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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS

PLANO DE SESSÃO DATA: Conforme QTQ


OM: AMAN
Nr: ____ HORA: Conforme QTQ
CURSO: Básico TURMA: B-01 à B-12

ANO: 1º Ano GRUPAMENTO: SU


DISCIPLINA: Técnicas Militares IV

ASSUNTO: 10 – Nós e amarrações / Transposição de obstáculos

PADRÃO DE DESEMPENHO:
- Realizar a confecção dos nós e amarrações, conforme nota de aula da SIEsp, para aplicar as técnicas de
transposição de obstáculos e segurança pessoal durante as operações militares.

LOCAL : Anfiteatro Cap Cominotti e Galpão do Curso de Intendência.

PROCESSO(S) DE ENSINO: Palestra, demonstração e exercício individual.

MEIOS AUXILIARES: Quadro mural, projetor e material de escalada (previsto SIEsp Montanha).

INSTRUTOR: MONITOR(ES): AUXILIAR(ES):


1º Ten Everton Cad em apoio 02 Soldados

MEDIDAS ADMINISTRATIVAS: limpeza da área, condução do material e montagem do dispositivo.

FONTES DE CONSULTA: Apostila do Escalador Militar - SIEsp

ASSINATURA: VISTO: VISTO:

_________________________ __________________________ ________________________


1º Ten Everton – Instrutor 1º Ten Lucena - S3 TC Giuvenduto - Cmt C Bas
TEMPO DISTRIBUIÇÃO DO ASSUNTO MAI E OBS

1. INTRODUÇÃO

Veremos, agora, dentro da disciplina Técnicas Militares IV, a UC Planejar e


conduzir o emprego tático da fração, EC Utilizar o Terreno nas operações militares,
assunto 10. Nós e Amarrações / Transposição de obstáculos. Palestra
Os conteúdos a serem abordados serão os seguintes:
a. classificação e a nomenclatura dos nós;
b. tipos de nós nas diferentes situações;
d. nomenclatura dos nós e amarrações.

Para isto, seguiremos o seguinte Sumário:


I - INTRODUÇÃO;
II – DESENVOLVIMENTO;
a. Nomenclatura empregada na confecção de nós e amarrações;
b. Classificação, nomenclatura e emprego dos nós;
c. Confecção e soltura;
d. Confecção da atadura de peito e do assento americano.
III - CONCLUSÃO, ocasião em que vocês irão praticar e retirar dúvidas
remanescentes. Será aplicada uma Avaliação de Nós e Amarrações.

2. DESENVOLVIMENTO

a) Como a Instrução será conduzida:


1)Inicialmente, o instrutor receberá o grupamento na Região entre arenas do
10 min Curso Básico;
2)Após a apresentação do Xerife, os Cad entrarão no anfiteatro Cap Cominotti
e será verificado se todos conduziram o material previsto;
10 min 3)Será feita a apresentação da equipe de instrução e iniciada a apresentação dos
slides da instrução.
4)Para cada nó ensinado na instrução será explicado quanto tempo é dado para
confecção e destinado um tempo para praticá-lo; Palestra,
70 min 5) Após a instrução no Anfiteatro e treinamento individual, serão dados demonstração
10 min para dividir a Cia em 02 grupamentos: e exercício
a) O primeiro grupamento seguirá para a região do galpão da Intendência individual
10 min para Rlz um simulado da prova da Siesp e;
b) O segundo grupamento irá aguardar o simulado do primeiro grupamento
60 min na arena Norte do C Bas treinando nós a Comando dos Cad de apoio;
6) Encerrando a avaliação, serão retiradas as dúvidas e os Cad que não
60 min conseguiram atingir os 50% de aproveitamento na instrução, ficarão mais 10 min
treinando nós diversos na Retificação da aprendizagem;
20 min 7)Após Retap, será realizada a conclusão e a liberação da SU.

b) Instrução teórica no Anfiteatro:


1) Nomenclatura empregada na confecção
- A padronização do uso de termos técnicos tem por finalidade facilitar a
comunicação e a execução correta dos procedimentos, realizando atividades
coerentes e seguras.

ALÇA: volta ou curva em forma de U.


ANEL: volta em que as partes de uma corda se cruzam.
ACOCHAR: ajustar ou apertar um nó.
COCAS: voltas ocasionais que aparecem nas cordas devido ao uso.
BATER A CORDA: desencocar a corda e retirar as impurezas.
CABO: corda.
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CHICOTE: é a extremidade livre da corda.
COÇAR: gastar a corda pelo atrito contra a superfície áspera.
FALCAÇA: união dos cordões dos chicotes por meio de um fio ou a queima das
pontas, para que estes não desfiem ou desmanchem.
FIRME: parte que fica entre o chicote e a extremidade fixa da corda.
MORDER: prender uma corda por pressão, seja com parte dela mesma, outra corda
ou qualquer superfície rígida.
PERMEAR: dobrar a corda ao meio.
RETINIDA: é a corda fina utilizada para trabalhos auxiliares.
SAFAR A CORDA: liberar a corda.

2) Considerações sobre a confecção dos nós


a) Na confecção de um nó deve-se ter o cuidado de evitar trançar ou torcer as
voltas da corda, para não deformar sua aparência ou “fotografia”. Um nó mal
confeccionado poderá afrouxar e desatar quando não estivar sendo exigido e, quando
estiver com as voltas superpostas, será mais difícil desatar após tensionado.
b) Todo nó deve ser bem acochado e arrematado com um nó de pescador
simples ou, preferencialmente, um nó de pescador duplo. Este arremate visa a
aumentar a segurança do nó.
c) O arremate deve ser confeccionado bem junto do nó. Caso ainda sobre
extremidade livre da corda após a confecção do arremate, esta deve ser atada ao
firme para não pender livremente.
d) Os seguintes nós não devem ser arrematados: simples, alemão, frade, fita e Palestra,
meio porco. demonstração
e exercício
Nó Alças Lais de guia/de porco De escota direito/simples
individual
Perda 10% 40% 45% 55%

e) Além das características já citadas, os nós devem:


- ser de fácil confecção;
- ser de fácil soltura e;
- proporcionar a devida segurança.

3) Classificação, nomenclatura e emprego.


- Os nós são classificados em:
a) Nós na extremidade de um cabo
b) Nós de junção ou emenda
c) Nós alceados
d) Nós de arremate
e) Nós de amarração
f) Nós auto-bloqueante
g) Nós de segurança
h) Assento e Atadura de peito

a) Nós na extremidade de um cabo

(1) Nó simples – é o mais simples de todos os nós. Pode ser usado para evitar que a
extremidade de um cabo se destorça, como falcaça provisória, para evitar que a
corda corra dentro de um olhal e na construção de estribos onde os degraus irão
assentar. Pode ser utilizado nas cordas finas, molhadas ou escorregadias para dar
mais firmeza na empunhadura, através do apoio oferecido pela saliência do nó.
(2) Nó alemão ou nó em “8” – usa-se o nó alemão quando se quer fazer na
extremidade de um cabo um nó maior que o nó simples, com os mesmos fins.
(3) Nó de frade – usa-se o nó de frade quando se quer fazer na extremidade de um
cabo um nó, maior que o nó simples ou o alemão, para evitar que este escape de
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uma amarração, anel de outro cabo ou olhal e na construção de estribos, onde os
degraus irão ser assentados. Pode ser utilizado nas cordas finas, molhadas ou
escorregadias para dar mais firmeza e empunhadura através do apoio oferecido pela
saliência do nó. É o mais utilizado na confecção de cordas fradeadas. Em situações
de grande necessidade, este nó pode ser usado como entalador nas fendas das
rochas.

b) Nós de junção ou emenda

(1) Nó direito – usa-se o nó direito para emendar dois cabos do mesmo diâmetro.
Deve ser sempre arrematado, caso contrário torna-se pouco seguro, pois se
afrouxa caso não seja tracionado, podendo desatar, particularmente se as cordas
são novas ou de grande diâmetro.
(2) Nó de escota ou nó de escota simples – o nó de escota tem a mesma
finalidade do nó direito, com a vantagem de servir para unir dois cabos de
diâmetros diferentes, cabos que estão molhados e escorregadios e para prender um
cabo a um laço. Assim como o nó direito, deve ser sempre arrematado, pois se
afrouxa caso não seja tracionado, podendo desatar.
(3) Nó de escota duplo – o nó de escota duplo é mais seguro do que o nó de
escota simples, pois o cabo de menor diâmetro envolve duas vezes a alça do cabo
de maior diâmetro ou escorregadio, sendo mais difícil que se desate
acidentalmente. Da mesma forma que o nó de escota simples, deve ser sempre
arrematado.
(4) Nó de fita ou nó duplo – o nó de fita é utilizado para unir dois cabos de
mesmo diâmetro. É mais seguro que o direito e o escota. Presta-se particularmente Palestra,
para unir extremidades de fitas de escalada, não sendo necessário o seu arremate. demonstração
(5) Nó de pescador ou nó de pescador simples – o nó de pescador serve para e exercício
unir cabos de diâmetros iguais ou diferentes, quando aplicamos um nó simples em individual
cada chicote que se quer emendar, envolvendo a extremidade do outro. É mais
seguro que os já citados, pois não se afrouxa quando não é tracionado, não
necessitando ser arrematado e sendo de mais fácil soltura. Por isso é empregado
para arrematar os outros nós.
(6) Nó de pescador duplo – o nó de pescador duplo tem a mesma finalidade e
características do nó de pescador simples, sendo mais seguro, inclusive para
arrematar os outros nós.

c) Nós alceados
(1) Nó de aselha simples – é uma alça confeccionada com um nó simples. Serve
para unir o cabo aos diversos tipos de assentos de escalada ou para fazer
ancoragens, ambos através do mosquetão. Também é empregado na confecção de
estribos improvisados e no tracionamento de cabos. Quando sofre muita tensão,
fica difícil de desatar. Poderá ser confeccionado pela forma induzida (com apenas
uma extremidade do cabo livre) e sempre deverá ser arrematado.
(2) Nó de aselha dupla – com a mesma finalidade e características do nó de
aselha simples, é de confecção um pouco mais difícil, porém é mais seguro, pois
possui duas alças para serem utilizadas nas ancoragens. Deverá ser sempre
arrematado.
(3) Nó de aselha em oito – é uma alça confeccionada com o nó em oito ou nó
alemão. Tem a mesma finalidade da aselha simples, com a vantagem de desatar
mais facilmente. Quando se destinar a sofrer grandes trações, deve-se dar duas ou
três voltas com a alça da corda antes de introduzi-la no anel. Também poderá ser
feito pela forma induzida e deverá ser sempre arrematado.
(4) Nó lais de guia – o nó lais de guia serve para fazer uma alça que não se aperta
quando submetida a esforço e é fácil de desatar. É um  nó muito seguro e de
múltiplas finalidades. Pode ser utilizado para segurança individual do escalador,
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fixação de cordas, prover segurança, encordamento, etc. Ao executá-lo, deve-se
tomar cuidado, pois sendo mal confeccionado desmancha-se com facilidade ou se
transforma em um nó de correr. Tem a vantagem de proporcionar rápido ajuste do
tamanho da alça. Deve ser sempre arrematado.
(5) Nó balso pelo seio – o nó balso pelo seio é empregado para ancoragens de
cabo e no transporte de feridos. Devido à sua forma, as alças ficam fixas e iguais
em tamanho, também proporcionando um rápido reajuste do tamanho das alças.
Deve ser sempre arrematado.

d) Nós de arremate
(1) Nó de pescador (simples ou duplo) – utilizado para arrematar outros tipos de
nós.

e) Nós de amarração
(1) Nó boca de lobo – serve para fixar a corda em troncos ou em estropos pelo
mosquetão, devendo ser arrematado. Pode ser confeccionado por dois processos:
- 1º processo – com um chicote.
- 2º processo – com o seio.
(2) Nó de porco – usa-se o nó de porco para prender um cabo a uma viga, cano ou
estaca, galhos, na fixação de um ferido a uma maca e na fixação de uma corda
pelo seio para ser utilizada em uma cordada. Também deve ser arrematado e pode
ser confeccionado por dois processos:
- 1º processo – com o seio.
- 2º processo – com um chicote.
(3) Nó mola – empregado nas ancoragens que necessitam ser rapidamente
equipadas e desequipadas em virtude de ser fácil a sua soltura, mesmo quando
submetido a grandes e fortes tensões. Utiliza-se um nó de porco arrematado no Palestra,
segundo ponto de ancoragem. demonstração
e exercício
f) Nó auto-bloqueante individual

(1) Nó prússico – o nó prússico é um nó empregado para fixar cordas


suplementares a uma outra de maior bitola, para dar tensão em outros cabos, para
segurança, para ascensão em um cabo vertical com uso de estribos. Possui a
peculiaridade de prender e segurar quanto maior for a tração exercida sobre ele.
Uma vez feito o nó estando seguro, faz-se correr no sentido que se deseja e para
mantê-lo firme no lugar, basta largá-lo, tracionando-o com firmeza ou deixar que
o próprio peso do corpo exerça a tensão. Em rapel é uma auto segurança. Deve ser
arrematado e pode ser confeccionado de duas maneiras:
- 1º processo – com um chicote.
- 2º processo – com o seio.

g) Nó de segurança

(1) Nó U.I.A.A. (nó meio porco) – é um nó que leva o nome da União


Internacional das Associações Alpinas. É bastante utilizado na segurança, em
especial na situação em que o assegurador não está em boa posição. O cabo que dá
segurança ao escalador passa por um mosquetão (preso no grampo) com o nó
U.I.A.A. No caso de queda um pequeno esforço será suficiente para que o
assegurador trave a corda, pois o nó “morderá” o cabo mosquetão.

h) Assento e atadura de peito

Os assentos são artifícios de corda confeccionados para descida de rapel e para


dar segurança do escalador durante a escalada
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(1) ASSENTO AMERICANO – É empregado para descida em rapel,


particularmente nos paredões verticais tendendo a negativas. É de confecção
simples, sendo finalizado com um nó direito. Deverá ser bem acochados e
arrematado, caso contrário não será seguro.
(2) ATADURA DE PEITO – A atadura de peito é o artificio de corda Exercício
confeccionado Individual
para aumentar a segurança durante a realização de uma escalada ou de uma
desescalada, dividindo a tensão com o assento americano e evitando que o escalador
fique de cabeça para baixo em caso de queda ou apagamento. A segurança
normalmente é realizada de cima para baixo. Fornece conforto relativo e boa
liberdade de movimentos com ambas as mãos.

Anexo:
– Avaliação de Nós e Amarrações.

3. CONCLUSÃO
Encerramento: Encerrando esta sessão, quero ressaltar que tudo que foi
aprendido é imprescindível para utilizar a técnica certa da transposição de um
obstáculo com o auxilio de cordas. Deixar de seguir a técnica pode resultar em
perigo desnecessário para a segurança do combatente. E este assunto será um dos
fatores decisivos para a conclusão com aproveitamento do Estágio Básico do
Combatente de Montanha – SIEsp.

EVERTON ANTÔNIO RAMOS – 1º Ten


Instrutor

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