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Tema:

Relações Humanas, Linguagem e Grupos.

Matéria:
TERAPIA E TÉCNICAS DE GRUPO

Prof.: Máxia Almeida


Grupos
Fundamentos Teóricos
A psicologia grupal é resultante da com confluência de contribuições provindas da teoria
psicanalítica e das ciências sociais, através dos ramos da sociologia, antropologia social e psicologia
social. (Zimerman, 2008).

Para Zimerman e Osório (1997), o grupo no campo da saúde mental (ou grupo
psicoterápico) tem o objetivo voltado para que seus integrantes adquiram insight dos aspectos
inconscientes, tanto individuais como coletivos.
Psicoterapia de Grupo

Pratt foi o fundador da Psicoterapia de Grupo, que em 1905 pela primeira vez foi empregada
com pacientes tuberculosos, no Massachussetts General Hospital (Boston). Pratt observou que
enquanto os pacientes aguardavam atendimento na sala de espera desenvolviam relações emocionais
que tornavam os pacientes mais animados.

Nos encontros era falado das atitudes dos pacientes em consequência da doença, da relação
familiar, das diferentes formas com que cada um enfrentava a doença e também eram dados conselhos
e esperanças de cura. Os encontros eram considerados proveitoso, pois, os pacientes sempre
melhoravam se apresentando mais otimistas e corajosos e depositando confiança no terapeuta.
CARACTERIZAÇÃO DE UM GRUPO

• Todo grupo se comporta como se fosse uma individualidade;

• Todos os membros devem estar reunidos em torno de objetivos em comum;

• O tamanho do grupo não pode exceder o indispensável para a preservação da comunicação (visual e
auditiva), verbal e a conceitual; deve existir um enquadre (setting) e o cumprimento das combinações;

• O grupo se organiza a serviço de seus membros sendo a recíproca verdadeira;

• Formação de uma identidade grupal genuína preservando as identidades individuais;

• Forças coexistentes: coesão e desintegração. Pertinência (vestir a camisa) e Pertencência (fazer parte).

• Dependem da capacidade de perder membros e absorver outros;

• Formação do campo grupal dinâmico em que gravitam fantasias, ansiedades, identificações, papeis, etc.
Modalidades Grupais
As modalidades Grupais são diferentes formas de se oferecer atendimentos a grupos.
Portanto, estão referenciadas às áreas de atendimento do psicólogo.

Há varias formas de atuação e em diversas áreas:

 Jurídica
 Clinica
 Escolar
 Hospitalar
 Comunitária
 Organizacional
Abordagens

 Psicanálise

Gestalt

 Cognitivo comportamental

 Existencial

 Sistêmica

 Psicodrama
e outros
Classificação dos Grupos

Quanto à forma: Aparência externa.


• Grupos Homogêneos;
• Grupos Heterogêneos.

Podendo ser:
• Abertos (quantidade de pessoas, tempo de execução);
• fechados;
• e mistos.
Modalidades Grupais
Gestantes
Idosos
Obesos
Casais Alcoolistas
Famílias Treinamentos Reabilitação
Crianças Vivências Reflexão
Adolescentes Discussão Ensino
Diagnósticos Dramatização aprendizagem
... ... ...
Quanto aos Tipos
(Modo de funcionar e critérios da finalidade a que se destina o
grupo), sendo eles:

Operativos e Psicoterápicos
Operativos: Conceito em que abrange todos os gêneros de grupo.
Executar uma tarefa a apresentar. A atividade do coordenador do grupo operativo deve ficar centrado
unicamente na tarefa proposta e especifica. Ensino - aprendizagem – aprender a aprender.

Psicoterápicos: Visam a conquista de algum insight, que pode ser de natureza inconsciente tanto do individuo
como do grupo, o auto conhecimento, a ampliação da consciência.
Relações Humanas

A expressão "relações humanas" significa, literalmente, o estabelecimento e/ou a manutenção de contatos entre seres
humanos. Como tal, ocorrem, diária e frequentemente, na vida de todos nós. Acontecem em casa, com familiares;
quando integramos uma equipe de futebol; no bar da esquina, com o rapaz que nos serve um refresco no dia de calor; no
ônibus, com o cobrador a quem pagamos a passagem; e, principalmente, no ambiente de trabalho - onde passamos a
maior parte de nosso tempo útil -, com nossos colegas, superiores e subordinados. Temos, então, que, no seu sentido
estritamente literal, a expressão "relações humanas" quer dizer todos aqueles contatos entre os seres humanos que se
processam em todas as situações.

Porém, paralelamente ao significado literal, surgiu um outro significado para a expressão "relações humanas",
que é mais amplo do que o primeiro. Modernamente, entende-se por relações humanas uma atitude que deve
prevalecer no estabelecimento e na manutenção dos contatos entre pessoas. Essa atitude deve estar assentada no
princípio do reconhecimento dos seres humanos como entes possuidores de uma personalidade própria que merece ser
respeitada. Isso implica numa compreensão sadia de que toda pessoa traz consigo, em todas as situações, necessidades
materiais, sociais e psicológicas que procura satisfazer e que dirigem seu comportamento neste ou naquele sentido.
Assim como as pessoas são diferentes entre si, também a composição e estruturadas necessidades variam de indivíduo
para indivíduo.
Praticar relações humanas significa, portanto, muito mais do que estabelecermos e/ou mantermos
contatos com outros indivíduos. Significa estarmos condicionados, nessas nossas relações, por uma atitude,
um estado de espírito ou uma maneira de ver as coisas, que nos permita compreender o nosso interlocutor,
respeitando a sua personalidade, cuja estrutura é, sem dúvida, diferente da nossa. Isto quer dizer que
praticar relações humanas não equivale simplesmente a "amar ao próximo como a nós mesmos" pois o que
é bom para uns não é necessàriamente válido para outros, em decorrência das diferenças de composição e
estrutura de suas necessidades.

De acordo com esse significado mais amplo, podemos


dizer que, onde quer que se estabeleçam e/ou mantenham
contatos entre pessoas, poderá ou não estar presente aquela
atitude que chamamos de "relações humanas". Na ausência dessa
atitude, o que resulta é um clima de ressentimento, resistência,
incompreensão, falta de colaboração e iniciativa, enfim, uma
atmosfera que não conduz a um aproveitamento positivo na
relação que se estabelece.
A importância da Linguagem Simbólica

No trabalho precisamos de instrumentos para a transformação da natureza e do planejamento, ação


coletiva e a comunicação social.
Para agirmos cada vez melhor, devemos criar um sistema de comunicação que nos permitam troca de informação
especificas e significados compartilhados pelos indivíduos no projeto coletivo.

De tal forma que a linguagem simbólica permite antecipar os eventos e também evitar a ansiedade ou
comportamentos inadequados. Através da linguagem simbólica, é possível desenvolver as habilidades e aprendizados
da vida cotidiana, relacionamentos consigo mesmo, relacionamentos com os outros.

Temos uma linguagem simbólica quando há um excesso de vida que necessita de uma expressão, mas ainda
contém o desconhecido, ou melhor, o indizível. Mesmo havendo excesso de palavras, não se consegue expressar o
que se quer, o que se sente.
A Interdependência Humana

Rousseau diz, no início do Contrato social, que pretende tomar “os homens tais como são” e “as leis tais
como podem ser”. Tomando os indivíduos como interdependentes e ambivalentes (entre cooperação e competição) e
as leis (e a política) como uma “tecnologia de cooperação”.
Interdependência”, tal como entendida aqui, remete para uma situação que envolve a necessidade de uma
forma de “colaboração mutualista”, ou seja, uma colaboração entre indivíduos em que ambos obtêm vantagens.
Tomasello (2012), propõe a ideia de interdependência como “colaboração mutualista” contrastando-a com a “ajuda
altruísta”. A referência imediata de Tomasello é a discussão em torno da evolução da cooperação, na qual, em geral, os
conceitos de “altruísmo” e de “reciprocidade” desempenham o papel central.
A partir do “fato da interdependência”, podemos introduzir um outro aspecto que caracteriza “os homens
como são”: indivíduos são essencialmente ambivalentes (entre cooperar e competir), e essa ambivalência tem amplas
consequências para a sociabilidade tipicamente humana.
O Valor da Empatia
Capacidade de assumir a perspectiva de outra pessoa; de afastar-se do julgamento; de reconhecer
a emoção nos outros como se estivesse vivendo a mesma situação.

A partir da empatia é possível entender o sentimentos e as emoções do outro, ela ajuda a olhar
para um problema sob diversos pontos de vista diferentes.
Os Tipos de Silêncio nos Grupos
CASTILHO, Áurea. A dinâmica do trabalho de grupo.
2ª Ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1994.
Silêncio de tensão: Expresso pela ansiedade, se manifesta por postura corporal tensa,
respiração ofegante, expressões faciais, tamborilar dos dedos, etc.

Silêncio de conflito: Profundo e tenso, é caracterizado por sentimentos hostis,


agressivos, de oposição, reprovação, medo ou ódio. É um ressentimento latente que
para não vir à tona faz com que as pessoas fiquem mudas, ou se isolem dentro do
grupo. É tarefa do facilitador não permitir que esses sentimentos sejam oprimidos,
mas sim que eles se manifestem da melhor forma possível.

Silêncio de medo: Há mudança na postura física e psicológica. Faz com que as


pessoas fiquem petrificadas, ou até que saiam do grupo.
Silêncio de reflexão: Aparece geralmente depois de alguma observação feita pelo
facilitador ou após algum feedback, ou depois de uma experiência intensa vivida pelo
grupo. É um silêncio produtivo já que leva os participantes a terem insights. Não é um
silêncio tenso e tende a ser quebrado pelo próprio grupo.

Silêncio de amor e de paz: Momento pleno em que palavras são desnecessárias. A


comunicação passa a ser pelo contato físico ou pelo olhar. Acontece depois de um
momento de grande afetividade.

Silêncio de expectativa: caracterizado pela espera, é a parada para ouvir o outro. Pode
ser tanto uma cobrança quanto um estímulo. O visual é muito frequente aqui.
Silêncio de solidão: É mais comum um único indivíduo o viver dentro do ambiente
grupal. É um silêncio amargo, cheio de pesar e vazio. Varia muito de pessoa para
pessoa.

Silêncio de dependência transferencial: Se espera que o coordenador assuma o


comando, guiando o grupo. É um dos silêncios mais comuns. Também se dá em
momentos de crise, as pessoas atacam o facilitador para que ele organize e motive o
grupo. Pode acontecer pelo medo que as pessoas têm de se expor, ficando assim no
aguardo pela iniciativa de um terceiro.

Silêncio de atenção: É o silêncio empático e de escuta. O silêncio de atenção interior é


o menos frequente, pois as pessoas têm medo de dar-se conta sobre o que estão
sentindo ou pensando.
Silêncio de resistência e bloqueio emocional: Os indivíduos não conseguem se
expressar, sentem dificuldades e bloqueios.

Silêncio de desinteresse: Ocorre perda do foco de atenção no que ocorre e apatia.


Pode camuflar uma resistência. Desinteressa-se pelo que está acontecendo porque isso
está o afetando internamente. Acontece inquietação e expectativa por algo que está
por vir.

Silêncio de depressão: Ausência de interesse e expectativa, atitude passiva e ausente


por parte do(s) indivíduo(s). Desaparece a energia e vitalidade.
Silêncio por dificuldade de comunicação: Inibição apesar da vontade de se manifestar.

Silêncio de respeito: Aparece quando não se sabe exatamente o que dizer. Caracterizado
pelo respeito ao outro, sendo que aparece em momentos sentimentais.

Silêncio de mágoa: Sentimento de mágoa, dor psicológica de perda, de decepção e de


perda de confiança. É uma fuga ao confronto. Pode estar ligado a sentimentos de
autoconsideração e de vitimização.
OBRIGADO!

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