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Como seria um resumo feito por mim.

Profª. Sarah Monteiro


sarah_mctf@hotmail.com
Psicologia da personalidade - 2023.2
O conceito de Personalidade

■ Personalidade: definida com o conjunto integrado de traços psíquicos (características


individuais), que se relacionam com o meio. Inclui fatores físicos, biológicos, psíquicos
e socioculturais que formam o sujeito, conjugando tendências inatas e experiências
adquiridas no curso de sua existência.

■ Determinantes da personalidade: genética, constituição corporal, temperamento,


caráter, determinantes ambientais (cultura e classe social), família, pares sociais.
Evolução histórica da teoria da personalidade

■ O estudo formal da personalidade foi influenciado por tradições separadas, as quais


utilizavam métodos distintos e visavam atingir objetivos diferentes.
■ A psicologia experimental de Wilhelm Wundt concentrava-se na análise da experiência
consciente e no funcionamento de suas partes fundamentais. Estudavam-se os processos
mentais que poderiam ser afetados por algum estímulo externo que pudesse ser manipulado e
controlado pelo experimentador.
■ Para o behaviorismo de John B. Watson, a psicologia teria que se concentrar somente nos
aspectos tangíveis da natureza humana – o que pode ser visto, ouvido, mensurado e
registrado. Só o comportamento evidente poderia ser o tópico legítimo da Psicologia.
■ Na psicanálise de Sigmund Freud, a compreensão do funcionamento mental do sujeito era
obtida a partir da interpretação com base no que os pacientes lhe contavam sobre os seus
sentimentos e experiências passadas.
■ No final da década de 1930 o estudo da personalidade foi formalizado e sistematizado na
psicologia pelo trabalho de Gordon Allport na Universidade de Harvard.
Métodos e estratégias de investigação da personalidade

As técnicas variam em objetividade, confiabilidade e validade e vão da interpretação dos sonhos e


lembranças da infância aos testes feitos no papel e aplicados por computadores. A avaliação feita
para um diagnóstico ou com objetivo terapêutico não pode se basear em um único teste. O ideal é
utilizar várias formas de avaliação para se ter uma maior abrangência de informações sobre a
pessoa.
Métodos de avaliação:
■ Inventários objetivos ou de autorrelato: questionários em que as pessoas avaliadas
respondem a perguntas sobre seu comportamento e sensações em várias situações.
■ Técnicas projetivas: ferramenta de avaliação em que os sujeitos projetam suas necessidades
pessoais, medos e valores nas interpretações ou na descrição de um estímulo ambíguo.
■ Entrevistas clínicas: formulário de perguntas que possibilitam a obtenção de informações
detalhadas sobre as experiências de vida passada, relacionamentos sociais e familiares do
sujeito, além de seus planejamentos para o futuro.
■ Método clínico: durante o acompanhamento clínico explora-se a história do caso. O psicólogo
busca pistas no passado e no presente dos seus pacientes que possam indicar a fonte dos
problemas emocionais.
■ Método experimental: experimentos de pesquisa com o objetivo de determinar o efeito de uma
ou mais variáveis ou eventos sobre o comportamento humano.
A Psicanálise de Sigmund Freud
■ Pulsão (impulso): forças motivadoras que impulsionam o comportamento do sujeito e que se
originam a partir de desejos inconscientes. O objetivo da pulsão é satisfazer a necessidade e,
assim, reduzir a tensão existente no aparelho psiquíco. Somos continuamente motivados a
recuperar e manter uma situação de equilíbrio fisiológico para manter o corpo livre de tensão.
■ Primeira Tópica (níveis mentais): O aparelho psíquico dividide-se em uma parte consciente
e uma parte insconsciente (pré-consciente e o inconsciente propriamente dito).
■ Consciente: corresponde a todas as sensações e experiências das quais estamos cientes em
todos os momentos. Parte limitada da mente, porque somente uma pequena parte dos nossos
pensamentos, sensações e lembranças existe em nossa consciência o tempo todo.
■ Pré-consciente: localizado entre os níveis consciente e inconsciente, é o depósito de
lembranças, percepções e ideias das quais não estamos cientes no momento, mas que
podemos facilmente trazer para o consciente.
■ Inconsciente: a parte maior, mais forte e mais profunda/invisível do funcionamento mental.
É lá que se originam os desejos e pulsões que regem o nosso comportamento. É a fonte de
forças que não conseguimos ver ou controlar.
Segunda Tópica (instâncias da mente)

■ Posteriormente, Freud revisou os conceitos de compreensão do funcionamento


mental e introduziu mais três estruturas básicas da anatomia do aparelho psíquico:
id, ego e superego.

■ Id: Instância do prazer. Corresponde ao funcionamento das pulsões, além de ser


uma estrutura poderosa que fornece toda a energia para os outros dois
componentes. Está diretamente relacionado à satisfação das necessidades corporais.
Por meio da sua preocupação com a redução da tensão, o id atua para aumentar o
prazer e não tolera atrasos ou adiamentos da satisfação por nenhum motivo. Ele só
conhece a gratificação instantânea e conduz-nos ao que queremos, sem levar em
consideração o que os outros querem. É uma estrutura egoísta que busca o prazer, é
primitiva, amoral, insistente e impulsiva.
■ Ego: Instância psíquica responsável pela tomada de decisões. É a fonte de
comunicação da pessoa com o mundo externo (a realidade). Seu objetivo é ajudar o id
a obter a satisfação dos desejos e pulsões que almeja. Por estar em contato com a
realidade, o ego decide quando e como os instintos do id podem ser satisfeitos da
melhor maneira. Ele determina os momentos, lugares e objetos adequados e
socialmente aceitos que irão satisfazer os impulsos do id. O ego funciona
constantemente mediando as demandas conflitantes do id, do superego e do mundo
externo.

■ Superego: Instância psíquica guiada por princípios moralistas e idealistas. Tal como o
Id, é implacável, até cruel, na sua busca pela perfeição moral. Em termos de
intensidade, irracionalidade e insistência na obediência, ele não difere do id. Seu
objetivo é inibir as demandas do Id. Ele não busca prazer (como o id), nem a obtenção
de metas realistas (como o ego), mas apenas a perfeição moral.
Mecanismos de defesa do Ego
■ Como resultado da pressão feita no Ego por forças insistentes e opostas, surge a ansiedade.
Esta, é uma ameaça ao ego e tem que ser neutralizada ou evitada. É preciso que haja a redução
do conflito entre as demandas do id, do mundo externo e do superego. Desse modo, como
recurso de auxílio ao Ego, as defesas entram em operação.
■ Mecanismos de defesa: existem vários tipos de mecanismos de defesa e, em geral, utilizamos
vários deles ao mesmo tempo. Consistem em negações ou distorções da realidade e sempre
operam inconscientemente.
■ Repressão/Recalque: é um afastamento involuntário de algo da consciência, um tipo de
esquecimento da existência de algo que nos traz sofrimento ou constrangimento.
■ Negação: envolve a negação da existência de uma ameaça externa ou evento traumático
ocorrido.
■ Formação reativa: envolve a manifestação à nível consciente de um impulso originado pelo
id. A expressão desse impulso é oposta àquela que está realmente motivando a pessoa. (Ex:
ódio (inconsciente)  amor (consciente).
Projeção: envolve a atribuição de um impulso perturbador do sujeito a outra pessoa.
Neste mecanismo, os impulsos inaceitáveis são vistos como de outros indivíduos.

Regressão: diante de situações de grande pressão, o sujeito retorna a um estágio anterior


da vida e exibe as características e comportamento infantis dessa época.

Racionalização: mecanismo que envolve a reinterpretação de uma situação angustiante


para torná-la mais aceitável e menos ameaçadora para nós. Utilizam-se desculpas ou
justificativas extremamente lógicas para a situação.

Deslocamento: envolve o deslocamento de impulsos do id de um objeto ameaçador para


outro menos ameaçador. Ex: Caso do menino Hans que tinha medo inconsciente do pai e
passou a nível consciente a ter medo de cavalos.

Sublimação: mecanismo que envolve a transformação de impulsos inaceitável do id em


comportamentos socialmente aceitáveis e admiráveis.
Estágios do desenvolvimento psicossexual

■ Para a psicanálise, a constituição da personalidade passa por diversas fases. Cada fase possui
características pelas quais a criança deve conseguir enfrentar com o auxílio das figuras
parentais. Caso as necessidades da criança não sejam amparadas de forma adequada pelas
figuras de cuidado, haverá uma fixação naquela fase. As fixações infantis promovem uma
tendência à regressão a esses pontos de fixação quando o sujeito adulto defronta-se com
situações angustiantes. Em outras palavras, o adulto passa a se comportar de maneira
infantilizada.

■ Fases do desenvolvimento psicossexual: fase oral  fase anal  fase fálica (complexo de
édipo)  fase de latência  fase genital.
Fase oral (0-1 ano): A criança está em um estado de completa dependência da mãe ou da figura de
cuidado. Durante esse período, a fonte principal de prazer da criança é a boca, com a qual ela obtém o
prazer de sugar, morder e engolir. A criança aprende com a mãe a perceber o mundo como bom ou mau,
satisfatório ou frustrante, seguro ou perigoso. O indivíduo fixado nessa fase é ávido, não suporta
privação e rejeição, é passivo, dependente, sem iniciativa e acomodado. (*Um bebezão mimado)

Fase anal (1-3 anos): A criança encontra-se em condição de ser inserida no mundo e precisa sujeitar-se
às suas regras de funcionamento. A primeira aprendizagem refere-se ao controle de suas necessidades
por meio do treinamento dos hábitos de higiene. O indivíduo fixado nessa fase possui dificuldade na
retenção e expressão de seus afetos, atos e pensamentos. Possui comportamento obsessivo-compulsivo,
é avarento e possui desejo contínuo de controle de si mesmo e dos outros.

Fase fálica (4-5 anos): As crianças nesse estágio exibem um forte interesse em compreender o mundo
e seu próprio corpo. A criança fica curiosa sobre o funcionamento das coisas, sobre o nascimento, o
porquê os meninos têm pênis e as meninas não, etc. Também há um prazer muito grande em manipular
seu corpo e genitais para obter prazer (masturbação infantil*completamente inocente, ok?!). O
indivíduo fixado nessa fase é exibicionista e narcisista, intolerante à frustração, intrometido e percebe-
se no direito de penetrar em qualquer espaço que deseje. (*Metido e que se acha. É um falo ambulante)
■ Complexo de édipo - Fase fálica (4-5 anos): Freud utilizou uma metáfora para explicar a introdução
das leis sociais na criança que ocorre nessa fase. A criança se relaciona com a figura paterna
(representante de lei e ordem) e a figura materna (representante do amor, acolhimento e proteção).
Inicialmente a relação mãe/criança resulta em uma completa satisfação à qual a criança não quer abrir
mão. Porém, isso impede à criança de crescer, alcançar autonomia e aceitar as regras sociais. A figura
paterna intervém ao separar a criança da mãe, fato que faz a criança vê-lo como um rival ameaçador.
Após a criança perceber o pai como alguém muito potente e incapaz de ser superado a criança deixa de
hostiliza-lo e passa a admirá-lo, desejando ser como ele. Desse modo a criança aceita sua condição de
limitação e sujeição às regras do mundo, abre mão da relação com a mãe e cresce em busca de uma outra
figura substituta que será sua parceira no amor e satisfação. Figura essa com características semelhantes
às figuras iniciais. Isso porque nossas figuras paternas são um modelo para nós. Assim, nasce nosso
superego e a criança se estrutura dentro de uma das três estruturas psíquicas da psicanálise: neurose,
psicose e perversão (tema para disciplinas futuras, podem relaxar).

■ Fase de latência (5 – puberdade): As tempestades e os estresses dos estágios anteriores passam e esse é
um período tranquilo em que as pulsões são sublimadas em atividades escolares, hobbies e esportes e no
desenvolvimento da socialização.

■ Fase genital (adolescência – idade adulta): O adolescente busca se adaptar às sanções da sociedade
que existem e também é um período de manifestação dos interesses sexuais e amorosos,
desenvolvimento de uma identidade e busca por um lugar na sociedade representado pela escolha de
carreira, parceiros de vida e constituição de família.
Fim! Agora um recadinho sensato da prof.ª: Aproveitem um
pouco do fim de semana com o Id, mas estudem como o
Superego manda e o mundo exige. Juízo e equilíbrio meus caros!

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