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Aprendizagem e Memória- Resumos

O que é uma memória?

Uma memória pode ser definida como uma representação mental duradoira, que se
reflete no nosso pensamento, experiência ou comportamento.

A aprendizagem é o processo com que adquirimos essas memórias.

Muitos estudantes gostariam de ter uma memória melhor, o que normalmente


significaria serem capazes de evocar um grande número de facto.

Mas o cérebro humano não evoluiu para o estudo académico.


Antes, para as tarefas de sobrevivência que implicam muita interação com o ambiente
para a resolução de problemas.

Assim, a memória depende de diversos processos cognitivos que possibilitam a


retenção e a recuperação da informação.

É um sistema aberto em que a informação é adquirida, armazenada(retenção),


podendo eventualmente vir a ser recuperada por evocação ou
reconhecimento(recordação).

Aquisição  Armazenamento  Evocação


(input) (processamento) (output)

Aprendizagem + Memória= Processos Neurais

Diagramas de atividade neuronal do hipocampo do ratinho com aprendizagem de novo


ambiente.

 Grupos de neurónios que disparam em sincronia codificam as “redundâncias”


que criam memórias duradouras.
Estruturais centrais à Aprendizagem e Memória

Hipocampo no lobo temporal médio (LTM)

Regiões espacialmente complexas e difíceis de visualizar.

O LTM inclui outras estruturas como o córtex perirrinal e o córtex parahipocâmpico

A memória não é singular é multifacetada.

 Memória Declarativa: memória de factos e acontecimentos;


 Memória Não Declarativa: todas as outras formas de memória, como o
priming, os hábitos motores, o condicionamento.

As estruturas do lobo temporal médio, como o hipocampo, são particularmente


importantes para a retenção temporária das memórias declarativas.

Os mecanismos de armazenamento de longo prazo assentam em mudanças


duradouras na plasticidade sináptica.

O caso de Henry Molaison

Henry sofria de crises de epilepsia desde os 10 anos e foi operado durante os anos de
escola secundária.

O neurocirurgião William Scoville removeu os lobos temporais mediais de Henry


incluindo os hipocampos.

Após a cirurgia instalou-se uma profunda amnésia. Várias décadas depois, continuava
incapaz de se lembrar da sua última refeição, local onde vivia incapaz de se lembrar da
sua última refeição, do local onde vivia, ou sua idade.

Ele não perdeu a memoria pois continuava a falar e era capaz de aprender algumas
competências.

Modelos conceptuais de memória

Processos cognitivos relativos à memória

Plasticidade  capacidade que o cérebro tem de modificar as suas conexões como


resultado da experiência.
Superior na infância, a plasticidade cortical persiste ao longo da vida traduzindo
mudanças na conectividade neuronal.

Todo o cérebro possui plasticidade, pelo que a aprendizagem e a memória são


propriedades globais, não especializadas.

 Os pacientes amnésicos conseguem recordar algum material

No entanto, diferentes regiões cerebrais contribuem de formas diferentes para a


aprendizagem e a memória- algumas são especializadas para material verbal, outras
para itens percetivos, outras ainda para recordar episódios autobiográficos.

Recetores sensoriais: captam as informações do meio ambiente. Estes dados são


retidos por um período de te tempo que pode variar entre escassos segundos a uma
vida inteira.

A maioria dos autores distingue os subsistemas de memória em 3, baseados em 3


armazenamentos:
1. Memória Sensorial;
2. Memória de curto prazo(MCP): capacidade limitada;
3. Memória de longo prazo(MLP): capacidade virtualmente ilimitada

Modelo de William James (1980)

A memória compreenderia dois sistemas (memória dicotómica)

 Memória Primária, consciente, equivalente à MCP;


 Memória Secundária, consciente ou não, equivalente à MLP.

Modelo de Atkinson e Shiffrin (1968)

Pressupõe que a duração da informação na MCP prevê a aprendizagem futura.

Não especifica locais de armazenamento: modelos posteriores propõem locais


múltiplos de armazenamento para tipos diferentes de informação.

Na MCP não ocorre uma replicação completa da realidade mas apenas uma seleção
dos acontecimentos que teriam já sido interpretados nas fases preliminares de
processamento.

Memória Sensorial

 Capacidade
(9-12 itens)
 Duração
(250ms visual, 4s auditiva)
 Registo
(visual:icónico/ auditivo: ecótico/ táctil: háptico)
 Esquecimento
(declínio/ mascara)
Memória Curto-Prazo

 Capacidade
(7+/-2 itens)
 Duração
(12s a 30s)
 Registo
(acústico)
 Esquecimento
(declínio/ interferência)

Memória Longo Prazo

 Capacidade
(ilimitada)
 Duração
(ilimitada)
 Registo
 Esquecimento
(interferência/indicadores)
Porque se esquece?

Herman Ebbinghaus (1885)

Pioneiro no estudo da memória com controlo experimental:

 Tempo e número de ensaios;


 Tempo de evocação;
 Intervalo de retenção.

No seu primeiro estudo foi o sujeito experimental:

 Começou por criar 169 listas de silabas sem sentido;


 Usava listas de 6 a 20 silabas;
 Após um intervalo, repetia-as para avaliar a memória;
 Determinava a curva de esquecimento para cada lista.

Curva de esquecimento simples


Esquecimento Vs aprendizagem espaçadas (“Spacing Effect”)

Se ocorrer re-aprendizagem espaçada no tempo, a retenção melhora.


A este “spacing Effect” também se chama “overlearning”.

O que ocorre com os estudantes? É “overlearning”?

Infelizmente, não.
Normalmente, quando iniciam as repetições ou re-aprendizagem, fazem -no pouco
tempo antes dos testes, quando a sua memória já esqueceu grande parte do material.
Resumo de contribuições

 Metodológica

O aspeto do material não ser familiar, o uso de listas de tamanho variável;

Dificuldade da aprendizagem: Número de ensaios necessários até atingir uma


performance sem erros.

 Curvas de esquecimento;

 Conceito de re-aprendizagem (“overlearning”).

Noção de recuperação mnésica. É uma medida de “potência” da memória.

Se praticam a memorização mais do que necessário para a memorizar, mais difícil


será esquecer essa informação.

Perspetivas diferentes sobre o esquecimento

1. Incapacidade de recuperação da informação


Questão de indicadores na fase de aprendizagem.

2. Enquanto desaparecimento do engrama mnésico


Lei do efeito (desuso) de Thorndike: com a passagem do tempo as memórias
enfraquecem na ausência de evocação.

3. Enquanto distorção do traço mnésico


O esquecimento ocorre por deformação do conteúdo retido.

Maiores erros na codificação do material acarretam maior probabilidade de


deformações dos engramas mnésicas.

Tipos de MLP e de informação retida


Paradigmas cognitivos de aprendizagem semântica(palavras com significado)

Métodos:

- aprendizagem serial;
- aprendizagem dos pares associados;
- aprendizagem percetivo-motora.

Modelo de aprendizagem serial/curva de posição serial

Tarefas: recuperar palavras/ Recuperar palavras e a sus posição respetiva numa serie

1. Efeito positivo do tempo de processamento


(>tempo, melhor evocação serialmais associações entre posições dos
estímulos)
2. Efeitos de similaridade
(melhora evocação, mas perturba ordenação; similaridade fonológico: ex. Não,
Mão)
3. Efeitos de recência e primazia
(para estímulos com a mesma valência emocional)- curva de posição serial
4. Efeitos de associação de estímulos
(associar conceitos, ex. carro, transito, acidente...)

Modelo de aprendizagem por pares associados

Milgram utilizou este paradigma na sua experiência.

Tarefas: aprender pares de estímulos (pede-se para recuperar um estimulo fornecendo


outro; E-R)

1. Aprendizagem é intencional (mas palavras muito associadas podem dificultar a


retenção pois falhando a “pista”, falha-se a informação a evocar)
2. Quanto mais forte a associação entre as palavras (estímulos), melhor a retenção
(efeito positivo de significância); mas se for muito forte a associação pode
piorar)
3. Não é possível processar uma memória sem uma associação emocional.
Perante a palavra-alvo triste, recorde algo triste. Isto demonstra a importância
do contexto de codificação (contexto interno ou físico). Dai se aconselhar fazer
testes na sala onde se aprendeu a matéria.
4. Quanto mais elaborada a atividade cognitiva sobre as associações, melhor a
memorização (associação de significados: bife-casa, em casa como bife).

Modelo de aprendizagem percetivo-motora

Curva “no pain, no gain”: quanto maior o treino, melhor o desempenho. Ganho muito
rápido inicial e pouca melhora posterior, embora continue a melhorar.
Automaticidade da tarefa: quanto mais treino menos esforço atencionalmais forte
o traço de memoria.

Pouca capacidade de análise introspetiva do desempenho: verbalização inicial melhora


desempenho, mas depois deixa de acontecer.

Memória Sensorial

A recuperação nos vários tipos de memoria

MCP: implica manutenção


MLP: implica manutenção e associações de material

 Buffer de memoria intermedia associado a cada sentido;

 Fora do controlo cognitivo (mecanismo “Bottom Up”): não conseguimos


escolher o que memorizar;

 Formação de traços de MS é independente da atenção dada aos estímulos;

 A informação armazenada na MS é especifica para cada órgão sensorial (ecóica-


auditivo; háptica- tato; icónica- visão)

 Duração breve: é permanente substituída por nova informação que acede aos
sentidos.

Memória Icónica: Primeira a ser estudada (Séc.XVIII). Duração: 500ms e tende a decair
com a idade.
Memória Ecóica: Sistema de registo auditivo nos lobos temporais. Estudada
atualmente com paradigmas de Mismatch Negativity (MMN) no EEG ou MEG. As lesões
frontais, parietais ou hipocampais, diinuem a memória ecóica. Duração: 4000ms

Crowder e Morton (1970): Superioridadxe da memoria auditiva sobre a visual.

Memória Háptica: ainda muito pouco estudada.

Efeito de modalidade na memoria sensorial

A memoria sensorial (registo sensorial) auditiva ficou conhecida como “memoria


ecoica” devido a maior duração temporal com que a informação fica disponível...

Enquanto a memoria sensorial visual integra espacialmente uma grande quantidade de


informação de modo imediato (até 350ms), a memoria sensorial auditiva integra
informação progressivamente no tempo.

Esta experiência tentara demonstrar essa diferença manipulando a modalidade da


informação sensorial. Espera-se que a informação auditiva seja potenciada na sua
retenção e por isso demonstre um maior efeito de recência.

Da memória Sensorial à Memória a Curto-Prazo: Redes de atenção e reconhecimento


de padrões
Atenção

Os primeiros estudos envolveram tempos de reação e mudança de tarefa (task


switching). O fisiologista Holandes Donders foi pioneiro nesta área: criou vários tipos
de tarefa e um método subtrativo para estimar o tempo que os indivíduos demoravam
no seu desempenho.

 A tarefa A é a mais simples (tempo de reação simples):


um estímulo específico (S1) evoca um único tipo de
resposta (R1).

 Na tarefa B, designada por tempo de reação de escolha,


uma resposta específica (R1) deve ser dada perante um
certo estímulo (S1), enquanto outra (R2) deverá ser
emitida face a outro tipo de estímulo (S2). Por exemplo,
se no semáforo a luz estiver verde (S1) aceleramos (R1), mas se a luz estiver
vermelha (S2) travamos (R2). Uma tarefa deste tipo inclui as operações
cognitivas de linha-de-base de uma reação simples juntamente com operações
de identificação de estímulos e de seleção de resposta.

 A tarefa C permite determinar o tempo das operações cognitivas de linha-de-


base e de identificação de estímulos, mas não inclui a seleção de resposta, pois
só um dos estímulos (S1 e não S2) tem resposta associada...

Com tarefas deste tipo, Donders estabeleceu o seu método substrativo que permitia
comparar módulos distintos de processamento de informação. Assim, o tempo de
reação total assenta na soma dos tempos de cada modulo.

OS estudos com tempos de reação levaram à descoberta de diversos fenómenos


psicológicos de processamento de informação. O “speed accuracy trade off”, por
exemplo, refere -se ao aumento do numero de erros na tarefa quando aceleramos o
desempenho.

Broadbent (1958): Paradigma de escuta dicótica

A escuta dicótica envolve o envio simultâneo de uma mensagem para o ouvido direito
do sujeito e uma mensagem diferente para o esquerdo.

Os participantes são convidados a ouvir as duas mensagens simultâneas e a repetir no


final o que ouviram.

Broadbent estava interessado no modo como as mensagens seriam repetidas. Seriam


repetidos os dígitos na ordem em que foram ouvidos ou apresentados? Ou seria
repetido o que foi ouvido num ouvido seguido do outro?
Broadbent descobriu que as pessoas cometiam menos erros repetindo ouvido a ouvido
e geralmente repetiam dessa forma.

Primeiro modelo de atenção seletiva A atenção é concebida como um “filtro”


cognitivo dos dados do ambiente.

 O filtro evita o “overload” do sistema de processamento de informação: rejeita


info não atendida numa fase precoce de processamento.
 Efeito de “cocktail party” da atenção auditiva, descrito por Colin Cherry (q953)
com experiencias de escuta dicotica

Controlo da atenção no reconhecimento de padrões


Os limites não estão no processamento, mas na capacidade de resposta. Processo toda
a informação até à MCP e só aí é que ela é selecionada.

FIT= feature integration theory

Em 1980 Anne Treisman propõe que o reconhecimento de padrões é realizado pela


construção de representações cognitivas que são sempre comparadas a engramas de
MLP.

Modelo de Treisman de integração da informação visuo-espacial

 As propriedades dos objetos no campo visual são codificadas em mapas de


características.
 A atenção focada seleciona e integra essas características.
 Isso permite o reconhecimento do objeto e a comparação com descritores de
conhecimento armazenado em memoria.

Complicando as conceções de memoria, o próprio reconhecimento de padroes de


informação sensorial depende da comparação do engrama sensorial com engramas em
MLP: Thatcher Effect/ Illusion.

Reconhecimento automático: é assim q se olha ve se logo


Atenção focada: necessário focar durante uns minutos ate ver

As redes neuronais de controlo de atenção permitem que os estimulos que são


registados possam ser selecionados de memoria.

Por isso, atenção permite-nos focar certas características das sensações para
receberem mais processamento (ou não=serem esquecidas)

Existem vários tipos de atenção, dependendo da tarefa em causa:

 Automática (ativação geral);


 Focada;
 Dividida;
 Mantida/sustentada.

Sistemas modulatórios cerebrais (ativação geral)

Noradrenalina: aumento da atividade melhora capacidade de concentração


Acetilcolina: fármacos anticolinérgicos provocam estados confusionais – aprendizagem
Modelo de redes de atenção (Michael Posner)

Rede anterior da atenção  área motora suplementar + cíngulo anterior

Rede de deteção: permite dirigir a atenção para deteção de acontecimentos.

Rede posterior da atenção áreas parietais posteriores + núcleos talâmicos + colículos


anteriores

Rede de orientação: permite dirigir a atenção para locais pertinentes como na busca
visual.

Rede de vigília  parte lateral do lobo frontal direito

Rede de vigilância: permite manter a atenção para detetar acontecimentos pouco


frequentes.

Tipos de atenção – Atualidade


Processos cognitivos que influenciam a aprendizagem e recuperação de memórias

Influências contextuais na aquisição de memórias

Aquisição=processamento de informação

A memória é dependente do contexto externo (indicadores) e interno (estados


emocionais).

Tarefas de manipulação emocional: Técnica de Velten (estado emocional negativo 


lista de palavras  1 semana depois, se estiver com o mesmo humor, recordo mais)

A aprendizagem é intencional (decoro porque preciso) ou incidental (não preciso de


memorizar). Nem sempre a intencionalidade favorece a codificação.

Processamento intencional E Incidental

Processamento Top-Down

 Refere-se ao controlo intencional do observador em determinar que regiões,


atributos, ou itens serão selecionados para processamento.
 O grau de ativação/inibição destes processos depende do grau de
correspondência entre o estímulo e as propriedades alvo da tarefa.
 Ex: estudar gramática para depois fazer uma redação

Processamento Bottom-Up

 Refere-se à capacidade que certos estímulos ou propriedades possuem em


atrair a atenção do sujeito para o seu processamento apesar dos seus esforços
para os ignorar.
 O grau de ativação/inibição destes processos depende da saliência do estímulo.
 Ex: elevado valor motivacional, novidade

Congruência de contexto interno aquisição-recuperação

Memorias traumáticas, mesmo que aparentemente esquecidas emergem à consciência


com mais frequência quando o contexto emocional de recuperação é congruente com
o contexto emocional de aquisição.

Efeito de autor  se formos nós a gerar a informação, memorizamos mais facilmente.

Nivel de processamento cunhos autorreferentes, mais profundo, mais implicado na


informação. Quanto > profundidade > evocação, independentemente da geração ou
intencionalidade.
Material verbal E Não Verbal: memória para o que faço é melhor do que para o que
vejo ( auditiva  visual  para o que faço, mais pistas neste sentido)

Experiencia De Priming Contextual


(corresponde aquisição/recuperação)

A variabilidade dos contextos de aquisição propicia um maior número de indicadores


para recuperarmos a informação aprendida.

Recriar as condições em que uma memória foi criada, facilitará a sua recuperação (ex:
fazer exame na mesma sala que temos aulas).

Certas aprendizagens especializadas como o treino militar fornecem indicadores de


contexto durante a aquisição de competências, antevendo que as situações futuras irão
recriar as condições em que as memórias do treino foram criadas, facilitando a sua
recuperação.

Place content

Mental Reisntatement – recriação mental – curto prazo

Physical Reinstatement – recriação mental- longo prazo

Interferências na retenção de memórias

1. Repetição: torna mais fácil passar a info de MCP para MLP


2. Tarefas distratoras: ouvir ruido durante um ditado interfere no loop fonológico,
e compete/distorce a informação a armazenar
3. Interferência retroativa: não é o tempo que leva ao esquecimento mas as
novas aprendizagens associadas (almocei todos os dias, não me recordo do que
comi 2 feira, se so tivesse comido 2 feira saberia mesmo uma semana depois) o
estudo de aulas seguintes interfere com o estudo das aulas mais antigas ( efeito
de recência)
4. Esquecimento dirigido (efeito RIF): quando se treina muito uma informação,
esquece-se aquela que lhe esta associada, mas que não foi treinada, se estudo
demasiado a 1 parte da aula, esqueço/inibo a retenção da 2 parte da aula.

Como estudar a recuperação?

Recuperação= Recordação da informação

Evocação Livre evocamos livremente, na ordem que desejamos

Efeito de recência
 Deteta-se sobretudo MCP
 Uma tarefa distratora concorrente reduz o seu efeito
 Ao fim de 30s, efeito começa a atenuar
 Modalidade de apresentação (melhor evocação se as palavras são apresentadas
durante 4 s auditivamente)

Efeito Primazia
 Deteta-se sobretudo na MLP
 Desaparece com a repetição – interferência retroativa

Evocação serial evocamos na ordem que aprendemos

Evocação Guiada  pares associados

Provas de reconhecimento
 Êxitos – ele e o carlos
 Omissões – não me lembro do nome
 Rejeições – ele não e o luis
 Falsos alarmes – e a joana, mas não e (psicologia do testemunho)

Recordação Prospetiva
 Ex: o que tenho que fazer amanhã?

Recordação Implícita
 Ausência de instruções de recordação
 Ex: fornece-se lista de palavras contendo a palavra sapo a meio, para
memorizar. Uma semana depois pede-se para completar uma palavra “S___” e
escrevem sapo. Priming
Efeito RIF (Retrieval—Induced Forgetting)

Fenómeno da memoria em que a recordação causa esquecimento de outra informação


memorizada.

O efeito RIF é demonstrado numa experiência com três fases:

1. Estudo do material inicial


2. Pratica com parte desse material
3. Teste final de todo o material estudado

São usados vários tipos de testes:

 Evocação com pistas de categorias


 Provas de reconhecimento

É um efeito fortemente. Replicável, com vários tipos de matérias, em grupos, e é


reduzido em algumas populações clínicas.

RIF ocorre por recordação consciente através de recuperação explicita (semântica),


enquanto parte do material aprendido é inconscientemente esquecido.

O efeito RIF indica que quando se recupera informação memorizada, essa memoria é
fortalecida, enquanto outras que competem por esse engrama ficarão menos
acessíveis no futuro.

As recuperações durante a prática otimizam a recuperação posterior dessas palavras


(itens Rp+). A memorização de palavras não praticadas, mas relacionadas com as
praticadas (itens Rp-) é prejudicada, quando comparada com palavras praticadas, mas
não relacionadas (itens NRp).

Ao comparar a evocação dos itens RP- e NRp a experiência demonstrou um RIF de 13%
Ação biológica do hipocampo: Potenciação a Longo Prazo (LTP)

LTP= long-term potentiation

Organização da memoria a longo prazo

Memória Semântica Memória Episódica

Aspetos qualitativos da memória humana

Reter e evocar informações faz intervir mecanismos de todo o cérebro:

 Nas áreas de associação parietais são integradas as informações somato-


sensoriais e outras referentes à postura corporal e movimentos.
 A integração dessas informações com informação visual e auditiva permite o
pensamento consciente sobre a posição exata do corpo.
 A fusão (“Binding”) de informações sensoriais recentes com mensagens
mnésicas de experiências previas, permite um sentido exato e consciente de
visões, sons, cheiros, tato e paladar.

Áreas de associação do córtex parietal Áreas de associação unimodais multimodais


Áreas de associação

As áreas de associação pré-frontais medeiam decisões, estabelecem prioridades,


antecipam e conferem-nos os sentidos de ética e moral.

 Doentes com lesões no pré-frontal têm défices na Memória episódica


(autobiográfica) do espaço e do tempo; no entanto, o seu conhecimento factual
está muitas vezes intacto...

Córtex fronto-orbital  processos afetivos e cognitivos

Córtex Temporal decide o que deve ou não ser guardado na MLP e confere
tonalidade afetiva as recordações.

 Interligações com sistema límbico e emoções.

Hipocampo e memorias declarativas

Estimulação elétrica (30 Hz+-) da via Registo a partir do giro denteado: observa
Perfurante durante 5 s potencial pós-sináptico da população em
resposta a um único estímulo ao longo de vários dias
Hipocampo e LTF

O glutamato é libertado e atua sobre os recetores. Os NMDA permitem a entrada de


Ca2+. O cálcio ativa várias enzimas (CaMKII-calmodulina) que fosforilam outros
recetores, ativando-os. A fosfocinase G (PKG) promove a libertação de mensageiros
retrógrados, aumentando a libertação de glutamato (PKC pré-sináptica fosforila a GAP-
43: aumenta o gating das vesículas de NT). A adenilcilase que metaboliza AMPc é
regulada por sinapses metabotróficas da NA, 5HT, DOPA, e activa a cadeia de produção
de AMPc. A PKA, a MAPK e a PKC fosforilam fatores de transcrição nucléicos (CREB),
iniciando síntese proteica...

Fase incial de LTP por ação do glutamo nos recetores AMPA em resposta ao aumento
da frequência do neurónio pré-sináptico e à polarização (cargas Na+) do neurónio pós-
sináptico.
Inicia -se o recrutamento dos recetores
NMDA (permeáveis ao Ca2+) por terem
sido expelidos os iões Mg2+ que
mantinham esses recetores em repouso.

A transcrição genética promovida pela CREB induz síntese de proteínas intracelulares e


de membrana (mais recetores) no neurónio pós-sináptico. São libertados fatores de
crescimento na fenda sináptica que originam novos contactos sinápticos (plasticidade).

Aprendizagem espacial Evocação de rotas de táxi Evocação de palavras


(hipocampo direito) (hipocampo direito) (hipocampo esquerdo)

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