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Prefácio
p. 9: ‘Formação do Brasil no Atlântico Sul’: o leitor que bateu o olho (...) estará
intrigado com o subtítulo. Quer dizer então que o Brasil se formou fora do Brasil? É
exatamente isso: tal é o paradoxo histórico (...).
I. O aprendizado da colonização
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Grifamos.
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economias tributárias no ultramar. Uma segunda circunstância sobrevém, agora no
plano político. Ainda que o eventual excedente econômico das conquistas fosse captado
pelas teias ibéricas, a expansão mercantil não conduzia necessariamente ao reforço do
poder monárquico (...)”.
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p. 14: “Constatando que Angola não tinha mina de prata, como se supusera até
então, e que o tráfico transatlântico de escravos emergia como a principal atividade da
área, a Coroa retoma a colônia em mãos. (...) No entanto, a facção dos amos ganha
momentaneamente a parada. Excomungado pelos missionários e posto a ferros pelos
rebeldes, o governador Francisco de Almeida acaba sendo expulso de Angola, dez
3
C. Couto, “Documentos para a história da sucessão de Paulo Dias Novais na doação da capitania de
Angola”, Estudos Históricos, 15, 1976, pp. 133-85; padre A. Brásio, Monumenta Missionária Africana, 1ª
sér. (MMA), III, pp. 36-51; ibidem, IV, pp. 276-7; R. Delgado, História de Angola, vol. I, pp. 258-62.
meses apenas após sua chegada4. Pau-mandado dos jesuítas, seu irmão Jerônimo assume
o governo angolano e suspende a ordem régia causadora do levante5.
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4
MMA, III, p. 476, IV, pp. 553-4, XV, p. 384, n. 1. S. LEITE, História da Companhia de Jesus no Brasil
1549-1760 (HCJB), vol. II, p. 496, n. 1.
5
MMA, III, p. 466.
6
MMA, XV, pp. 328-30. Dissimulando a gravidade da rebelião, o cronista inaciano Balthazar Telles,
seguido neste ponto por outros autores, escreveu que Filipe II convocou Barreira por admirar seu saber
sobre as coisas da África. Assim, o jesuíta teria sido acolhido em Madri como um “santo”, como um
“anjo vindo do céu”, padre B. Tellez, Chronica da Companhia de Jesu no reinos de Portugal, vo. II, pp.
627-30.
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Grifo nosso.
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Grifamos.
valorização do território. Quinze capitanias hereditárias acabaram sendo cedidas a
donatários. Para atrair candidatos, a Coroa concede prerrogativas extensas. Dos doze
primeiros donatários, seis nunca vieram ao Brasil ou voltaram logo para Portugal; dois
foram mortos pelos tupinambás; outros dois abandonaram seus direitos, e apenas dois
puderam prosperar: Duarte Coelho em Pernambuco e, até 1546, Pero do Campo
Tourinho em Porto Seguro. São Vicente também progride durante algum tempo, mas
jamais será visitada por seu donatário9.
Reparos da metrópole
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9
J. CAPISTRANO DE ABREU, O descobrimento do Brasil, pp. 75-8; H. B. JOHNSON, “The
Portuguese settlement of Brazil 1500-1580”, em L. BETHELL (org.), The Cambridge history of Latin
America (CHLA), vol. I, pp. 263-7.
10
F. A. DUTRA, “Centralization vs. Donatarial privilege”, em D. ALDEN (org.), Colonial roots of
modern Brazil, pp. 19-60.
11
B. W. DIFFIE, “The legal privileges of the foreigners in Portugal and sixteenth-century Brazil”, em H.
H. KEITH e S. F. EDWARDS (orgs.), Conflict and continuity in Brazilian society, pp. 1-19; S. C.
SCHNEIDER, “Commentary”, em idem, ibidem, pp. 20-3; H B JOHNSON, “The Portuguese settlement
of Brazil 1500-1580”, em CHLA, vol. I, pp. 262-4; sobre a penetração holandesa no comércio brasileiro,
J. LANG, Portuguese Brazil, pp. 86-7.
a quem D. Sebastião concede auxílio político e pecuniário, apesar dos protestos de seu
tio, Filipe II12.
12
E. PRESTAGE, A embaixada de Tristão de Mendonça Furtado à Holanda em 1641, p. 11.
13
S. B. SCHWARTZ, “Luso-Spanish relation in Hapsburg Brazil, 1580-1640”, The Americas, XXV, 1,
1968, pp. 33-48, pp. 45-8.
14
C. PRADO JR., Formação do Brasil contemporâneo, pp. 19 e 31; F. A. NOVAIS, “Caio Prado Jr. Na
historiografia brasileira”, emR. MORAES et. all, Inteligência brasileira, pp. 68-69; idem, Portugal e
Brasil na crise do antigo sistema colonial 1777-1808.
padres se revestia de pesadas consequências. De golpe, a repressão religiosa transpõe o
quadro doutrinário para intervir como instrumento disciplinador da política e da
economia metropolitana no ultramar”.
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p. 25: “(...) Na metrópole, o Santo Ofício quase sempre aparece como máquina
de guerra da aristocracia contra a burguesia mercantil judaizante 15. (...) quando a Coroa
ou negociantes cristãos-velhos enfrentam rivais, chovem denúncias de judaísmo. Contra
toda evidência, o capitão-mor de Cabo Verde informa, em 1544, que a Guiné estava
‘perdida’ para Portugal, porque se encontrava ‘coalhada’ de cristãos-novos 16. Francisco
Bethencourt apresenta algumas constantes significativas quando compara a repressão
inquisitorial perpetrada na Itália, na Espanha e em Portugal. Em primeiro lugar, a
Inquisição portuguesa se caracteriza por concentrar seus esforços na punição ao
judaísmo. Em segundo lugar, a atividade repressiva dos inquisidores contra tais delitos
assume um ritmo mais constante em Angola e no Brasil que no Reino, onde as
blasfêmias e as superstições originavam boa parte das denúncias na virada do século
XVI17. Tendência que parece indicar uma repressão inquisitorial mais concentrada no
meio formado pelos mercadores do Atlântico Sul. O fato é que negociantes importantes
são denunciados no Brasil e levados acorrentados ao Santo Ofício de Lisboa18.
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15
A. CASTRO, Doutrinas econômicas em Portugal, séculos XVI a XVIII, pp. 79-80; F. MAURO, “La
bourgeoisie portugaise au XVII siècle”, Etudes economiques sur l’expansion portugaise, pp. 15-36;
GRANT SMITH, “Old Christian merchants and the foudation of the Brazil Company, 1649”, HAHR, 54,
1974, pp. 233-59. A. J. SARAIVA, Inquisição e cristãos-novos, pp. 121-40.
16
MMA, II, p. 372.
17
F. BETHENCOURT, História das Inquisições, pp. 189-190.
18
A. WIZNITZER, op. cit., pp. 18-9.
tempos, a aderência das colônias às capitanias ibéricas deve-se mais aos nós atados
pelos funcionários régios e pelo clero do que à viscosidade das trocas marítimas. Só
depois do impulso da mineração na América e do deslanche do tráfico negreiro para o
Brasil é que a economia-mundo e a mão dos negociantes reinóis pesam pesado sobre as
margens africanas e americanas do Atlântico”.
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19
“Padre A. Brásio, ‘Do último cruzado ao Padroado Régio’, Studia, jan. 1959, pp. 125-53; ver a reflexão
de A. J. SARAIVA, ‘Le pere Antonio Vieira SJ et la question de l’esclavage des noirs au XVII siècle’,
Annales E.C.S, 22, 1967, pp. 1289-309; V. MAGALHÃES GODINHO, Os Descobrimentos..., vol. I, pp.
139-82”.
nacional e estrangeiro – estimula a produção de mercadorias para a economia-mundo,
dando origem a uma forma mais avançada de exploração colonial20. Logo, se patenteia a
superioridade do sistema atlântico, baseado na pilhagem dos povos africanos e na
agricultura escravista americana. Tirando proveito do exemplo lusitano, as potências
marítimas europeias montam, nos séculos XVII e XVIII, sistemas entre os portos da
África e o Caribe. Nessa perspectiva, quais foram as dimensões assumidas pelo trato
negreiro?
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p. 32: “(...) Na ilha de Hispaniola – nome que Colombo deu ao Haiti – rodavam,
por volta de 1550, trinta engenhos tocados por mais de duzentos oficiais de açúcar
lusitanos. Vindos das Canárias ou de Portugal, agricultores, pedreiros, carpinteiros,
ferreiros e outros artesãos portugueses exerciam seus ofícios em Hispaniola. No auge da
produção açucareira, nos anos 1560-70, havia entre 12 mil e 20 mil escravos africanos
na ilha, em sua maioria trazidos por portugueses. Por obra e graça dos banqueiros
genoveses e dos negreiros, ‘oficiais de açúcares’ e artesãos portugueses, Hispaniola
produzia nessa época mais açúcar e contava com mais africanos do que o próprio Brasil.
Mais tarde, a reorientação provocada nas frotas e na geografia comercial da América
20
“desde a terceira década do século XVI, o contrabando francês no comércio de pau-brasil diminuía as
rendas da Coroa e provocava um queda dos preços do produto em Antuérpia, H. B. JOHNSON, ‘The
Portuguese settlement...’, op. cit., pp. 258-9”.
21
“V. MAGALHÃES GODINHO, Os Descobrimentos..., vol. I, pp. 219-73, II, pp. 36-49 e 134-41.
espanhola pelo um puxo das minas de prata do continente, faz a área açucareira
antilhana declinar22.
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Ao longo de uma evolução iniciada nos meados do século XIV, o trato lusitano
se desenvolve na periferia da economia metropolitana e das trocas africanas. Em
seguida o negócio se apresenta como uma fonte de receita para a Coroa e responde à
demanda escravista de outras regiões europeias. Por fim, os africanos são usados para
consolidar a produção ultramarina.
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22
‘A. MILHOU, ‘Lo intentos de repoblacion de la isla Hispaniola por colônias de labradores (1518-
1603)’, Actas del Quinto Congreso Internacional de Hispanistas, Bordeaux, 1977, vol. II, pp. 643-54; H. e
P.CHAUNU, Séville et l’Atlantique 1504-1650, t. VI-2, tabs. 240-7, pp. 496-502.
23
“Documentos para a história do açúcar, vol. I, pp. 11-113.
1. A Metrópole é investida de um poder eminente, na medida em que o controle
do trato negreiro lhe dá o comando da reprodução do sistema escravista.
Durante três séculos, uma complementaridade econômica costura a África ao
Brasil, afastando a possibilidade de um desenvolvimento divergente e, mais
ainda, concorrencial, entre os territórios tropicais portugueses das duas
margens do Atlântico Sul (...).
p. 35: “(...) dadas as rotas comerciais da região, com pouco transporte direto para
Lisboa e muito trato negreiro com a América português, o algodão e o açúcar
eventualmente produzidos em Angola deveriam fazer escala nos portos brasileiros antes
de seguir para Portugal. O frete do ziguezague no oceano levaria os produtos agrícolas
angolanos a chegar a Lisboa com um preço mais elevado que o de seus similares
brasileiros e inviabilizaria a empreitada26.
24
“A. ALVARES DE ALMADA, ‘Tratado breve dos rios de Guiné do Cabo Verde’, MMA, III, pp. 230-
377, p. 376. Almada se valia da experiência transmitida por seu pai, de sua vivência na Guiné e da
tradição oral luso-africana”.
25
“Carta de Bartolomeu Velho ao rei (1606), MMA, IV, pp. 114-25”.
26
“Consulta do Co. Uo. 21/6/1655, AHU, Angola, caixa 6/18; MMA, XI, pp. 490-1.
27
“A clausula relativa ao estímulo aos engenhos de açúcar em Angola, incluída no regimento do
governador Forjaz (1607), aparece pela última vez no regimento do governador Tristão da Cunha (1666),
‘Regimento’ do governador Forjaz, 26/3/1607, MMA, V, pp. 264-79, e doc. 10/4/1666, AHU, Angola,
caixa 9/25.
jogadas na partida multissecular travada no Atlântico Sul: Angola não fabrica açúcar e
os engenhos de São Tomé arrefecem suas fornalhas 28. A colonização será complementar
e não concorrencial: o Brasil produzirá açúcar, o tabaco, o algodão, o café; a África
portuguesa fornecerá os escravos. O projeto de criar em Angola ‘um outro Brasil’ só
ganha corpo no século XIX, quando o Brasil escapa à tutela de Lisboa e o fluxo
negreiro para o Atlântico é estancado.
p. 35-36: “Tais rendas provêm dos direitos de saída dos portos africanos, dos
direitos de entrada nos portos brasileiros, dos ‘donativos’, ‘subsídios’, ‘preferências’,
‘alcavalas’ e outras taxas sucessivamente cobradas sobre os cativos (...).
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Devem ser também tomadas em conta outras vantagens que Portugal aufere de
seu quase-monopólio sobre o negócio negreiro até meados do século XVII. Graças à
posição dominante detida no setor, os portugueses penetram na Índias de Castela,
furando o monopólio espanhol sobre a prata, adquirindo ouro e especulando com
produtos regionais, tais como o cacau venezuelano exportado para o México29.
28
“F. MAURO, Le Portugal..., pp. 190-2”.
29
“R. J. FERRY, ‘Encomienda, African slavery, and agriculture in seventeenth-century Caracas’, HAHR,
61, 4, 1981, pp. 609-36; A. SZASZDI e D. L. BORJA SZASZDI, ‘El comercio de cacao de Guayaquil’,
Revista de História de America, nº 57-8, 1964, pp. 1-50.
30
“Os jesuítas conflitaram com a hierarquia civil e religiosa logo que chegaram ao Brasil. Nóbrega é
forçado, em 1554-55, a um exílio na capitania de São Vicente: atritara-se com o novo bispo do Brasil a
respeito de questões de catequese, com os funcionários régios por causa dos dízimos devidos à Coroa, e
com os moradores em razão do cativeiro indígena; M. da NÓBREGA, ‘Cartas do Brasil’, Cartas
jesuíticas, vol. 1, pp. 137-43 e 150-5; Padre S. LEITE, HCJB, vol. I, pp. 38-41. Diante da crise, o
provincial de Portugal despachou Nóbrega para São Vicente e enviou o padre Luís de Grã para a Bahia,
fazendo-o provincial do Brasil. Só mais tarde é que o gral da SJ foi prevenido da mudança, MMA, XV,
pp. 213-6”.
indígenas. O donatário Pero do Campo Tourinho briga com o vigário, é acusado de
heresia, preso, posto a ferros e enviado ao Tribunal da Inquisição lisboeta”.
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34
“São conhecidos os estudos de Frédéric MAURO, sobre a contabilidade do engenho de Seregipe, na
Bahia, e se u debate com Celso Furtado (ver F. MAURO, “Comptabilité théorique et comptabilité
pratique em Amérique portugaise au XVOO siécle’, etudes économiques..., pp. 135-50, e Le Brésil du
XV à la fin du XVIII s., p. 68). Stuart B SCHWARTZ analisou novas fontes primárias e constatou que os
gastos com escravos são superiores às quantias incialmente calculadas por F. MAURO e C. Furtado. De
um grupo de dez engenhos, cujas séries distribuem-se entre 1716 e 1816, deduz-se que os custos com
escravos são, em média, superiores a 20% do investimento. Por seu lado, os lavradores de cana reservam
56% de seus investimentos para a compra de escravos. Ver S. B. SCHWARTZ, Sugar plantations in the
formation of Brazilian society, pp. 212-8”.
“Quinau, palavra corrente no século XVII, cf. N. MIRANDA, “Vocabulário do padre Manuel
Bernanardes’, Revista do Arquivo Municipal, vol. 168, 1962, São Paulo, p. 173”.
Um pajem para a moça: um escravo ‘de sete para oito anos, de tanga azul e carapuça
encarnada’35.
Ao inverso dos índios, cuja mortalidade costumava ser elevada por causa de sua
vulnerabilidade ao choque microbiano deflagrado pelos Descobrimentos, muitos
africanos estavam parcialmente imunizados contra as epidemias predominantes no
Mediterrâneo e na zona tropical do Continente Negro36. A febre amarela, a malária mais
letal (Plasmodium falciparum) e a verminose causadora da anilostomíase (amarelão),
doenças originárias da África portuguesa, gerando ao longo dos séculos XVI e XVII um
novo ambiente epidemiológico hostil aos brancos e aos índios37.
35
“MARTINS PENNA, ‘Os dois ou O inglês maquinista’, Comédias, cena 9, pp. 130-1”.
“O Dicionário Caldas Aulete registra dessociável com o significado de ‘intratável’. Diferentemente
dessa definição, utilizo aqui dessocializar e dessocialização do mesmo modo que o faz Claude
Meillassoux: como antônimos de socializar e socialização”.
36
“A. FERNANDES BRANDÃO, Diálogos das grandezas do Brasil, pp. 60-1”.
37
“Para um estudo do impacto dessas epidemias sobre os indentured servants da América britânica e suas
consequências no desenvolvimento da escravidão negra, P. R. P. COELHO e R. A. MCGUIRE, ‘African
and European bound labor in the British New World’, The Journal of Economic History, 57 (1), 1997, pp.
83-115”.
portuguesa. Vizinha do Peru, essa parte do Império português detinha maiores chances
de conter metais preciosos. Pequenas jazidas de prata e ouro estavam sendo exploradas
em Paranaguá e no sertão de São Paulo38. Como ampliar a mineração na colônia
americana? Os conselheiros dão como um fato consumado a ‘grande quantidade de
índios que hoje estão destruídos’. Para eles, não existia reserva de mão-de-obra indígena
para as minas que se planejava ‘entabular’ nas latitudes brasileiras próximas a Potosí.
Na circunstância, o Conselho entendia que só o trato de escravos de Angola podia
‘conservar’ o Brasil39. Dos quatro conselheiros que assinavam o relatório, três tinham
vínculos diretos com o negócio negreiro. Um deles granjeara grande destaque na Corte e
na política ultramarina: Salvador de Sá e Benevides, membro da oligarquia fluminense,
restaurador e ex-governador de Angola, mentor das expedições lançadas no além-
Mantiqueira atrás de prata, ouro e esmeraldas40.
p. 41:
38
“Ver os documentos editados por J. CORTESÃO (org.), Pauliceae lusitana monumenta histórica
(PLMH), vol. II, PP. 108-310”.
39
“É possível estender ao domínio ultramarino a fina observação de Cabral de Mello a respeito da
importância da palavra conservar no vocabulário político do Antigo Regime Ibérico: o poder régio devia
‘conservar’ o equilíbrio entre as ordens que compunham a nação e o patrimônio colonial, E. CABRAL
DE MELLO, O negócio do Brasil, pp. 120-1”.
40
“Dois conselheiros – Francisco de Vasconcelos da Cunha (1635-38) e Salvador de Sá (1648-52) –
haviam sido governadores de Angola depois de exercerem comandos no Brasil. O sobrinho do primeiro,
Bartolomeu de Vasconcelos da Cunha, combateu os holandeses em Pernambuco e na Paraíba, antes de se
tornar governador interino de Angola (1646 e 1648), onde vivia como um potentado. O terceiro dos
membros do Conselho Ultramarino que assinava essas conclusões, José Pinto Pereira, estava envolvido
nas empreitadas para estender as redes do tráfico negreiro até Moçambique, Consulta do Co. Uo.,
12/2/1656, MMA, XII, pp. 7-9”.