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The Art of Defence on Foot

ou

A Arte de Defesa a Pé
por
C. Roworth

Traduzido para português


por

Rui Ferreira

Espada Negra
Grupo de Estudo HEMA
Apenas em forma de breve enquadramento, em 1798, Charles
Roworth escreve este tratado sobre o uso de Broadsword,
Sabre e Spadroon. Teve três posteriores edições, uma ainda
em 1798 (da qual retirou alguma informação como a segun-
da e a terceira posição da Guarda Interior), outra em 1804
(a final, à qual acrescentou as Dez Lições de John Taylor), e
uma já em 1824, após o final das guerras Napoleónicas, mas
que se trata apenas de uma reimpressão da edição de 1804, e
publicada nos E.U.A.

Este tratado dá-nos uma visão detalhada do sistema


de combate apeado com as armas já referidas, e daquilo que
era a esgrima durante o período Napoleónico, antes dos sis-
temas passarem a ser regulamentados sob os ensinamentos e
publicações de Henry Charles Angelo (filho de Henry Ange-
lo) em 1817 (para a infantaria).

Ainda como nota introdutória, salvaguardo a tradução


de alguns termos que podem ter permanecido iguais, assim
como das armas. À data, não se encontrou uma tradução
satisfatória para Broadsword. Sabre permanece igual visto a
grafia e a arma em si ser igual quer em inglês, quer em portu-
guês. Porém, para evitar alguma possível confusão por parte
do leitor, Spadroon permaneceu com a grafia inglesa, pois a
tradução para português, que é Florete, pelo menos usado na
época, pode induzir em erro. Finalmente, e como forma de
manter a homogeneidade ao longo da tradução, optou por
se manter também Smallsword, apesar da mesma poder ter a
tradução de Espadim. Ora se traduziam todos os nomes ou
não.


Finalmente, recomenda-se o workbook de sabre da
Espada Negra – Grupo de Estudo HEMA, assim como o da
Academy of Historical Fencing, para melhor compreensão
do sistema apresentado de seguida.

Há que agradecer aos meus colegas da Espada Negra


pelo apoio que me têm dado e pela ajuda dada neste docu-
mento, em especial ao José Cipriano pela valiosa ajuda na
revisão.

Esperamos apenas que esta tradução possa ter algum


uso, quer seja internamente no grupo, como também para
qualquer praticante que queira começar a estudar este siste-
ma.

Rui Ferreira
Espada Negra - Grupo de Estudo HEMA
Academy of Historical Fencing

Informações, comentários e correcções:


hema.espadanegra@gmail.com

Espada Negra
Grupo de Estudo HEMA
A ARTE DE DEFESA A PÉ
COM
BROAD SWORD E SABRE
A
ARTE DE DEFESA A PÉ,
Com

BROAD SWORD E SABRE


ADAPTADO IGUALMENTE AO SPADROON, OU

ESPADA DE CORTE E ESTOQUE,

Melhorado e ampliado com


DEZ LIÇÕES
DE

SR. JOHN TAYLOR.


Falecido Mestre de Broad Sword dos Voluntários de
Cavalaria Ligeira de Londres e Westminster.
_________________
1804

Traduzido para o Português


por
Rui Ferreira
ÍNDICE
____________________________________________

PARTE I

PRÁTICA diante do ALVO.

Página
Como Pegar Na Espada 9
A Posição 11
Afundo 12
Guarda Média 15
Guarda Interior 16
Guarda Exterior 17
Comentários Introdutórios aos Seis Cortes 18
Direção Dos Cortes 22
Método De Praticar Os Seis Cortes Ao Alvo 24
Corte I ib.
Corte II 25
Corte III 26
Corte IV 27
Corte V 28
Corte VI ib.
Combinar Os Seis Cortes 29
[2]

PARTE II

PRÁTICA com ANTAGONISTA

Página
Observações gerais 31
Distância 37
O Avançar 39
O Retirar 40
O Atravessar 41
Destacar 44
Forçar uma Guarda do Adversário 45
Tempo 46
O Deslizamento ib.
Guarda Interior 50
Guarda Semicircular e Guarda de Spadroon 52
Guarda Exterior 55
Guarda Pendente 56
Guarda Meia-Pendente 60
Guarda de S. Jorge 61
Transporte 64
Bater 65
Fintas 66
Desarmar 67
[3]

A APLICAÇÃO da PONTA.

Estocadas 69-74
Paradas 75-82
_________________________

Cortes que diferem dos princípios gerais do


Sistema 83-87
Corte à Perna Avançada 88
Parada e Resposta ao acima 91
Saudação de Broad Sword 93
Dez Lições ensinadas pelo Sr. Taylor 94
Lição a ser executada com a Espada 98
Comentários sobre o Spadroon 99

APÊNDICE

Oposição à Smallsword 105


Spadroon 107
Mosquete e Baioneta 111
Variações dos Principios Gerais do Sistema
quando envolvidos com bastões 112
A

ARTE DE DEFESA

Com

BROAD SWORD E SABRE

O
seguinte tratado está dividido em duas
partes. A PRIMEIRA contendo o Método
de Prática ao Alvo,* que pode
frequentemente fornecer exercício ou
divertimento, quando não é possível encontrar
alguém que tenha o mesmo desejo de progredir
nesta ciência. Nesta parte está descrito o método
de dirigir a lâmina, e recuperar a uma guarda de
um corte que

* O alvo para este propósito pode ser encontrado no início


do livro, a partir do qual pode ser retirado e afixado contra
uma parede ou partição como recomendado na p.11
[6]

possa ter falhado ou o tenha cortado o seu


objetivo, sem que o corpo fique exposto, ou que
se magoe o pulso.

Contudo, não é necessário que os


aprendizes ocupem grande parte do seu tempo a
estudar a primeira parte, antes que possam
proceder á prática com o antagonista: será
suficiente se conseguirem familiarizar-se com as
direções dos diversos cortes, e aos números pelos
quais são distinguidos. O modo de recuperar à
guarda girando-se a espada e as rotações
requeridas pelo pulso para este propósito poderão
ser adquiridos em intervalos convenientes, ao
praticar com sabre, broadsword, espada de corte e
estoque ou hanger; e os cavalheiros irão, por esses
meios, acostumar-se ao peso da arma, e corretos
ao carregar um gume verdadeiro; onde aqueles
que praticam somente com bastão, o peso da espada
irá rendê-la tão pesada, que quando compelidos a
desembainhá-la em ocasiões reais, serão
frustrados por qualquer movimento ofensivo feito
diante um antagonista detentor quer de ciência
quer de agilidade.
[7]

A SEGUNDA PARTE lida com a Prática


com Antagonista, por consideração, os cavalheiros
poderão melhorar-se mutuamente mais
rapidamente, desde que atuem, e comuniquem as
suas observações, como indicado sob as
OBSERVAÇÕES GERAIS, p.31, com a
franqueza que todos têm direito de esperar neste
tipo de competição e divertimento amigável.

Porém, eu não me aventuraria a


recomendar a prática com um amigo com armas
nuas, para o bem do melhoramento: pois, sem o
perigo dos exercícios de cavalaria, ainda assim, a
situação de pessoas envolvidas a pé, não as confine
ao uso de um ou dois cortes em particular de
forma a começar o ataque, mas admite sim vários
e complexos movimentos, e um erro respetivo a
paradas poderá provar-se fatal.

Neste tratado, a broadsword e o sabre são


geralmente mencionados, contudo as instruções
serão igualmente aplicáveis à hanger e ao
spadroon, ou a uma espada de corte e estoque
ligeira. As variações
[8]

que se podem provar necessários para a última,


são notados sob Comentários sobre o Spadroon.

No apêndice, estão algumas ajudas que


poderão ser úteis quando se combate com alguém
armado com uma smallsword, ou com um
mosquete ou baioneta. As variações dos princípios
gerais do sistema, quando disputando apenas com
bastões, estão também notados nessa parte.
[9]

PARTE I.
PRÁTICA ao ALVO
________________________

Como PEGAR na Espada ou SABRE.

A
broadsword ou sabre deverão ser pegados
com os dedos cerrados á volta da pega,
suficientemente apertados de forma a que a
lâmina não vacile, o polegar colocado ou na parte
detrás da pega, ou para a esquerda, como
conveniente. No momento de parar ou atacar,
será necessário pegar com força; mas o esforço dos
músculos é tão natural, que não será necessária
muita insistência. O objetivo principal é manter a
pega cerrada o máximo possível com o polegar e
o indicador, qualquer que seja a posição da
lâmina, relaxando ou contraindo os restantes
dedos de acordo com a direção. A colocação do
polegar atrás
[10]

da pega, é o método sempre adoptado pelos


esgrimistas de smallsword e de spadroon; mas os
guardas1 das broadswords e sabres são
frequentemente feitas demasiado curtos e
confinados para o permitir, e a curvatura do sabre
torna-a instável e pouco manejável se pegados
desta maneira. Na pratica com bastões ligeiros, e
no uso do spadroon ou espada de corte e estoque,
o posicionamento do polegar nessa posição dará
alguma celeridade e nitidez ao corte; mas o peso
da lâmina quer na broadsword quer no sabre irá,
em alguns casos, provar ser demasiado para ser
utilizável nesta maneira, e irá frequentemente
requerer uma pega completamente cerrada com o
indicador e o polegar, sendo então desta maneira
que eu aconselho a pegar na espada quando se
pratica os cortes ao Alvo.

___________________________

[11]
                                                            
1
 NOTA DO TRADUTOR: Roworth usa o termo Hilt,
que corresponde a tudo aquilo que não é lâmina, i.e. punho
ou pega, pomo e guarda. Porém, por não existir uma
tradução técnica para este termo, optei por usar o termo
guarda por ser aquele que mais se adequa ao longo do
manual.  
POSIÇÃO.

O
primeiro objetivo do aprendiz deverá ser
adquirir uma postura firme, mas flexível.
Para este propósito ele deverá ser capaz
de suportar a maior parte, se não todo, o seu peso
na perna esquerda, de forma a que a direita, que
será avançada, possa ser retirada de um corte, ou
rapidamente atirada para a frente num afundo. É
então necessário começar a prática da seguinte
maneira:

Afixe-se a folha, na qual os seis cortes estão


descritos, na parede, com o centro cerca de dois
centímetros e meio abaixo da altura do seu ombro.
Levando à linha perpendicular descendo pelo
centro, marque-se uma linha com giz no chão. À
distância de três metros da figura, coloque o
calcanhar esquerdo de forma a tocar na linha, o
joelho esquerdo dobrado, de forma a atirar o peso
para essa perna, o pé direito avança entre trinta-
e-cinco e quarenta centímetros na direção do alvo;
o dedo do pé aponta para a linha perpendicular. O
ombro esquerdo deverá ser atirado para trás, e o
corpo conservado
[12]

em linha tanto quanto possível, de forma a não


expor mais do que o necessário ao suposto
antagonista. A mão esquerda poderá ser elevada à
altura da orelha esquerda, de forma a preservar o
balanço do corpo; ou pode ser afixada firmemente
com o seu interior no osso da anca esquerda,
como seja mais conveniente.

Da posição acima descrita, praticar o


deslize-se do pé direito até que o seu centro
encontre o calcanhar esquerdo, de forma a retirar
o joelho direito do alcance do adversário quando
necessário, o que é rápida e facilmente feito, se
não se repousar mais peso do que o necessário
nesse pé.

___________________________

AFUNDO.

o passo dado em frente com o pé direito da

É posição descrita na página precedente, de


forma a executar um corte ou uma estocada.
No inicio desta prática, faça-se a primeira
tentativa sem tentar um corte ao mesmo tempo,
até que se consiga fazê-lo a direito sobre
[13]

a linha no chão, mantendo o pé esquerdo firme, e


recuperando com facilidade.

No instante do afundo, a mão esquerda


deverá descer para a anca esquerda; de onde será
atirada habilmente para a esquerda ao recuperar,
o que assistirá na recuperação à posição.

Embora um afundo extenso seja sem


duvida vantajoso para aqueles que o conseguem
facilmente, não é no entanto, em uma situação
realística, tão necessário quanto uma recuperação
rápida. Por essa razão é imprudente um cavalheiro
acostumar-se a avançar mais para diante, do que a
sua força ou atividade naturalmente admitem.
Cautela deverá ser sempre tomada em conta ao
colocar o pé direito plano no chão, e não fazer
uma extensão tão violenta, a que não se assente
bem sobre no calcanhar desse pé.* A extensão
adequada será esticar o joelho esquerdo, e que o
direito fique perpendicular ao peito do pé.

* Deverá ser considerado que numa contenda real, as


irregularidades no chão, e em muitas outras circunstâncias,
poderão render perigosa qualquer extensão desnecessária;
especialmente para as pessoas que se acostumaram a praticar
num chão liso, talvez com chinelos riscados a giz na sola.
[14]

Após praticar o afundo até se estar capaz de


avançar bem e recuperar sem dificuldade, o
próximo objetivo é executar os cortes de maneira
a que não se exponha a um contra-ataque ou uma
resposta, por sofrer o braço a balançar
incorretamente com o movimento da espada.

De forma a prevenir acidentes; como


escapar a espada da mão, será necessário ter um
nó de cabedal na espada, que deverá ser mole e
maleável e não tão apertado que confine o
movimento do pulso.

Antes de desembainhar a espada, passe-se


a mão pelo nó, e dê um par de voltas para dentro,
o que irá torná-lo suficientemente seguro.
___________________________

Como todos os ataques deverão ser


precedidos por uma postura definitiva, e
concluídos ao regressar a uma, poderá ser
necessário começar com as seguintes guardas, de
onde os cortes serão principalmente feitos. Irei
reservar a descrição das outras até tratar da prática
com um antagonista.
___________________________
[15]

GUARDA MÉDIA.

O
mérito desta posição provém de ser um
recurso para preparar a guarda, pois dá
pouca proteção sem que algumas
alterações à posição sejam feitas, e
deverá ser somente adoptada (se é que de todo)
quando em dúvida de por que lado pretende o
adversário atacar, e antes que a sua arma entre em
contato com a sua. Consiste em apresentar a
espada perpendicularmente, com a guarda oposta
á base do alvo, a ponta para cima, e a lâmina
opondo a linha do centro.

Deve ser observado como uma regra


invariável, que a guarda2 deverá estar sobre os nós
dos dedos, quer em guarda ou executando um
corte, quer isto dizer que a direção dos nós dos
dedos irá sempre governar a lâmina da arma.

                                                            
2
NOTA DO TRADUTOR: Roworth usa o termo Ward-
Iron, ou protetor de ferro, que (à data) não tem uma
tradução técnica tão linear como outros termos, por este
motivo, o termo guarda, que detém o mesmo significado
será usado.
[16]

GUARDA INTERIOR.

A
partir da guarda média, rodando-se o
pulso, traz-se a guarda até ficar oposta a A,
as unhas para cima, e a lâmina
suficientemente inclinada sobre o alvo de forma a
direccionar a ponta para C, o braço quase reto do
ombro ao pulso, mas não hirto. Ver prancha III.

Nesta posição o gume da espada serve para


receber o golpe do antagonista, e o chanfro da
lâmina e o gume deverão estar opostos a linha de
A até C. Se rodar a lâmina demasiado para a
esquerda, terá dificuldades em atacar, ou estará
exposto a um corte à parte de fora do pulso.

Esta guarda protege a face e a frente do


corpo de cortes I. e V.

___________________________
[17]

GUARDA EXTERIOR.

A
partir da última posição descrita, por um
movimento do pulso rode-se os nós dos
dedos para fora até que a guarda fique
oposta a B, a lâmina no mesmo instante atravessa
o alvo até a ponta ficar dirigida a D: o gume da
lâmina oposto à linha picotada de B até D, e com
as unhas para baixo. Ver prancha VI.

___________________________

Tendo observado a situação relativa destas


duas guardas, pratique-se a mudança de uma para
a outra e vice-versa, até que se seja capaz de
executar com agilidade e precisão, de forma a que
um adversário seja incapaz de destacar com a sua
arma para um dos lados e ataque sem que seja
oposto pela lâmina da sua espada.

Nesta parada, a ação do pulso deverá


sempre preceder o do ombro; e deverá ser
imediatamente seguida por esse, de forma a não
apresentar uma
[18]

abertura ao adversário ao ter-se o pulso torto; um


erro passível em iniciantes, especialmente na
guarda interior.

___________________________

COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS sobre


OS SEIS CORTES.

O
seguinte método de fazer os seis cortes,
embora não seja praticado ou ensinado
como uma parte necessária da ciência da
broadsword em Inglaterra até recentemente ser
introduzido no exercício de cavalaria, será
possível encontrar nele algumas vantagens. Por
exemplo; quando no primeiro confronto, muitas
pessoas são aptas a recuar para fora de distância ao
se lhes apontar o primeiro ou segundo golpe, e a
menos que tenham espaço suficiente para esse
propósito, e a menos que tal corte seja feito num
princípio expedito a recuperar-se a arma, a perda
de tempo dará ao antagonista a oportunidade de
cortar ou estocar antes que se recupere a postura
defensiva. Outros praticam o modo de deslizar o
corte ao recuar o braço; e em caso de serem
[19]

bem-sucedidos, irão quase certamente desferir


um corte antes que se possa recuperar de um
golpe forçoso, excepto se estiverem acostumados
a esta maneira de executar os seis cortes.

Em segundo lugar. O esforço, do peso da


espada e da força do golpe, poderá incapacitar o
pulso, e ficar-se-á incapaz quer de atacar
vigorosamente ou de parar rápida e firmemente.

Por esse motivo uma pessoa, que seja


incapaz de executar os cortes de acordo com os
princípios aqui recomendados, não deverão tentar
atacar com rapidez ou força, até que perceba com
absoluta certeza que cada golpe irá atingir o seu
antagonista a menos que parado pela sua espada.

Esta desvantagem é removida pelo


seguinte método de prática, em adição ao qual,
facilidade de execução e flexibilidade do pulso
serão obtidas.

___________________________
[20]

Na execução dos cortes I. e II. a ponta


quase descreve um círculo, desde o ponto de
origem até ao regresso à guarda; - De forma a
tornar isto mais fácil no movimento do pulso e
preservar o braço na sua direção apropriada é de
grande importância, e pode ser somente obtido
por gradualmente começar, e observar o qual distante
se consegue conduzir a lâmina ao fazer o corte na
direção requerida, sem esforçar o pulso, ou transtornar
a posição. Por exemplo, ao fazer o corte I. ir-se-á
achar que não podemos proceder mais longe do
que levar a ponta um pouco abaixo da fig. 4, sem
que alguma alteração à posição seja feita; esta
mudança deverá ser feita por rodar o pulso, até
que se possa dar liberdade à lâmina de forma a
concluir o que resta do círculo, o que leva a ponta
até à frente da posição. Toda a largura
desnecessária no movimento (o que será uma
consequência garantida ao dobrar-se o braço)
deverá ser evitada. Assim, tendo levado a ponta da
fig. 1 até á fig. 4 na primeira tentativa, pause-se e
observe-se a posição necessária a ser tomada pelo
pulso, como descrita nas direções para se fazer o
corte I.
[21]

Uma obstrução semelhante será


encontrada ao fazer-se o corte II. pois assim que a
ponta afunda abaixo da fig. 3, que deverá ser
superada da mesma maneira, ao observar-se as
direções dadas para o terceiro movimento do
corte II.

Estas dificuldades serão facilmente


removidas pela atenção e prática; e quando o
aprendiz tenha adquirido o modo de executar os
primeiros dois cortes, encontrará poucos
problemas em adquirir os outros, pois são
executados sobre o mesmo principio.

É, no entanto, observável que os cortes I. e


II. não podem ser bem executados com os cestos
ou guardas antigas fechadas segundo este
principio, como cortes independentes; embora os
seis cortes quando combinados possam ser feitos
por estas.
[22]

A Direção dos Seis Cortes.

E
XISTEM apenas seis direções em que um
corte pode ser corretamente e
seguramente feitos com uma broadsword
ou sabre; quatro destas são diagonais e duas
horizontais. Algumas pessoas irão talvez
mencionar aqui uma sétima, perpendicular; mas,
na prática, esse corte levaria tanta direção
diagonal que seria facilmente parado quer pela
guarda interior quer como pela exterior, ou se
apontado à cabeça por uma guarda pendente, ou
a de S. Jorge, que eu não irei incomodar mais o
leitor com ela sem ser com a observação, que
qualquer guarda a que recorra contra cortes altos,
se corretamente segura, irá formar um obstáculo
suficiente ao golpe; e procederei a descrever os
seis cortes em cima mencionados.

CORTE I. é feito descendente da direita


para a esquerda da própria posição.

CORTE II. descendente da esquerda para


a direita.
[23]

CORTE III. ascendente da direita para a


esquerda.

CORTE IV. ascendente da esquerda para


a direita

CORTE V. horizontalmente da direita


para a esquerda.

CORTE VI. horizontalmente da esquerda


para a direita.

Cada um destes cortes são nomeados de


acordo com a figura no alvo de onde se é
começado.

___________________________
[24]

MÉTODO de PRATICAR os SEIS CORTES ao


ALVO.

T
ENDO-SE colocado oposto ao alvo
como em cima dirigido, assuma a guarda
exterior, e da qual se comece o CORTE
I, da seguinte maneira:

Movimento 1. Rode-se a mão para A, a ponta da


espada para fig. 1.

Movimento 2. Conduzir a ponta da figura 1. até à


fig. 4. Tendo cuidado de que a lâmina lidere e o
braço permaneça estável. *

Movimento 3. Rode-se o pulso de forma a que o


polegar fique para baixo, as costas da mão e a face
da lâmina oposta a si, e recupere-se à guarda
exterior, ao trazer

* Acredito, que o aprendiz me perdoará a repetição do


cuidado dado na p. 20, que deva começar gradualmente. Se
tentar fazer os cortes rapidamente e com força, antes de obter
a volta adequada do pulso pelo qual a arma deverá ser
recuperada, ir-se-á sujeitar a acidentes desagradáveis.
[25]

para cima a lâmina varrendo-a pelo interior (ou


pela frente) da posição.

___________________________

CORTE II.

Movimento 1. A partir da guarda interior, rode-


se os nós dos dedos para a posição B, a ponta da
espada para a fig.2.

Movimento 2. Conduzir a ponta da espada de 2


para 3.

Movimento 3. Rodar o interior do pulso para


cima o que irá baixar a ponta da espada para fora
e para trás, relaxar os três dedos perto do pomo, e
recuperar para a guarda exterior ao levantar a
lâmina ao varre-la pelo ombro direito.
[26]

Tendo-se determinadas as mudanças necessárias


do pulso para recuperar a lâmina nestes dois
cortes, pratique-se até que se seja capaz de
executar cada em um só movimento sem pausas, e
recuperar de cada um dos cortes quer para guarda
interior quer exterior como a ocasião assim exija.

___________________________

CORTE III.

Movimento 1. Rode a parte superior do pulso e


costas da mão para baixo a partir da guarda
interior, baixe-se a ponta para fora para a direita
até que o gume da lâmina esteja oposto à linha
diagonal de 3 para 2, no mesmo instante suba-se
o pulso com o braço a esticado à altura do ombro.

Movimento 2. Por contração dos dedos e


movimento do pulso conduzir a ponta pela linha
acima de 3 para dois.
[27]

Movimento 3. Quando se chegar à fig. 2. rode-se


as costas da mão para cima e baixe-se a mão de
forma a trazer a lâmina à posição da guarda
exterior.

___________________________

CORTE IV.

Movimento 1. Da guarda exterior rode o pulso,


baixe-se a ponta para esquerda, até que o gume
fique em oposição à diagonal de 4 para 1, eleve-se
a mão até a altura do ombro, o braço estendido e
direito.

Movimento 2. Pelo sacudir do pulso conduzir a


ponta pela linha de 4 para 1.

Movimento 3. Rode-se o interior do pulso para


cima, e afunde-se o braço, retorne para a guarda
interior.
[28]

CORTE V.

Movimento 1. Rode as costas da mão para baixo a


partir da guarda interior, baixando-se assim a
ponta da espada até ficar oposta à fig. 5.

Movimento 2. Pela inclinação do pulso para


dentro, e mantendo-se as unhas para cima, a ponta
irá ser conduzida através do alvo até à fig. 6.

Movimento 3. Eleve-se a ponta da fig. 6. para C,


e venha para a guarda interior.

___________________________

CORTE VI.

o inverso do corte V. e é executado com as

É unhas para baixo.

Movimento 1. Baixe-se a ponta para esquerda até


se opor à fig. 6
[29]

CORTE VI.

Movimento 2. Pela inclinação do pulso para fora


fazer o corte atravessar o alvo até à fig. 5.

Movimento 3. Elevar a ponta para D, e recuperar


à guarda exterior.

As guardas precedentes não são


mencionadas como sendo as únicas necessárias às
quais recuperar, depois de se fazerem estes cortes,
mas as mais beneficiais para a primeira parte da
prática.
___________________________

COMBINAR os SEIS CORTES.

O
aprendiz poderá agora proceder a
combinar os seis cortes, que podem ser
todos executados sem pausas, o que será
de extrema utilidade em atacar, especialmente se
o antagonista perder terreno e continuar a retirar,
como é frequente no caso do começo; poderá
também provar-se vantajoso em um confronto à
noite; pois se bem executado, a lâmina irá
necessariamente cruzar a posição de tal maneira
que irá oferecer uma segurança considerável do
ataque do adversário,
[30]

e o ataque reforçado irá compeli-lo a permanecer


quase inteiramente na defensiva, ou submetê-lo a
uma certeza de receber o gume no seu braço da
arma, particularmente se não souber a direção dos
cortes que rapidamente se sucedem aquele
primeiro que possa ter escapado ou parado.

A diferença entre executar os seis cortes


individualmente como descritos anteriormente e
combinados consiste em não recorrer a uma
guarda particular a seguir a cada corte, mas
continuar com o ataque a partir do corte I. até que
tenham sido feitos II. III. IV. V. e VI. e ao fazê-lo
a ponta procede da conclusão de um corte ao
começo do próximo, de acordo com as linhas
picotadas na prancha.

Tenha cautela para não levantar o braço


em direção à figura pelo qual o corte começa, pois
irá deixar o corpo desprotegido.

___________________________
[31]

PARTE II.
PRÁTICA com ANTAGONISTA
________________________

OBSERVAÇÕES GERAIS.

A
O começar a prática com um antagonista,
por uma questão de melhoria, comece
devagar: um tomando a parte defensiva na
integra; o outro atacando, e mencionando o
numero dos cortes que pretende fazer; cada um
observando cuidadosamente o movimento do seu
oponente, e informando-o que parte parece estar
exposta pelas mudanças de uma posição para
outra; onde qualquer defeito que desse tipo
apareça, repita-se a prática, até que pela correção
ou a celeridade sejam adquiridas, se torne
perfeito. Depois mude-se as situações, e deixe que
o atacante aja defensivamente. Ao fazerem-se
observações com frieza deste modo, irá adquirir
[32]

mais habilidade e precisão numa lição, do que


praticando em vinte aleatórias; e irá evitar
acidentes desagradáveis.

A seguir proceda-se a atacar e a defender


sem que se nomeie os cortes que pretende
executar; fazendo-se um esforço primeiro de
forma a cortar corretamente I. e II. em opondo-
se a estes pela guarda interior ou exterior. Depois
adicione III. e IV. Depois V. e VI. aumentando a
celeridade do seu ataque gradualmente, e opondo
cada corte de acordo com a seguinte a tabela.

Corte I. Parado por Guarda interior, descrito na página 50


II. _______ Guarda exterior, 55
se feito ao des-
III. tacar pelo Meia-pendente Interior 60
exterior,
se feito ao des-
III. tacar pelo Guarda semi-circular 52
interior
IV. ______ Meia-Pendente exterior, 60
V .______ Guarda interior, 50
ou, se feito baixo, pela Meia-pendente Interior 60
VI. _____ Guarda exterior, 55
ou Meia-Pendente exterior 60
Cortes feitos diretamente à cabeça são opostos pela de S. Jorge 61

Todos os seis cortes podem ser parados pela


guarda pendente, movendo-se a mão e a lâmina
[33]

um pouco para a direita ou esquerda, e elevada ou


baixa de acordo; mas observe, se já engatado numa
guarda interior, será inútil tentar tomar a posição
de guarda pendente contra Corte V. ou III. a não
ser que o antagonista finte ao exterior antes de
executar o ataque.
___________________________
Já antes observei que será pouco seguro em
prática amigável o uso da broadsword ou sabres, e
irei agora tomar a liberdade de acautelar os
aprendizes, que desejam adquirir ciência da defesa
genuína, também contra o falso modo de se
defender com um cesto tão grande como aqueles
que os jogadores de clava geralmente usam, e com
os quais recebem dois terços dos golpes que lhes
são dirigidos, pois assim estarão acostumados a
uma proteção que não poderão ter numa ocasião
real.

Os cestos para este propósito deverão


então ser estreitos, e tão pequenos quanto possível
sem magoarem a mão: e os cavalheiros deverão
sempre tentar esforçar-se por se defenderem com
o forte* da espada e não com a guarda, deverão
evitar praticar
* O Forte da espada é a metade da lâmina mais
próxima da guarda; a metade mais próxima da ponta
denomina-se fraco.
[34]

parando um golpe com os lados, ou qualquer


outra parte do cesto excepto onde a guarda da
espada proteja igualmente.

Ao marcar uma linha estreita com giz no


pau, pelo lado que será suposto representar a
lâmina, adquirir-se-á precisão ao carregar a
lâmina da espada.

___________________________

Na parte I. o modo de recuperar à guarda foi


considerado como a ideia de que os cortes não têm
resistência suficiente ou pela lâmina ou pelo corpo
do antagonista de forma a impedir o seu rumo:
mas ao praticar com um oponente, deve-se
compreender que a recuperação à guarda não
deve ser sempre feita sobre esse principio: A partir
dos cortes I. e II. quando parados, a lâmina
ressalta naturalmente pela mesma linha pela qual
caiu, até que a ponta suba alto o suficiente de para
que forme uma guarda interior ou exterior. A
partir dos cortes V. e VI. a ponta deve ser elevada
de maneira semelhante, se os cortes forem
opostos pela lâmina do seu antagonista. Ao fazer-
se os cortes III. e IV. deverá ser uma regra, nunca
exercer força dez centímetros acima da ponta, de
forma a que se possa soltar
[35]

, e montar para guarda interior ou exterior: se tal


for prevenido pelo cruzar da lâmina do
antagonista acima da sua, deve retirar a sua lâmina
na sua tentativa de usar o corte III. debaixo da
guarda semicircular, e a partir da tentativa cortar
IV. debaixo da guarda pendente.

Ao fazer o corte tenha sempre o cuidado de


recuperar para a guarda que traga a seu gume
oposto à lâmina do antagonista.

Se a qualquer altura for compelido a opor-


se com uma parada fraca ao seu adversário, pelo
pulso estar numa posição constrangida, saia dessa
postura assim que possível, quer por lhe dirigir
um corte, ou por saltar para trás no instante da sua
mudança.

Para adquirir segurança contra um contra-


ataque enquanto ataca, é indispensável que
qualquer ataque por si feito, o forte da sua espada
esteja dirigido de alguma forma em direção à arma
do seu antagonista; de forma a que quando a ponta
da sua espada efetue o corte, e o forte esteja ao
mesmo instante oposto a qualquer ataque que ele
possa executar. Por exemplo:
[36]

Ao fazer-se corte I. a guarda seja levada


para a esquerda da sua posição, tanto como
quando se está numa guarda interior, no instante
em que a ponta comece o corte, oportuna a sua
lâmina a formar uma cruz na do seu antagonista,
e desta forma proporciona uma certeza de
proteção, a menos que ele consiga mudar a
posição em consideravelmente menos tempo do
que consiga fazer o corte. Cortes I. e II. deverão
geralmente ser feitos com a mão mais baixa do que
o ombro, e III. e IV. com ela levantada acima da
altura do ombro.

Neste principio o braço nunca deverá ser


levantado em direção ao lado que se pretende
cortar, pois por esse movimento quer a guarda
quer a lâmina estariam removidos entre si e o
antagonista, e consequentemente estaria exposto
ao mesmo corte que pretendia executar.

Experiência irá em breve ditar qual o


ângulo que é requerido para cruzar a lâmina do
adversário. Ao estender o principio a um extremo
desnecessário, poderá frequentemente prevenir
que o seu próprio golpe tenha efeito, ao encontrar
[37]

apenas a espada do antagonista; e por outro lado,


por não observar o suficiente, poderá ficar exposto
a cada corte que tentar.

Nalgumas situações irá ser sem duvida


adequado cortar a partir da lâmina do antagonista,
em vez de cortar na sua direção; por exemplo, ao
fazer um corte sobre e dentro da sua guarda, ou
debaixo e dentro da sua guarda; nalguns casos este
ataque poderá ser arriscado com segurança, pois
terá previamente forçado a sua espada para longe
da linha de forma a prevenir um contra-ataque ou
resposta antes que possa recuperar.

___________________________

DISTÂNCIA.

F
ALTA de atenção ao preservar a distância
adequada é um erro a que os iniciados são
propícios. Nenhum espaço invariável pode
ser recomendado, pois quase todas as situações
dependem da altura, força e atividade do
oponente. O principio mais geral que pode ser
previsto é, que o seu joelho esquerdo deva estar
cerca de quinze a vinte centímetros do alcance da
ponta do an-
[38]

-tagonista sob o afundo mais extenso que consiga


exercer. Mas é difícil provar a sua distância por
este método em contenda real; nesse caso poderá
julgar mais facilmente através da ponta da sua
espada tocar na concha3 do seu adversário quando
ambos os braços estão esticados e nenhum está
inclinado impropriamente para a frente. Se
permitir o seu avanço, ele poderá atirar um corte
ou estocada demasiado rápida para a sua parada,
especialmente se primeiro o enganar por uma
finta. Para evitar isto, algumas pessoas
acostumam-se a saltar para trás, frequentemente
baixando a sua ponta à cabeça do seu antagonista,
quando confrontando alguém de temperamento
impetuoso e pressionante; encontra-se um modo
que será sem dúvida muito útil, se o chão sobre o
qual estão lutando for amplo o suficiente. –
Outros adoptam um passo circular (chamado
cruzamento) para a direita ou para a esquerda, e
assim afeta o seu propósito em menor
comprimento. Mas a experiência e prática irão
melhor determinar quais usar, de acordo com as
circunstâncias e situação em que poderá ter
chances de lutar.

                                                            
3
NOTA DO TRADUTOR: Shell guard é um tipo de
guarda mais comum dos sabres, em português traduz-se
para guarda de concha atendendo à sua forma.
[39]

O AVANÇAR.

ganhar terreno ao adversário quando

É demasiado distante para se lhe chegar por


um afundo, ou por pressionar para diante
como forma de o compelir a recuar para pior
terreno ou para uma situação mais desvantajosa: é
efetuado por se avançar com o pé direito cerca de
um terço do afundo, ao mesmo tempo que
transferindo o peso do corpo da perna esquerda
para a direita, de forma a que se possa habilitar a
deslizar o pé esquerdo pelo chão até cerca de
quinze centímetros do calcanhar direito; depois
avance-se novamente com o pé direito, e passe o
esquerdo como antes (preservando a posição ereta
do corpo, e tendo o cuidado de opor com a guarda
apropriada) até que o objetivo seja adquirido.

___________________________
[40]

O RETIRAR.

usado para ganhar uma situação mais

É vantajosa que possa estar atrás de si, ou para


evitar qualquer inconveniente que possa
suster de um adversário de força superior ou de
temperamento impetuoso pressionando
demasiado perto de si. Nesta situação a perna
esquerda deverá liderar, e o peso atirado no
primeiro movimento para a direita, levantando o
pé esquerdo do chão de forma a evitar um
obstáculo não visível na retaguarda, depois
firmando-o firmemente cerca de quarenta a
quarenta-e-cinco centímetros para trás, e
recuando o direito cerca de vinte-e-cinco. Depois
disto, levante o pé esquerdo, e firme-o como
anteriormente, recue o direito depois,
continuando a sua retirada conforme a ocasião o
exija.

___________________________
[41]

ATRAVESSAR

E
XISTEM dois modos de atravessar, para
trás e para diante; qualquer um pode ser
adoptado de acordo com o chão ou com
outras circunstâncias sob as quais se possa
confrontar, e será útil, se ao recuar do adversário
se encontre obstruído por uma vala ou outro
impedimento. O atravessar é preferível por
muitos a retirar, porque não tem tanta aparência
de sofrer uma derrota.

O ATRAVESSAR AVANÇANDO.

É executado num grande circulo, o centro


do qual é o meio da linha de defesa, * sob a qual irá
confrontar o seu adversário; tal

* Uma linha reta deverá ser traçada pelo centro do


corpo, e do seu adversário.
[42]

é a linha P, Q, C, H, G, na página oposta o círculo


formado pelo cruzamento será de P, A, C, E, G, I, L,
N: Pois estando o pé direito em Q e o esquerdo em
P, o cruzamento é começado por passar o pé
esquerdo de P para A, e o direito imediatamente a
seguir de Q para B; e depois a linha A, B, C, K, I,
será a linha de defesa; no próximo passo retire o
pé esquerdo de A para C, depois o direito de B,
para D; que fará com que a linha C, D, C, M, L, seja
a linha de defesa. Da mesma maneira continue até
ter obviado a sua dificuldade, ou ter levado o
antagonista para mau terreno, atendendo
cuidadosamente à sua guarda, e não passando tão
longe que desordene a posição ereta do seu corpo.

O ATRAVESSAR RECUANDO.

É o inverso daquilo que já foi descrito; e é


começado por mover o pé direito primeiro; por
exemplo: Estando-se na linha de defesa P, Q, C, H,
G, retire o direito de Q para O, o esquerdo de P,
para N, o que faz com que a linha N, Q, C,
[43]

F, E, seja a linha de defesa: Assim passando para


trás, o pé direito move-se primeiro, pode
atravessar a totalidade ou a parte do circulo que
tenha de atravessar.

Esta prática pode por vezes provar-se


extremamente útil, especialmente se quando
confrontando esteja com o sol diretamente na
cara, como alguém que o faça prontamente, por
atravessar meio circulo, levará o oponente á
posição que acabou de sair, e por um ataque
vigoroso nesse instante poderá redobrar o
embaraço.

___________________________
[44]

DESTACAR.

C
ONSISTE em sair aquele lado da lâmina
do antagonista em que está oposto pela
sua guarda, de forma a efetuar um corte
ou estocada quando a oportunidade se apresente.
É executado quer por subir a ponta da sua espada
na sua direção o suficiente para que se consiga
libertar da lâmina do seu oponente, ou por baixá-
la abaixo da guarda dele. A mudança de qualquer
dos lados deverá ser feita rapidamente, e no
instante que passe a arma do adversário, o gume
da sua deverá rodar de forma a encontrar qualquer
corte que ele lhe possa dirigir a si, caso contrário
ficará sujeito a ser desarmado, pela guarda não
proteger a mão.

O destacar para cortar é geralmente feito


por cima do pulso; que com a intenção de estocar,
debaixo. Para cortar III. ou IV. debaixo do pulso,
é por vezes melhor destacar por baixo.

___________________________
[45]

FORÇAR a LÂMINA do ADVERSÁRIO.

S
E a qualquer momento o seu antagonista
aparecer lânguido ou fraco na sua guarda, e
mal seja capaz de cobrir o seu corpo no lado
em que é oposto; por avançar bem para diante e
atacar o forte da sua espada habilmente, poderá
habilitar-se a cortar sem risco mesmo à parte que
ele pretende proteger, tendo o cuidado de dirigir
a lâmina de maneira a que a sua guarda previna
que a espada dele avance, e dirigindo bem a mão
para o lado oposto em que a sua ponta está
dirigida, para evitar um corte intercambiado.

Isto deverá ser executado em parte por


uma súbita extensão do braço, e em parte por um
movimento brusco do pulso.

___________________________
[46]

TEMPO.

o atirar preciso e exato de um corte ou

É estocada a uma abertura que possa ocorrer


quando o adversário mude a sua posição. Por
exemplo, se ele mudar de uma guarda interior
para uma guarda exterior, ou de uma exterior para
uma interior, de maneira negligente, o seu pulso
ficará exposto, e frequentemente a parte acima do
cotovelo do braço da espada. A mesma
oportunidade apresenta-se, se nas suas fintas a sua
espada balançar o seu braço, em vez de as fazer
levemente a partir do seu pulso, ou não ele seja
capaz de recuperar rapidamente de um corte que
tenha sido parado.

___________________________

O DESLIZAMENTO.

executado por retirar aquela parte em que o

É antagonista dirige o seu corte; de forma a


que a sua arma, privada da resistência
esperada possa balançar o seu braço da postura
defensiva, e assim proporcione a abertura para um
corte. Não será
[47]

contudo muitas vezes eficaz contra alguém que


consegue executar os cortes segundo os princípios
recomendados neste trabalho, pois a recuperação
é tão expedita: mas pode provar ser uma excelente
decepção contra um antagonista impetuoso,
especialmente se for ignorante desta ciência. *

Será então apropriado que o aprendiz se


acostume por vezes a recuperar de um afundo
com a sua mão elevada rapidamente ao peito, o
gume da sua espada virado quer para a esquerda
quer para a direita, de acordo com a direção do
corte a que pretende deslizar. Se o corte que a que
pretende evitar for feito ao interior do seu braço
da espada, a lâmina deverá ser virada para a
esquerda como numa guarda interior, com a
ponta elevada perpendicularmente à guarda, e o
* Tem sido frequentemente afirmado, que um homem
ousado e ativo, ignorante desta arte, ao avançar para diante
com ataques repetidos irá deixar perplexo um bom
espadachim, e, se não o vencer, reduza a contenda a um
perigo comum: mas isto apenas pode acontecer se tal
espadachim nunca tenha refletido nos meios adequados a
serem adoptados num confronto desta natureza. Por
exemplo, se um espadachim deslizar um corte tentado por
um dessa descrição, em vez de pará-lo, poderá efetuar um
corte antes que o ignorante possa recuperar, e com tal força
que priva o antagonista do vigor e audácia das quais apenas
pode depender.
[48]

regresso desta posição seja um corte II. Devendo


o ataque ser feito à parte de fora do braço, a
lâmina deverá ser rodada para fora, e a guarda
segura um pouco abaixo do ombro direito,
respondendo com um corte I. no instante em que
a lâmina do adversário passe.

Alguns são tão parciais a esta manobra de


deslizar um corte do adversário, que pela prática
se tornam habilitados a deslizar um corte mesmo
quando lhes dirigido ao corpo. Mas isto, a menos
que extremamente bem executado, pode tornar-
se perigoso, por meio da desorientação da sua
posição, especialmente se um adversário executar
um afundo mais longo do que o esperado, e cortar
baixo; adicionado ao qual, ao atirarem o corpo
para fora da linha de defesa, o antagonista pode
ser induzido a estocar sobre eles nessa posição não
guardada, e irá assim obter decididamente a
vantagem.

Em circunstâncias onde recuar a mão para


junto do peito não seja suficiente, o deslizar um
corte ao interior é efetuado por recuar o pé direito
para trás e para o lado direito da linha, deixando a
espada do adversário passar um pouco ao lado do
alcance, depois passando para a posição anterior,
[49]

respondendo corte II. ou VI. ao lado de fora, que


fica exposto pela sua arma não encontrar a
resistência esperada.

A um corte exterior o deslize é feito por


recuar a perna direita para trás conjuntamente
com o corpo para trás e pada o lado um pouco
para fora da linha para a esquerda, contraindo o
braço um pouco, a espada ainda na linha, e
debaixo da guarda exterior; deixe a ponta do seu
antagonista passar, e coloque de novo o pé direito
na sua posição anterior, faça corte I. ao interior do
braço, ou corte II. à cabeça. Mencionei este
método de executar o deslize exterior, como é
tentado por alguns, mas não com a intenção de o
recomendar, pois o perigo é muito grande em
relação a provável vantagem.

Na guarda pendente o deslize pode ser


praticado com grande segurança, por passar o pé
bastante para fora e em ângulos retos com a linha
de defesa, todo o corpo estando bastante para trás
e para a direita; e a guarda permanecendo ainda
opondo o seu antagonista de forma protegê-lo do
seu
[50]

corte, caso ele faça um afundo mais longe do que


espera.

___________________________

GUARDA INTERIOR.

RODE a sua guarda para a esquerda, as unhas


para cima, como na Prancha III. o pomo em
direção ao interior do peito, a ponta oposta ao
olho esquerdo do antagonista, ou elevada cerca de
dez centímetros acima dele. Devendo ele tentar
transportar ou forçar a sua espada para fora da
linha, eleve a sua ponta, de forma a retirar o seu
fraco do seu transporte; ou destaque rapidamente
e corte o exterior do seu braço.

Cortes I. e V. são protegidos por esta


posição, o último porém requer uma
insignificante inclinação da mão para baixo.

Ao parar o corte I. à bochecha, será


aconselhável levar o pulso mais para a esquerda,
como visto na Prancha IV. elevando a ponta quase
perpendicular, de forma a prevenir ser enganado
por uma
[51]

finta: - Se mantiver a ponta baixa, pode dar a


oferecer a sua bochecha, e um corte por ser feito
à cabeça por cima da guarda.

Embora quando estando numa guarda


interior ou exterior o pé direito esteja avançado,
no enquanto quando defendendo um corte com
estas guardas é considerado elegível deslizar esse
pé para a esquerda; a menos que em vez de cortar
I. ou II. à parte superior, o seu antagonista esteja
tentado a cortar à perna ou à coxa. Ver Prancha
XII.

O corte V. é frequentemente feito


demasiado baixo para poder ser parado pela
guarda interior, que se destina somente a proteger
dos cortes à linha interior por cima do pulso. A
próxima consideração será então sobre o método
de parar golpes interiores debaixo do pulso.
[52]

GUARDA SEMICIRCULAR.

ESTA guarda é adaptada para proteger dos cortes


III. ou V. feitos à linha interior por baixo do pulso,
e é formada por rapidamente baixar a ponta para
a direita, como no primeiro movimento do corte
III. até que fique oposta ao corpo do antagonista,
levando a mão para a esquerda da linha de defesa,
e direccionando o gume da espada em direção à
espada do antagonista, em vez de ao corpo ou
braço. A regra geral para esta altura é de a mão
estar a cerca da altura do olho esquerdo, mas irá
depender em grande parte do ataque feito pelo
seu antagonista; caso contrário se ele afundar o
forte suficientemente para baixo para lhe atacar o
seu fraco, provavelmente irá bater a sua espada
suficientemente para fora de linha de forma a
efetuar o seu corte. *

Deparando-se com o seu ataque parado


pela guarda semicircular, o seu oponente poderá
tentar duplicar o seu corte

* Por esta razão se o corte III. ou V. lhe for feito por um


destaque da guarda exterior, será melhor pará-los com uma
guarda interior meia-pendente. Ver página 60.
[53]

(enquanto ele recupera) à parte superior ou


exterior do seu braço: isto poderá ser prevenido se
erguer a sua ponta para uma guarda interior, e
assim encontrar a lâmina dele com a sua enquanto
ele tenta cortar ou destacar por cima so pulso. Se
ele destacar por atirar a ponta para longe, e assim
escapar à sua guarda interior, pare com uma
guarda exterior.

Esta posição (ou pelo menos uma que


difira somente em segurar a guarda baixa e a
lâmina mais horizontal) é por muitos denominada
a GUARDA DE SPADROON; não deve, no entanto,
ser considerada como uma postura principal da
defesa com essa arma, sendo fraca e passível de ser
forçada. Deverá então somente ser adoptada para
o propósito de parar um corte baixo ou estocada
ao interior, e não como uma guarda para engatar
ou esperar pelo antagonista, excepto por um
jogador de habilidade suficiente que a use como
um isco, * de forma a induzir o seu antagonista a
atirar a alguma parte que ele pretende retirar

* Quanto estando na Guarda de Spadroon, é usual trazer o


braço esquerdo através do peito, e colocar a mão esquerda
entre o cotovelo e o ombro, de forma a estabilizá-lo.
[54]

o corte, que ele possa tomar a abertura


proporcionada por tal ataque.

Quando nesta guarda, deverá sempre


lembrar-se, que se o antagonista for bem-
sucedido em fazer uma batida forçada na sua
lâmina, especialmente na parte detrás, ele irá
provavelmente desarmá-lo. Assim, em vez de
receber o golpe nessa posição, deslize-o por
retirar a sua espada nesse instante, e responda com
um corte II. ao exterior do braço da espada.

Cautela deverá ser requerida, para que não


retire a espada em vez de parar o golpe dirigido a
si mesmo. A diferença irá depender na distância a
que está do seu antagonista, e no avançar dele ou
na sua permanência imóvel. Desista desta posição
sempre que possível para uma guarda interior ou
exterior, ao fazê-lo salte para trás de forma a que
o seu antagonista não consiga atirar um corte no
tempo da mudança de posição.

___________________________
[55]

GUARDA EXTERIOR.

RODE os nós dos dedos para fora, a unhas para


baixo, levanto a mão cerca de quinze a vinte
centímetros para a direita da linha de defesa, de
forma a proteger o exterior da sua posição, e dirija
a sua ponta ao olho direito do antagonista. (Ver
Prancha VI.) Devendo ele tentar forçar a sua
lâmina para fora de posição, ganhe o fraco dele
por retirar e elevar a ponta, * ou destaque e corte
no outro lado.

Esta guarda segura contra o corte II. e por


um afundar da mão defende em menor grau
contra o corte VI. Ao parar o corte II. à bochecha
direita, tenha cuidado para virar a mão bem para
fora, e eleve a ponta como na prancha VII.

* Se a ponta do seu adversário cruzar por cima da parte


detrás da sua lâmina de forma a ameaçar o interior da sua
posição, adopte a guarda pendente, por atirar o seu pulso o
mais rapidamente possível, e levando a lâmina dele para o
interior; se tentar parar pela guarda exterior depois da ponta
dele ter cruzado a sua lâmina de tal maneira a que fique
dentro da sua guarda, apenas irá adir à força do corte dele.
Ver corte V. por cima e por dentro da guarda, p. 81.
[56]

GUARDA PENDENTE. *

E
STA pode ser tomada quer como guarda
interior quer como exterior, por baixar a
ponta da espada até que esta fique em
direção ao corpo do antagonista, um pouco acima
da sua anca direita, erguendo a mão à altura da
cabeça, e olhando o rosto do adversário debaixo
da concha da sua espada.
* A guarda pendente possui diversas vantagens, e é ao
mesmo tempo passível de algumas objeções. Irei mencionar
a principal de cada, e deixar que o aprendiz faça a descrição
do seu exercício de quem em circunstancias a adoptar.
Entre as vantagens que derivam da guarda pendente; a
mais importante pode ser encontrada na proteção que
proporciona ao cobrir uma grande porção do corpo, pois
toda a lâmina está apropriada para esse efeito, especialmente
na direção em que os primeiros golpes são mais
naturalmente feitos; enquanto que a partir da posição
obliqua da espada, um golpe, por mais forçoso que seja,
deslizará para baixo sem colocar a mão em perigo. Por estas
razões, parece bem calculado parar qualquer golpe súbito
no escuro, especialmente se feito contra alguém armado
apenas com um bastão.
A guarda pendente também está bem-adaptada a prevenir
que o antagonista estoque ao corpo sob o pulso, e para
obviar essas fintas pode também ser feito, por mudar a ponta
dele de lado para lado debaixo do pulso quer na guarda
interior quer na guarda exterior.
Outra vantagem material é de que requer um
[57]

Esta guarda admite duas posições, de


acordo com os cortes que será usada para opor,
que poderão ser denominadas guarda interior
pendente, ou guarda exterior pendente.

A guarda interior (ou prima) pendente, é


formada por dobrar o cotovelo, até que as costas
do pulso sejam levadas a opor a fronte por cima
do olho esquerdo, protege contra os cortes I. III.
e V. quando feitos ao interior; a esquerda da
cabeça estando coberta dos ataques pela guarda;
mas se o corte for feito direto á cabeça, é prudente
adoptar-se a guarda de S. Jorge, especialmente
quando as guardas agora usadas não têm cesto, e
muito pouca concha.

Se o antagonista cortar II. IV. ou VI. à sua

movimento insignificante do pulso para que encontre


qualquer corte que lhe possa ser feito.
A posição constrita da mão, e o peso da espada, irão ao
inicio provar-se cansativas nesta guarda, mas a prática irá
rapidamente ultrapassar esse defeito, e habilitar que a pessoa
corte com força e rapidez incríveis, como pode ser
observado na prática dos jogadores Franceses de Spadroon,
muitos dos quais colocam toda a sua dependência na
proteção proporcionada por esta guarda em segunda, que
difere apenas desta guarda pelo pulso não ser tão elevado.

[58]
linha exterior, deverá encontrar o gume dele por
levar a sua espada para a direita da sua posição.

A guarda exterior (ou segunda) pendente


difere da anterior, em ter o braço perfeitamente
direito, a lâmina levada para a direita, de forma a
proteger contra os cortes II. IV. e VI.

Quando nesta posição, a espada do


adversário deverá ser mantida para o exterior o
suficiente pela sua espada de forma a prevenir
qualquer corte ou estocada feita a essa parte.

Se o antagonista destacar da segunda


guarda para fazer corte I. III. ou V. deverá opô-lo
pela prima guarda pendente, que é formada por
inclinar o pulso para a esquerda até que as costas
da mão estejam em linha por cima do olho
esquerdo, a ponta um pouco baixa, de forma a
prevenir um corte III. feito por debaixo dela.

Embora a prima guarda pendente seja muito


útil a parar cortes III. e V. quando feitos por
destaque de uma guarda exterior;
[59]

no entanto não poderá ser usada para parar esses


cortes quando são feitos por destacar de uma
guarda interior: nesse caso deverá adoptar-se a
guarda semicircular.

Será necessário pela prática obter um grau


de firmeza e celeridade na mudança de prima para
segunda guarda pendente, pois um corte feito a
qualquer uma dessas guardas ocasiona que a
espada do assaltante ressalte com rapidez, e
permite-o sem grande grau de perigo atacar a
qualquer lado; e embora seja contra as regras do
jogo da broadsword nas escolas ou em contendas
amigáveis, fazer dois cortes num afundo, porém
num confronto pela vida não será tão provável que
assim seja.

___________________________
[60]

GUARDA MEIA-PENDENTE.

Q
UANDO parando uma estocada dirigida
abaixo, será pouco seguro segurar a mão
alta o suficiente de forma a ver o
adversário sob a guarda; pois tal posição iria
permitir-lhe aplicar o forte da lâmina dele contra
o seu fraco, e assim tornaria a sua resistência
inadequada pela força do ataque dele.

Para obviar esta desvantagem dever-se-á


recorrer à Guarda Interior e Exterior Meia-
Pendente, que diferem das precedentes apenas pela
mão não ser elevada tão alto, mas elevada baixa o
suficiente de forma a ver o adversário por cima da
guarda. O pé direito estará deslizado para trás, e a
ponta da sua espada baixa o suficiente perto da sua
posição, para prevenir que o antagonista force um
corte ou uma estocada, por encontrar a sua lâmina
com o forte da arma dele. Ver Pranchas IX. e X.

___________________________
[61]

GUARDA de S. JORGE.

TEM a finalidade de parar um golpe feito ao topo


da cabeça, se o adversário destacar do exterior
para esse propósito; difere da guarda pendente
apenas por se elevar a mão um pouco mais alta,
recuar o braço direito, e aproximar a sua ponta.
Nesta posição, o forte da lâmina, que deverá
receber o golpe, estará cerca de sete a dez
centímetros acima da sua cabeça. O guarda-mão
da guarda deverá estar rodado bem para cima de
forma a proteger os nós dos dedos. Será
apropriado recuar o pé direito ao calcanhar
esquerdo no mesmo instante. (Ver Prancha XI.)

___________________________

Algumas pessoas, em vez de manterem a


espada avançada diante de si, irão erguer a mão até
que a lâmina cruze por cima da cabeça numa
direção horizontal da direita para a esquerda.

Esta ultima posição raramente usada, e


dificilmente poderá ser necessária, excepto para
proteger a
[62]

cabeça de um golpe feito por um antagonista


atrás, (por este propósito é adoptada no exercício
de cavalaria) ou para recuar a arma de alguém que
pretenda tomá-la, e esteja por sua vez desarmado.

Contra um golpe feito por uma pessoa


feita à frente, por muito próximo que esteja, a
primeira posição descrita será preferível, elevando
a mão da espada e a ponta, de acordo com as
circunstancias.

___________________________

Deverá ser observado que a guarda de S.


Jorge não está dirigida a ficarmos debaixo dela,
mas apenas para parar um golpe à cabeça, quando
o antagonista avança tão próximo de si, que a
guarda pendente não seja suficientemente segura.
A melhor maneira em geral de mudar de S. Jorge
(a menos que imediatamente responda com um
corte ou estocada) é adoptar a guarda pendente,
tendo o cuidado de dirigir a ponta às costelas do
antagonista, e manter o corpo em linha. A partir
[63]

desta posição, existe menos perigo em tomar


outra se mudar de S. Jorge para guarda interior ou
exterior.

Tendo adquirido as guardas precedentes,


os próximos artigos a serem tratados são
transportar, bater, fintar e desarmar.

___________________________
[64]

TRANSPORTAR.

geralmente praticado por afundar para a

É frente bruscamente na guarda exterior,


opondo o forte da sua lâmina na do seu
antagonista, e daí deslizar o seu forte na direção
do fraco dele,* por estes meios poderá pressionar
a espada dele para fora de linha; isto (a menos que
ele tome uma guarda pendente) deixa a cabeça,
pescoço e peito dele expostos à sua lâmina, e desta
posição um corte sobre e dentro da guarda dele
poderá ser feito, mas deverá ser executado com
celeridade.

O transporte feito na guarda interior é por


vezes praticado, mas não é tão seguro, pois o
oponente pode facilmente baixar a sua ponta, e
saltar para trás fazendo um corte III. ao seu braço.

Sobre a guarda pendente o transporte não


pode ser usado para vantagem, pois ao transportar
a lâmina do antagonista para obter a abertura ao
lado exterior da sua

*Ao tentar isto, tenha cuidado para não deslizar a lâmina


demasiado para baixo, para que não vá o antagonista
destacar e cortar por dentro.
[65]

posição, expõe a sua própria cabeça e o interior, e


por deslizar do seu transporte ele irá com toda a
probabilidade efetuar um corte.

___________________________

BATER.

atacar a espada do antagonista para obter

É uma abertura, e requer o mesmo grau de


cautela que o transporte, para que o seu
antagonista não deslize a lâmina do seu corte, e
faça um corte no lado contrário: Raramente pode
ser tratado com sucesso contra qualquer guarda
excepto a guarda exterior e de spadroon, quando
usadas para forçar uma abertura ao lado a que
pretende bater; mas por vezes por induzir um
adversário a resistir a esse ataque, poderá destacar
e cortar no lado contrário.

___________________________
[66]

FINTAR.

U
MA finta é oferecer um corte ou uma
estocada sem atacar o destino. Existem
dois tipos, fintas singulares e fintas duplas.
As fintas singulares são feitas por destacar do lado
em que estamos opostos pela guarda do
adversário, e por fazer um movimento subtil ao
outro, depois recupera-se ao primeiro e ataca-se.
Por exemplo, se engatados na guarda exterior, irá
destacar por cima da ponta, e baixando a sua ponta
para o lado de dentro da lâmina do adversário
cerca de quinze centímetros, regresse ao exterior,
e corte II. ao braço dele, ou VI. às costelas. Se o
encontrar preparado a parar esses cortes (II. e VI.)
irá fazer apenas uma oferta como a anterior, que
constitui uma finta dupla, e corte à cabeça ou ao
interior da posição dele.

Mas ao cortar o interior contra um


antagonista que é toleravelmente perfeito nas suas
guarda, especialmente contra fintas, é atendido
com o perigo de um contra-ataque, recomendaria
que quando pretenda uma finta dupla a começar
por destacar do interior.
[67]

O propósito das fintas sendo apenas o de


induzir o seu adversário a guardar a parte que não
pretende atacar, as fintas, quer singulares quer
duplas, poderão ser dirigidas a qualquer outra
parte assim como às já mencionadas. Muita
cautela é necessária, para que ao fazer as fintas não
se descubra de tal forma a que receba uma
estocada ou um corte. A finta deverá ser também
dirigida a uma parte a partir da qual consiga
recuperar a espada para efetuar o corte que
pretende.

___________________________

DESARMAR.

E
XISTEM vários métodos de tentativas de
desarmar, mas o mais seguro e mais
provável de ser bem-sucedido é, depois de
para um corte ao interior, rapidamente mude para
o exterior, e afundando para diante para
transportar a lâmina do seu adversário para fora
de linha para o exterior, avance com o seu pé
esquerdo para perto do calcanhar direito dele,
tome a concha com a sua mão esquerda, desista do
seu transporte na lâmina dele, e apresente a sua
ponta ao peito dele.
[68]

O desarme na guarda pendente pode ser


efetuado por cortar III. ao fraco da lâmina do seu
antagonista, atravessando ao mesmo tempo para a
esquerda e deslizando o gume da sua espada
fortemente contra o falso do seu adversário. É,
porém, necessária alguma cautela, para que ele
não rode o pulso no instante em que o tenta, e
corte ao seu interior.

Aqueles desarmes que deverão ser


efetuados por enganchar a partir de uma guarda
interior para uma segunda guarda pendente, ou de
uma guarda exterior para uma semicircular não
terão tanto sucesso, excepto com espadas muito
leves. Com as quais, deverão começar por rodar
os nós dos dedos mais para cima que o habitual
nessas guardas, e rapidamente revertendo-os ao
enganchar a lâmina do adversário para baixo,
dirigindo a sua ponta na linha diagonal através do
corpo dele, em vez de permitir formar um circulo.
Estes últimos desarmes são apenas aplicáveis se o
antagonista apresentar a lâmina e o braço quase
horizontais; e nesse caso, se não conseguir
enganchar a espada para fora da mão dele, ir-se-á
provar útil para obter uma abertura para um corte
ou estocada.
[69]

O método para os evitar é por destacar sob


a guarda do seu adversário no instante que ele
pretenda cruzar a sua lâmina. Se este destaque for
no tempo certo, poderá provavelmente atirar a
espada dele da sua mão, por não encontrar a
resistência que esperava.

___________________________

A APLICAÇÃO da PONTA.

O
peso da broadsword não irá permitir o
mesmo numero de estocadas que
poderão ser feitos com a smallsword.
Tudo o que poderá ser seguramente introduzido
entre os cortes da primeira são quatro. Quarta,
Terça, Quarta Baixa, e Segunda que é uma terça
baixa: estas deverão ser estocadas com a guarda
alta o suficiente que proteja de qualquer golpe que
o adversário provavelmente faça, e para retardar a
estocada por cima do pulso no instante do afundo.

QUARTA é estocada ao interior da parte


superior do corpo, com as unhas para cima, e o
gume da espada virado para cima e para a
esquerda, e
[70]

bem oposta na direção da arma do antagonista,


por manter o pomo oposto à têmpora esquerda na
altura do afundo. *

QUARTA Baixa é estocada ao interior da


parte baixa do corpo do antagonista, com a mesma
precaução de opor o seu gume contra a lâmina do
seu adversário.

TERÇA é estocada à parte superior do


corpo do antagonista, por cima do braço dele,
com as unhas para baixo, e o gume da sua espada
virado para a direita e opondo a lâmina dele.

SEGUNDA difere da terça por ser estocada


abaixo do braço da espada.

Ao estocar Quarta e Quarta Baixa tenha o


cuidado de formar uma boa oposição contra a
arma do antagonista por levar o seu pulso para a
esquerda. Ao

*Se quando estocar ao interior do seu antagonista esteja


apreensivo de um corte dele descendente, terá de rodar o
seu pulso como se numa quarta semicircular, para que o
guarda-mão esteja para cima. Ao estocar ao exterior, rode o
pulso como numa guarda pendente.
[71]

estocar Terça e Segunda a oposição à lâmina dele


deverá ser formada por transportar o pulso para a
direita.*

Ao estocar com o SABRE as estocadas mais


seguras são aquelas já recomendadas, pois o gume
convexo do sabre, quando oposto à lâmina do seu
antagonista, fornece proteção contra um contra
corte ou estocada. Contudo a vantagem que
poderá por vezes ser obtida pela curvatura do
sabre permitir enganar a guarda do seu adversário,
merece consideração. Por exemplo –

Engate na guarda exterior, a sua lâmina


oposta à minha: estoque na minha direção,
rodando as unhas para cima ao afundar, isto forma a
estocada chamada de Quarta

* Embora usando a smallsword, existem outras estocadas


que são feitas com o falso da lâmina oposto à arma do
antagonista, porém não podem ser executadas com uma
broadsword, sem grande perigo de receber um corte no
braço no tempo do afundo; pois se o seu antagonista saltar
para trás, o corpo dele ficará fora de alcance da estocada, e
o seu braço ficará exposto ao gume dele. Isto não é o caso
com a smallsword, que sendo mais leve, a estocada e
recuperação à guarda são executadas com maior celeridade,
e quando opondo outra smallsword sem perigo do gume do
antagonista.
[72]

por cima do braço, e traga a parte oca do seu sabre


contra a minha espada, e assim permite-o dirigir a
ponta 15 ou 20 centímetros mais para a minha
esquerda do que poderia de outro modo, e para
efetuar quer uma estocada, ou um corte ao meu
rosto ou pescoço. Observe, que ao estocar desta
forma, a sua oposição à minha lâmina deverá ser
formada por levar o seu pulso para a direita da
linha de defesa.

Se eu parar esta estocada, de quarta por


cima do braço, por uma guarda exterior; no
instante em que a sua ponta passe o exterior da
minha posição, poderei cortar II. ao exterior do
seu braço da espada; deverá parar isto por uma
guarda exterior, ou uma segunda guarda pendente:
ou se eu baixar a minha ponta por cima da sua
lâmina, e cortar à sua bochecha, deverá parar por
uma prima guarda pendente.

Alguns depois de pararem quarta por cima


do braço por uma guarda exterior, rodam a espada
com uma guarda semicircular, e respondem
quarta baixa: isto poderá ser facilmente efetuado
contra uma pessoa que seja lenta na recuperação
do seu afundo.

Vantagens semelhantes a esta em estocar


[73]

quarta por cima do braço poderão ser obtidas com


um sabre por inverter o pulso nas outras
estocadas: isto poderá ser melhor compreendido
por tomar o sabre na sua mão, e observar o efeito
produzido na direção da ponta por rodar as unhas
para cima e para baixo, do que pela descrição mais
precisa. Contudo, não seja demasiado parcial a
este modo de obter uma abertura, mas recorde-se,
que ao fazer a estocada sob este principio, o
guarda mão da sua guarda não esta para o lado que
pretende proteção, e isto é se a sua estocada for
defendida, a posição do seu braço expõe-no ao
gume do seu antagonista ao recuperar.

Como estocar não é o principal objetivo da


broadsword, não irei incomodar mais o leitor com
este assunto sem ser com a recomendação de que
deva adquirir por praticar a facilidade de fazer o
antes mencionado em boa posição, dirigindo a
ponta com precisão, e recuperando para a sua
guarda com rapidez; para este propósito será
necessário praticar frente a um alvo com a espada,
por vezes estocando apenas, por outras cortando
até meio, e terminando com uma estocada: por
exemplo,
[74]

Corte I. até meio, depois rode as unhas


para estima e estoque quarta, ou quarta baixa.

Corte II. até cerca de um terço da linha,


depois rode as unhas para baixo e estoque em
terça, ou segunda.

Corte III. até parte da linha e estoque em


quarta ou quarta baixa.

Corte IV. até meio e estoque segunda.

Através desta prática o aprendiz poderá


não só obter precisão na direção da sua ponta, mas
também celeridade ao responder quer com um
corte ou estocada depois de parar. Deverá
frequentemente colocar-se fora do alcance do
alvo, para que possa aprender a recuperar de uma
estocada quando parada; caso contrário
acostumar-se-á a apoiar-se na sua ponta depois de
atingir o alvo, não adquirindo o método
apropriado a recuperar à guarda.

___________________________
[75]

Parar Estocadas feitas acima do Pulso.

E
stas estocadas podem ser paradas por uma
guarda interior ou exterior, afundando o
sorte com um bater abrupto no fraco do
adversário, e retendo a ponta em linha de defesa,
apresentada à face dele. Ao fazer isto será
apropriado afundar a guarda mais para baixo do
que quando opondo um corte, e manter o braço
algo flexível.

___________________________

Parar Estocadas feitas abaixo do Pulso.

O
método mais usual de parar estocadas
feitas abaixo do pulso, com uma broad
sword, é bater a lâmina do oponente para
fora, por baixar a ponta para uma segunda, ou
guarda exterior meia-pendente, quer essas
estocadas sejam feitas por destacar de uma guarda
exterior ou interior.

Ao executar esta parada, observe para reter


comando suficiente sobre a espada de forma a
poder mudar para uma guarda interior meia-
pendente ( ou prima)
[76]

por levar o seu pulso para a esquerda, se


necessário; caso contrário o seu antagonista
poderá enganá-lo por uma finta, e estocar ao
interior.

Este modo de parar, primeiro com uma


segunda, e depois mudando para uma prima guarda
meia-pendente se o antagonista destacar para
atacar o interior da sua posição, parece
peculiarmente adaptada a broadsword, pois a
localização da mão ao mesmo tempo fornece
grande segurança contra cortes assim como
estocadas.
Nalgumas circunstâncias, especialmente
num ataque à noite, a sua segurança deverá
depender em grande parte em não perder o
sentido da espada do antagonista; deverá então
aprender a parar as estocadas baixas por seguir a
arma do antagonista com a sua, - com uma parada
segunda se ele destacar de uma guarda interior; e
ou com uma prima ou parada semicircular, se ele
destacar de uma guarda exterior.*
* A Segunda Parada é o mesmo que a Exterior Meia-
pendente. A Prima Parada é similar à Interior Meia-
pendente; mas ao parar a estocada com a prima, a espada do
antagonista é oposta pelo falso da sua lâmina; ao parar um
corte com a Interior Meia-pendente, é oposto pelo seu gume.
[77]

Seguir a Lâmina do Antagonista a partir do interior


para parar com uma SEGUNDA.

A
o baixar da ponta do antagonista a partir de
guarda interior, para estocar abaixo do seu
pulso, deverá seguir a lâmina dele pela
segunda ou guarda exterior meia-pendente. Tento
parado a sua estocada, poderá rodar as unhas para
cima e responder corte V. debaixo da lâmina dele,
ou poderá responder com uma estocada em
segunda.

Se ele completar o circulo com a ponta por


continuar o movimento até trazê-la por cima da
sua guarda para estocar ao interior, deverá parar
por mudar do exterior para a interior meia-
pendente.

___________________________

Seguir a Espada do Antagonista com PARADA em


PRIMA.

No instante em que o antagonista afunde a ponta


a partir da sua guarda exterior de forma a estocar
sob o seu pulso, baixe a ponta sobre a lâmina dele
[78]

e atacando com falso da sua lâmina na espada dele,


aproxime a sua mão até cerca de trinta
centímetros da sua testa, em linha com a têmpora
esquerda, de forma a trazer a estocada dele para
fora do interior da sua posição. Para executar isto
deverá dobrar o cotovelo; tendo depois trazido a
lâmina dele passado o seu corpo, estenda o seu
braço para uma guarda pendente, rodando as
costas da sua mão opostas á sua testa. Isto deverá
ser praticado até que se consiga fazê-lo com
prontidão num só movimento.

A estocada prima poderá ser


frequentemente entregue com segurança depois
de formar esta parada. Difere da estocada em
segunda por ser dirigida ao interior em vez do
exterior, e a oposição à lâmina do seu antagonista
sendo formada por transportar o seu pulso para a
esquerda da linha de defesa em vez de para a direita.

Se pretender responder com uma estocada


depois de ter parado pela prima, será seguro opor
a lâmina do antagonista com a mão esquerda ao
estocar, ou por sair fora de linha para a direita ao
parar, o que lhe dá uma oportunidade de estocar
ao interior do seu antagonista.
[79]

Se o seu antagonista fizer apenas meia


estocada e destacar para fora, deverá opor
qualquer corte ou estocada que daí lhe tente, por
carregar a sua mão para a direita como na segunda
guarda pendente.

___________________________

Seguir a Espada do Antagonista pela


GUARDA SEMICIRCULAR.

I
STO deverá ser efetuado por baixar a ponta
da sua espada por cima da lâmina do
adversário ao ele desistir da sua guarda
interior para estocar por cima da sua guarda, e
atacar com o gume da sua espada contra a lâmina
dele, para batê-la a estocada dele para o interior.
Ao executar isto, o braço deverá estar estendido e
inclinado para a esquerda até que o pulso se torne
oposto a têmpora esquerda, as costas da mão para
baixo, e a ponta dirigida para a anca do
antagonista. Quando por esta parada tiver batido
a lâmina dele para fora de linha para a esquerda,
poderá responder quer por estocada em quarta
baixa, ou por rodar as unhas para baixo e cortar
VI. sob a lâmina dele ao ele recuperar, saltando
para trás ao cortar.
[80]

Ao executar a parada semicircular, perde o


sentido da lâmina do seu adversário, por ele elevar
a ponta dele por cima da sua guarda para estocar
ao seu exterior, deverá instantaneamente levar a
sua mão até cerca de quinze centímetros para a
direita ou exterior da sua linha de defesa, o
interior do pulso ainda para cima, e oponha a
estocada dele com o falso da sua lâmina; * depois
num movimento circular rápido eleve a ponta
para fora, levando-a assim para segunda guarda
pendente, sem afundar o pulso ao rodá-lo. †

Observe que deverá manter o punho


fechado com o seu indicador e polegar, ou
habilitar-se-á a perder a sua espada. Tenha a
cabeça recuada, e incline o corpo sobre a anca
esquerda. Esta parada poderá ser praticada
sozinho com a sua espada, até que consiga
executá-la rapidamente e sem pausa.

Se ao girar-se a lâmina para cima, bater a


arma do seu an-
* Isto forma a Parada chamada Quinta ou Oitava, pelos
praticantes de smallsword.
† Em vez de parar no modo acima descrito, primeiro por
semicircular e depois com oitava, será por vezes preferível
continuar o movimento com a sua ponta até que esta
descreva um círculo completo, que poderá ser repetido sem
parar se deverá haver ocasião.
[81]

tagonista para fora de linha; então, depois de


baixar a ponta para formar a segunda, faça corte II.
à cabeça ou ao braço dele.

___________________________

PARADAS REDONDAS.

E
STAS podem não ser tão bem executadas
com uma espada pesada, no entanto ir-se-
ão provar úteis a uma pessoa armada com
um spadroon ou uma espada ligeira de corte e
estoque.

Engate numa guarda interior: - O seu


antagonista destaca para estocar em terça ou
quarta sobre o braço; siga a lâmina dele por
descrever um pequeno circulo com a ponta,
mantendo o pulso na linha da guarda interior; isto
irá levar a lâmina dele à posição da qual ele
destacou. – Observe que este circulo começou por
baixar a sua ponta da esquerda para a direita.

Na guarda exterior: - O seu oponente


destaca para estocar quarta; siga a lâmina dele com
um pequeno circulo começado por baixar a ponta
da direita para a esquerda, mantendo o pulso na
guarda exterior:
[82]

isto também traz a lâmina dele para posição da


qual ele destacou.

Muito importante ter em mente que o


movimento feito pelo pulso e o circulo descrito
pela sua ponta não deverá ser maior do que o
suficiente para que lhe permita preservar ou
retomar o sentido da arma do seu antagonista; por
este motivo, quando pretender usar estas paradas
contra uma estocada, deverá engatar com a ponta
dirigida para a parte superior do peito do seu
antagonista.

PARADA CIRCULAR.

I
STO é formado por descrever um circulo
com cerca de noventa centímetros de
diâmetro com a sua ponta, mantendo o pulso
à altura do ombro, quer numa linha de guarda
interior ou exterior, com o peso sobre a perna
esquerda, e mantendo a cabeça para trás. Esta
parada é de extrema utilidade para recuperar o
sentido da lâmina do adversário, em especial
quando num confronto no escuro, e será útil
contra uma pessoa que se esforce a embaraçá-lo
com uma multiplicidade de fintas.
[83]
___________________________

Poderá ser necessário notar que aqueles


cortes que se desviam dos princípios deste sistema
se tornam excepções á regra, e assim requerem
particular atenção.

Desta descrição estão todos os cortes em


que abandonamos aquele principio geral de
segurança de cortar contra a lâmina do antagonista de
forma a prevenir um contra-ataque ou uma estocada
em tempo. Sob isto poderão estar classificados os
três seguintes cortes, nos quais a segurança deverá
ser obtida por primeiro atirar a lâmina do
adversário para fora de linha.

___________________________

Corte V. sob a Espada.

S
E na guarda interior o seu antagonista
baixar a ponta e apresentar o seu braço e
lâmina numa linha quase horizontal, de
forma a que consiga cruzar o fraco dele com o seu
forte por cerca de 20 centímetros, baixe a sua
lâmina astutamente cruzando a dele, e enganche a
espada dele para a direita sob a sua lâmina, depois
rode o seu pulso
[84]

e corte V. debaixo da lâmina dele e recupere para


uma guarda exterior.

(De forma a poder executar este corte com


segurança e vigor, será necessário praticar
frequentemente sozinho com a espada, baixando
a ponta da guarda interior para segunda guarda
pendente, depois rodando as unhas para cima
corte V. e recupere para guarda exterior.)

Se o seu antagonista estiver a par da sua


intenção, ele provavelmente irá retirar a lâmina
ou destacar sob o seu pulso: em que nesse caso
deverá saltar para trás numa guarda pendente no
instante em que perca o seu sentido, apresentando
a ponta as costelas dele, ou procure a espada dele
pela parada circular.

A parada a este corte é formada por erguer


a ponta e baixando a guarda baixa para uma
guarda interior, após sentir a ponta ser carregada
para fora de linha, neste caso a pessoa que tentar
o corte deverá também recuperar para uma
guarda interior.

___________________________
[85]

Corte VI. sob a Espada.

Q
UANDO estiver na guarda exterior e o
seu antagonista apresentar a ponta dele
baixa, como antes descrito, baixe a sua
lâmina astutamente cruzando a dele como se para
fazer corte III. enganche a lâmina dele para a
esquerda, e depois desistindo dela, rode o pulso e
corte VI. sob a espada dele pelo corpo,
recuperando para a guarda interior ou para uma
guarda pendente.

A menos que isto seja bem executado é


algo perigoso, especialmente se o seu antagonista
suspeitar da sua intenção, e retire a lâmina dele ou
destaque; fazendo ele isso, poderá saltar para trás
na guarda semicircular no instante em que perca
o sentido dela; ou retome a espada dele pela
parada circular.

Isto, assim como o corte precedente, irão


requerer prática a solo com uma espada, primeiro
baixando a ponta como na guarda semicircular, e
depois fazendo corte VI. e recuperando para uma
guarda interior ou uma guarda pendente.
[86]

A parada ao corte VI. dado assim sob a


espada, deverá ser feita por subir a sua ponta e
baixar a guarda para baixo para uma guarda
exterior, no instante em que estiver fora de linha.
Quando o corte for assim parado, a pessoa que o
tentar deverá também tomar uma guarda exterior.

___________________________

Embora não se deva supor que num ataque


a um primeiro antagonista hábil seja provável
apresentar a lâmina dele e o braço na direção
horizontal descrita nas duas lições precedentes; no
entanto o método aqui recomendado ir-se-á
provar útil, pois a prática para a melhoria, de
forma a obter a celeridade em responder um corte
depois de parada uma estocada quer pela parada
semicircular ou pela segunda guarda pendente.

___________________________
[87]

Corte V. sobre e dentro da Espada.

S
E a qualquer momento na guarda exterior o
seu antagonista tiver o seu pulso demasiado
baixo, transporte a lâmina dele um pouco
para fora de linha, e rodando o falso da sua lâmina
para o falso da dele, corte V. sobre a espada dele
pelo pescoço, recuando ao cortar. *

Isto deverá ser parado por erguer a mão


rapidamente o suficiente para uma prima guarda
pendente.

Tendo o seu antagonista parado o seu


corte por meio de uma guarda pendente, o seu
fraco irá ficar oposto ao forte dele: a menos que o
retire muito rapidamente, ele poderá girar a sua
lâmina para fora, e fazer um corte V. à sua cara,
ou estocar-lhe em quarta sobre o braço: se ele
tentar qualquer uma, pare por meio da guarda
pendente, e responda com uma estocada em
segunda ao ele recuperar.

* Um corte semelhante a este poderá ser por vezes efetuado


contra uma guarda interior, mas sendo essa a guarda mais
forte que se poderá ter, não será tão bem sucedido.
[88]

O CORTE à PERNA AVANÇADA ou COXA.

E
STE corte raramente poderá ser feito sem
risco considerável para a pessoa que o
tentar contra um espadachim, pois terá
sempre um grau de inclinação do corpo, e a cabeça
estando assim mais para diante, torna-se exposta,
mesmo quando a perna ou a coxa à qual o ataque
é dirigido seja retirada para fora de distancia.

Nunca se deverá tentar sem previamente


se ter desviado a lâmina do seu antagonista por
uma finta à parte superior da posição dele: e
poderá proporcionar variedade de jogadas a
cavalheiros em assaltos amigáveis para
divertimento mútuo, e irá ser necessário de forma
a obter a parada contra. O corte à perna é
geralmente precedido por uma finta à cabeça; mas
esta finta trás o antagonista para uma guarda de S.
Jorge, na qual quase todos retiram a perna, nesse
caso terá de avançar consideravelmente para
efetuar o corte.
[89]

Na prancha XII. O assaltante


supostamente terá feito uma finta ao interior do
seu antagonista, que terá parado à finta, e
novamente regressado à guarda exterior, mas
negligenciou a retirara da perna.

Este corte será sempre extremamente


perigoso com a espada em confronto real, a menos
que o antagonista avance o seu pé direito por estar
numa guarda tão larga. Caso contrário, ao atacar
a perna dele, a sua cabeça e o braço da espada
deverão ficar expostos mesmo a alguém
completamente ignorante da ciência; e a atenção
dele não estando ocupada pela tentativa de
defender, o ataque dele á cabeça provavelmente
ir-se-ia provar fatal, mesmo tendo ele recebido
um corte à perna no mesmo instante.

Deverei, no entanto, comentar que ao


tentar isto poder-se-á obter um grau considerável
de segurança por elevar a mão, como na guarda
pendente, quando cortando ao exterior da perna,
e afundando bem o corpo para trás da proteção da
guarda; e, quando cortando ao interior rodando o
pulso em posição da guarda de spadroon. Mas
para efetuar isto requer-se um grande grau de
prática e agilidade.
[90]

Tendo mencionado os perigos aos quais


esta tentativa é passível, irei agora descrever o
método mais seguro de executar de acordo com a
opinião de um apto escritor desta ciência, sem
medo de ser adoptado bruscamente e em
confronto real.

“O primeiro método é parar um corte


interior, e em vez de responder com um exterior,
avance um pouco, afundando o seu corpo no
mesmo instante em que transfere todo o seu peso
da perna esquerda para a direita, traga a ponta sob
a lâmina do adversário, e corte rapidamente à
canela da perna dele, salte para trás como se fosse
um afundo e cubra-se sob uma guarda de S. Jorge
ou guarda pendente. Este ataque nunca deverá ser
usado contra uma questão de tempo, pois se ele
deslizar a perna direita em vez de parar, ele poderá
cortar-lhe quer na cabeça quer no braço.

“A segunda maneira de ir abaixo à perna é


de longe a maneira mais segura das duas, e é feita
por afundar o corpo muito para baixo a meia
espada sob uma guarda de S. Jorge, faça a finta à
perna, recupere a uma S. Jorge, finte novamente
à perna, depois pare por completo
[91]

com uma guarda de S. Jorge e vá rapidamente à


perna, e salte para trás como antes.”

Uma reflexão trivial sobre as aberturas


proporcionadas para a ponta ou gume do seu
adversário, por esta manobra, que o autor estiliza
de segura, irá certamente prevenir que seja tão
abruptamente adoptada.

Parada contra os Cortes à perna ou á Coxa

Se estiver numa guarda interior ou exterior.


No instante em que o seu antagonista baixe o
pulso dele para fazer o corte, deslize o pé direito
para trás para o calcanhar esquerdo, e encontre o
interior do braço da espada dele com um corte I,
III, ou V, se ele cortar ao interior da sua perna ou
coxa. Faça corte II, IV, ou VI, se ele atacar ao
exterior. (Ver Prancha XIII.)

Tendo alguma razão para suspeitar que a


oferta feita à perna seja apenas uma finta,
apresente a sua ponta oposta à face do seu
antagonista, levando o braço da espada um pouco
quer para guarda interior ou para guarda exterior,
(de acordo com o lado que o adversário procure
ameaçar) retirando a perna. A intenção dele
poderá
[92]

geralmente ser descoberta pela inclinação da


cabeça e do corpo para a frente se ele pretender
cortar; e mantendo-os quando fazendo apenas
uma finta.

Algumas pessoas quando suspeitam que a


oferta à perna é somente uma finta, apresentam a
ponta à face do antagonista, e estendem o braço da
espada, de forma a prevenir que ele avance
demasiado perto, de forma a que não se consiga
evitar apenas pelo deslizar da perna. Este método
deverá, porém, ser usado com cautela contra um
espadachim; pois quando apresenta o braço e a
lâmina horizontais, se o seu antagonista atacar
com o forte dele astutamente contra o seu fraco,
poderá bater a sua lâmina para cima e atacar com
uma estocada baixa.

Se estiver numa guarda pendente, e o seu


antagonista tiver avançado demasiado próximo
que não se consiga evitar com o deslize da perna,
baixe a sua ponta de forma a encontrar o gume
dele com o seu, retire a perna da maneira acima
descrita, e assim que tiver parado, faça corte I. ou
II.

___________________________
[93]

SAUDAÇÃO de BROADSWORD
_____________

O
S modos de saudar são vários em
diferentes academias, de acordo com o
gosto dos seus professores: - o seguinte é
ensinado pelo Sr. Taylor.

Desembainhar espadas – Guarda interior –


Tire o seu chapéu com a mão esquerda, posicione
a sua espada numa guarda interior muito alta;
rode a sua face e a lâmina para a esquerda e depois
para a direita-Baixe a sua ponta e suba a sua
guarda para guarda interior meia-pendente, ao
mesmo tempo colocando o seu chapéu – Suba a
sua ponta com um circulo para a esquerda, e passe
a mão direita pelo peito de forma a colocar a
guarda da sua espada na mão esquerda, o pomo
entre os dois dedos médios – Estenda a mão
esquerda para trás, o falso da lâmina caindo sobre
o ombro esquerdo, e avance o pé direito,
apresentando a mão direita ao seu antagonista –
apertem as mãos – Recupere, e pegue no punho
da sua espada com a mão direita, e vá para guarda
exterior.

___________________________
[94]

AS DEZ LIÇÕES
ENSINADAS PELO

SR. JOHN TAYLOR


Falecido Mestre de Broad Sword dos Voluntários de
Cavalaria Ligeira de Londres e Westminster
_____________

Lição I.

Corte à minha cabeça – Guarde a sua.


Corte exterior à minha perna – Guarde a sua
cabeça.

II.

Corte à minha cabeça – Guarde a sua.


Finta à minha perna – Guarde a sua cabeça.
Corte à minha perna – Guarde a sua cabeça.

III.

Corte à minha cabeça – Guarde a sua.


Finte à minha perna – Guarde a sua cabeça.
Corte à minha perna – Guarde a sua cabeça.
Corte às minhas costelas.
[95]

IV.

Corte à minha cabeça – Guarde a sua.


Corte à minha perna – Recue a sua.
Corte à minha cabeça – Guarde a sua.

V.

Esteja em guarda exterior; baixe a ponta para a


direita, rode o interior do seu pulso para cima –
Pare o meu corte à sua face com uma guarda
interior alta.
Corte exterior à minha coxa – Guarde a sua
cabeça.
Corte à minha cabeça – Guarde a sua.

VI.

Esteja em guarda interior – Finta à minha face, e


corte III. ao meu pulso.
Pare a estocada em quarta com a guarda interior.
Corte à minha cabeça – Guarde a sua.
Corte à minha cabeça.
[96]

VII.

Corte à minha cabeça – Guarde a sua.


Corte exterior ao meu braço – Guarde a sua
cabeça.
Corte à minha cabeça – Guarde o exterior do seu
braço.
Corte à minha cabeça – Guarde a sua.
Corte à minha costelas – Guarde a sua cabeça.
Corte à minha cabeça – Guarde as suas costelas.

VIII.

Esteja em guarda exterior –


Finte interior à minha face, e corte ao meu braço
exterior – Guarde a sua cabeça.

IX.

Esteja em guarda exterior –


Finte interior, e corte o meu braço exterior –
Guarde a sua cabeça.
Corte III. ao meu pulso – e pare quarta com
guarda interior.
[97]

Corte à minha cabeça – Guarde a sua.


Estoque em segunda – Guarde a sua cabeça.
Estoque em segunda novamente – Guarde a sua
cabeça.
Corte à minha cabeça.

X.

Corte à minha cabeça – Guarde a sua face.


Corte exterior ao meu braço – Guarde a sua
barriga.
Corte à minha face – Guarde a sua cabeça.
Corte ao meu peito – Guarde o exterior do seu
braço.
Corte à minha barriga – Guarde o seu peito.

___________________________
[98]

A seguinte Lição é destinada à PRÁTICA COM A


ESPADA, sob o Princípio em que Exercício ao Alvo
foi recomendado na PARTE I. deste Trabalho, e poderá
ser executado em Linha, cuidado deverá ser tomado em
se abrirem as Fileiras o suficiente.

Esquerda, Meia-face
Levar espadas
Guarda
Corte I. à cabeça e recuperar a guarda de S. Jorge.
II. à bochecha direita – Guarda exterior
I. à bochecha esquerda – Guarda interior
VI. ao lado direito – Exterior meia-
pendente
V. à barriga – Interior meia-pendente
VI. ao joelho – Recue – S. Jorge
III. ao pulso – Guarda Semicircular
Guarda – Espadas ao ombro, Frente.

*Será apropriado permitir que mais espaço seja dado entre


cada do que ao início seja absolutamente necessário; porque
os cortes deverão ser feitos num afundo, e os aprendizes são
aptos a mover o pé esquerdo quando avançando para a
frente, ou de mudar a sua posição ao recuperar para a
guarda.
Esta lição é destinada a imprimir na mente a guarda
aplicável a cada corte, em vez de indicar na sucessão em que
os cortes são feitos um a seguir ao outro.
[99]

COMENTÁRIOS SOBRE O SPADROON

S
ENDO o spadroon muito mais leve do que
a broadsword, e fazendo quer corte quer
estoque, é assim a arma bem-adaptada
aqueles cavalheiros que são mestres quer da
smallsword quer da broadsword, e unindo de
acordo com as circunstancias os movimentos
defensivos e ofensivos das duas. Ao estocar, o
spadroon tem a vantagem sobre a broadsword,
pela celeridade com que esse movimento fatal
pode ser executado, mas ao cortar é muito mais
fraca na sua execução.

A posição defensiva principal do spadroon


entre os Franceses, assemelha-se à segunda guarda
pendente, excepto que a lâmina é segurada mais
horizontal, a ponta é dirigida ao corpo do
antagonista cerca de cinco centímetros abaixo da
axila, e o pulso está à altura do ombro, em vez de
tão aldo que se consiga ver o adversário sob a
concha.
[100]

Desta guarda, ao baixar a ponta para o


interior ou exterior da sua posição, como na prima
ou segunda guarda pendente, poderá parar
qualquer corte ou estocada feita abaixo do
pescoço. Cortes à cabeça são parados pela guarda
de S. Jorge, aqueles feitos à bochecha e ao pescoço
por subir a guarda para uma prima ou segunda
guarda pendente, como na broadsword.

Muita prática será necessária para se


habilitar a segurar na espada na posição acima
descrita, sem constrangimento e sem vacilar, e
para a obter firmeza requerida para parar, e um
grau suficiente de celeridade ao cortar ou estocar.

A mão esquerda deverá ser colocada com a


palma fixa no osso da anca esquerda, de forma a
preservar o equilíbrio. O centro de gravidade
deverá ser atirado sobre a perna esquerda, e os pés
colocados como indicados para a broadsword.

Embora a guarda acima em segunda seja


aquela em que a maioria dos proeminentes
mestres Franceses colocam grande dependência, e
a qual principalmente instruem os seus
estudantes; porém as guardas mencionada no
[101]

trabalho precedente para a broadsword, será


igualmente útil, especialmente para aqueles que
não conseguem manter o braço nessa postura
durante um período de tempo suficiente.

Ao adoptar as guardas interiores e


exteriores para parar uma estocada, lembre-se de
baixar a mão um pouco mais para baixo do que
quando opondo um corte ao braço, e mantenha a
sua ponta apresentada à face do oponente.

Os cortes com o spadroon são feitos num


principio semelhante aquele da broadsword,
exceto nos seguintes casos. A espada sendo mais
leve e a lâmina segurada mais horizontal, o
destacar pode ser efetuado com um circulo mais
pequeno descrito pela ponta, e o ataque feito mais
rapidamente.

O método de recuperar dos cortes I. e II.


quando falhar o objetivo ao qual o corte é
dirigido, poderá ser feito mais à frente do que com
a broadsword ou o sabre, em vez de a lâmina
balançar tão ao lado pelo exterior ou pelo interior
da sua posição, como é necessário com essas
armas.
[102]

Para facilitar este método de recuperar, cortes I. e


II. com o spadroon poderá ser feito com uma
direção circular; onde o peso do sabre dificulta a
aplicação do gume a não ser que o corte seja feito
numa linha mais direta.

Um corte ao interior do braço parece ser sem


dúvida peculiar ao spadroon, pois poucos têm
força suficiente no braço para o efetuar com a
broadsword. É assim executado; o seu antagonista
estando em guarda pendente, finte a estocada em
segunda, e se ele tentar parar com o fraco, rode as
suas unhas para cima sem destacar, e ao elevar a
ponta corte o interior do braço da espada. Este
corte, se executado com espírito é geralmente
certo de o incapacitar; e é assegurado, pelo fraco
do antagonista estar ocupado por uma tentativa vã
de transportar o seu forte para fora, que estará
contra o fraco dele pelo seu afundo para a frente
ao elevar a sua ponta. Se ele afundar a mão para
parar com o forte dele, salte para trás com um
corte à parte superior do braço dele, no exterior.

As estocadas mais elegíveis a serem feitas


com o
[103]

spadroon são aquelas já recomendadas, p.69, para


a broadsword. – Aqueles que desejam tornar-se
perfeitos mestres do spadroon deverão contudo
acostumar-se também ao sistema de smallsword
do qual já existem tantos tratados publicados, que
será desnecessário dilatar este trabalho com mais
comentários sobre o assunto. – Aquele publicado
pelo Sr. Angelo, intitulado a Escola da Esgrima, é
de fato tão claro e detalhado, que nunca pode ser
recomendado o suficiente àqueles que desejam
obter a ideia justa desta arte, mas não podem
assistir a aulas regulares de um mestre de esgrima.

Ao retirar de uma força superior, o modo


ensinado pelos Franceses de florear a arma é
estilizado a la debandade, e consiste em brandi-lo
diante da sua posição da direita para a esquerda,
rodando o pulso para cima e para baixo de forma
a liderar com o gume verdadeiro, a ponde
descrevendo a figura ∞, o pulso estando à altura
do ombro. Por este método um antagonista
poderá ser impedido de avançar demasiado rápido
sobre si, pois terá primeiro de parar o movimento
da sua lâmina antes que possa atacar com
segurança, e ao
[104]

passo seguinte recuará novamente libertando


assim a sua espada.

A prática desta figura sozinho com a


espada, irá tornar o pulso mais flexível, e dar-lhe
um controlo adequado sobre a sua arma. Deverá
ser feito por vezes na maneira de um corte I. e II.
combinado; e outras vezes como um corte III. e
IV. só que numa direção mais horizontal.

___________________________
[105]

A P Ê N D I C E.

_______________

Oposição à Smallsword.

NO confronto de uma broadsword contra uma


smallsword, o seu primeiro objetivo deve ser o de
incapacitar o braço da espada do seu antagonista
se possível, mantendo o corpo bem para trás, e
saltando no instante em que ele afunde, longe o
suficiente para retirar o seu corpo da estocada
dele, corte ao braço dele. Tenha cuidado para não
fazer movimentos demasiado amplos ou de atacar
com demasiado esforço; e recupere à sua guarda
com a ponta opondo bem a face dele.

Quando parar uma estocada pela guarda


interior ou exterior, lembre-se de afundar bem a
guarda mais do que quando opondo um corte.

Se o seu antagonista destacar de uma


guarda interior,
[106]

e estoque por baixo do seu pulso, siga a lâmina


dele por baixar a sua ponta para uma exterior
meia-pendente, e tendo parado a estocada para o
exterior da sua posição, rode o seu pulso, e antes
que ele recupere do afundo corte V. sob a lâmina
dele. Se da guarda exterior ele baixar a ponta para
estocar debaixo da guarda, pare com uma
semicircular ou parada prima, e corte VI. debaixo
da lâmina dele.

Devendo o seu antagonista estar


demasiado perto no afundo acima de forma a que
não seja possível varrê-lo e cortar V. e VI. com
força; nesse caso, em vez de atacar, passe o gume
da espada rapidamente pelo corpo dele, recuando
ou atravessando nesse instante.

Observe que depois de para a estocada feita


a si com uma smallsword, a sua principal
vantagem está em responder com um corte sem
afundar para diante, porque o seu antagonista irá
sempre pretender recuperar do afundo dele com
a ponta dirigida ao seu corpo. Isto torna
necessário confinar o seu ataque particularmente
ao braço dele, excepto quando seja capaz de
primeiro bater a espada dele
[107]

para fora da linha; caso contrário se afundar


antecipadamente para efetuar um corte à cabeça
ou ao corpo dele, ir-se-á precipitar sobre a ponta
dele. Se tiver uma oportunidade de atacar no falso
da lâmina dele, ao ele recuperar de um afundo,
poderá provavelmente desarmá-lo.

Oposição ao Spadroon.

Para opor esta arma, deverá primeiro


dominar as paradas contra a estocada (descritas
p.75 a 82,) pois o estoque é o principal objetivo do
spadroon. Devendo a arma do seu antagonista ser
muito mais curta do que a sua, deverá estar
sempre pronto para saltar para trás de qualquer
tentativa de aproximação, caso contrário ele
entrara dentro da sua ponta, e o comprimento da
sua espada ir-se-á provar uma desvantagem
material.

Muitas pessoas usam o spadroon de


maneira muito semelhante àquela já descrita para
a broadsword, contra essas guardas e cuidados
antes mencionados serão suficientes. Irei então
somente observar que confrontando com esses,
depende muito da guarda em segunda, será melhor
[108]

engatar com a mão na posição de guarda interior,


o forte da sua lâmina cruzando por cima do fraco
do seu antagonista, e a sua ponta cerca de vinte
centímetros para a direita da sua linha de defesa,
ameaçando o interior da posição dele* Ao mesmo
tempo baixe os seus joelhos, mantendo o corpo
bem posicionado, e a sua mão esquerda na anca,
mas não repouse demasiado peso no seu pé
direito, ou não será capaz de o retirar, ou de saltar,
quando necessário.

Se o seu antagonista procurar estocar sob a


sua guarda, pare por afundar a sua mão para uma
guarda exterior. Se ele destacar sob a sua guarda,
a sua mão já estará em guarda interior, e apenas
terá de erguer a sua ponta para a esquerda. Se ele
destacar sobre a ponta, ele terá de expor o interior
da sua posição assim como o interior do braço da
espada.

* Caso contrário a sua ponta estaria oposta à guarda do seu


adversário, e ambas a espadas em linhas paralelas, pelas
quais iria perder o seu principio de defesa, que deverá
sempre depender em grande parte do cruzamento que a sua
arma forma com a do seu antagonista.
[109]

Ao atacar o spadroon quando segurado em


segunda, o corte mais fácil de efetuar será no
exterior do braço da espada, primeiro fazendo
uma finta ligeira à cabeça ou ao interior da face,
mas tenha o cuidado de não fazer movimentos
amplos.

Outro corte poderá ser efetuado por atacar


o fraco da lâmina bruscamente com o seu forte, e
batendo-o para baixo e para o exterior da posição dele,
depois rode o pulso e corte VI. às costelas dele,
recuperando para guarda interior.

O modo de começar com um corte e


acabando com estocada (p.73, 74,) será útil contra
esta guarda do spadroon. Se o seu antagonista
segurar com o polegar na parte posterior do
punho, quando nesta guarda de segunda, poderá
desarmá-lo por fazer corte III. ao fraco da lâmina
dele. Ao executar isto mantenha-se longe da
distância de um afundo.

Não será prudente tentar bater o spadroon


para fora da sua posição, porque o seu antagonista
pode facilmente deslizá-lo da sua batida e estocar
ao seu interior; nem eu recomendaria
[110]

que a broadsword na guarda pendente opor-se ao


spadroon, exceto meramente para parar um corte,
a menos que tenha considerável prática, e esteja
muito acostumado a essa guarda; pois o spadroon
é muito leve e rápido nos seus movimentos, que
por repetidas fintas o seu braço ir-se-á cansar, e o
seu antagonista depressa ganhará vantagem de
não ser capaz de responder aos movimentos dele
com celeridade suficiente. *

* A guarda pendente, com uma espada longa e pesada, não


lhe fornecerá grande proteção real contra a ponta de
determinado adversário, pois poderá, à primeira vista da
posição poderá parecer. Esta vantagem surge da facilidade
com que ele poderá atacar o seu fraco com o forte dele e
batê-lo para fora da linha de defesa, por onde ele ganha uma
abertura para estocar em quarta, ou quarta baixa. Para
evitar este ataque, poderá elevar a sua ponta com um
movimento circular sobre a lâmina dele no instante em que
ele ataque ao seu fraco; e tendo assim deslizado do ataque
dele, responda com uma estocada em segunda, ou um corte
ao exterior dele; devendo a sua lâmina ser muito pesada para
efetuar isto, salte para trás. Se estiver a par da intenção dele
tempo o suficiente, o melhor método de resistir ao ataque
dele será de baixar a ponta e inclinar a sua mão para uma
prima guarda pendente, encontrando o ataque dele com o
seu gume. Ao executar isto não faça o movimento
demasiado amplo, nem dobre o braço desnecessariamente,
não vá o seu antagonista efetuar um corte ao exterior do
braço.
[111]

Oposição ao Mosquete e Baioneta.

Geralmente, será melhor parar a baioneta


para o exterior por baixar a lâmina pelo cano do
mosquete, como na guarda exterior meia-
pendente, o falso do forte perto detrás do cotovelo
da baioneta. O desvio assim obtido irá assisti-lo ao
passar para a frente o pé esquerdo para tomar o
cano com a mão esquerda, uma vez efetuado,
coloca a vida do adversário em seu poder.

Se parar com a guarda interior pendente, o


forte da sua espada deverá estar dirigido ao oco do
cotovelo da baioneta do seu antagonista, e deverá
passar obliquamente para a direita com o pé
direito, avançando com a mão direita sob o arco
formado pelo seu braço direito para tomar a arma
do antagonista.

Neste método deverá ser observado que


embora a sua parada possa não ter peso suficiente
para bater a baioneta para longe da linha de
defesa, contudo por
[112]

passar com o seu pé direito ou esquerdo, de


acordo com a parada que use, muda a linha de
defesa, enquanto a lâmina previne o antagonista
de retirar a arma dele, ou de seguir o seu
movimento com a ponta dele.

Outro método pelo qual a estocada de uma


baioneta poderá ser parada, é por opor o forte da
baioneta com o da sua espada numa guarda
interior, e batendo a baioneta para a esquerda da
linha de defesa, tome-a com a sua mão esquerda.
Mas ao executar isto, a menos que seja muito
rápido, o seu adversário poderá enganá-lo por
destacar sob a guarda da sua espada.

Confronto com Bastões.

Como poderá ocorrer que um cavalheiro


seja compelido a defender-se com uma bengala
comum, contra um rufião que se presuma na sua
perícia no jogo de bastão, as seguintes sugestões
poderão provar-se uteis, ao apontar tais desvios do
sistema geral da broadsword que serão requeridos
e deverão ser sabidos nesse caso.
[113]

Num confronto com bastões, se parar com


uma guarda interior ou exterior, deverá encontrar
o golpe do seu antagonista com o seu forte, um
pouco mais para a esquerda ou para a direita da
linha de defesa do que com uma espada, de acordo
com o lado que esteja a proteger. Por estes meios
o recuo dos bastões irá prevenir que o golpe
deslize para baixo em direção aos seus nós dos
dedos, e em proporção pois pode para o golpe do
seu antagonista bem para fora da linha de defesa,
obterá uma grande abertura por onde poderá
responder.

Contudo a guarda pendente é a mais


comum e também mais segura, pois fornece mais
proteção à cabeça e à face, aos quais os golpes de
bastão são geralmente dirigidos. A única diferença
em segurar esta guarda com um bastão em vez de
espada consiste em dirigir a ponta cerca de quinze
centímetros para o exterior da anca direita do seu
antagonista, em vez de oposta ao lado dele;
porque a ponta de um bastão se segurada estática
como a ponta de uma espada, não irá prevenir o
avanço dele; mas pelo contrário, poderá ser
tomado pela mão esquerda dele.

Entre os jogadores de bastão os golpes


[114]

desta posição são efetuados por uma rotação do


pulso diferente daquela usada na broadsword, os
nós dos dedos grandes (em vez de os do meio)
sendo dirigidos para o objetivo ao qual o golpe é
descarregado, e rodados para cima no instante de
o fazer. Se o oponente saltar para trás de um golpe
feito nesta maneira, a consequência geral para o
agressor, é de magoar o pulso, ou a perda do
bastão. Outra desvantagem material neste modo
de atacar é, que a menos que engate muito
próximo não poderão atingir o antagonista.

Quando confrontando com uma pessoa


que procure avançar para este propósito, receba
os golpes na sua guarda pendente, e responda com
uma estocada sob o braço quer à face, lado direito,
ou barriga, agarrando o bastão firmemente de
forma a que a sua estocada possa ter força
suficiente; recupere rapidamente a uma guarda
pendente.

Se estiver em guarda com o bastão antes do


seu antagonista executar o ataque, será impossível
evitar apresentar os nós dos dedos como objetivo
ao
[115]

corte dele sem alguma mudança de posição, e


quanto mais corretamente estiver em guarda (isto
é, quanto menos aberturas deixar à cabeça ou ao
corpo) o mais provável será de ele escolher a sua
mão como a parte a dirigir o golpe. Para evitar
dar-lhe esta oportunidade, deverá mudar
repetidamente de guarda interior pendente para
guarda exterior pendente, amealhando a face dele
com a ponta em cada movimento, o que lhe irá
ocupar a atenção e prevenir que faça tal escolha:
ou se não escolher ser o agressor, mas sim preferir
que o seu antagonista faça o primeiro ataque,
adopte o seguinte:

Esteja numa guarda exterior ampla, o seu


pé direito avançado mais do que o habitual; isto
apresenta uma abertura à sua cabeça e ao interior;
no instante em que ele se mexa para tomar
vantagem, feche a abertura por baixar a sua ponta
e elevando a mão para uma guarda interior
pendente, ao mesmo tempo retirando o pé direito;
o que irá com toda a probabilidade tirá-lo da
distancia que o golpe dele cairá para o chão, ou
balançar o braço dele de tal forma que o irá deixar
exposto a uma resposta.
[116]

Observe, que a guarda pendente para o


propósito acima não deverá ser tomada por elevar
a ponta primeiro com um varrer e depois baixá-la;
mas por instantaneamente baixar a ponta, e elevando
a mão para a esquerda, e irá requerer prática para
executar isto com força e celeridade.

Jogadores de bastão raramente prestam


atenção a proteger o exterior do braço direito ou
as costelas. Não será tão seguro atacar ao seu
exterior, excepto quando respondendo a um golpe
que tenha sido parado. Se começar um ataque a
essa parte, muito provavelmente irá receber um
corte à face nesse mesmo instante. Sendo assim o
melhor método é receber e responder alguns
golpes na guarda pendente, e alternadamente
conjugar o seu jogo com cortes ao pulso e ao
cotovelo, e estocadas, mantendo-os assim a maior
distância do que estão acostumados; e se poder
este modo de ataque conseguir induzi-los a
defender as costelas, finte ao exterior e atire à
cabeça.

Muito poucos jogadores de bastão se


acostumam a afundar ao mesmo tempo que
atacam, assim se conseguir
[117]

mantê-los à distância adequada, ficará fora do


alcance deles enquanto eles estarão dentro seu.

Devendo o seu antagonista ser bem-


sucedido em se aproximar rapidamente de si, não
opondo todas as suas tentativas de o manter a uma
distancia adequada, poderá facilmente desarmá-lo
no instante em que ele se aproxima.

Se ele avançar em guarda pendente,


oponha-o com a mesma guarda; baixe o seu corpo
e subidamente dobre os seus joelhos, e passe a sua
mão esquerda sob o seu pulso direito, tome o
bastão dele, avance com o pé e o joelho atrás do
direito dele, e atire o seu pomo do seu bastão na
face dele, atingindo-o no pé direito no mesmo
instante.

Ou ao seu oponente avançar, poderá


impelir o seu braço esquerdo para o angulo
superior formado pelo cruzamento das suas
armas, dobre o braço em torno do dele, por passar
a mão sob o pulso e sobre o braço, e puxe-o para
baixo. Use o pomo e o pé direito como anterior.

Se ele avançar em guarda exterior, tome o


[118]

bastão dele com a sua mão esquerda, e puxe-o para


baixo sobre o seu, ao mesmo tempo baixe a sua
ponte e suba a sua arma forçosamente para a
posição de segunda guarda pendente.

Existem outros métodos de desarmar por


avançar a mão e o pé esquerdos, mas estas são mais
fáceis e mais prontamente executadas, pois
requerem apenas alguma reflexão prévia sobre a
posição, para habilitar uma pessoa a adoptá-las
quando surja ocasião.

F I N I S.

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