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Magda

- "Solução" escudo. Falar de uma maneira mais evasiva e genérica. Deveríamos dizer
algo que vai causar dano às pessoas? Acredita que isso não deveria acontecer. Se há
um risco, qual é?
- O pesquisador acaba se beneficiando disso.
- A fotografia pode ter um papel muito maior do que ilustrar (superação da imagem
como uma mera ilustração). Da forma como está, parece um uso banal de um
instrumento histórico para a Antropologia.
- Existe aqui um problema de representação, e a fotografia cumpre também esse
papel.
- Ressalta também o diagrama de parentesco, que não tem um fim expositivo.
- Aparece uma análise, já na página 13, que é anterior aos dados ("espólio
simbólico").
- Página 14 - ora são "sujeitos", ora são "pessoas", ora são "atores", ora
"indivíduos" - essas coisas não são sinônimos, então a escolha deve ser consciente.
- O termo "barganha" é o termo que tem um ganho. Poderia se colocar na
centralidade da análise, é um potencial que se realiza com a antropologia
econômica.
- Espaço do "purgatório" ainda é possível negociar... o espaço de permanência
possibilita negociação? Ou exige mais? Porque ele exige mais? Onde essas relações
foram parar que se tornam mais exigentes? Existe lugares onde as relações são mais
fixas e outras onde elas são mais flexíveis?
- Cumprir as promessas de outros significa que outros cumprirão suas promessas?
- Essas dívidas são de ordem individual ou coletiva? Existe um caráter individual,
mas é individual aparente... assumem uma forma coletiva.
- O pacto é interdito, mas pq? A gente não entende o que acontece demais, quais as
sanções. (talvez pensar também o caráter coletivo).
- Existe um saber que está além, e a questão é: como a gente acessa esse saber a
partir do nosso saber.
- Existe clase uma análise formal do fenômeno... como se os interlocutores jamais
soubessem explicar dessa maneira, como se existisse uma hierarquia de
conhecimentos. É importante ter cuidado quanto ao "eu sei" e o "eles crêem". Eu
preciso ser mais sutil na escrita de um modo que se pode aderir mais ou menos o que
eles estão dizendo.
- Existe uma separação entre o pesquisador e o pesquisado (talvez pela falta de
campo).
- O trabalho tem um potencial pra ter uma aderência interessante ao que estão me
mostrando.
- Existem contribuições pertinentes para a antropologia econômica.
- A moralidade da "inexistência do pacto" é um pacto com a ideia de pacto. Como
compreender essa lógica pelas próprias pessoas e menos pelo analista.
- Sobre o toque: tem alguma relação do toque físico e a aptidão física do tocar o
instrumento. (pensar a magia simpática, ou voodo, o significado dessa dimensão
material de associação).
- Talvez dissolver os ritos nas práticas. Diluir essa experiência nas outras
relações sensitivas.
- Talvez o capítulo 3 ganhar um argumento já na introdução (a relação entre pacto
e promessa, dívida e barganha).
- Tem vários momentos que eu tento circunscrever "dádiva/mercadoria" e eu devo
pensar se são relações econômicas ou antieconômicas. A relação "dádiva e
mercadoria" não consegue dar conta do fenômeno que estou tratando. Não estando nem
num polo nem num outro, a "barganha" está no (livro do Stephen Hugh-Jones,
"bargain", a barganha some quando "dádiva/mercadoria" se torna o padrão econômico.
"A barganha" é ambígua... os interlocutores lembraram da ambiguidade. A Dívida
também ocupa esse lugar da ambiguidade...
- O capítulo 3 precisa ter um protagonismo e os autores precisam ser melhor
situados.
- Barganha foi obscurecido no debate dádiva/mercadoria. Não é nem dádiva nem
mercadoria... focar nesses conceitos como mais associados para entender o fenômeno,
trás o caráter de originalidade.
- Embora reproduza uma relação econômica, o termo não pode ser dado como um dado.
que econômico é esse? que economia é essa? Esse tipo de troca e barganha não seria
reconhecida como tal pela economia. Existe um léxico antropológico que não se
confunde com práticas econômicas formas ("A Economia" em maiúsculo). A mercadoria
poderia colocar um agente racional na questão, e, ao que parece, transcende esse
aspecto racional. O risco de localizar as práticas no âmbito individual, será que
não estou aderindo a um HOMO ECONOMICUS. Não se trata de cálculo... do ponto de
vista antropológico é importante que isso fique evidente. A motivação não é a
satisfação individual. A questão é: qual a motivação dessas promessas e pactos?
- "O pacto é também uma barganha mas é feito para a obtenção de alguma vantagem
pessoal" - os economistas concordariam.
- Ganhar vantagem excessiva é um tabu. Não é econômico, mas sim, antieconômico. O
pacto é interdito porque é anti-lucro.
- O compromisso é "moral", por isso, antijurídico.
- "o primeiro é moralmente aceito" - A SENTENÇA ESTÁ INVERTIDA
- O que ambos fazem? Ambos indicam uma relação de barganha entre vivos e mortos,
mas que implicam uma hierarquia na dívida.
- Os vivos estão "abaixo dos mortos" e por isso devem a eles... o pacto inverte a
relação... eles só vão pagar na sua morte.
- O pacto é interdito porque a relação é invertida. Ao buscar o morto eu me coloco
na posição superior.
- A dádiva não interrompe a relação, ela deixa um saldo... parece que o pacto não
deixa saldo (o pacto não é da ordem da dívida), o que está envolvido é a dádiva.
(rogério sugere que a dádiva tem a dimensão temporal. "a alma" quita porque a alma
é eterna... ela não se perde no tempo. Ela interrompe o fluxo do tempo... magda diz
que quando interrompe, age como mercadoria.
- O pacto é mercantil mas tem dádiva.
- "não se limitam à dimensão mercantil", tampouco se reduz à dimensão da dádiva.
Por isso "barganha e dívida" são expressões mais interessantes.
- Rogério diz que existe o "léxico mercantil" - o léxico não significa que é uma
"reprodução mercantil".
- Greber - o léxico da dívida antecede a mercadoria. O modo como Adam Smith lida
com e economia, contaminou a economia (inclusive Mauss).
- "A Dívida Divina" do Lana; Discussão da Strathern com o Godelier (precificação
do que não tem preço).

REATIVAR A BARGANHA

Rogério

- Sobre o título "sensitivo" está no título mas não está explorado no texto. Se
está no título, precisa ser explorado no texto.
- Brigit Meyer no aparato sensitivo - melhor que Le Breton.
- Tá com cara de que vai sair mais do que se espera num mestrado. Rogério está
otimista com o desenvolvimento do trabalho.
- Sobre a questão do anonimato: falar do rito é de boa manter os nomes, mas de
pacto é complicado.
- Gostou dos diagramas de parentesco... acredita que "material a mais é melhor que
material a menos".
- Sobre o texto parecer com o de "folclorista", isso não é um problema.
- Ressalta a erudição do texto e está bem escrito.
- Acha que às vezes eu exagero no "rebuscamento". Substituir os "nomes
originários" por "nome original".
- Substituir "crendices" por "crenças".
- "Indissociação entre corpo e alma" - substituir por "separação".
- Quebrar a citação é fundamental para facilitar a leitura.
- substituir "sinônimo de corpo" por "relativo a corpo" - sinônimo de alma por
relativo a alma.
- Sobre a citação do Fabian: o perigo está em "reclamar de uma coisa". Pensar se
eu quero manter essa passagem pois ela pode advogar contra mim. (texto do Maurice
Bloch e Parry).
- Quando se fala em "antropologia da morte", as pessoas normalmente pensam em
rituais funerários, relações com espíritos, etc. Algo a se pensar é também as novas
referências da morte, Necropolítica, etc.; mas também "Mortes em Lágrimas", da
Nancy. Teorizar a morte e teorizar a violência são coisas que devem ser
aproximadas.
- "Dark Anthropology" da Ortner... conferir caso vá pelo caminho da violência.
- Conferir se o Eyek é "flamenco" ou "nórdico". No quadro, em cima das asas, tem
uma divisão entre o céu e o inferno. Vale a pena aprofundar ainda mais essa
questão... Pra Lévi-Strauss, toda dualidade é desequilibrada, todo pacto é
desiquilibrado.
- O Ar é "intangível, invisível, mas dá pra sentir".
- Vale a pena avançar nisso na parte que é "sentir os mortos"... explorar mais a
questão dos sentidos. Aproveitar o campo semântico, sensível, sensitivo,
sentimento. O "sentir" lembra tato, é percepto (físico) - tipo o arrepio; é uma
informação física, não está na mente... é um trem, um troço, é difícil de explicar
o que é. Ou seja, "o sentir, não é nenhum sentido, é justamente todos". É
envolvente, diz respeito a todos os outros... o "sexto sentido".
- Pensar na ordem... sugeriu "terminar com o tato"... mas o problema é "onde entra
o sonhar e onde entra o sentir".
- Sugere a ordem: "sentir, sonhar, ouvir, ver, falar, tocar".
- Merece atenção o conceito de "aparição" no "ver". Vale a pena investir no
conceito de "aparição"... pensar a centralidade do visual enquanto uma prova mais
concreta de existência.
- É mais fácil explicar (e também contestar)(no sentido de jogar fora) a "audição"
do que a visão. É uma capacidade de funcionar enquanto prova, a verdadeira
existência.
- Não entendeu porque se fala que o batismo é "pré-passagem". Todo rito de
passagem tem um "pré" e um "pós". Van Gennep utiliza para dizer outra coisa, então
isso pode confundir por causa de uma antropologia do ritual. "A gente" é
transitório, e o purgatório também", enquanto o céu e o inferno é permanente".
Rogério gostou dessa parte e sugeriu maior aprofundamento nela.
- Na página 28 eu falo errado sobre "agência".
- Pensar "aparição" e "visão".
- Citar o Felipe Benites na parte da Favreet Saada - "Sobre rumor" Neils Bubant.
- A parte que estou teorizando "trato e promessa". (etnografia da Ane Marrie -
negros do pacífico colombiano) e no último capítulo ela fala sobre a ideia de
contrato, contrato religioso e pacto. Ela coloca o contrato entre "xamanismo e
possessão". O pacto e o contrato é quando os dois se encontram em algum lugar. Vale
a pena ler o último capítulo e outros em que ela fala de batismo. "La trama
interétnica", tradução em espanhol.
- "dar um empurrãozinho", livro do joão josé reis.

Aderval

- Ficou intrigado com "o rito de pré-passagem" (se alma é defunto, pq se vai falar
em batismo de criança se estou falando da vida social pós morte. Este ítem é
suprimível... aí eu teria que pegar todos os sacramentos da igreja católica.
Encomendação das almas é a "extrama-unção". (falar do Padre de São Romão).
- Ficou intricado com a coisa da "situação liminar" do pós-morte, este "entre
lugares", a indefinição para onde se vai. Eu digo que "ou expia"... o purgatório
não dá conta do espaço pós-morte. Eu digo que "ou a alma está em pendência ou
sofrimento", mas aderval sugere um terceiro estado transitório que é a paixão pela
matéria. Isto está no depoimento do Tião Preto, a passagem sobre pinga. Quem pede
pinga, pede sexo, pede comida... muitos continuam errantes nesse espaço buscando
apego.
- Sentidos: manifestação de efeito físico (passagem sobre o toque de porta na
folia de reis). Tem coisas que não estão na lista de possibilidades de
comunicação... falta o cheiro (cheiro do tabaco... que mais aparece a sensações).
- Sobre declarar os informantes: salvo o pacto, outras situações não são de
exposição, de riscos.
- Ficou parecendo que eu queria "me aproximar da perspectiva roseana" no sentido
de ser um "sertão qualquer"... pensar os perigos disso.
- Na parte do contexto etnográfico, seria bom situar os sujeitos (pensar o tipo de
localidades, caracterizar a ruralidade e a dimensão da própria religiosidade, o
catolicismo popular tem marcas afroameríndias... falta dizer isso. Rogério
acrescenta também os crentes).
- Eu posso continuar fazendo de forma erudita, que é "dizer sem dizer"... sentiu
falta de dar alguns toques no texto que infira as categorias de entendimento,
representações... pode dar uma pincelada nisso para ficar mais amarrado do ponto de
vista teórico-conceitual.
- O purgatório dá conta do sofrimento, mas não dá conta da fluição (ou fruição,
não entendi. Pesquisar).
- Eu podia pensar algumas contribuições sobre a questão da "memória"... sugere que
algumas referências podem fazer bem ao texto.
- A questão da "intercessão" pode ser melhor explorado. O que é encomendação, o
grupo de intercessão... senhoras que intercedem. A questão do imanente e do
transcendente... sugere Mary Douglas analisando Evans-Pritchard. Não são seres
espirituais misteriosos, mas os poderes misteriosos dos homens.
- Rito de encomendação da alma: forma popular de tratar o sétimo sacramento (na
canastra existe uma "folia das almas").
- Os diagramas fazem sentido, desde que explorados.
- "a comunicação prescinde de moralidade" - a sobrinha pode ter recebido uma
comunicação fidedigna. (é pelo sentido que apareceu de tal maneira que isso pode
dar legitimidade).
- "Pensar a psicometria" - encostar em objeto e ser transportado a algum lugar.

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