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IV
(...) para além dos debates legislativos divididos entre a euforia dos primeiros
passos da grande imigração italiana e a preocupação em encontrar uma saída
institucional para o término da escravidão, persistia um cotidiano pleno de conflitos
sociais, cujas consequências a curto prazo poderiam pôr em risco os interesses dos
grandes' proprietários e, com isso, até mesmo a possibilidade de se concretizar com
inteiro sucesso a política imigrantista”.
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p. 220: “
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1. A DEFESA DA ORDEM”
p. 221: “
‘As instituições se moldam de acordo com o meio social; tudo tem sua
época, sua quadra, tudo tem sua fase de florescência e vigor,
decadência e desaparecimento, dando lugar a novas reformas, cada
vez mais aperfeiçoadas de harmonia com a marcha evolutiva da
humanidade. As sociedades e as civilizações variam, melhoram, se
modificam e se aperfeiçoam na razão direta do adiantamento
intelectual da humanidade’.
Após enaltecer a civilização atual com todo o seu progresso técnico e filosófico,
em comparação com o atraso de épocas anteriores, o autor passa à segunda parte de seu
artigo, onde demonstra que a origem dos agrupamentos humanos ligava-se à
necessidade de defesa e exalta o papel da guerra como poderoso fator de organização
social (com ela apareceram o chefe e a disciplina) e de desenvolvimento industrial
(aperfeiçoamento das armas). A escravidão teria surgido ‘com os primeiros vislumbres
da civilização’, afirmando-se como uma “instituição humanitária” na medida em que, ao
invés de matar-se os prisioneiros, passou-se a escravizá-los. E uma vez demonstrado
que até mesmo a escravidão teve o seu tempo de legitimidade, o autor esforça-se por
traçar um corte bem nítido entre a velha e a nova era:
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Neste artigo pode-se discernir duas imagens bem distintas que caracterizariam o
período pós-escravista, conforme previa o autor: de um lado o imigrante, significante de
riqueza, de trabalho livre, de vida; de outro, o liberto, aquele que não tem nenhuma
renda e que pode significar vagabundagem e, portanto, necessidade de trabalho sob
coação. Em suma, o imigrante seria a ordem, o progresso, e o negro poderia vir a ser a
desordem, o retrocesso”. [cap. III]
1
Cf. AZEVEDO, Celia Maria Marinho de. Onda Negra, Medo Branco: o negro no imaginário das elites
— século XIX. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 222.
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p. 225: “
Ordem e coação
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p. 227: “
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p. 228: “
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Mas, ao que parece, no momento em que não foi mais viável a aplicação de
planos como este, o jornal adotou a firme posição de reivindicar a abolição imediata e
sem condições (...).
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p. 231: “
Ordem e orientação
p. 232: “
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p. 233: “
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p. 238: “
2. DENÚNCIA DO RACISMO
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p. 247: “
3. INTEGRAÇÃO E CIDADANIA
Até aqui demonstrei como o esforço pelo controle social foi um componente
muito forte no discurso dos abolicionistas de A Redempção. Lutava-se contra a
escravidão, mas ao mesmo tempo procurava-se garantir a ordem, orientando-se o negro
para buscar ocupação onde fosse mais necessário aos interesses dominantes. Em um
primeiro momento propõe-se a sua coação, mas em seguida, pressionados pela crescente
radicalização do processo abolicionista (fugas em massa e desordenadas de escravos),
os caifazes limitam-se à pretensão de orientá-los, lutando ao mesmo tempo contra as
injustiças resultantes de uma sociedade discriminatória em termos raciais.
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p. 248: “
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p. 252: “
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(...) mais do que trabalhadores livres, estes autores pretendiam formar a longo
prazo uma cidadania ou nacionalidade, tentando assim se antecipar aos problemas que
poderiam decorrer de um país cujos habitantes não agiam como um ‘povo’ e sim como
partes heterogêneas, exercendo livremente seus conflitos sociais, sem a mediação
padronizante e contemporizadora do Estado”.
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p. 254: “
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