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Testes e Técnicas Projetivas

Introdução
Aparelho Psíquico
• Primeira
Tópica
• Consciente – inclui tudo aquilo de que estamos cientes num
determinado momento. Recebe ao mesmo tempo informações do
mundo exterior e do mundo interior.
Pré-consciente – (popularmente conhecido como sub-consciente)
se constitui nas memórias que podem se tornar acessíveis a
qualquer momento, como por exemplo, o que você fez ontem, o
teorema de Pitágoras, o seu endereço anterior, etc. É uma espécie
de “depósito” de lembranças a disposição, quando necessárias.
Inconsciente – estão os elementos instintivos e material reprimido,
inacessíveis à consciência e que podem vir à tona num sonho, num
ato falho ou pelo método da associação livre. Os processos mentais
inconscientes desempenham papel importante no funcionamento
psicológico, na saúde mental e na determinação do
comportamento.
Aparelho Psíquico
• Segunda
Tópica
Ego
Atua como mediador das energias psíquicas da mente.
Precisa balancear as necessidades do
ID e do SUPEREGO,
garantindo que nenhum
• ID deles acumule • SUPEREGO
muitas
Porção primitiva Porção psíquica
frustrações.
da psique humana, adquirida à medida
responsável por em que o indivíduo
impulsos instintivos absorve convenções
e imediatos. do mundo civilizado.
Tenta puxar o Ego para Depositário das leis,
ações impulsivas, aliviando das regras, das convenções.
tensões imediatamente. Quando Gera a sensação de vergonha. É o
muito excitado, pode sobrepor o herdeiro do Complexo de Édipo.
SUPEREGO.
• Id – O Id é a fonte da energia psíquica de uma pessoa, de origem
orgânica e hereditária e que, segundo Freud, estava ligada
principalmente à libido, isto é, o impulso sexual. O Id se apresenta
na forma de instintos que impulsionam o organismo, estando
relacionado a todos os impulsos não civilizados, de tipo animal. O Id
não tolera tensão, se a tensão atinge certo nível o Id age no sentido
de descarregá-la. O Id é regido pelo princípio do prazer, ou seja, sua
função e procurar o prazer e evitar o sofrimento. Localiza-se na
zona inconsciente da mente, por isso não conhece a realidade
objetiva, a “lei” ética e social, que nos prende perante a
determinadas situações devido às pressões do mundo externo.
• Superego – Atua como censor do Ego. É o representante interno
das normas e valores sociais que foram transmitidos pelos pais
através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança.
Ele é estruturado durante a fase fálica, quando ocorre o Complexo
de Édipo. É nesse momento que a criança começa a internalizar os
valores e as normas sociais. São nossos conceitos do que é certo e
do que é errado. O Superego nos controla e nos pune (através do
remorso, do sentimento de culpa) quando fazemos algo errado, e
também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho) quando
fazemos algo meritório. O Superego procura inibir os impulsos do
Id, uma vez que este não conhece a moralidade. O Superego é,
portanto, o componente moral e social da personalidade. As
principais funções do Superego são inibir os impulsos do Id
(principalmente os de natureza agressiva e sexual) e lutar pela
perfeição.
• Ego – Este termo significa “eu” em latim. O Ego é
o responsável pelo contato do psiquismo com a
realidade, o mundo externo ao indivíduo. O Ego
atua de acordo com o princípio da realidade,
estabelecendo o equilíbrio entre as
reivindicações do Id (inconsciente) e as
exigências do superego com relação ao mundo
externo. O Ego é o componente psicológico da
personalidade, cujas funções básicas são a
percepção, a memória, os sentimentos e os
pensamentos. Localiza-se, portanto, na zona
consciente da mente.
• Ah, esse id, que a mim condena,
a seguir os desejos imediatos.
Idiota? Digno de cruel pena,
a seguir o frescor das açucenas,
cometendo na vida disparates.
Ah, o ego, esse doido consciente,
às vezes prende , às vezes solta,
deixando confusa a alma da gente,
reis e escravos andando
velozmente
entre estradas retas e tortas.
Ah, o Super ego, heroico censor,
a supervisionar o meu hospício,
qual um valente administrador,
fazendo-me sentir culpa e dor,
após as loucuras do meu solstício.

Jorge Linhaça
Mecanismos de Defesa
• As pessoas defendem-se inconscientemente da
ansiedade que sentem numa situação perturbadora.
Podem fazê-lo distorcendo a realidade e enganando a
si mesmo esses são dois processos subjacentes que
Freud denominou mecanismos de defesa. Todos nós
usamos desses mecanismos para proteger nossa
auto-imagem, o que é bastante comum em nossa vida
diária. Temos necessidade de uma auto-imagem
positiva, de aprovar nosso comportamento, e
justificá-lo quando necessário. Às vezes, a única
maneira de conseguir isto é através de processos
inconscientes, iludindo-nos e alterando os fatos reais,
de modo a preservar a nossa auto-imagem.
• Para Freud, o aparelho psíquico encontra-se
bombardeado frequentemente por conflitos
e situações que provocam ansiedade. Nosso
psiquismo ameaçado, buscando afastar ou
eliminar essa ansiedade, encontraria então
meios de lidar com essa situação. Esses
“meios”seriam Mecanismos de Defesa que
todos temos, mas que em excesso, são
indicadores de sintomas neuróticos.
Racionalização:
• O indivíduo justifica, de forma racional, o seu
comportamento inadequado, diluindo a
componente emocional de uma situação
geradora de ansiedade ou de angústia. Como
exemplo: um homem justifica um roubo a uma
loja por o dono da mesma não se encontrar no
balcão para o atender.
 "Estou assim pelas dificuldades financeiras."
"Não dá, está difícil". “Cheguei atrasado por
conta do pneu ter furado”!
• As razões estão em função das suas
justificativas para a manutenção do
problema. Nesse mecanismo de defesa, a
inteligência é super utilizada para tornar
plausível a desculpa encontrada.  
Identificação:
• É o processo psíquico por meio do qual um indivíduo
assimila um aspecto, uma característica de outro, e se
transforma, total ou parcialmente, apresentando-se
conforme o modelo desse outro. EX:Chega uma
professora nova na escola, que mostra-se muito
competente, e outra professora , que era muito
diferente, passa a agir  e comportar-se igual a
professora que chegou.  
Fantasia:
• É um processo psíquico em que o
indivíduo concebe uma situação em sua
mente, que satisfaz uma necessidade ou
desejo, que não pode ser, na vida real,
satisfeito. Exemplo: Um homossexual que
precisa manter o casamento e que,
quando procurado pela esposa para o
sexo, ele fantasia que está tendo relações
homo e não hétero durante o ato.
Fantasiar pode ajudar em certos conflitos
mas não o "resolve“. Um estudante que
sente seus professores austeros demais,
imagina-se como um futuro professor
que tem para com os alunos atitudes
indulgentes e compreensivas.
O indivíduo adota modos de
pensamento e de
• Com este mecanismo, o comportamentos característicos
indivíduo compensa de uma fase de desenvolvimento
alguma característica anterior. Este tipo de mecanismo
verifica-se com bastante
pessoal  que considere
Compensação:
regularidade em crianças que

REGRESSÃO:
deficitária, por um outro acabaram de ter um irmão. Uma
atributo que o faça sentir- criança que já tinha adquirido o
se mais agradável. Uma controle esfincteriano, quando
nasce um irmão que lhe retira
pessoa que se considere uma porção da atenção dos pais,
fisicamente feia, poderá volta ao seu quadro de, por
elevar-se por estar exemplo, enurese, recomeçando
a urinar na cama.
fazendo Medicina ou por
ter grandes fundos
monetários. Alguém com
um defeito físico, sente-
se inferiorizado e
desenvolve muito a
capacidade intelectual.
Expiação: Negação:
• Tentativa do indivíduo em não
integrar no Ego informação que
• Processo psiquico em que o lhe causa angústia e ansiedade.
indivídua quer pagar Para ilustrar este exemplo, basta
imediatamente pelo seu pensar na primeira fase do luto
erro. EX: Um colega bate onde a pessoa nega a perda da
pessoa amada. Mãe que dedica
no outro e em seguida diz toda a vida a um filho, quando
para a professora que este morre continua a arrumar
não vai brincar no recreio. seu quarto, colocar mais um
prato na mesa...
Repressão:
• Operação psiquica que tende a
fazer desaparecer da consciência
um conteúdo desagradável ou
inoportuno.
• EX: Uma professora chama um
aluno de burro, em outra ocasião,
em uma reunião onde é
comentado um fato parecido,
essa mesma professora se
espanta com o fato, como se
nunca tivesse feito o mesmo.
• O indivíduo transporta para níveis
inconscientes os desejos e sentimentos
que não permite que sejam acessíveis à
sua consciência. Este tipo de
informação transparece,
posteriormente, de forma disfarçada de
sonhos, atos falhos, sintomas

Re
neuróticos.
• É exemplo disso um paciente se

ca
esquecer de fazer uma tarefa geradora
de ansiedade que  o terapeuta lhe

l ca
recomendou.

m
• Recalcamento edipiano.
• Duas mulheres, muito amigas têm

en
destinos diversos. Uma, com má sorte,

to
tem graves problemas financeiros e
deve mudar-se de cidade. Alguns anos

:
depois as duas se encontram e a de má
sorte não consegue lembrar-se da
amiga por mais esforço que faça. Em
análise, traz a consciência toda a raiva
que sentira da amiga pela sua melhor
sorte. Para evitar reviver os momentos
desagradáveis, esqueceu-se inclusive do
objeto causador.
Sublimação:
• Quando um impulso primitivo, que não
pode ser expressado, é reprimido na sua
forma original, e modificado de forma a
ser aceito socialmente.
• Neste mecanismo, o indivíduo substitui,
novamente, o objeto-alvo mas com o
objetivo das suas emoções e impulsos
(pulsões) poderem se manifestar de uma
forma socialmente aceita. Como exemplo,
pode ser referido o caso de um
piromaníaco que ingressa no corpo de
bombeiros, ou um antissocial no corpo da
polícia. Falar com ironia quando o desejo é
de xingar. Desejo infantil de brincar com
fezes, geralmente repudiado pelos pais
pode ser redigido e ganhar expressão na
atividade sublimada de um escultor.
Deslocamento:
• Está relacionado a sublimação, neste caso o
impulso é deslocado do alvo e não muda de
forma, transfere impulsos e emoções do seu
objeto-alvo para um objeto substituto, quando há
dificuldade de expressar os sentimentos de uma
forma direta.
• EX: um aluno que é repreendido pela professora
sai e chuta a classe. Uma professora que é
advertida pela direção, chega na sala de aula e
tira o recreio dos alunos por estarem
conversando.
• É também um clássico dos mecanismos na
psicologia infantil que pode ser ilustrado por uma
criança que, após uma discussão com os pais, bate
nos seus bonecos com cólera.
• Típico da Fobia. No Caso Hans, de fobia, a ideia
intolerável de ódio ao pai, este sentimento
negativo é deslocado para os cavalos.
Formação Reativa:
• Com esta estratégia, o indivíduo
resolve os conflitos adotando uma
postura oposta às suas pulsões (à
sua vontade). Clássicos exemplos de
pessoas que se afastam de quem
gostam, pessoas que falam num
tom amistoso para quem odeiam.
Mãe que rejeita o filho, o cumula de
presentes e cuidados.

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ão
Mecanismos presentes no CAT
• Anulação e Ambivalência • Medo e Ansiedade - Os
conteúdos ansiógenos se
- Anulação- uma ação visa ao expressam explicitamente. O
cancelamento ou à negação do que foi discurso permanece relativamente
expresso anteriormente. Ambivalência organizado, mas não há
– expressão de atitudes ou possibilidade de enfrentamento ou
sentimentos contraditórios em relação solução do conflito subjacente.
a um objeto, pessoa ou ato.
• Controles Frágeis ou
• Falseamento - Trata-se de uma
distorção da realidade decorrente da Ausentes - Indicam
dificuldade em aceitá-la conforme se comprometimento do processo
apresenta. secundário, o que dá origem à
expressão de conteúdos primitivos
• Simbolização - Uso de símbolos que
e intensos, com perda de
representam um grupo complexo de
qualidade do discurso (falhas de
objetos e atos associados a desejos
lógica e articulação).
reprimidos que podem envolver
aspectos inaceitáveis para o indivíduo.
Introjeção:
• Mecanismo oposto à projeção, onde
o indivíduo aceita os conteúdos de
projeção como verdades do ego,
integrando essa informação para si
mesmo. Veja-se o caso da depressão
onde a introjeção de conteúdos de
culpabilidade é bem visível.
Mecanismo de formação do
superego. Menino que se identifica
com o pai, desenvolvendo os mesmos
padrões de comportamento.
Projeção:
• Com este mecanismo, o indivíduo atribui aos outros os seus
próprios  desejos e ideias que não consegue integrar no seu
consciente. É, provavelmente, o mecanismo mais utilizado e
pode ser explicado pelo clássico exemplo de uma pessoa
apontar críticas e defeitos a outra quando é a própria que
tem esses mesmos defeitos.
"Estou assim por causa de minha família." "Qual é? Eu não
tenho ninguém!” Aqui, vemos os seus conflitos e reflexões
sendo colocados nos outros. Outro exemplo de projeção é
quando a pessoa fala: "todo mundo só pensa naquilo", na
verdade ela vê nos outros características, sentimentos ou
ideias dela.
• EX: A diretora de uma escola chega atrasada e reclama que
algumas professoras nunca chegam pontualmente. 
• Homofobia.
• “Ela fala mal de todo mundo”. Um homem, com
sentimentos hostis em relação ao chefe, diz que ele o
persegue.
Mecanismos Kleinianos
• Projeção e Identificação Projetiva
• Introjeção e Identificação Introjetiva
• Cisão
• Idealização
• Negação
• Identificação
• Defesas Maníacas
• Reparação
• Repressão
Projeção
• Externalização de um conflito interno ou a
externalização de um objeto hostil mortífero,
de maneira que a agressão seja voltada para
fora.
Identificação Projetiva
Reconhecimento do objeto externalizado e
que ameaça. Fantasia de que alguma parte do
ego foi separada e relocalizada em um objeto
externo. Ego se sente esvaziado de energia e
das capacidades reais.

- Sentimento, na presença de um professor douto a


respeito de que as próprias contribuições de alguém
são imbecilmente ridículas.
Introjeção
• Introjeção de um objeto junto ao ego, sem
identificação, como um corpo estanho.

Identificação Introjetiva
• Introjeção de um objeto com assimilação e
identificação com uma parte do ego.
Cisão
• Cisão do objeto ou do ego, coerente ou
fragmentadora. Coerente como em bom e
mau, fragmentadora como na psicose ou
episódios dela.
Idealização
• Idealização do objeto bom,mantendo-o
afastado do objeto mau e assim não fazer
confusão com ele, associado à negação e
respaldado pela onipotência. Nega assim a
existencia do objeto mau juntamente com
parte do ego que se relaciona com ele.
Negação
• Parte do processo de idealização, Nos estágios
iniciais do ego, representa a fantasia de
aniquilar percepções e partes do ego.
Identificação
• Importante para o estabelecimento de um
senso de um mundo pessoal, interno e
externo. Base de um sentimento de self, com
capacidade de reconhecer um elo pessoal de
identidade, de que os objetos pertencem ao
ego. Associada aos mecanismos de
Identificação Introjetiva Identificação
Projetiva.
Defesas Maníacas
• Coleção de defesas que envolvem a negação
da realidade psíquica e portanto, da
importância dos objetos que são amados e
incorporados, desprezo pelos objetos que são
amados de maneira que sua perda não seja
experienciada como importante, e uma forma
triunfante e onipotente de corrigir tudo.
Diminuem o sentimento de perda e de culpa.
Reparação
• Retraçar uma ação destrutiva, e assim,
restaurar uma situação preexistente. Para
Klein, a reparação é a sublimação da culpa da
ação destrutiva.
Repressão
• Modificação posterior do mecanismo da cisão,
cisão entre mente consciente e inconsciente.
• Mudança da forma vertical de cisão do ego
onde cada parte se relaciona com parte do
objeto parcial, para divisão horizontal da
mente em camadas inconscientes, pré-
conscientes e conscientes.

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