1. Aurélio: Samba: S.m. 1. Bras. Dança cantada, de origem africana, compasso binário
e acompanhamento obrigatoriamente sincopado. 2. Bras. A música que acompanha
essa dança.
2. Houaiss: Samba: S.m. 1. Bras. Qualquer baile popular, urbano ou rural. 2. Dança de
roda semelhante ao batuque; com dançarinos solistas e eventual presença da
umbigada, difundida em todo Brasil com variantes coreográficas e de
acompanhamento instrumental.
3. Michaelis: Samba: S.m. 1. Dança popular brasileira, de origem africana, derivada do
batuque, com variedades urbana e rural, e coreografias diversas, acompanhada de
melodia em compasso binário e passo sincopado, que se tornou dança de salão
universalmente conhecida e adotada. 2.Composição musical própria para essa dança.
4. VOLP: Samba: S.m.f. Registrado à página 684:
Ficha 47
Lexia: Sanfona
Número de ocorrências: 6 (seis)
Esse é uma sanfona. (E8MFTF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Sanfona: [Do gr. symphonía, pelo lat. symphonia, no lat. vulg. *sumphonia.]
S.f. 1. Viela de roda. 2. Rabeca. 3. Bras. Ponto de tricô em que se sucedem
alternadamente, pelo direito e pelo avesso, pontos de meia (v. ponto de meia), feitos
em colunas verticais, que dão elasticidade ao tecido.
2. Houaiss: Sanfona: S.f. 1. Utensílio de ferreiro; rabeca. 2. Viela.
3. Michaelis: Sanfona: S.f. Mús. 1. Acordeão. 2. Viela. 3. Objeto de ferreiro, usado para
girar a broca; rabeca.
4. VOLP: Sanfona: S.f. Registrado à página 685.
Ficha 48
Lexia: Sanfoneiro
Número de ocorrências: 4 (quatro)
É o sanfoneiro. (E8MFTF)
Registro em dicionários:
64
Ficha 49
Lexia: Toalha
Número de ocorrências: 6 (seis)
Essa vestimenta é uma toalha, a toalha é um símbolo sagrado da folia. (E8MFRF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Toalha: S.f. 1. Peça de linho, de algodão ou de outro tecido, para enxugar
qualquer parte do corpo que se lave. 2. Tecido que se estende sobre a mesa às
refeições.
2. Houaiss: Toalha: S.f. 1. Peça de linho, algodão, plástico etc., que se estende sobre a
mesa à hora das refeições. 2. Tudo o que tem a forma ou aparência de toalha.
3. Michaelis: Toalha: S.f. 1. Peça de pano, plástico ou qualquer outro material para
forrar a mesa à hora das refeições.
4. VOLP: Toalha: S.f. Registrado à página 745.
Ficha 50
Lexia: Trianglista
Número de ocorrências: 1 (uma)
É trianglista, né? (E4ZSRA)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: n/e
2. Houaiss: n/e
3. Michaelis: n/e
4. VOLP: N/R
Ficha 51
Lexia: Triângulo
Número de ocorrências: 2 (duas)
É... tem a pessoa que é... que toca o triângulo. (E4ZSRA)
65
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Triângulo: [Do lat. triangulu.] S.m. 1. Geom. Polígono de três lados. 2.
Qualquer objeto em forma de triângulo. 3. Instrumento musical feito por um pedaço
de ferro torcido em forma de triângulo, tocado por uma vareta de metal, e muito usado
no forró.
2. Houaiss: Triângulo: S.m. 1. Polígono de três lados; trilátero. 2. Instrumento de
percussão feito de metal, na forma triangular, e percutido por uma vareta de metal.
3. Michaelis: Triângulo: S.m. 1. Polígono de três lados; trilátero. 2. Qualquer objeto que
tenha formato triangular. 3. Instrumento de percussão que consiste em uma vareta
metálica dobrada em formato triangular e percutido com um bastão de metal;
ferrinhos.
4. VOLP: Triângulo: S.m. Registrado à página 755.
Ficha 52
Lexia: Viola
Número de ocorrências: 6 (seis)
Essa, essa é a viola caipira, essa é a mestre, esse é o principal instrumento da folia.
(E3AFTF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Viola: S.f. Mús. 1. Instrumento de cordas dedilháveis e que se assemelha ao
violão (1) na forma e na sonoridade. 2. Mús: Instrumento musical da família do
violino, porém de maior dimensão, afinado uma quinta abaixo da afinação do violino
e uma oitava acima da do violoncelo: dó, sol, ré, lá.
2. Houaiss: Viola: S.f. Mús. 1. Instrumento de arco e corda fraccionáveis cuja família
se difundiu pela Europa a partir do séc. XV. 2. Instrumento de cordas dedilháveis,
semelhante ao violão, porém menor, com cinco eu seis cordas duplas de metal, de
larga utilização na música rural brasileira e portuguesa.
3. Michaelis: Viola: S.f. Mús. 1. Instrumento musical de arco e cordas, de uma família
que se difundiu na Europa na Idade Média, atingindo seu apogeu no século XV.
4. VOLP: Viola: S.f. Registrado à página 787.
Ficha 53
Lexia: Violeiro
66
Ficha 54
Lexia: Xique-xique
Número de ocorrências: 2 (duas)
É chamado de Xique-xique. (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: Xique-xique: S.m. Bras. Mús. MG. 1. ganzá:
2. Houaiss: Xique-xique: S.m. 1. Mesmo que ganzá (no sentido de ‘chocalho’).
3. Michaelis: Xique-xique: S.m. Bras. MG. Mús. ganzá.
4. VOLP: Xique-xique: S.m. Registrado à página 795.
Ficha 55
Lexia: Xiquito
Número de ocorrências: 1 (uma)
Xiquito. (E1JARF)
Registro em dicionários:
1. Aurélio: n/e
2. Houaiss: n/e
3. Michaelis: n/e
4. VOLP: N/R
Das lexias que constituem o corpus desta pesquisa, 50 (90,91%) estão registradas
nos dicionários consultados e, somente 5 lexias não foram registradas em nenhum dos
dicionários, o que corresponde a 9,9% do total, conforme o gráfico 1
90,91%
A pesquisa feita no VOLP apontou que das 55 lexias que constituem o corpus desta
pesquisa, 50 lexias (90,91%) estão registradas. As 50 lexias encontram-se dicionarizadas em
pelo menos um dos três dicionários, conforme Gráfico 2, a seguir.
69
98% 96%
98%
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Rodrigo Simas. Antropologia Sociocultural. Dourados, MS: Editora UFGD, 2015.
p. 9.
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. São Paulo: Edições Loyola, 1999. p. 41.
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CASTAGNA, Paulo. A modinha e o lundu nos séculos nos séculos XVIII e XIX. São Paulo:
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<https://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/1010561/modresource/content/0/PREENCHID
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CHAVES, Wagner Neves Diniz. A bandeira é o santo e o santo não é a bandeira: práticas e
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73
ENCICLOPÉDIA dos municípios. Rio de Janeiro: IBGE, 1959. v. 25. p. 341-345. Disponível
em: <https//biblioteca.ibge.gov.br/visualicao/livros/liv27295_25.pdf>. Acesso em: 22 out.
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FREITAG, Raquel Meister Ko; LIMA, Geralda de Oliveira Santos. Sociolinguística. São
Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2010. p. 15.
KRIEGER, Maria da Graça. Terminologia: uma entrevista com Maria da Graça Krieger.
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LABOV, Willian. Padrões Linguísticos. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. p. 221.
LIMA, Fernanda Barboza de. Comunidade quilombola Caiana dos Crioulos: um estudo
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(Tese Doutorado) 2014.
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léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. Campo Grande: Ed. UFMS, 2021.
74
PEREIRA, Antônio Emílio. Memorial Januária: Terras Rios e Gente. 2. Ed. Belo Horizonte.
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SAPIR, Edward. A linguagem. Tradução de Joaquim Mattoso Câmara Júnior. (Série Estudos).
Perspectiva, 1969.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. 28. ed. São Paulo: Editora Cultrix,
1999. p. 16.
VIANNA, Hermano; BALDAN, Ernesto. Música do Brasil. São Paulo: Editora Abril, 2000.
n.p.
APÊNDICE
FICHA SOCIAL
NOME:
NATURALIDADE:
Obs: Se o entrevistado não for natural de Januária, passar para a próxima questão.
ESCOLARIDADE:
( )Não alfabetizado ( )01 a 04 anos ( )05 a 08 anos ( )09 a 11 anos
Perguntas livres
1. Como você conheceu a folia?
2. Há quanto tempo participa desse grupo? Apenas dele?
3. Já participou de outro grupo de reis?
4. Você conhece alguma história interessante na folia?
Folia
5. Como esse grupo se chama?
6. Como esse grupo surgiu?
7. Antes de sair com a folia, quando o folião passa a bandeira sob a cabeça dos foliões, o
que ele faz? Como esse momento é chamado?
8. Qual o santo de devoção desse grupo?
9. Como é chamado quem participa desse grupo?
10. Quando o folião cumpre uma jornada todos os anos para santos Reis, o que ele fez?
11. Como é chamada a pessoa que não cumpre a promessa feita para santos Reis?
12. O que é usado para anunciar à comunidade que a folia está saindo?
13. Em qual época do ano a folia se apresenta?
14. Conhece alguma folia de Reis que costuma apresentar fora de época? Como você chama
esse grupo?
15. Como se chama todo o percurso feito pela folia no dia, da primeira à última casa?
92
16. Como é chamada a pessoa que já participou de mais de uma folia? Tem outro nome?
17. Como é chamada a pessoa que veio de outra folia?
18. Como é chamado quem acompanha o percurso da folia apenas para assistir?
19. Como é chamada a pessoa que acompanha a folia apenas para comer e beber?
20. Como é chamado quem oferece abrigo para a folia descansar?
21. Como se chama o momento quando duas folias se encontram numa mesma casa?
Integrantes/Funções
22. Como é chamado o cordenador pela folia? Tem outro nome?
23. Como é chamado os antigos coordenadores da folia?
24. Como é chamada a pessoa que um dia irá coordenar a folia?
25. Como é chamado o responsável por cantar os reis? Tem outro nome?
26. Como é chamado o responsável pela reza dos reis? Tem outro nome?
27. Como é chamado o responsável pelo terço e evangelização na folia?
28. Como é chamado o responsável pelos instrumentos musicais?
29. Como é chamado o responsável por recolher as ofertas nas casas?
30. Como são chamados os mais velhos na folia?
31. Como são chamados os mais jovens na folia?
32. Como é chamado o responsável por distribuir a bebida?
33. Como é chamado um músico de fora do grupo, contratado para tocar nos dias de folia?
34. Como é chamado o folião que perde ou passa seu instrumento a outra pessoa?
35. Como é chamado o folião que bebe além do limite e foge as regras do imperador?
36. Como é chamado o folião responsável por observar os comportamentos dos foliões?
37. Como é chamado o folião responsável por verificar a qualidade da vestimenta dos
foliões?
Instrumentos (observar foto utilizada para identificação no Apêndice Q)
38. Qual é o nome desse instrumento que é usado na folia? N° 1
39. Como é chamado quem toca esse instrumento?
40. Qual é o nome desse instrumento que é usado na folia? N° 2
41. Como é chamado quem toca esse instrumento?
42. Qual é o nome desse instrumento que é usado na folia? N° 3
43. Como é chamado quem toca esse instrumento?
44. Qual é o nome desse instrumento que é usado na folia? N° 4
45. Como é chamado quem toca esse instrumento?
46. Qual é o nome desse instrumento que é usado na folia? N° 5
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77. Como se chama aquela dança em que os foliões ficam enfileirados batendo palmas e os
pés no chão?
Bebidas e comidas
78. O que os foliões mais velhos bebem?
79. O que os foliões mais novos podem beber?
80. Tem alguma bebida preparada só para os foliões?
81. Como se chama a bebida preparada com raízes é ervas que os foliões bebem na folia?
82. Qual objeto os foliões usam para beber a cachaça? Existe outro?
83. Existe alguma comida que é tradição dentro da folia? Como é preparada?
Festa
84. Como é chamado o último dia de folia?
85. Quem organiza a festa da folia?
86. Como é chamado o casal ou família escolhida para organizar a folia no próximo ano?
87. Tem algum objeto que é usado para escolher os próximos festeiros da folia?
88. Como é chamado aquilo que é usado na festa para proteger o som da chuva?
89. Como é chamado o momento onde todos os foliões agradecem as graças alcançadas?