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PELA DRA VANESSA ELETHERIO

TERAPIA DO ESQUEMA
Estudo guiado do livro
TERAPIA COGNITIVA PARA
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
@VANESSAELETHERIO.PSIEMPORTUGAL
PELA DRA VANESSA ELETHERIO

TERAPIA DO ESQUEMAEstudo guiado do livro


TERAPIA COGNITIVA PARA
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

APRESENTAÇÃO

Os transtornos de personalidade estão entre os problemas clínicos mais resistentes e mais


frequentes apresentados aos terapeutas. Este livro discute a Terapia do Esquema, uma
abordagem integrativa criada pelo Jeffrey Young para tratar pacientes com transtornos de
personalidade borderline, narcisista, evitativa, dependente, obsessiva-compulsiva e histriônica. As
técnicas de tratamento focadas no esquema também têm sido utilizadas para prevenir recaídas
em depressão, nos transtornos de ansiedade, no uso de substâncias e no tratamento de abuso
físico e psicológico, além dos transtornos alimentares e de dor crônica. O modelo do Dr Young é
uma integração pioneira da Terapia Cognitiva Comportamental com abordagens da Gestalt e da
Psicanálise. Ele expande a Terapia Cognitiva Comportamental ao dar mais ênfase ao
relacionamento terapêutico, a experiência afetiva e a discussão das experiências iniciais da vida.

Assim, este material foi produzido com todo o carinho e tem o objetivo de oportunizar informação
de qualidade sobre a Terapia do Esquema. Eu gostaria de partilhar com você alguns pressupostos
básicos desta abordagem a partir do resumo do livro "Terapia Cognitiva para os Transtornos de
Personalidade: uma abordagem focada no esquema" do Jeffrey Young.

Eu não tenho dúvidas das contribuições que você poderá colher na sua clínica e na sua vida
pessoal também. Dedicar-se à Terapia do Esquema requer um esforço cognitivo importante, como
também disponibilidade emocional para mergulhar e transformar vidas.

Abraços, Vanessa.

@VANESSAELETHERIO.PSIEMPORTUGAL
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TERAPIA DO ESQUEMA
Estudo guiado do livro
TERAPIA COGNITIVA PARA
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

CAPÍTULO 1 - TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS: FUNDAMENTOS


E TEORIA
Apresentaremos brevemente a teoria clínica de esquemas.

Suposições da Terapia Cognitivo Comportamental de Curto Prazo (Beck)

1) Os pacientes têm acesso aos sentimentos com um breve treinamento. Na Terapia Cognitiva
Comportamental (TCC) de curto prazo, nós supomos que com um breve treinamento, podemos
ensinar o paciente a perceber quando estiver se sentindo ansioso, triste, zangado, culpado ou com
alguma outra emoção. Entretanto, em muitos pacientes com transtornos antigos, essa
capacidade de relatar os sentimentos parece estar ausente. Muitos pacientes estão bloqueados e
não têm contato com o que sentem,.

2) Os pacientes têm acesso a pensamentos e imagens com um breve treinamento. Muitos


pacientes com transtornos de personalidade não conseguem dizer-nos quais são os seus
pensamentos automáticos, ou afirmam não ter nenhuma imagem. Precisamos também criar
novas estratégias, ainda inexistentes na TCC.

3) A TCC presume que os pacientes têm sintomas identificáveis a serem focalizados. Alguns
pacientes difíceis têm problemas vagos ou difíceis de definir. Eles podem ter um mal-estar geral
para o qual não conseguem identificar desencadeantes específicos. Precisamos modificar a TCC
para trabalharmos com pacientes que não possuem nenhum problema-alvo específico.

4) A TCC supõe que os pacientes estão motivados a fazer tarefas para casa e a aprender
estratégias de auto-controle. No entanto, ao trabalharmos com pacientes de mais longo prazo,
descobrimos que muitos ou não conseguem ou não estão dispostos a fazer tarefas para casa e
demonstram uma tremenda resistência a aprender estratégias de auto-controle. Esses pacientes
parecem muito mais motivados a depender do terapeuta e a obter apoio do que a aprender
estratégias para ajudarem a si mesmos.

5) Para a TCC, os pacientes podem engajar-se em um relacionamento colaborativo com o terapeuta


dentro de poucas sessões. Todavia, é quase impossível engajar determinados pacientes em um
relacionamento de colaboração. O relacionamento paciente/terapeuta é tão problemático que
muitos só querem que o terapeuta atenda às suas necessidades, ou são tão desligados e hostis
que não conseguem colaborar.

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CAPÍTULO 1 - TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS: FUNDAMENTOS


E TEORIA
6) As dificuldades do relacionamento terapêutico não são um foco maior de problemas. No entanto,
no caso de muitos pacientes com transtornos de personalidade, se supomos que os problemas
no relacionamento terapêutico são apenas obstáculos a superar para podermos seguir em frente
com a TCC, podemos deixar de ver o núcleo real do problema., o qual é, na maioria das vezes,
interpessoal e, uma das melhores arenas para observar esses problemas é o relacionamento
terapêutico, Com esses pacientes, é muito importante lidar com o relacionamento terapêutico
como principal foco da terapia, embora a TCC tenha pouco a dizer sobre como trabalhar em
profundidade com o relacionamento terapêutico.

7) Todas as cognições e todos os padrões de comportamento podem ser modificados por análise
empírica, discurso lógico, experimentação, passos graduados e prática. No caso de muitos
pacientes crônicos, as cognições e os padrões de funcionamento são extremamente resistentes à
mudança por meio apenas de técnicas cognitivas e comportamentais. Esses pacientes repetem
que compreendem intelectualmente o que o terapeuta está demonstrando, mas que,
emocionalmente, seus sentimentos, seus comportamentos e suas crenças permanecem
imutáveis.

Transtornos de Personalidade e TCC


Características
1) Rigidez
2) Evitação
3) Dificuldades Interpessoais

Esquemas Iniciais Desadaptativos (EID's)


1) A maioria dos EID's são crenças e sentimentos incondicionais sobre si mesmo em relação ao
ambiente.
2) Os EID's são autoperpetuadores e, portanto, muito mais resistentes à mudança.
3) Os EID's, por definição, precisam ser disfuncionais de uma maneira significativa e recorrente.
4) Os EID's são, geralmente, ativados por acontecimentos ambientais específicos ao esquema em
questão.
5) Os EiD's comumente estão muito mais ligados a altos níveis de afeto quando ativados do que
as crenças intermediárias.
6) Finalmente, os EID's parecem ser o resultado do temperamento da criança, interagindo com
experiências disfuncionais com os pais, irmãos e amigos durante os primeiros anos de vida.

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CAPÍTULO 1 - TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS: FUNDAMENTOS


E TEORIA
Confira os respectivos Domínios e Esquemas.

Domínio 1: Desconexão e Rejeição


1) Abandono/Instabilidade
2) Desconfiança/Abuso
3) Privação Emocional
4) Defectividade/Vergonha
5) Isolamento Social

Domínio 2: Autonomia e Desempenho Prejudicados


1) Dependência/Incompetência
2) Vulnerabilidade
3) Emaranhamento/Self Subdesenvolvido
4) Fracasso

Domínio 3: Limites Prejudicados


1) Arrogo/Merecimento
2) Auto-Controle/ Autodisciplina Insuficientes

Domínio 4: Orientação para o outro


1) Subjugação
2) Auto-sacrifício
3) Busca de Aprovação

Domínio 5: Supervigilância e Inibição


1) Negativismo/Pessimismo
2) Inibição Emocional
3) Padrões Inflexíveis
4) Postura Punitiva

Processos de Esquema
1) Manutenção (Rendição)
2) Evitação
3) Hipercompensação

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CAPÍTULO 2 - TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS:


CONCEITUAÇÃO DE CASO E AVALIAÇÃO DO PACIENTE

A Terapia do Esquema (TE)divide-se em duas fases: a) avaliação e conceituação de casos e b)


mudança de esquema. Estes são os passos para avaliação:

1) Identificar sintomas e problemas apresentados na sessão inicial de avaliação. Obter uma


história de vida breve, focada.

2) Administrar o Questionário de Esquemas (YSQ)

3) Psicoeducar o paciente sobre esquemas e discutir os resultados do YSQ.

4) Desencadear esquemas na sessão e fora dela por meio de imagens, discutindo acontecimentos
perturbadores do passado e do presente, examinando o relacionamento terapêutico,
recomendando livros e filmes relevantes, examinando sonhos e propondo tarefas para casa.

5) Confrontar a evitação do esquema, se necessário.

6) Identificar comportamentos desencadeados pelo esquema: rendição, evitação e


hipercompensação. Administrar o Inventário de Evitação (YRAI) e o Inventário de Compensação
(YCI), se apropriado.

7) Integrar as informações precedentes em uma conceituação coerente do paciente, Administrar o


Inventário de Estilos Parentais (YPI). Ligar os problemas apresentados, as experiências da
infância (origens), os padrões de comportamento adolescentes e adultos, as emoções e o
relacionamento terapêutico aos EID's. Completar o formulário de Conceituação de Caso em
Esquema. Obter feedback do paciente sobre a conceituação de caso.

8) Distinguir entre esquemas primários, secundários, e vinculados. Escolher, um ou dois


esquemas nucleares para o processo de mudança.

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CAPÍTULO 3 - TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS: ESTRATÉGIAS


DE MUDANÇA

Técnicas Cognitivas
Muitas das técnicas da TCC podem ser adaptadas ao trabalho com esquemas. Algumas delas
são:
1) Revisar as evidências que apoiam o Esquema.
2) Examinar criticamente as evidências comprobatórias
3) Revisar as evidências que contradizem o Esquema
4) Ilustrar como o paciente descarta as evidências contraditórias
5) Criar Cartões-Lembrete
6) Contestar o Esquema sempre que ele for ativado durante a sessão de terapia ou fora dela

Técnicas Experienciais
Há várias técnicas úteis que o terapeuta pode empregar para mudar os esquemas do paciente em
um nível emocional. A maioria delas vem da Gestalt-Terapia e muitas envolvem o
desencadeamento dos esquemas na sessão para que aconteça uma mudança maior.
1) Diálogos em Imaginação
2) Catarse Emocional
3) integração

Técnicas Interpessoais
Um dos métodos mais eficazes para mudar esquemas é por meio do próprio relacionamento
terapêutico. O terapeuta está constantemente atento a indicações de que os esquemas do
paciente estão sendo ativados em relação ao terapeuta.

Outra estratégia interpessoal é o terapeuta proporcionar um relacionamento terapêutico que se


contraponha aos EID's. Aqui, defendemos a função da reparentalização limitada e do confronto
empático.

Técnicas Comportamentais
A etapa final na mudança de esquemas e mudar os comportamentos provocados pelo esquema.
Isso envolve estimular o paciente a modificar padrões de comportamento de longo prazo que
reforçaram os esquemas durante a maior parte da sua vida.

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TERAPIA COGNITIVA PARA
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

CONCLUSÃO

A Terapia do Esquema difere da Terapia Cognitiva Comportamental em vários aspectos:


1) Há menos descobertas orientadas e mais confrontação
2) Há maior uso do relacionamento terapêutico como um veículo de mudança
3) Há muito mais resistência à mudança. Portanto, a terapia é mais longa.
4) O nível de afeto é muito mais elevado nas sessões focadas no esquema.
5) O terapeuta está muito mais preocupado em identificar e superar a evitação cognitiva, afetiva e
comportamental.
6) A Terapia do Esquema dedica um tempo consideravelmente maior às origens infantis dos
esquemas e a técnicas experienciais envolvendo estas questões iniciais.

Ao mesmo tempo, a abordagem focada em esquemas mantém a maioria dos elementos


importantes que diferenciam a abordagem de Beck das terapias psicanalíticas mais tradicionais
ou centradas no cliente.

1) O terapeuta é muito mais ativo


2) As técnicas de mudança são bem mais sistemáticas
3) Há uma forte ênfase nas tarefas de casa de auto-ajuda
4) O relacionamento terapêutico é colaborativo, em vez de neutro.
5) A abordagem focada em esquemas é muito mais rápida e direta do que a psicoterapia
convencional
6) O terapeuta utiliza uma abordagem empírica, na medida em que a análise das evidências é um
aspecto crítico da mudança de esquema.

A Terapia do Esquema, consequentemente, pode ser vista como uma extensão significativa da
Terapia Cognitiva, integrando técnicas de outras abordagens para atender aos requerimentos
terapêuticos especiais dos pacientes difíceis, com transtornos de personalidade mais antigos e
dos pacientes com ansiedade ou depressão crônicas.

@VANESSAELETHERIO.PSIEMPORTUGAL
@vanessaeletherio.psiemportugal

DRA VANESSA ELETHERIO


É Psicóloga e Supervisora clínica há mais de 15 anos. Atualmente,
mora em Portugal e é Membro Efectivo da Ordem dos Psicólogos
Portugueses (OPP 25.351), tem suas competências reconhecidas
em toda a União Europeia com a Certificação Europsy (European
Certificate in Psychology PT-068409-202301), além de ser
Formadora em Portugal (IEFP F708543/2021).

Com vasta experiencia clínica, a Dra


Vanessa Eletherio integra sua prática com
formações internacionais em Schema
Therapy pela International Society of
Schema Therapy (ISST - ID 71832862);
Cognitive Behavioral Therapy (CBT) pelo
Beck Institute; e Emotional Schema
Therapy: Deepening the meaning of therapy
com o Professor Robert Leahy in CBT Reach.

É Doutora em Psicologia (Recon DGES),


Mestre em Psicologia (Recon UPorto), Pós-
Graduada em Terapia Cognitiva-
Comportamental (PUC-RS) e em
Psicologia Hospitalar (UNICAP) e
Graduada em Psicologia (Recon UBraga).

WWW.VANESSAELETHERIO.COM
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