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Memória

Myers – cap 8
O fenômeno da memória
• Memória é a aprendizagem que persiste
através do tempo, informações que foram
armazenadas e que podem ser recuperadas.
• Persistência do aprendizado do longo do
tempo por intermédio do armazenamento e
da recuperação das informações
Sistema de memória humano
• Para lembrar de qualquer evento precisamos
conduzir a informação ao cérebro
(codificação/dar significado), reter a
informação (armazenamento)e, mais tarde,
resgatá-la (recuperação)
Modelo mais antigo de processamento de informações

• Richard Atkinson e Richard Shiffrin (1968)


propuseram que nossas memórias se formam em
três estágios:
• 1. Primeiro registramos as informações a serem
lembradas como uma memória sensorial passageira.
• 2 . A partir dela, processamos as informações em um
compartimento de memória de curto prazo, onde
ela é codificada por reiteração.
• 3. Finalmente, as informações passam para a
memória de longo prazo, para serem recuperadas
posteriormente.
Versão modificada do modelo de
processamento
• Incorpora dois novos conceitos

• Algumas informações pulam a memória sensorial passageira e a de


curto prazo e são processadas diretamente na memória de longo
prazo

• Memória de trabalho: Nova compreensão sobre a memória de


curto prazo. Como não é possível manter o foco sobre todas as
informações, dirigimos o feixe de luz de nossa atenção sobre certos
estímulos que recebemos. Processamos esses estímulos, junto com
as informações que recuperamos da memória de longo prazo, na
memória de trabalho temporária. A memória de trabalho associa as
informações novas às antigas e resolve problemas.
memória sensorial: a lembrança imediata e muito
fugaz de informações sensoriais no sistema de memória.

memória de curto prazo: memória ativada que retém


poucos itens por pouco tempo, tais como um número de
telefone enquanto é discado, antes de a informação ser
armazenada ou esquecida.

memória de longo prazo : o armazenamento


relativamente permanente e ilimitado do sistema de
memória. Inclui as habilidades do conhecimento e as
experiências.

memória de trabalho: um entendimento mais recente


da memória de curto prazo, cujo foco é o
processamento ativo e consciente das informações
recebidas pela audição ou pela percepção visuoespacial,
e das informações recuperadas da memória de longo
prazo.
Estágios da memória
• Por que precisamos de vários tipos de
memória?
• Quando trabalhamos ativamente com
informações, precisamos que essas
informações nos sejam disponibilizadas
imediatamente. O equivalente mental disso é
a memória de trabalho (chamada de memória
de curta duração na teoria original)
• Uma memória que guarda as informações em
que você está trabalhando no momento.
Codificação
Processamento automático
• Graças a capacidade do nosso cérebro de
processar atividades simultâneas (processamento
paralelo), uma enorme quantidade de multitarefas
ocorre sem a nossa atenção consciente. Por
exemplo, sem esforço consciente, processamos
automaticamente informações sobre:
• Espaço: local
• Tempo: sequência
• Frequência: quantas vezes
• Informações bem aprendidas: espontâneo
Processamento automático
• processo automático: codificação inconsciente de
informações incidentais, como espaço, tempo e
frequência, e de informações bem-aprendidas,
como significados de palavras.
• .ocitámotua ranrot es edop oçrofse moc
otnemassecorp O
• No início, isso exige esforço, mas após alguma
prática a tarefa acaba se tornando igualmente
automática. Desenvolvemos muitas habilidades
dessa maneira
Processamento empenhado
• Lembramos somente com esforço e atenção.
Muitas vezes produz memórias duráveis e
acessíveis
• Quando aprendemos novas informações, como
nomes, podemos aprimorar nossa memória por
meio da reiteração, ou repetição consciente.
• A quantidade recordada depende do tempo
dedicado a sua aprendizagem
• Ensaio aumenta a retenção
Processamento empenhado
• efeito de espaçamento: a tendência para distribuir o
estudo ou a prática a fim de se obter uma melhor
retenção de longo prazo do que se alcançaria pelo
estudo ou prática intensos. (reiteração distribuída no
tempo)

• efeito de posicionamento serial: nossa tendência a


lembrar melhor do primeiro e último itens de uma
lista. Ilustra os benefícios adicionais da reiteração

• “A mente é lenta para desaprender aquilo que levou muito tempo para aprender.”
Seneca, filosofo romano (4 a.C. - 65 d.C.)
Processamento
• Que métodos de processamento empenhado
ajudam a formar as memórias?
• A codificação visual da imagem?
• A codificação acústica do som?
• A codificação semântica do sentido?
• Cada um desses níveis de processamento tem
seu próprio sistema cerebral
Níveis de processamento
• imagética: imagens mentais. Um poderoso auxílio para o
processamento empenhado. Orientação, movimento,
forma...
• Mnemônicos: auxílios para a memória, especialmente
aquelas técnicas que usam imagens vividas
• Agrupamento : organizar os itens em unidades familiares
administráveis; normalmente ocorre de maneira
automática.
• Memória icônica: uma memória sensorial momentânea de
estímulos visuais; uma memória fotográfica ou pictórica
que não dura mais do que poucos décimos de um segundo.
Armazenamento: Retenção da informação

• Se, depois de algum tempo, você lembrar de


uma experiência, de alguma forma ela foi
armazenada e resgatada. Tudo o que é
armazenado em nossa memória de longo
prazo se mantém adormecido, esperando ser
despertado por algum estímulo.
• Qual e a capacidade de armazenamento de
nossa memória?
Memória sensorial
• Memória fotográfica efêmera denominada
memória icônica. Por alguns décimos de
segundo, nossos olhos registram uma
representação exata de uma cena e nós
podemos nos lembrar de qualquer parte dela
em detalhes impressionantes
• Memória ecóica: uma memória sensorial
momentânea de um estímulo auditivo
Memória de trabalho/ de curto prazo
• Foco de atenção
• Resgate de informações de longo prazo para
apresentação ao vivo
• Se a nossa memória de trabalho não codificar de
maneira significativa ou reiterar a informação, ela
vai desaparecer do armazenamento de curto prazo
• Sem processamento ativo a memória de curto
prazo tem vida limitada
• Limitada na duração e capacidade
Memória de trabalho/ de curto prazo
• Nossa memória de curto prazo é um pouco
melhor para dígitos aleatórios (como os de um
número de telefone) do que para letras aleatórias
• É um pouco melhor para a informação que
ouvimos do que para as imagens que vemos.
Memória de longo prazo
• A capacidade de armazenamento da memória de
longo prazo é essencialmente ilimitada
• Devemos lembrar que muitos fenômenos
psicológicos, incluindo a capacidade da memória,
podem ser estudados através de diferentes níveis
de análise, incluindo o biológico.
Como o cérebro armazena nossa memórias?
• Potenciação de longo prazo (PLP): um aumento do
potencial de disparos das sinapses após uma
estimulação rápida e breve. Acredita-se que seja a
base neural do aprendizado e da memória.
• Não armazenamos as informações em locais
identificados e precisos
• Apesar de o cérebro representar a memória em
grupos distribuídos de neurônios, as células nervosas
precisam se comunicar através de suas sinapses
Como o cérebro armazena nossas memórias?
• Sabemos que a experiência modifica as redes neurais do cérebro; devido a
um aumento de atividade em uma determinada via, as interconexões
neurais se formam ou são reforçadas
• Quando o aprendizado ocorreu, a lesma liberou uma maior quantidade do
neurotransmissor serotonina em certas sinapses. Essas sinapses se
tornaram então mais eficientes na transmissão de sinais.
• O aumento na eficiência sináptica melhora a eficiência dos circuitos
neurais. Em experimentos, a estimulação rápida das conexões de certos
circuitos de memória aumentou sua sensibilidade por horas ou mesmo
semanas.
• O neurônio emissor agora precisava de menos estímulo para liberar seus
neurotransmissores, e os locais de recepção do neurônio receptor podiam
aumentar . Esse prolongado aumento do potencial de disparo neural,
chamado de potenciação de longo prazo (PLP), proporciona uma base
neural para o aprendizagem e associações da memória
Como o cérebro armazena nossa memórias?
• Proteína CREB (maior produção de proteínas que ajudam a reformar
as sinapses e consolidar a memória de curto prazo em memória de
longo prazo)
• Glutamato (neurotransmissor que melhora a comunicação
sináptica)
• Estudar e dormir!
• Hormônios do estresse e memória “Experiências emocionais mais
fortes provocam memórias mais intensas e confiáveis",
• Existem outros limites para as lembranças intensificadas pelo
estresse. Quando prolongado - como em casos de abuso contínuo
ou de combate -, o estresse pode agir como um ácido, corroendo as
conexões neurais e encolhendo a área do cérebro (o hipocampo)
que é vital para assentar as memórias
Armazenando Memórias
Implícitas e Explícitas
• Memória de flash: uma memória clara de um
momento ou evento emocionalmente significativo.
• Amnésia: a perda de memória.
• Memória implícita: retenção independente de
lembranças conscientes. (Também chamada de
memória não declarativa.)
• Memória explícita: memória de fatos e
experiências de que a pessoa é capaz de lembrar
conscientemente e “declarar”. (Também chamada
de memória declarativa.)
Tipos de memória de longo prazo
• Explícita: declarativa • Implícita: não declarativa
• Lembrança consciente • Sem lembrança
• Processada no consciente
hipocampo • Processada em outras
• Fatos, conhecimento área do cérebro,
incluindo o cerebelo
geral
• Habilidade motoras e
• Eventos vivenciados
cognitivas
pessoalmente
• Condicionamento
clássico
Hipocampo

• as novas memórias explícitas de nomes, imagens e eventos são


fixadas através do hipocampo, um centro neural do lobo
temporal que também faz parte do sistema límbico do cérebro
• Lesão no hipocampo esquerdo compromete a capacidade de
lembrar de informações verbais, mas não de recuperar memórias
visuais de desenhos e de locais. Lesão no hipocampo direito
provoca o problema inverso
• Mas essas memórias não ficam armazenadas permanentemente
no hipocampo. Em vez disso, ele parece funcionar mais como um
porto de cargas, onde o cérebro registra e mantém
temporariamente os elementos de um episódio a ser lembrado -
ele registra cheiros, sentimentos, sons e locais. Depois, como a
transferência de arquivos antigos para um porão, as memórias
migram para serem armazenadas em algum outro lugar.
Cerebelo
• O cerebelo, a região cerebral que se projeta
atrás do tronco encefálico, desempenha um
papel essencial na formação e no
armazenamento das memórias implícitas
criadas pelo condicionamento clássico.
• Com o cerebelo lesionado, as pessoas não
podem desenvolver certos reflexos
condicionados, como associar um som a um
sopro de ar iminente
Recuperação
• Como podemos extrair as informações da
memória?
• Para a maioria das pessoas, a memória é
recordar, a capacidade de recuperar
informações não disponíveis na consciência.
Para um psicólogo, a memória é qualquer sinal
de que algo aprendido se manteve. Assim, o
reconhecimento ou o reaprendizado mais
rápido das informações também se referem a
memória.
memória
• Recuperação: uma medida da memória em que a pessoa
precisa recuperar informações obtidas antes, como num
teste de preenchimento de lacunas.

• Reconhecimento: uma medida da memória em que a


pessoa precisa apenas identificar os itens anteriormente
aprendidos, como em um teste de múltipla escolha.

• Reaprendizagem: uma medida da memória que avalia a


quantidade de tempo ganho quando se aprende um
determinado assunto pela segunda vez.
Pistas de recuperação
• O processo de recuperação de uma memória segue um
princípio semelhante, pois as memórias são armazenadas em
uma rede de associações, cada pedaço de informação é
interligado a outro. Quando você codifica na memória uma
informação, como o nome da pessoa sentada ao seu lado na
sala de aula, você associa a isso a outras pequenas
informações sobre o que há ao seu redor: humor, posição em
que esta sentada e assim por diante. Esses fragmentos podem
funcionar como pistas de recuperação, pontos de fixação
usados para acessar a informação principal quando você a
quiser recuperar mais tarde. Quanto mais pistas de
recuperação você tiver, maiores chances de achar o caminho
ate a memória suspensa.

• A pré-ativação (priming) muitas vezes é a “memória


desmemoriada” - uma lembrança invisível, não explícita.
Esquecimento
• Três pecados do esquecimento:
• Distração - A falta de atenção aos detalhes produz falhas na
codificação (nossa mente pode estar em outro lugar no
momento em que guardamos as chaves do carro).
• Transitoriedade - o armazenamento declina com o tempo
(após nos separarmos dos colegas de colégio, as informações
não utilizadas desaparecem).
• Bloqueio - a inacessibilidade as informações armazenadas
(ao ver um ator num filme antigo, temos o seu nome na
ponta da língua, mas experimentamos uma falha na
recuperação - não conseguimos acessá-lo).
Falha na codificação
• A idade pode afetar a eficiência da
codificação. As áreas do cérebro que
entram em ação quando adultos jovens
codificam novas informações são menos
responsivas entre adultos mais velhos. A
codificação mais lenta ajuda a explicar o
declínio da memória relacionado a idade
• Falha na codificação leva ao
esquecimento, não lembramos do que não
codificamos
Declínio do Armazenamento
• Mesmo após termos codificado algo de modo
adequado, isso será esquecido mais tarde.
• Uma explicação para essas curvas de esquecimento é a
diminuição gradual da memória física. Os
neurocientistas cognitivos estão cada vez mais
próximos da solução do mistério do armazenamento
físico da memória e de explicar como esse
armazenamento se reduz. Mas as memórias também
somem por outros motivos, incluindo o acúmulo de
novos aprendizados que atrapalham nossa
recuperação.
Falha na recuperação
• Vimos que os eventos esquecidos são como livros que não
conseguimos encontrar na biblioteca - alguns porque
jamais foram adquiridos (não codificados), outros porque
foram descartados (declínio das memórias armazenadas).

• Mas existe uma terceira possibilidade: mesmo que o livro


esteja armazenado e disponível, ele pode estar inacessível
por não termos as informações necessárias para procurar
por ele e recuperá-lo.

• O esquecimento muitas vezes não se refere a memórias


descartadas, mas a memórias não resgatadas.

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