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nceito de foco
)io na ativação e
igidas ao ambiente
IS concentram sua
~mplo, mostram que a motivo do paciente. Deduz-se daí que o terapeuta deve lidar
são é a de uma "foca- com o paciente primeiro em seu próprio terreno, aceitando pro-
:ica do terapeuta que visoriamente seus pontos de vista sobre o problema, e só mais
e em certos pontos de tarde - depois de orientar-se acerca dos motivos reais do pa-
~ntes tendem natural- ciente - procurar utilizar esses motivos para fomentar os objeti-
focalização. A possibi- vos terapêuticos suscetíveis de possível realização (1).
linha diretriz, selecio-
erta força nas funções Em termos operativos, a focalização leva a trabalhar mais
n marcada debilidade re associações intencionalmente guiadas do que sobre as-
nente um relato dis- .ações livres. Se na técnica psicanalítica a dificuldade do
, a focalização parece :-a.ciente para associar livremente pode ser considerada indício
;capara nela concen- e resistências, nas psicoterapias, pelo contrário, a evitação de
odo um conjunto de :lIIla atitude exploratória intencionalmente guiada pode ser
:onstituir condição de da como resistencial. (Trata-se de ênfases diferentes em fun -
ão de tarefas distintas, já que, em outro nível, o resistencial ~e
ada pela dominância expressará, para ambas as técnicas, numa rigidez de pensa-
lS com vistas a resol- =nento que impede a combinação flexível dos dois estilos de
itários. Em situações associação, livre e guiada.)
ulta condensa sinto-
sintomas, obstáculos
virtude dessa capaci- 1. A estrutura do foco
lta costuma transfor -
da tarefa e, por con - Na prática psicoterapêutica, o foco tem um eixo central.
lpo, o trabalho sobre a maioria das vezes, esse eixo é dado pelo motivo de consulta
rapêutica. Alexander (sintomas mais perturbadores, situação de cnse, ameaças de
a: descompensação que alarmam o paciente ou o grupo familiar,
fracassos adaptativos). Intimamente ligado ao motivo de con-
~cubra primeiro o que
sulta, subjacente a ele, localiza-se certo conflito nuclear exacer-
:m deve fornecer o in-
bado. Para Ernesto, paciente de 30 anos, com um filho de 3,
no tratamento, e, por
que acaba de separar-se da mulher, o motivo da consulta é um
peuta, tudo será inútil,
~rapêutico algum forte
estado de angústia e depressão que afeta sua vida cotidiana e
seu rendimento profissional. As desavenças crônicas tomavam
a separação necessária para ele, mas Ernesto sente que não
nentos observando nelas pode tolerá-la, que não conseguiria substituir sua mulher nem
;rande debilidade egóica
llleias a toda focalização,
admitir que ela se unisse a outro homem. Em Andrea, pacien-
intervenções desse tipo te solteira de 26 anos, profissional recém-formada, o motivo
lés de indicadores diver- da consulta reside no medo paralisante que sente diante de
um projeto, já iniciado em seus trâmites, de transferir-se por
_92___ ______ _____ Teoria e técnica de psicoterapias
por ambas nessa situação. Atua também, como figura de identifi- como o e
cação precária, a presença do pai falecido há anos, na forma de presença
exigência de um rendimento profissional brilhante que justifique e entravar:-
essa separação, que se agrega como elemento fobígeno. Andrea, a
Outra zona integrante da situação compreende o momen- condiçõe
to evolutivo individual e grupal, as tarefas que decorrem de ne- bivalência
cess1 ãaes propnas desse momento evolutivo e a prospectiva medo do
global que essa etapa comporta. Grande parte dos conflitos falta de e
exacerbados na situação deriva não a2enas da reati ão e
conflitos infantis, mas também do cho ue entre as limitações
geradas pela persistênciadesses conflitos e as necessidades
próprias da etapa evolutiva aberta que exigem com urgência
uma satfsrãção. ütgéhcfas ao mesmo l'.empu ~UDJi::ú'va::> (acn\J-
estima) e ob.etivas ressões sociais para o amadurecimento e
a eficiência) . Ernesto tem de enfrentar suas dificuldades con-
jugais (com esta ou outra mulher), as exigências da paternida-
de e de seu trabalho profissional, necessidades de estudo e de
sociabilidade que, quanto mais precariamente forem enfrenta-
das, tanto mais distante toma-se a possibilidade de recupera-
ção. De modo semelhante, Andrea e sua mãe têm de separar-
se, ela tem de crescer, a situação infantil e adolescente não é
prorrogável, e, sem crescimento e resolução dessa simbiose,
ficam dificultados outros rendimentos, eróticos, sociais evoca-
cionais. Para a mãe, a viagem de Andrea, o casamento do filho
mais novo e seus problemas de saúde configuram uma etapa
Ll-TITca, qu.~ á\~1~esce...~ta obst~~\\?s ~ i.res~l~\Ç~ Da sih\i\Ç~.
Além disso, essa série de componentes da situação tem
de ser relacionada com um conjunto de determinações con- caracterís•
correntes, que originalmente podemos localizar numa zona de des, con
determ · ntes social mais am lo. Um conjunto de manejo d-
condições económicas, de trabalho, c turais, ideológicas, que
intervêm de muitas maneiras na situação.
Para Ernesto, não é a mesma coisa viver esse conflito con-
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social (pa.
Ente
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FOCO
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:lusivamente pes
e, por uma espécie de ajuste do diafragma, em alguns
esta, por sua vez, recortando alguma zona da estrutura. A profundidade
~ da pessoa com
e se explore cada zona e a amplitude com que se possa
ias como o diálogo -
::-reender a estrutura da totalidade dependem de uma
1jeito-realidade" e de fatores re adores gue compreendem:
r essas idéias sobre
a Da parte do P.aciente e de seu grup_o amiliar, um conjunto
:a ores: condições de vida, fatores culturais, ocupacionais,
áficos; motivação e aptidões para o tratamento.
) Da parte do terapeuta e da instituição, outros condicio-
-·es: esquemas teóricos, recursos técnicos que integram seu
_ nal terapêutico, disponibilidade de pessoal e de espaços,
- os de supervisão. Esse conjunto de fatores influi nas deci-
sobre o tempo, os objetivos e a técnica, que são, por sua
~ reguladores do foco.
Esse conjunto de fatores estabelece a amplitude geral que
erá ser atribuída ao trabalho em cima do foco.
e) Em cada momento do processo, porém, a focalização ad-
:.i:rirá uma amplitude particular. A focalização ou ajuste do
o, assim como seus reguladores, são representados no se-
_:rinte esquema:
de componentes con -
ndidade com que se FOCO
utura e nas articula-
e outro conjunto de
que julgo possível
.-
serão mencionados PROCEsso
··. TERAP&.mco
Momento do
m certos
mento, que introd da para oito meses, segundo a data prevista de sua via-
enhar um papel Andrea saiu de sua paralisia inicial, levando adiante os
que conciliação-co -es necessários para a viagem, cujo projeto adquiriu
o. Organiza -se, ~realidade.
al da situação (con
lência diante da m P. 16: "Estou comendo muitíssimo, e isso me preocupa.
:iliar-se") da qual se - ando menina, eu era gorda, vivia comendo bolachas. Minha
ia dos meninos, a ãe me controlava e minha avó me deixava comer quanto eu
gular com o brinq quisesse. Bem, voltei às bolachas."
l m ulher que está e:- T. 16: "Acho que a preocupação está no fato de que, se con-
>ao brinquedo. tinuar comendo, estragaria a boa impressão física que você quer
:i. evolução temática causar ao chegar. Porque, para você, há uma segurança baseada
iência do paciente · o fato de conseguir agradar fisicamente ."
1ção com a mulher e P. 17 (Ri.) : "Mas essa é a minha arma secreta no caso de as
a dependência em outras falharem! Não lhe tinha contado: para um lugar que me
onado (novas inteI\ interessa, mandei uma foto minha com uma pinta bárbara; aos
papel que essa de outros lugares, uma foto qualquer. Minha mãe sempre deu mui-
ioração do casamen ússima importância à impressão física que causava, a arrumar-
mação. Mais adiante e, sempre usou isso para agradar. O exibicionismo dela me
tornam visíveis sua dava raiva, mas parece que eu também o uso."
te da mulher (mãe-es-
com o momento a - A intervenção inicial de Andrea abria várias linhas possí-
mulher nem imag:in.r - : exacerbação da oralidade diante das ansiedades de sepa-
~rie de episódios do ~ -;ão, com o matiz regressivo de atualizar a época das bola-
le uma prima e de (sentir-se menina, muito longe da época de sair para o
ide, que são vinculad :: do), a contraposição entre figuras repressiva e permissiva
levam a buscar um re- ua oralidade ou então a preocupação com as conseqüên-
nesmo se mimar. corporais desta última. O terapeuta toma este último as-
J por zonas de intera- o em função de a situação atual estar definida em tomo de
; episódios surgem as- eixo prospectivo-evolutivo: projeto em andamento; assim,
e são constantemen e - conflitos estão qualificados agora por esse eixo, o que rede-
tl, cujo eixo reside na e um aspecto regressivo (fixação oral reativada) ao incluí-lo
te geram ambivalência - estrutura cristalizada pelo eixo - progressivo - do projeto
irrnentado. O terapeuta começar tomando a preocupação de
= gordar, em função do corpo da paciente lá no exterior,
And'réa: pôct'ê mõsfrar :unda-se em ele ter ltiernrquizadu cumu dumina.nlc: (e:, por
calizadora. Ocorre no · so, motivador principal que marca a situação) o eixo pros-
lIDa psicoterapia pro- ectivo da estrutura.
_10_2_______ ______ Teoria e técnica de psicoterapias
4. Evolução do foco
micro e ma
5. Algumas implicações teóricas e técnicas
temo pessoa.
do modelo de foco centrado na situação gração interpv
rruturação-van
1. Um modelo estrutural de articulação de uma multipli- ·co não for er
cidade de determinações no todo concreto de um sujeito em uma totalizaçã
situação permite compreender que diferentes tiEos de estí- o real desapa:
mulos e recursos técnicos odem ter eficácia na indução de sicodinâmic -
reco ·gura.i oes na situa ão. Se se compreen e que a ação se . adem supera::
e xe_:ce s_empre sobre uma estrutura, não se podem esperar re-
laçoes lineares nem proporcionais entre influências e efeitos Num tra
~aud Manno
poraue entre os dois pólos da suposta cadeia causal linears~ aracterizar o
si:=:; defoco _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _10_3