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3.3 O contrato........................................................................................... 20
6.1 Atribuições.......................................................................................... 41
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 49
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1 INDICAÇÃO EM TERAPIA DE CASAL
Fonte: www.psicologiaexplica.com.br
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Em Féres-Carneiro (1980), ressaltamos a relação entre sintomas apresenta-
dos por crianças e dificuldades existentes nas relações estabelecidas pelos seus
pais, sobretudo enquanto casais. Para propiciar um clima familiar adequado ao de-
senvolvimento sadio das crianças é preciso que os pais funcionem como o modelo
de uma relação homem-mulher gratificante.
Fonte: www.psicologamarciapettenon.com.br/
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outro membro B é um estímulo para que B dê uma resposta que pode servir de es-
tímulo para A. No que se refere à equifinalidade, entende-se que um sistema pode
alcançar o mesmo estado final a partir de condições iniciais distintas, o que dificulta
buscar uma única causa para o problema. A equicausalidade significa que a mesma
condição inicial pode resultar em estados finais diversos.
Estas duas propriedades equifinalidade e equicausalidade estabelecem a
conveniência de abandonar a busca de uma causa passada originária do sintoma e
centrar-se no aqui e agora, nos fatores que estão mantendo o problema. Em relação
à limitação, entende-se que quando se adota uma determinada sequência deintera-
ção, a probabilidade de que o sistema emita uma resposta diversa é diminuída, de
modo que, se esta for uma conduta sintomá- tica, ela tende a converter-se em pato-
lógica porque contribui para manter o problema.
As regras de relação definem a interação entre seus componentes e a manei-
ra que as pessoas enquadram a conduta ao comunicar-se entre si. A ordenação hie-
rárquica postula que em toda a organização há uma hierarquia, na qual certas pes-
soas possuem mais poder e responsabilidade do que outras. Na família, além do
domínio que uns exercem sobre os outros, é inerente a ajuda, a proteção e o cuida-
do que oferecem aos demais, sendo que há uma relação hierárquica entre as pes-
soas e também entre os subsistemas. Por fim, teleologia significa que o sistema fa-
miliar se adapta às diferentes exigências dos diversos estágios de desenvolvimento
a fim de assegurar continuidade e crescimento psicossocial a seus membros
(OCHOA DE ALDA, 2004).
Ao levar em conta os aspectos de relação e de globalidade, a visão sistêmica
entende o ser humano como um sistema de personalidade ativo em que a criativida-
de, a imprevisibilidade e a capacidade de escolher constituem suas características
mais representativas (CUSINATO, 1992). Nesta perspectiva, a compreensão e o
tratamento do sofrimento mental passam a abranger o contexto mais imediato do
indivíduo que é a família, a qual passa a ser vista como um “sistema onde as ações
e comportamentos de um dos membros influenciam e simultaneamente são influen-
ciadas pelos comportamentos de todos os outros”.
Desse modo, a família não é apenas a soma de suas partes, mas um todo
coeso, inseparável, uma unidade indivisível (CASTILHO, 2008). Nesse sentido, um
sistema pode ser entendido como uma rede complexa de relações e interações en-
tre atores em um cenário específico. Cada ator, à luz do pensamento sistêmico, re-
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presenta um subsistema, que interage com outros subsistemas, formando um siste-
ma maior. A família pode ser considerada um sistema porque representa certa tota-
lidade das relações e interações de membros familiares (GALERA e LUIS, 2002), da
qual fazem parte os subsistemas conjugal, parental e fraternal.
Fonte: serpcraz.com.br
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forma contextualizada e intersubjetiva (BLOCK e HARARI, 2007; BÖING, CREPALDI
e MORÉ, 2008). É com esta leitura da terapia familiar sistêmica que Falceto (2008)
afirma que envolver a família em terapia é uma forma de compreender os problemas
humanos.
Fonte: www.institutocomofalar.com.br
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3 A ENTREVISTA SISTEMICA
Fonte: estilo.uol.com.br
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estas situações estão incomodando, quais as tentativas realizadas para resolvê-las,
que resultados busca como finalidade do tratamento, que problemas médicos, cirur-
gias e acidentes sérios teve. Também há uma lista de aspectos que a pessoa terá
que informar, os quais têm a ver com a condição atual (esta relação inclui, entre ou-
tros, aspectos profissionais, sociais, econômicos, sexuais, de saúde).
Outro item compreende informações sobre tratamentos prévios (ano, lugar,
duração, tipo, resultados), uso de medicações e doses, serviços sociais implicados e
o genograma. Outros autores, embora não sigam o preenchimento de uma ficha,
destacam o objetivo do telefonema inicial: obter uma visão geral do problema apre-
sentado e fazer com que venha toda a família para a consulta. Para tal, seguem um
roteiro que envolve a descrição do problema e como este afeta todos os membros
da família.
Fonte: www.drmarcoscalmon.com.br
Esse primeiro telefonema é dado para a pessoa que fez o pedido, esclare-
cendo o que está acontecendo, quem quer o atendimento, quais as pessoas envol-
vidas e quais são os membros da família. Se necessário, já no telefonema será re-
definido o pedido e o enquadre. Esta coleta de informações prévias é coerente com
os pressupostos teóricos por possibilitar uma visão ampliada do sistema familiar e a
construção de uma hipótese sobre a estrutura e o funcionamento da família, permi-
tindo que, na sessão, o entrevistador possa estar mais atento ao processo de comu-
nicação que ocorre.
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Assim, após o registro desses dados, no final do telefonema é marcada a pri-
meira entrevista com todos os membros da família nuclear. Na entrevista propria-
mente dita, Lopez e Escudero (2003) destacam que podemos diferenciar dois tipos
de habilidades técnicas:as que se relacionam com a manutenção de uma comunica-
ção adequada para o desenvolvimento da entrevista e as que se referem ao uso de
técnicas específicas de intervenção durante a mesma.
Fonte: terapiando.com.br
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O entrevistador deve focar a entrevista no que é mais importante, oferecendo
um guia para fornecer informação útil) e controle das emoções/conflito (o entrevista-
dor deve ser capaz de criar um equilíbrio entre a expressão necessária das emoções
por parte dos membros da família e a possibilidade de trabalhar coletivamente,
avançando no processo).
Fonte: br.mundopsicologos.com
Assim, esta primeira entrevista tem como objetivo criar uma aliança com a
família e desenvolver uma hipótese sobre o que mantém o problema apresentado,
bem como testar àquela criada a partir do telefonema inicial. Para estabelecer a ali-
ança com a família, o terapeuta inicia se apresentando para quem fez o contato e
depois aos outros adultos, pedindo para os pais que apresentem os filhos, cumpri-
mentando a cada um com um aperto de mão. Neste contato inicial e apresentação
fica explicitada a relação hierárquica em que adultos têm mais poder e responsabili-
dade. Após o terapeuta mostra a sala e expõe a duração e objetivos da sessão.
Visando contemplar os aspectos teóricos mencionados, os terapeutas familia-
res norteamericanosNichols e Schwartz (2007) apresentam uma lista de verificação
da primeira sessão que inclui dez itens:
1) Fazer contato com cada membro da família e reconhecer seu ponto de vis-
ta em relação ao problema e seus sentimentos em relação à terapia;
2) Estabelecer liderança, controlando a estrutura e o ritmo da entrevista;
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3) Desenvolver uma aliança de trabalho com a família, equilibrando simpatia e
profissionalismo;
4) Elogiar as pessoas por ações positivas e forças familiares;
5) Ser empático com cada membro da família e demonstrar respeito pela ma-
neira da família de fazer as coisas;
6) Focar problemas específicos e as soluções tentadas;
7) Desenvolver hipóteses sobre interações prejudiciais em torno do problema
apresentado. Investigar porque elas persistem;
8) Não ignorar o possível envolvimento de membros da família, amigos ou
auxiliares que não estão presentes;
9) Negociar um contrato de tratamento que reconheça os objetivos da família
e especifique como o terapeuta vai estruturar o tratamento e
10) Estimular perguntas.
Fonte: vivomaissaudavel.com.br
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3.1 A questão da avaliação
Fonte: www.erikascandalo.com.br
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quando estivermos com a família, podendo manter o foco e a liderança sobre o pro-
cesso. Por isto damos especial atenção ao contato telefônico, quando a primeira en-
trevista é marcada. Quando se trata de uma instituição, onde o contato com o cliente
é mediado por uma secretária, a etapa de triagem cumpre esta função.
Fonte: slideplayer.com.br
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Na psicoterapia individual temos um paciente com o qual buscar uma boa ali-
ança terapêutica indispensável para o desenvolvimento do trabalho; na terapia de
família este aspecto é sempre mais problemático porque são mais interesses a con-
templar, por isto enfatizamos a necessidade de valorizar especialmente o familiar
capaz de trazer a família ao consultório.
Fonte: www.erikascandalo.com.br
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Fonte: psicoenvolver.com.br
Ainda como parte das etapas prévias à primeira entrevista, imaginar as pes-
soas que estão por chegar tem se mostrado um exercício rico. Poucas vezes nos
colocamos no lugar delas: quais suas expectativas, suas ansiedades, como se orga-
nizarão para vir. Fazer isso nos coloca em contato com o sentimento de fracasso e
com as ansiedades persecutórias ("vão nos julgar, vão nos acusar por coisas que
fizemos mal") que quase toda a família inevitavelmente trará ao consultório.
É uma boa preparação para a primeira entrevista, nos coloca em sintonia com
a família, fazendo aflorar nossa capacidade de empatia, que é indispensável para
este trabalho. Por outra parte, é importante prestar atenção naquilo que o primeiro
contato desperta em nós: o que sentimos com relação às pessoas envolvidas, como
imaginamos serem elas fisicamente, que hipóteses formulamos. Insisto em que fazer
hipóteses, assim como diagnosticar, é parte inevitável do processo, por isso, trate-
mos de tirar proveito dela: a diferença entre o que imaginamos e o que viermos a
nos deparar depois na entrevista será outro dado a considerar.
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3.2 A primeira entrevista
Fonte: papsico.blogspot.com.br
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cursos saudáveis provavelmente esquecidos. Perguntas circulares levam também as
pessoas a refletirem, descobrindo novas relações entre fatos, sentimentos, ações.
Para tudo isto nos baseamos, é claro, na informação sobre a situação atual e
sobre história desta geração e muitas vezes daquelas que a precederam. Tenho ob-
servado que as melhores entrevistas são aquelas em que os terapeutas parecem
ter-se esquecido de sua posição e simplesmente se sentam com a família e conver-
sam com ela. Isto evidentemente depende da habilidade e experiência do terapeuta,
das ressonâncias que a situação desperta nele, assim como da gravidade da disfun-
ção familiar.
Fonte: crescer.centropsicologiainfantil.com
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É verdade que devemos buscar uma aliança com cada membro da família,
mas saliento aqui a importância de priorizar a aliança com aquele capaz de manter a
família em tratamento, da mesma forma que dedicamos atenção especial àquele
que poderia trazê-los a terapia. Note-se que isto não pode ser extrapolado para te-
rapia de casal, onde, havendo só duas pessoas, priorizando-se a aliança com uma,
a outra estará automaticamente sendo relegada a um segundo plano.
3.3 O contrato
Fonte: slideplayer.com.br
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Fonte: slideplayer.com.br
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missos assumido em cartório, o que nenhuma família estará pensando em fazer
neste momento.
3.4 Confidencialidade
Fonte: abcounselling.wixsite.com
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3.5 Dos objetivos da terapia
Fonte: www.psicologamariele.com.br
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3.6 Atitude do terapeuta
Fonte: www.eusemfronteiras.com.br
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Tenho ainda uma outra sugestão que, colocada em prática, mostrou-se uma
experiência muito rica para terapeutas de família em formação: criar oportunidade de
entrevistar em consultório famílias comuns, "normais", "sadias", não sintomáticas.
Esta situação permite ao principiante relaxar, vivenciando a situação de não
exigência a qual só podem dar-se o luxo os terapeutas mais experientes. Por último,
um lembrete para ajudar a tranquilizar aqueles que fazem pela primeira vez suas
primeiras entrevistas: há situações que nenhum terapeuta, por mais hábil que seja,
poderá modificar.
Da mesma forma como não temos a força para causar danos irreparáveis às
famílias, pois elas são muito mais fortes do que nós, que deveremos ser apenas um
evento passageiro em suas vidas.
Fonte: terapiando.com.br
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4 ATENDIMENTO FAMILIAR EM GESTALT TERAPIA
Fonte: pt.slideshare.net
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curso principal de intervenção para a família, como coloca Miriam Polster: “Os siste-
mas sensoriais e motores do indivíduo só podem funcionar no presente, e é da
perspectiva dessas funções que a experiência presente pode ser palpável e viva”.
Fonte: slideplayer.com.br
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sentimentos emergidos ou despertados durante a sessão terapêutica nos membros
da família devem ser reutilizados na própria dinâmica familiar de forma a propiciar
que os mesmos reconheçam seus sentimentos e possam experimentar mudar ou
permanecer.
Fonte: psicoterapiadecasalporcarolinevieira.blogspot.com.br
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to. Compreende o homem como uma totalidade mente/corpo, considerando tam-
bém todo o campo biopsicossocial, valorizando a tomada de consciência, o contato
consigo e com o mundo que o cerca.
Trabalha com a noção de “aqui e agora” mas neste contexto o presente é
também o passado e o futuro que se incluem. É importante no momento da terapia
tudo o que se torna figura sobre um fundo, todo conteúdo e vivência que se destaca
do todo e que se faz importante no momento.
Fonte: camilasimoes.psc.br
O cliente é quem dá sentido para sua relação com o ambiente, ele é aquilo
que ele pode ser naquele momento, com seus recursos, potencialidades e dificulda-
des. O cliente trabalha em conjunto com seu terapeuta, ambos exercendo papel ati-
vo no processo terapêutico, assim o cliente trilha seu próprio caminho em busca de
sua autorealização.
O Gestalt terapeuta procura investigar o que está acontecendo através de
uma postura acolhedora, presente e interessada, sem julgamentos ou pré-conceitos.
A relação terapêutica é um microcosmo confirmador, seguro e favorável onde
o cliente poderá experienciar novas formas de existir, sentir e perceber, ensaiando
assim uma forma mais satisfatória de se relacionar e conquistando uma melhor qua-
lidade de vida.
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5 O PAPEL DAS EMOÇÕES NA TERAPIA FAMILIAR COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
Uma família iniciou tratamento devido a um conflito sobre o qual eles atribuí-
am como origem as atitudes rígidas da mãe. A mãe dessa família foi criada por pais
imigrantes europeus, os quais foram vítimas do holocausto na infância. A mãe dela,
que sofria de uma depressão grave, tentou suicídio uma vez e depois culpava a filha
por não dar atenção a sua deterioração emocional. Em essência, a mãe atribuía à
filha a responsabilidade pela sua saúde mental. A filha, agora mãe, tendia a reagir
de forma exagerada sempre que observava em seu marido, seus filhos ou em si
mesma, qualquer sinal de fraqueza, tal como depressão média, pelo medo de que
pudesse ocorrer deterioração e suicídio.
Além disso, ela temia que a responsabilidade por tais consequências pudes-
se cair em seus ombros. Como resultado, ela se tornou intolerante a qualquer sinal
de fraqueza em si mesma e na família, tal como chorar ou reclamar. Os outros
membros familiares sentiam a necessidade de “pisar em ovos” quando em contato
com ela, sujeitando-se relutantemente aos seus desejos, alguns dos quais não razo-
áveis, de modo a evitar sentimentos desconfortáveis.
Fonte: eucontigo.com
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Não surpreende que esses problemas levassem a conflitos graves entre os
membros familiares. Os filhos e o marido se aliavam contra a mãe, considerando-a
como um “caso difícil” em situações de expressão emocional. Curiosamente, os fi-
lhos e o pai desenvolveram um esquema compartilhado de que a mãe era o membro
“doente”, do mesmo modo que ela considerava a própria mãe durante a sua forma-
ção. Surpreendentemente esse esquema foi também uma parte do esquema da fa-
mília-de-origem da sua mãe, uma vez que esta última “era doente e necessitava ser
tratada de modo especial”. Os filhos declaravam-se relutantes em serem autênticos
quando perto de sua mãe, temendo o modo como ela poderia reagir.
Consequentemente, a aliança defensiva por parte dos outros membros da
família levou a mãe a se sentir alienada e cada vez mais inflexível com relação as
suas crenças de que os membros familiares deveriam evitar mostrar quaisquer si-
nais de fraqueza. Infelizmente, a mãe manifestava insight limitado sobre como ela
estava afetando negativamente a sua família.
Por outro lado, o pai veio de uma família de origem na qual sua mãe era con-
troladora e arrogante. Ele costumava declarar nas sessões de terapia familiar que
ele “tinha um jeito” para lidar com sua mãe. Por essa razão, algumas de suas rea-
ções em relação a sua esposa e a forma de aliança com seus filhos foram vistas
como um deslocamento de seus sentimentos em relação a sua própria mãe. Isso
contribuiu para que ele evitasse confrontar-se diretamente com sua esposa sobre os
problemas citados.
Fonte: virtualmarketingpro.com
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Ao investigar com a paciente como se desenvolveram seus pensamentos
acerca do funcionamento familiar, esta afirmou acreditar que sua própria mãe tor-
nou-se mentalmente doente por ser fraca e que sua família-de-origem sempre per-
mitiu a doença de sua mãe ao tolerar suas declarações de ser “subjugada”, “cansa-
da” e assim por diante. Ela desenvolveu um esquema no qual, para manter a sua
família saudável e forte, era crucial que ela se mantivesse firme, não dando espaço
para “suavidade”. A utilização da técnica de intervenção cognitiva da “seta descen-
dente” - implementada através de uma série de perguntas com o objetivo de se des-
cobrir o esquema básico subjacente, a partir dos pensamentos de nível mais super-
ficial – permitiu identificar a crença central da mãe. Essa técnica é introduzida quan-
do, a partir de um problema apresentado, segue-se perguntando: “Se isso ocorres-
se, que significado teria para você?”
O esquema rígido da mãe, por exemplo, levou-a a pensar em termos dicotô-
micos, não permitindo espaço para qualquer expressão emocional, a não ser a raiva,
que ela expressava em reação ao que percebia como sinais de fraqueza dos outros
(para ela a raiva era uma reação emocional associada à força e assim era mais acei-
tável, na medida em que se sentia em controle) (ex., “Não há espaço para a fraque-
za na vida”). Isso teve, indubitavelmente, um impacto negativo sobre o resto da famí-
lia, que formou uma aliança contra ela. O esquema do pai, que era fortemente afeta-
do pela sua relação com sua mãe, contribuiu para os seus comportamentos passivo-
resistentes de não confrontar a sua esposa.
Fonte: pt.slideshare.net
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Esses sentimentos de ser negligenciado pelo “estilo super poderoso” de sua
mãe levaram-no a encontrar a força nos números, formando assim uma aliança com
seus filhos contra a sua esposa. Curiosamente, essa é a mesma maneira na qual
ele, seu pai e seus irmãos lidavam com a arrogância de sua mãe durante sua forma-
ção.
Quando os filhos foram entrevistados, eles concordaram que viam sua mãe
como não razoável e desagradável. Suas atribuições sobre a causa da tensão na
família envolviam a visão de que o problema estava conectado com o modo como
sua mãe foi criada, o que fortaleceu a visão inflexível dela sobre o “ser humano”.
Quando dois dos filhos foram questionados sobre seus pensamentos automáticos do
dia-a-dia, eles disseram que sua mãe estava sendo “ridícula” e controlava a família
com uma espécie de “pensamento maluco” que aprendeu com a mãe dela, quando
criança.
O pai deles fomentou a percepção da mãe como a “perpetradora” e a dele e
dos filhos como vítimas inocentes. Nas tentativas de se descobrir as crenças cen-
trais dos filhos, ou o esquema geral sobre a situação, uma filha declarou: “Eu acho
que minha mãe está provavelmente no limite do estresse a que foi submetida por
toda a sua vida. No entanto, nós devemos concordar com ela ou algo ruim poderá
acontecer e nós não precisamos disso – embora nós estejamos o tempo todo res-
sentidos em ter que viver desse modo – tudo por causa dos problemas estúpidos de
minha avó.”
Os esquemas familiares dos pais costumam ser disseminados e aplicados na
educação de seus filhos. Neste caso, a integração com as percepções da prole e as
inferências sobre o ambiente familiar e outras experiências de vida contribuem para
o posterior desenvolvimento do esquema familiar. O esquema familiar está sujeito à
mudança quando os eventos principais ocorrem durante o curso da vida familiar (ex.,
morte, divórcio, doença) e eles também continuam a evoluir no curso da experiência
ordinária do dia-a-dia. Os filhos podem também reprovar as crenças dos pais, tal
como o que foi descrito e podem adotar uma posição oposta. Por exemplo: “eu não
vou agir como ela acha que eu deveria agir – eu vou fazer o que eu quero”.
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Fonte: slideplayer.com.br
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que o que está subjacente à raiva é o sentimento de medo e vulnerabilidade à rejei-
ção por seus colegas, caso ela não possa comparecer à festa.
Fonte: slideplayer.com.br
Assim, a cognição relacionada a esta emoção seria: “Eu posso me sentir en-
vergonhada por não poder ir e posso estar sujeita à ridicularização e à rejeição.”
Uma cognição como esta pode estar associada a uma experiência prévia de ter tes-
temunhado uma situação similar com uma colega em que esta foi rejeitada pelo gru-
po social, pelo mesmo motivo. Esta avaliação diferencia a emoção especificamente
relacionada a uma situação de um estado emocional mais geral que o indivíduo po-
de experimentar.
Na abordagem cognitivo-comportamental, o terapeuta auxilia os membros da
família a identificarem como as emoções estão comumente ligadas a cognições es-
pecíficas e ajuda os familiares a explorarem a adequação e a validade das cogni-
ções que estão associadas às emoções negativas. Neste exemplo, auxiliar a filha a
reexaminar o quanto o seu comparecimento à festa seria realmente crucial poderia
ser uma maneira de reduzir a intensidade de sua raiva.
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Fonte: www.sbie.com.br
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6 DESENVOLVIMENTO DOS ESQUEMAS FAMILIARES
Fonte: pt.wikipedia.org
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explicar algumas das dinâmicas que constituem as crenças centrais e como estas
crenças afetam os padrões emocionais e comportamentais de desta.
Ficou implicitamente entendido que o custo de “perturbar” a mãe através da
expressão de qualquer tipo de emoção negativa, era muito alto. Consequentemente,
o esquema evoluiu de forma que os membros da família raramente expressavam
emoções negativas, exceto se a mãe estivesse ausente. A família compartilhava o
esquema de que doença mental pode causar fraqueza e afetar os outros membros
da família.
Contudo, havia outros esquemas familiares que envolviam todos, à exceção
da mãe, incluindo alguns como “Nós devemos pisar em ovos com a mamãe ou en-
tão ela vai brigar conosco”. Isso é similar aos “mitos familiares”, que os teóricos sis-
têmicos discutem em terapia familiar (Nichols& Schwartz, 1998).
O esquema relativo à necessidade de não desagradar à mãe, através da vio-
lação de sua crença sobre fraqueza associada à expressão de sentimento, fez com
que o restante da família ficasse alinhado contra ela, o que, por sua vez, aumentava
sua desconfiança em relação aos comportamentos dos outros membros da família;
tudo isto contribuindo para a formação de um processo circular negativo e de uma
atmosfera bastante tensa.
Fonte: www.psicologiamsn.com
Um segundo aspecto dos esquemas é mais velado do que o que foi descrito
até agora. Os membros da família também sustentavam uma crença implícita de que
a mãe tinha uma doença mental e que eles precisavam apaziguá-la, de forma a im-
pedir que ela entrasse em colapso emocional ou perdesse o controle.
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Este esquema era transmitido não-verbalmente pelo pai, na medida em que
ele não permitia que os filhos expressassem seu aborrecimento para a mãe. Este
sentia a necessidade de proteger sua esposa, que ele acreditava ser muito frágil e
sujeita a um colapso caso a família a confrontasse e reclamasse do seu comporta-
mento.
Fonte: www.minutopsicologia.com.br
O pai estava também se rebelando contra sua própria mãe, ao formar uma
coalizão com seus filhos contra sua esposa, assim como seu pai fazia com ele e
seus familiares durante sua juventude. Este era um esquema familiar velado com-
partilhado por todos na família, inclusive pela mãe, que foi criada para acreditar que
era muito frágil.
Infelizmente, a regra nesta família, “Não balance o barco e faça o que a ma-
mãe disser”, se estendia a outras áreas da vida familiar, o que criou uma grande
quantidade de ressentimento velado por parte dos filhos. Por exemplo, se uma das
adolescentes estivesse chateada depois de uma briga com seu namorado, ela cho-
raria trancada em seu closet, numa tentativa de evitar que sua mãe a visse ou ou-
visse. Depois, ela tomaria um banho e se maquiaria para disfarçar a vermelhidão
dos olhos, de forma que sua mãe não pudesse perceber que ela estava perturbada.
Por consequência, a crença compartilhada de que era mais fácil simplesmente es-
conder os sentimentos, ou continuar a satisfazer a mãe em função de sua fragilida-
de, contribuiu para a evitação e a confrontação conjuntas entre os membros da famí-
lia.
Foi notado, também, que os membros da família começaram a generalizar o
esquema familiar de evitação da auto expressão para seus outros relacionamentos
fora de casa. Isso era particularmente real para algumas das crianças, que temiam
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represálias por parte de seus colegas ao expressarem seus sentimentos negativos.
Isto gerava dificuldades em seus relacionamentos interpessoais. Isto também cau-
sava um viés em suas crenças sobre como uma pessoa deveria lidar com os outros
quando estes enfrentam emoções negativas.
Fonte: ampastta.com
Neste caso, o esquema individual da mãe era o de que ela deveria proteger
sua família de entrar em colapso e tornar-se indefesa diante da vida. A mãe via seu
papel na família como sendo aquela que precisava manter os outros fortes a todo
custo. Em contraste, o esquema individual do pai envolvia a crença de “Eu preciso
proteger minha esposa, depois de tudo que ela passou em sua infância e é impor-
tante que eu e as crianças sejamos sensíveis e respeitosos com ela.
Ao mesmo tempo, eu preciso estar entre a minha esposa e meus filhos, uma
vez que, algumas vezes, as crianças estarão com raiva ou ressentidas, e eles preci-
sam entender como a mãe deles funciona”. As crianças compartilhavam o esquema
individual: “Eu não posso ser eu mesma na frente da minha mãe porque isso causa
uma reação em cadeia negativa. Meu pai sempre a apoia e não vai confrontá-la,
mesmo que isto resulte em sofrimento para mim. É muito desconfortável viver desta
forma. Eu odeio morar nesta casa!”. O esquema individual de cada membro da famí-
lia mantém o esquema familiar compartilhado de que “não balançar o barco” é a me-
lhor opção.
Os esquemas individuais de cada familiar são normalmente similares ou
complementares, o que permite que estes sejam todos consistentes com o esquema
compartilhado. No caso de os esquemas individuais não se articularem bem, há con-
flito ou um ou mais esquemas dos membros da família precisam ser ajustados de
forma a se encaixar com o esquema familiar geral. Um exemplo em família envolve
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uma adolescente que se recusa a aceitar os pedidos de sua mãe e dramatiza exage-
radamente suas emoções, com o objetivo de provocar sua mãe e obter elogios de
seu pai, em uma tentativa de manter a homeostase familiar.
Fonte: academiadopsicologo.com.br
6.1 Atribuições
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Fonte: www.psicoterapialasal.com
6.2 Expectativas
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Fonte: www.interac.com.br
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Na maioria dos casos, essas cognições negativas estão associadas com
emoções negativas tais como raiva, depressão etc. O mesmo processo se mostra
verdadeiro para as famílias. Por exemplo, o adolescente que sente que seus pais o
desrespeitam pode desenvolver sentimentos depressivos.
6.3 Suposições
Suposições são uma forma de esquema que cada familiar possui sobre as ca-
racterísticas dos outros membros da família e sobre o relacionamento. Suas suposi-
ções subjacentes sobre as características uns dos outros servem de base para reali-
zar atribuições sobre as causas dos comportamentos específicos dos outros. Como
resultado, a suposição subjacente que cada membro desenvolve sobre os outros e
sobre o relacionamento podem influenciar seus comportamentos e os acontecimen-
tos (Baucom& Epstein, 1990; Baucom et al., 1989).
É normalmente quando as suposições de um dos membros da família são vio-
ladas ou quebradas que os conflitos ou tensões emergem. Considere, por exemplo,
pais que, tendo ensinado seus filhos a importância da honestidade, supõem que os
filhos serão sempre confiáveis. Imagine, então, a primeira vez que o filho sucumbe à
influência dos colegas e engana seus pais.
A suposição central dos pais sobre confiança é violada pela criança. Se os
pais também mantêm um padrão que as crianças devem se comportar de maneira
confiável, a violação deste padrão provavelmente vai aborrecê-los gravemente, e
estes podem responder impondo um controle estrito sobre a vida social da criança.
Esta resposta rompe a suposição da criança de que seus pais são flexíveis e com-
preensivos.
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Fonte: pepsic.bvsalud.org
6.4 Padrões
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exemplo: o que constitui um comportamento respeitoso em relação aos pais, a ma-
neira como o perdão é concedido, ou o quão próximos os pais devem ser dos filhos.
Schwebel e Fine (1992) descreveram padrões no seu trabalho sobre “a cons-
tituição da família”, um envolvente jogo de regras e padrões que governam a vida
familiar.
Fonte: www.pastortrevenzoli.com
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6.5 Intervindo em Esquemas Familiares
Fonte: www.lfg.com.br
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BIBLIOGRAFIA
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MIERMONT, J. DICIONÁRIO DE TERAPIAS FAMILIARES: TEORIA E PRÁTICA.
PORTO ALEGRE: ARTES MÉDICAS, 1994.
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