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“A discriminação e a violência de gênero surgem como pano de fundo para o assédio

moral nos espaços organizacionais de trabalho.” (Marizete A. Marta; Allan R. R. Morais


2019). A realidade desses atos se faz presente desde as primeiras manifestações de
trabalho. As vítimas submissas a essas violências envolvem todo tipo de gênero sexual,
porém, por carregar uma série de raízes culturais, principalmente vinculadas ao
machismo, as que mais sofrem com discriminações e assédios dentro do mercado de
trabalho são as mulheres, justamente por fazerem parte de concepções enraizadas,
distorcidas e ultrapassadas. Somado a essas questões, também há a presença de conflitos
socioeconômicos relacionados a assédios vinculados ao trabalho, isso por conta de uma
constância relacionada a competitividade e falta de tolerância dentro do ambiente
organizacional. Sendo assim, há a presença de dois tipos de assédio, em que um
desencadeia o outro: tem-se o assédio de trabalho, consequência das ações citadas
anteriormente, o qual gera disputas de poder e rivalidade, e, como fruto disso tudo, o
assédio moral, o qual já se faz presente, porém, com a potencialidade do assédio de
trabalho, aumentam ainda mais as violências físicas, morais e de gênero. (Isabel Grazina
e José Magalhães 2011).
Independentemente da definição adaptada, “É importante refletir que o que caracteriza
este fenômeno é a sistematização e a repetição. Cada agressão isolada não é
verdadeiramente grave, mas sim o efeito cumulativo dos pequenos traumatismos
sofridos a cada nova agressão”. (Hirigoyen, 2002). “O assédio moral nas relações de
trabalho pode ser definido como repetidos comportamentos, ações e práticas hostis
dirigidos a um ou mais trabalhadores de forma consciente ou inconsciente, que podem
trazer danos à integridade psíquica ou física do indivíduo, além de interferir no
desempenho e no ambiente de trabalho (Hirigoyen, 2010).”
A repercussão de tais atos trazem consigo uma compilação de problemas gerados à
empresa, “Dentre os efeitos mais comuns, podem-se destacar os prejuízos financeiros
relacionados ao afastamento dos trabalhadores por doenças e acidentes de trabalho, o
aumento dos custos, elevação dos índices de absenteísmo e rotatividade de pessoal,
cujas consequências poderão envolver: custos com reposição de pessoal, perda de
equipamentos como resultado de desconcentração dos trabalhadores, queda de
produtividade em função da autoestima do grupo e do clima organizacional (Bradaschia,
2007; Rodrigues; Freitas, 2014; Matos, 2016; Amaral; Mendes, 2017).”. Além disso,
por obter-se uma forte ligação da espera profissional à espera pública e privada, há
extremas consequências voltadas a elas. “Os altos índices de suicídios na sociedade nas
últimas décadas; a desestruturação familiar e social das vítimas; a perda do investimento
social em educação e formação profissional; os custos dos processos judiciais e a
própria sobrecarga do sistema judiciário.” (Bradaschia, 2007; Rodrigues; Freitas, 2014;
Matos, 2016; Amaral; Mendes, 2017).
Apesar da violência e do assédio moral e de gênero sempre estarem presentes dentro do
âmbito organizacional, os estudos na área tiveram maior investimento e tomaram maior
potencialidade a partir da década de 80, com a divulgação de um ensaio científico de
Heinz Leymann. (Isabel Grazina e José Magalhães 2011).
Uma das soluções atreladas ao grave problema apresentado foi focar nos meios de
comunicação, os quais estão em grande processo de mudança por conta de várias
maneiras de aplicar a tecnologia nas áreas organizacionais. "Comunicação" é um termo
que se refere ao processo de compartilhamento de um mesmo objeto de consciência
(Martino, 2005, p.14). O objetivo do processo de comunicação é fazer com que os
envolvidos alcancem o entendimento dos significados presentes na subjetividade de
cada um.
O trabalho da imprensa e da mídia é fundamental para conscientizar a sociedade, e
combater à violência de gênero, seja em reforçar canais de denúncia, informar sobre as
questões sociais que levaram à situação de vulnerabilidade, como dependência
financeira ou abuso psicológico, além de explanar métodos de enfrentamento, como a
cartilha feita pelo Ministério da Educação, "Enfrentando a violência doméstica e
familiar contra a mulher”. Ainda, existem as políticas públicas que são responsáveis por
atender demandas específicas da população. Essas políticas têm o objetivo de atuar na
reparação de desigualdades acometidas à grupos vitimados ao longo da história,
trazendo, principalmente, o direito à vida, à saúde e à segurança. Ressalta-se as ações
afirmativas que atuam nos aspectos da violência de gênero. Tais ações reconhecem o
sofrimento discriminatório e violento que esse grupo social sofreu no decorrer dos
tempos, fisicamente e psicologicamente.
Em relação à comunicação no combate à violência de gênero, principalmente à
violência contra a mulher, o premiado pesquisador estadunidense Quentin Walcott, em
um evento promovido pelo MP-PR em parceria com o Consulado Geral dos EUA em
São Paulo, afirmou que para combater a violência contra as mulheres, é necessário
educar os homens. A cultura machista e a desvalorização da mulher é um problema
histórico enraizado globalmente. Para Walcott, o necessário é "transformar as ideias, os
sistemas e crenças que os homens demonstram na sociedade em relação às mulheres". E
é aí que entra o papel da comunicação e da mídia.
O compartilhamento das informações propicia resultados positivos, promovendo o
equilíbrio entre os participantes do processo de comunicação. Quando bem direcionada,
a comunicação permite aos indivíduos a renegociação das categorias, as interpretações e
as experiências compartilhadas (PIMENTA, 2010; HALL, 2004). As experiências
compartilhadas em diálogo deveriam produzir algo culturalmente novo ao invés de se
mostrar apenas como uma justificativa de interesses (Marques; Mafra, 2013).
Em suma, através da exploração do tema de violência de gênero dentro do ambiente
organizacional, principalmente vinculados às principais vítimas, as mulheres, o presente
trabalho terá como objetivo principal, mostrar, primeiramente, as raízes culturais e
como elas se relacionam dentro de questões socioeconômicas no âmbito de trabalho,
vinculados ao assédio de trabalho e o assédio moral; levantar estudos de caso feitos pela
própria equipe, através de pesquisas de campo para expor de maneira atualizada os
casos que iremos desenvolver no método, e proporcionar soluções vinculadas às
variadas formas de comunicação, atreladas à atual tecnologia que lidamos no dia a dia e
maneiras de como podem ser expostas e direcionadas dentro das empresas.
REFERÊNCIAS

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