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Igreja Presbiteriana de Vila Nova Goiânia-


GO Classe de Adolescentes EBD –
IPVN/2023
Profs: Rev. Samuel R. Montalvão; Ariane Bittencourt; Arthur Galiza.
A6 = Capítulo 2 – Dissecando Definições – Parte 2.
Amando a Deus no Mundo – Héber Campos Jr. – Editora Fiel, 2019 – p.43-49.

Introdução
Estamos seguindo em nossos estudos uma cuidadosa investigação sobre o que é
cosmovisão. Em nossa última aula vimos que há seis elementos definidores que nos ajudam
compreender o que é cosmovisão. Destacamos os elementos: constitutivo, fundamental,
pré-científico, interpretativo, normativo e aprendiz. Mais especificamente, estudamos
os elementos constitutivo e fundamental.
Quando falamos sobre o elemento constitutivo vimos que cosmovisão é algo que faz
parte da constituição humana. A cosmovisão é como um orgão nosso. Não dá para nos
desfazermos de nossa cosmovisão. Ela faz parte de nós. Além disso, nossa cosmovisão
funciona como um alicerce para nossa vida interior. Daí dizemos que ela é um elemento
fundamental. Ao afirmarmos a cosmovisão como um elmento fundamental vimos que
cosmovisão diz respeito sobre os compromissos primordiais mais profundos do nosso
coração.
Hoje examinaremos os elementos pré-científico e interpretativo.

Elemento Pré-Científico
Talvez soe um tanto complexo as terminologias que estamos usando, mas, você
perceberá que são coisas muito básicas para a vida humana. Quando falamos que a
cosmovisão é um elemento pré-científico queremos dizer que toda atividade reflexiva
nossa, até mesmo aquela que cobra de nós investigação, apuração, testes é orientada por
algo antecede nossa consciência. Nós falmos sobre isso no elemento fundamental. E, por
mais que tenha correlação, aqui nós procuraremos destacar como uma cosmovisão
influência nossos processos de conhecimento.
Uma cosmovisão antecede qualquer atividade de conhecimento nossa. Mesmo o
cientista interessado em examinar processos e identificar fenômenos, ele faz isso
influenciado por sua cosmovisão. Não existe neutralidade. Nós agimos condicionados por
nossa cosmovisão. Até mesmo no que diz respeito a aquisão de conhecimento.
É difícil identificarmos a cosmovisão como um elemento pré-científico porque
quando estamos aprendendo algo costumamos nos concentrar no nosso objeto de estudo, e
não nas premissas que carregamos que está influenciando nosso aprendizado.
Algumas pessoas normalmente refletem melhor sobre seus pressupostos quando
estão em crise sobre suas crenças e valores. Assim, elas estão mais conscientes de sua
cosmovisão. A maioria das pessoas não está fazendo esse exercício de auto-reflexão.
Agora, é importante destacarmos que a cosmovisão como um elemento pré-
científico mostra como nós estamos a todo tempo examinando nosso mundo sob sua
influência.

Exemplo:
Pense por exemplo, qual sua opinião sobre a Guerra na Ucrânia? Você sabe o que
está acontecendo lá? Num rápido teste de pesquisa no Google você chegará a determinadas
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conclusões – seja se colocando a favor da Ucrânia ou da Rússia. Agora, o ponto importante


para nós é que você só chegou a determinada conclusão porque já existem conceitos que
você carrega que te condicionaram a pensar assim.

Exemplo:
Vamos tentar deixar mais claro. Outro exemplo para esclarecer isso é se nos
questionássemos sobre a validade da pena de morte. Você é a favor ou contra? Veja! Você
chegou a essa conclusão porque foi condicionado por sua cosmovisão a responder assim.
Se eu te pedir para justificar sua resposta você precisará explicar quais premissas adotou
para pensar assim. Essas premissas dizem respeito ao elemento pré-científico que é sua
Cosmovisão.

Portanto, ciencia não é algo somente de um especialista de laboratório. Nós usamos


métodos para chegarmos a determinadas conclusões. Cada pessoa usa algum processo
mental para analisar seu mundo. Tudo “o que procuramos aprender, desenvolver, descartar,
resolver, possui um paradigma influente por detrás” (p.47). Assim, nossa cosmovisão que
está assentada no coração nos mostra como não somos neutros.

Elemento Interpretativo
Nossa cosmovisão é também um elemento interpretativo para nós. Isso significa que
enxergamos e interpretamos a realidade a partir dela, a cosmovisão. Já parou pra pensar
que tem assunto que pra você é tão óbvio o que está acontecendo, mas, de repente, pra
outras pessoas simplesmente é o oposto do que você pensa? Pois é, possuímos
particularmente cosmovisões diferentes e por isso interpretamos as coisas de formas
diferentes também.
Para deixar claro a você olhe pense o seguinte. Uma cosmovisão poderia ser descrita
como “uma série de lentes sobrepostas, cada uma com sua cor, criando uma combinação
de matiz singular em cada pessoa” (p.47). Essas lentes são nossas “motivações, crenças,
certezas, valores e ideais” (p.47). Essas são as pressuposições que carregamos conosco que
nos permitem interpretar nosso mundo.

Exemplo:
“Certa vez, um missionário que visitava uma igreja apresentou um pedaço de
madeira macia e desafiou os ouvintes da palestra a adivinhar o que era aquele pedaço de
madeira na cultura de uma tribo em Guiné-Conacri. Após várias tentativas das pessoas
presentes, o missionário informou que aquele pedaço de madeira macia era uma escova
de dente, utilizada para mascar e fazer uma higiene bucal. Aquele pedaço de pau não
comunicava nada, mas na cosmovisão daquela tribo africana era óbvio que era uma
escova de dente” (p.48).

É importante destacarmos que, já que nossa cosmovisão funciona como um


elemento interpretativo, ela está organizada em nossas mentes como um sistema
conceitual. Para funcionar, uma cosmovisão precisa ter lógica. E mesmo as pessoas mais
simples intelectualmente usam pura lógica no seu dia a dia.
Podemos afirmar que uma cosmovisão para funcionar precisa de lógica por um
simples motivo. Nós precisamos de coerência entre o que temos como pressupostos e a
forma como pensamos e agimos.
Por isso é importante sabermos que “há uma lógica que precede a interpretação e
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quando detectamos inconsistências entre a lógica assumida e a realidade percebida, isso


gera crise” (p.48).
A forma como interpretamos a realidade precisa estar para nós logicamente
ordenada. O contrário disso – as nossas crises existenciais – são a pertubarção da nossa
lógica interna.

Exemplo:
“Há pessoas que enfrentam dificuldade de conciliar a bondade de Deus e o mal no
mundo, ou o que a Bíblia diz sobre o papel do homem e da mulher versus o que as ciências
sociais têm difundido como construtos ideológicos que oprimem mulheres” (p.49).

E por esta razão precisamos considerar os efeitos destrutivos do pecado. Sabe por
quê temos crises existenciais? Por causa do efeito do pecado em nossa mente. David
Powlison comenta que devido o efeito da queda sobre nossas mentes temos o seguinte
resultado “uma consciência má ou corrompida tira conclusões errôneas, avalia mal os
fatos e engana, deixando de processar a vida como Deus quer”.
Quando passamos por momento de crises em que temos dificuldade de
interpretarmos a realidade, o que precisamos não é da razão escrava do pecado. Precisamos
de razão transformada pela ação do Espírito. Somente Cristo restaura a lógica e nos liberta
de nossas crises interiores.

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