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INDUSTRIAL-FINANCEIRO NO BRASIL
A PRESENÇA DO CAPITAL
INDUSTRIAL-FINANCEIRO NO BRASIL
Maceió/AL
2019
Projeto gráfico: Mariana Lessa
Editoração eletrônica:
Capa:
Revisão:
FICHA CATALOGRÁFICA
Sumário
Introdução...........................................................................7
Conclusão......................................................................... 183
Referências....................................................................... 191
INTRODUÇÃO
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SANTOS NETO, Artur Bispo dos. Capital e trabalho na formação econômica do Brasil. São
Paulo: Instituto Lukács, 2015.
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CAPÍTULO I
O IMPERIALISMO COMO EXPRESSÃO DO CAPITAL
FINANCEIRO
Melhor que roubar um banco é fundar um.
Bertolt Brecht
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Escreve Marx (2008, p. 787): “O capital portador de juros ou, como podemos chamá-lo
em sua forma antiga, o capital usurário, pertence, como irmão gêmeo, ao capital mercantil,
às formas antediluvianas de capital que por longo tempo precedem o modo capitalista de
produção e se encontram nas mais diversas funções”.
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conceitos novos são formulados. Hilferding parte de
uma discussão sobre o dinheiro e o crédito; em seguida
examina o crescimento das sociedades anônimas e dos
cartéis, analisa o fenômeno das crises econômicas e,
finalmente, delineia uma teoria do imperialismo.
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CAPÍTULO Ii
O SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO E A INDUSTRIALIZAÇAO
RESTRITIVA NO CONTEXTO DA HEGEMONIA DO CAPITAL
BRITÂNICO (1808-1917)
Pobre de um povo que precisa de heróis
Bertolt Brecht
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Segundo Silva (s/d, p. 35): “‘Contos ou ‘contos de réis’ era a expressão utilizada para
indicar 1 milhão de unidades de reais (ou réis), a moeda em circulação naquela época, que
foi substituída pelo cruzeiro somente em 1942. Sua expressão financeira era 1:000$000”.
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CAPÍTULO Iii
A INDUSTRIALIZAÇAO DO BRASIL E A NECESSIDADE DO
CAPITALISMO MONOPOLISTA DE ESTADO (1930-1964)
Quem construiu a Tebas [Brasília] de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis:
Arrastaram eles os blocos de pedra?
B. Brecht
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Escreve Conceição (1979, p. 38-39): “o termo ‘substituição de importações’ é empregado
muitas vezes numa acepção simples e literal significando a diminuição ou desaparecimento
de certas importações que são substituídas pela produção interna. [...] Na realidade, o termo
‘substituição de importações’, adotado para designar o novo processo de desenvolvimento
dos países subdesenvolvidos, é pouco feliz porque dá a impressão que consiste em uma
operação simples e limitada de retirar ou diminuir componentes da pauta de importações
para substituí-los por produtos nacionais. Uma extensão deste critério simplista poderia
levar a crer que o objetivo ‘natural’ seria eliminar todas as importações, isto é, alcançar a
autarquia. Nada está tão longe da realidade”
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CAPÍTULO iv
O ESTADO E A CONQUISTA DO MERCADO INTERNO PARA O
CAPITAL FINANCEIRO (1964-1988)
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
Carlos Marighella
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pública passou de US$ 3,294 bilhões em 1964 para US$ 105,171 bilhões em
1985, crescendo aproximadamente 32 vezes durante os governos militares
(AUDITÓRIA CIDADÃ DA DÍVIDA, 2016). A fórmula adotada por
Delfim Netto no Governo Médici, de transformar o “Brasil numa Grande
Potência” – com taxa de crescimento anual acima de 10% ‒, somente foi
possível pela entrada em cena do capital de natureza especulativa. Este
crescimento traria consequências irreversíveis para a tentativa de efetivação
de um desenvolvimento econômico autônomo.
Durante o período de 1968 a 1973, 54% dos empréstimos externos
brasileiros tinham como tomador a filial estrangeira. Os credores do total
de empréstimos externos tinham na corporação não financeira privada
participações elevadas, o que sugere que grande parte desses recursos era
efetivada na relação matriz-filial. As subsidiárias tiveram vantagens na
captação desses recursos, como forma de remessa de lucro disfarçado, e na
consolidação de seu poder interno. “Se, para remessas de lucro, havia certo
controle com os impostos progressivos, para juros e amortizações remetidos,
não, o que permite entender essa forte intermediação financeira buscada
pelas filiais” (CAMPOS – RODRIGUES, 2014, p. 391).
Uma parte substancial da dívida externa foi realizada pelas empresas,
aglomerados e consórcios nacionais e internacionais. Os governos militares
acabaram assumindo a dívida do setor privado e transferindo-a para os
contribuintes (classe trabalhadora). Para Campos e Rodrigues (2014, p.
394), “uma vez que as filiais passaram a depositar cruzeiros para saldar suas
dívidas passadas, sem contrair novas em dólares, e o Banco Central assumiu
tais passivos em moeda estrangeira, impulsionando a estatização da dívida,
o resultado da política de hedge cambial do governo foi outro”.
O capital financeiro assume funções de comando no
desenvolvimento do capitalismo brasileiro; a dívida pública revela
contornos desde então irreversíveis. Pela sua mediação foi possível a entrada
de recursos estrangeiros que se converteram e inseriram o capitalismo
brasileiro no cenário internacional como portador de um parque industrial
e um mercado financeiro completamente atrelado aos imperativos do
grande capital internacional. O capital financeiro americano desempenhou
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CAPÍTULO v
A CONSOLIDAÇÃO DO CAPITAL FINANCEIRO NO BRASIL
(1980-2018)
Privatizado
Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora não contentes querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento,
que só à humanidade pertence.
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sobre o trabalho.
Na privatização da Usiminas, vendida por US$ 1.494, somente
US$ 39,1 milhões foram em moeda corrente, o restante deu-se em “moedas
podres”. Nos casos das privatizações das estatais Celma, Mafersa e Cosinor,
as “moedas podres” alcançaram o índice de 100% do valor das privatizações.
Em 1992 foram privatizadas 16 empresas estatais, entre elas: Embraer,
Cosipa, CSN, Açominas, Lloydbras, Cobra, RFFSA, AGEF, Light, Escelsa
e Banco Meridional. Novamente “as moedas podres” tiveram predominância
sobre os valores expressos em cruzados novos ou cruzeiros. A aceitação das
“moedas podres” no processo de pagamento das empresas privatizadas denota
a falsidade do discurso privatista.
O governo Itamar aprofundou ainda mais a natureza da pilhagem
e do saque do erário; ampliou a participação do capital estrangeiro de 40%
para 100% (ALMEIDA, 2010). A continuidade do Programa Nacional
de Desestatização implicou a privatização, em 1993, da CSN (Companhia
Siderúrgica Nacional), Açominas, Ultrafertil, Poliofinas e Oxiteno.
A privatização da Companhia Siderúrgica Nacional representou o
coroamento da reconfiguração do estado intervencionista para atender às
demandas da crise do capital em escala internacional. Formada em 1941,
a empresa constituía-se como gigante do ramo siderúrgico da América
Latina, com capacidade para produzir 4,6 milhões de toneladas de aço
anualmente, sendo a única no país a produzir perfis de aço e folhas de
flandres, chapas de aço e bombinhas laminadas.
O parque siderúrgico nacional foi completamente privatizado para
atender às demandas do capital internacional. A COSIPA, criada em 1953,
tinha capacidade para produzir 3,9 milhões de toneladas de aço anualmente
e possuía um porto com capacidade de movimentação de 12 milhões de
toneladas de carga para exportação de sua produtividade. A Açominas
possuía metade da produção da COSIPA.
As seis empresas estatizadas nos governos Collor e Itamar
representaram US$ 2,6 bilhões, montante 7,6% superior “ao valor obtido com
a venda das 14 empresas estatizadas em 1992” (ALMEIDA, 2010, p. 294).
O discurso da substituição das “moedas podres” pelas “moedas sociais” do
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para atrair capital estrangeiro que busca lucros fáceis. Segundo Beluzzo e
Galípolo (2016, p. 2), a elevada taxa Selic de 14,5% atrai especuladores do
mundo inteiro para a compra dos títulos da dívida pública; esta consome
quase 70% do PIB. A elevada taxa Selic e a política de valorização do real
como forma de conter a inflação destruíram a indústria brasileira.
A corrida das multinacionais para o universo financeiro iniciada
na década de 1970 tem se intensificado ainda mais nas últimas décadas,
representando 90% da captação líquida da indústria em 2018. Os fundos
multimercados e de ações proporcionaram, entre janeiro e novembro
de 2018, um montante de 57,5 bilhões de reais aos investidores. Isso
representa uma queda expressiva em relação ao ano anterior, em que os
fundos multimercados representaram uma arrecadação de 100,8 bilhões
aos investidores. Enquanto os fundos de ações passaram de 12,4 bilhões em
2017 para 23,4 bilhões em 2018, com uma taxa de juros de 16,9%, os fundos
multimercados ofereceram taxas medias de 12,1% ao ano (BELUZZO –
GALÍPOLO, 2016, p. 2).
A elevada taxa de juros concedida no mercado interno brasileiro
para atrair capital ocioso de distintas praças resultou na elevação da dívida
pública. O volume de pagamento dos juros e serviços da dívida interna e
externa entre 1964 e 2014 chegou ao montante de 10 trilhões de reais. O
governo Lula mais que duplicou o volume da dívida e teve um crescimento
econômico sustentado na absoluta dependência do capital estrangeiro. A
dívida interna passou de 640 bilhões para 1,4 trilhão entre 2002 e 2007.
Em 2010 a dívida interna e externa representava 1,65 trilhão. Em 2015
o endividamento público alcançou 4 trilhões de reais, sendo 3,77 trilhões
referentes à dívida interna e 245 bilhões de dívida externa.
A crise revelada no coração do imperialismo americano em 2008
está muito longe de ser superada. O Brasil entrou num ciclo recessivo desde
2013; a alteração das personalidades políticas no comando em nada serviu
para modificar o movimento descendente da economia. O impeachment de
Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Inácio Lula da Silva em nada
alteraram os índices negativos acumulados. A intensificação dos ataques
aos direitos dos trabalhadores pelos seus sucessores Michel Temer e Jair
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