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A conceitualização cognitiva é uma técnica de compreensão de casos clínicos. É uma ferramenta


clínica que o terapeuta irá utilizar a todo instante durante a prática profissional. Para fazer uma boa
conceitualização, é necessário que o terapeuta conheça o modelo teórico da abordagem cognitivo-
comportamental, e isso inclui uma suposição de como a mente humana funciona.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) baseia as formulações em uma perspectiva


evolucionista, concebendo a arquitetura mental humana, em aspectos filogenéticos e ontogenéticos,
como resultado de um processo de seleção natural. Os traços foram selecionados por se mostrarem
adaptativos em certos contextos e fazem parte de uma arquitetura neural. Infere-se a existência
deles por intermédio de tendências ou predisposições para agirmos, aprendermos e expressarmos
as emoções.

A construção do sistema de crenças, fundamental para o entendimento da TCC, é parte


dessa herança filogenética. Traços de personalidade, como extroversão, sociabilidade,
autonomia, dentre outros, formam a base a partir da qual as pessoas interagem com o
mundo. Eles constituem, também, a vulnerabilidade cognitiva e emocional de cada um
de nós.

Dentre os materiais publicados sobre conceitualização, foram selecionados alguns para servirem de
base e aprofundamento para os que estão interessados na prática clínica. Conhecer os fundamentos
é o que permite uma atuação profissional efetiva. As referências estão listadas em ordem alfabética.

INDICAÇÃO DE LEITURA
BECK, A. T.; FREEMAN, A.; DAVIS, D. D. Terapia cognitiva dos transtornos de
personalidade. Porto Alegre: Artmed,
2005. https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788582714126/cover.xhtml

O livro apresenta uma boa discussão teórica dos mecanismos mentais subjacentes aos transtornos
de personalidade. Especificamente, o capítulo 2 fala das vulnerabilidades cognitivas de alguns
transtornos e apoia esse desenvolvimento em pressupostos oriundos da abordagem evolucionista.
Os autores discorrem sobre as crenças básicas associadas aos transtornos de personalidade e
sobre as estratégias comportamentais usuais. O terapeuta adquire um conhecimento importante e
aprofundado sobre o funcionamento mental. Ao entender essa lógica, o profissional se capacita para
construir intervenções próprias e entender, amplamente, as que têm sido propostas na literatura.
Além de abordar aspectos históricos, de teoria e de pesquisa, o livro tem foco na aplicação clínica,
que é bastante útil na conceitualização cognitiva.

https://posartmed.grupoa.education/plataforma/course/340559/ 1/4
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CLARK, D.; BECK. A. T. Vencendo a ansiedade e a preocupação com a terapia cognitivo-


comportamental. Porto Alegre: Artmed,
2012. https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788582711248/capa.html

O livro apresenta as principais características do modelo de ansiedade. No capítulo 3, a explicação


teórica do funcionamento dos mecanismos envolvidos e distorções características ajudam a
fornecer um material didático ao cliente, bem como informações para a psicoeducação. O livro,
como um todo, apresenta exemplos elucidativos de casos de ansiedade. Também são apresentadas
técnicas simples e eficazes para serem utilizadas no tratamento de quadros de ansiedade. É um
bom material da abordagem cognitivo-comportamental para ser utilizado na clínica nos casos de
ansiedade, ajudando a construir uma conceitualização bem fundamentada.

KUYKEN, W.; PADESKY, C. A.; DUDLEY, R. Conceitualização de casos colaborativa: o


trabalho em equipe com pacientes em terapia cognitivo-comportamental. Porto Alegre:
Artmed, 2010. https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788536322421/capa

O livro aprofunda os principais tópicos para quem quer conhecer o processo de conceitualização
cognitiva e usa um diagrama abrangente, que inclui aspectos positivos do cliente. É leitura
obrigatória, elucidativa e formadora. Os autores apresentam problemas e limites, bem como os
alcances e as possibilidades terapêuticas, para os profissionais da área. Não é para iniciantes, mas
aprofunda, com clareza e precisão, aspectos cruciais da conceitualização. No livro, são discutidos os
elementos da conceitualização, as funções que ela tem no processo terapêutico, os critérios (top-
down e bottom-up) de avaliação das teorias, vieses do terapeuta, dentre outros pontos cruciais da
conceitualização.

OLIVA, A. D. Bases etológicas da ansiedade e do medo. In: BERNIK, M.; SAVOIA, M.;
NETO, F. L. (Orgs.) A clínica dos transtornos ansiosos e transtornos relacionados: a
experiência do projeto AMBAN. São Paulo: Edimédica, 2019. p. 119-125.

Esse capítulo apresenta, a partir da abordagem evolucionista, uma concepção de funcionamento


mental. O leitor irá se familiarizar com explicações que envolvem a seleção de traços, a função
adaptativa que desempenham e que, em certos contextos, podem se mostrar disfuncionais. A ideia
da psicopatologia, de que os seres humanos herdam problemas, muda um pouco. Herdamos traços
importantes para a sobrevivência. É uma base de conhecimento fundamental para entendimento dos
mecanismos mentais em uma perspectiva abrangente.

(opção: OLIVA, A. D. Psicopatologia e adaptação: Origens evolutivas dos transtornos


psicológicos. In: RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um
diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 104-
117. https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788536326566/104

https://posartmed.grupoa.education/plataforma/course/340559/ 2/4
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A seguir, serão apresentadas algumas leituras complementares que podem auxiliar no seu
aprendizado acerca do tema que estamos estudando. Caso tenha interesse, vale a pena conferir!

INDICAÇÕES DE LEITURAS COMPLEMENTARES

EASDEN, M.; KAZANTZIS, N. Case conceptualization research in cognitive behavior therapy: A state
of the science review. Journal of Clinical Psychology, Nova York, v. 74, n. 3, p. 356-384, mar. 2018.
Disponível em: https://doi.org/10.1002/jclp.22516. Acesso em: 7 maio 2022.

Esse artigo é leitura obrigatória. Os autores fazem uma revisão importante de pesquisas realizadas
sobre conceitualização. Eles indicam e detalham os principais problemas metodológicos dessas
pesquisas, o que permite ao terapeuta desenvolver um raciocínio clínico crítico dos elementos que
constituem a conceitualização. O artigo também problematiza as limitações e a necessidade de
continuar com investigações controladas na área.

(opção 2: BIELING, P. J.; KUYKEN, W. Is cognitive case formulation science or science fiction? Clinical
Psychology: Science and Practice, Nova York, v. 10, n. 1, p. 53-69, 2003.

ELLIOTT, R. et al. Empathy. In: NORCROSS, J. C. (ed.). Psychotherapy relationships that work. Oxford:
Oxford University Press, 2011. p. 132-152).

O capítulo 6 do livro trata da relação terapêutica de maneira aprofundada e é rico em informações de


pesquisas sobre o assunto. A relação terapêutica é um elemento fundamental no processo de
conceitualização. O capítulo discute aspectos nem sempre bem conhecidos do terapeuta e abre
caminhos para uma melhor atuação clínica a partir do entendimento do papel que a relação
terapêutica desempenha na construção da conceitualização.

REFERÊNCIAS
BECK, A. T.; FREEMAN, A.; DAVIS, D. D. Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade. Porto

Alegre: Artmed, 2005.

BIELING, P. J.; KUYKEN, W. Is cognitive case formulation science or science fiction? Clinical
Psychology: Science and Practice, Nova York, v. 10, n. 1, p. 53-69, 2003.

CLARK, D.; BECK. A. T. Vencendo a ansiedade e a preocupação com a terapia cognitivo-

comportamental. Porto Alegre: Artmed, 2012.

EASDEN, M.; KAZANTZIS, N. Case conceptualization research in cognitive behavior therapy: A state

of the science review. Journal of Clinical Psychology, Nova York, v. 74, n. 3, p. 356-384, mar. 2018.
Disponível em: https://doi.org/10.1002/jclp.22516. Acesso em: 7 maio 2022.

https://posartmed.grupoa.education/plataforma/course/340559/ 3/4
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ELLIOTT, R. et al. Empathy. In: NORCROSS, J. C. (ed.). Psychotherapy relationships that work. Oxford:

Oxford University Press, 2011. p. 132-152.

KUYKEN, W.; PADESKY, C. A.; DUDLEY, R. Conceitualização de casos colaborativa: o trabalho em

equipe com pacientes em terapia cognitivo-comportamental. Porto Alegre: Artmed, 2010.

OLIVA, A. D. Bases etológicas da ansiedade e do medo. In: BERNIK, M.; SAVOIA, M.; NETO, F. L.

(Orgs.) A clínica dos transtornos ansiosos e transtornos relacionados: a experiência do projeto

AMBAN. São Paulo: Edimédica, 2019. p. 119-125.

OLIVA, A. D. Psicopatologia e adaptação: Origens evolutivas dos transtornos psicológicos. In:

RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. Porto

Alegre: Artmed, 2011. p. 104-117.

https://posartmed.grupoa.education/plataforma/course/340559/ 4/4

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